Carmesim

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 13

    Estranha Calmaria

    Álcool, Estupro, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Violência

    BOTAN POV

    Depois daquela conversa eu não pude pensar em mais nada. Agia mecanicamente no jantar, respondendo as perguntas que Hina me fazia com monossílabos vazios. Ela nem estranhou meus "huns" e “ah!”. Deve ser porque procurei deixar minha boca ocupada de comida e teria a desculpa de pensar enquanto mastigava.

    Realmente divagava, mas era sobre o assunto de mais cedo.

    Pretendida?

    Como o Hiei tem uma mulher em mente pra ser...? Argh. Não gosto nem de imaginar. Encarando o curry no meu prato remexia o molho com a colher. Por algum motivo isso me incomoda. Sinto meu peito se apertar, o que causava vários bufos de raiva da minha parte.

    - Botan.

    Ah. Já sei, me sinto incomodada porque agora Hiei e eu somos amigos, certo? Não é um equivoco da minha parte. A gente pode se considerar assim. Ele sabe meu segredo e bem, é meio que um segredo dele também.

    - Botan, ta me ouvindo?

    Descansei o queixo na palma, dando mais uma remexida no arroz. Ele não vai me ignorar depois que marcar essa mulher, não é? Fêmeas de demônios são ariscas com seus companheiros. Eu lembro que uma tentou me arrancar a cabeça quando fui buscar a alma do seu marido. A youkai soltou um chiado ao atravessar meu corpo e tive que explicar com toda a paciência sobre transporte de almas e shinigamis.

    Mesmo assim a mulher ficou irritada.

    - Botan!

    A mesa sacudiu com o tapa estalado de alguém e pulei de susto. Tirei os olhos do meu prato vendo Hina me encarar de olhos apertados e desconfiada. Oh, não.

    - Onde era que estava?

    - Bem aqui.

    Sorri sem graça. Foi uma pergunta estranha, oras. Contudo, isso não diminuiu em nada a desconfiança dela.

    - Sei. Seu corpo pode até ser, mas sua cabeça estava bem distante daqui. No que pensava? Fiquei te chamando várias vezes e nem me ouviu.

    Congelei de choque. Viajei tanto assim? Meu corpo gelou enquanto ficava pálida e desviei o olhar cobrindo a boca com a mão onde apoiava meu queixo. Ah, minha nossa. Isso não, nem morrendo dava pra falar. Meu pescoço esquentava e sentia esse calor começar a subir pro rosto.

    - Hum... Só fiquei pensando que agora todos da turma estão de casal. Só isso. – encolhi os ombros – Não me culpe se fiquei me amargurando por sobrar.

    O que de certa forma não era mentira.

    - Ah. Se é assim tudo também. Você tem que se conformar. Não é como se tivéssemos chances pra isso.

    - O que?

    Pisquei confusa e voltei o rosto pra ela enquanto Hina levava a colher na boca e continuava.

    - Você sabe. Nós ferry girls existimos apenas para encaminhar os mortos pelo rio Sanzu até o julgamento. Somos proibidas de qualquer outra interação.

    Engoliu mais um bocado do curry e apoiou os cotovelos na mesa olhando o nada.

    - Eu acho isso uma completa injustiça. Nossa linha de existência foi ceifada antes do tempo. Não vivemos nadinha.

    - Verdade.

    Encarei meu prato sem a menor sombra de fome. As guias espirituais - ou meninas balsas como nos chamam - são espíritos que não fazem a passagem. Não por decisão de Koenma nos absolver ou algo do tipo. Mas por simplesmente não termos o que julgar. Eu não morri adolescente como minha aparência sugere. Todas nós somos almas de recém nascidos ou bebês que perderam suas vidas antes do tempo. Sem a predestinação ordenada pelo Rei Enma.

    Acontece muito. Apenas os espíritos que chegam a uma relevante maturidade é que são designados ou para a Patrulha de Extermínio ou para shinigamis. O que significava que nem todos chegam a crescer e estarem aptos a servirem Reikai. Mais de metade não resiste e se desfaz em energia espiritual incorporando o lugar.

    Daí as restrições. São-nos impostas regras rígidas. Sem convívio com os vivos. Sem interferir no destino de alguém. Sem se afeiçoar por um ser vivente e uma das mais delicadas. Sem macular a pureza que temos. Somos quase como o vento. Existimos, mas não podemos ser vistas apesar de sentirem nossa presença.

    - Eu realmente te invejo, Botan.

    Confusa, saí do devaneio olhando Hina fitar o teto mais entediada.

    - Não entendi. De que jeito?

    Eu não chamaria meu estado de digno ou vantajoso. Posso morrer a qualquer momento! Mas pelo visto essa baixinha ruiva estava completamente alheia a isso. Desviou o olhar do teto para mim, sem o menor humor de uma piada

    - Reikai não tem mais poder sobre você. É praticamente uma humana, mas com características de um adepto em energia espiritual. É uma pena que sua pureza foi tirada daquele jeito hediondo. Podia ter sido por seu namorado.

    Meu rosto queimou num pimentão. Me empertiguei na cadeira.

    - Que isso Hina! Namorado? Onde já se viu eu com um homem nesses tempos?

    - Ué? E aquele tão de Kai?

    Gemi internamente me encolhendo no banco. Ao ver Hinageshi se debruçou na mesa me olhando maliciosa

    - Somos apenas conhecidos.

    - Aham, sei. Não foi o que vi naquela festa quando herdaram as terras de mestra Genkai. Ele não tirava os olhos de você.

    Emburrei mais sem graça enquanto essa ruiva abria um sorriso triunfante. Hina sua indiscreta. Eu não quero lembrar disso. Ele é legal. Depois de ser controlado por aquele Ichigaki no Torneio dos Monstros, Kai superou com seus colegas se tornando um guerreiro e caçador de espíritos malignos. O senhor Koenma o recrutou varias vezes nesses três anos. E o homem naquela festa tinha se interessado por mim.

    Me sentia mal por que o rejeitava nas suas corteses, mas fracas investidas e sinceramente me esgotava. Não havia como dar certo.

    - Você está vendo doramas demais.

    - Qual é? Vai me dizer que ele não faz seu tipo?

    Meu tipo? Empurrei o meu prato pro centro da mesa e parei pra pensar. Qual era o meu tipo? Hum... Talvez alguém quieto, mas de atitude. Que precise ser paciente comigo. Gostar de mim pelo meu jeito e não apenas porque sou bonita. Mas acho que o cara deve me conquistar. Fazer meu coração disparar só de ouvir seu nome. Isso com certeza esse homem não tinha.

    - Kai não tem charme algum. – suspirei desanimada – É tão previsível...

    - Ah, então quer dizer que certinhos não são seu forte.

    - Definitivamente não. Tive uma queda por Yusuke pra você ver.

    Ela arquejou de espanto e dei os ombros. Fazer o que? Caras rebeldes e misteriosos são um fascínio pra mim. Espera. Mistério? Yusuke é e sempre foi transparente. O sujeito era direto até demais nas coisas. Pasma, outra figura se formou em minha mente como referencia e essa sim fez meu coração saltar.

    A expressão arrogante de um demônio de fogo, sorrindo cínico e discreto pra mim. Seus olhos me fitavam de um jeito... Era um vermelho denso e quente que me arrepiava inteira.

    - Botan! Ele é o namorado da sua amiga!

    Pisquei atordoada enquanto meu rosto acalorava de... quê? Não sei. Mas agitava meu estômago. Levantei da cadeira sem nem pegar o prato e por na pia.

    - Olhe aqui, chega dessa conversa. Já esta tarde e preciso levantar cedo amanhã.

    - São oito da noite.

    Ela disse pasma e mordi o lábio. Minhas costas queimavam do seu olhar inquisidor, mas não parei. Marchei até a saída fingindo que não ouvi. No caminho pro meu quarto, pôs a mão no peito. Meus batimentos tão fortes palpitavam e não conseguia respirar direito. Por quê? Hiei nunca olhou assim pra mim.

    Mas... eu queria. Não é? Juntei os traços que mais me atraia a atenção e fiquei tonta de calor só de imaginar o conjunto. Parei no corredor, me encostando na parede e sem querer me deixei escorregar até o chão.

    - Por quê?

    Por que me afeta assim?

    Ele é meu amigo agora. Não tem por que me sentir tão estranha com ele. Por causa dele. Enroscando os dedos na pérola que eu carregava por cima da blusa, pensei nisso.

    Hiei é um cara inacessível. Eu sei muito bem disso. Então por que imagino coisas que fazem meu coração tremer de emoção?

    Sou uma tonta.

    BOTAN POF

    No dia seguinte

    HIEI POV

    Desde ontem não havia me aproximado dela. Sentado num galho olhava o vazio enquanto o som da floresta se propagava ao meu redor. Para um templo dentro da cidade, esse santuário possuía uma vegetação densa. Com a copa das arvores entrelaçando seus galhos e folhas, pouca luz se filtrava e o resultado era a baixa temperatura úmida e a escuridão.

    Já havia amanhecido, mas ela ainda não acordou. O pensamento de certa forma me divertiu. Para uma pessoa alegre ela é bem preguiçosa. Mas isso não vinha ao caso. Hoje de preferência escolhi ficar longe. Uma “abertura” para o cretino que há dias cerca esse lugar. Ontem não consegui acha-lo e hoje pretendia resolver o assunto de uma vez.

    Kiri era um mestre na cautela. Isso me dava nos nervos. Achei que seria rápido ele tentar se apoderar da mulher, mas estava demorando. Eu senti um pouco dessa compulsão naquele dia quando fiquei sozinho com ela no deque. É um impulso fortíssimo, não se pensa em mais nada. Nem na criatura que se torna o objeto de desejo. Por algum motivo, o cheiro dela não me afeta mais. Mas Kiri? Esse cretino está se segurando tempo demais.

    Nem os que sentem pela primeira vez o “perfume” dela se agüentam.

    - O que está tramando?

    Estreitei o olhar para o vazio. Esperar não está me parecendo mais uma estratégia. Me levantando saltei do galho para o chão. O vento na queda livre farfalhou meu casaco até que pousei nas raízes. Daria mais uma volta. Talvez eu esteja passando despercebido alguma coisa.

    Entretanto, mal corri floresta adentro e senti que estava sendo observado. Olhei de soslaio ao saltar de um tronco derrubado e consegui ver uma sombra a minha esquerda entre as arvores. Humpf. Antes de cair no chão, acelerei mais e sumi de vista. Senti a aura do demônio oscilar e entrei em seu caminho, parando ao encara-lo.

    O youkai arregalou os olhos, derrapando na terra preta e folhagem. Seu choque foi gritante, mas não era inimigo. O cabelo ralo, a pele macilenta. Kai, o mensageiro.

    - Hiei-sama, eu.. eu peço desculpas por...

    - Diga logo o que quer.

    O demônio engoliu em seco. Me enfadando. Eu não caio nessa farsa de fracote. Esse nojento destruiu duas unidades dos guerreiros por míseros trocados. Todos tem segredos e ele era hábil em descobrir. Se aproximando com cautela, Kai sorriu tremulo e suando frio. Bem, eu tinha lhe quebrado a cara na primeira vez que tentou me enganar.

    - Mukuro-sama solicita sua presença na fortaleza imediatamente.

    O noticia me deixou tenso. Droga!

    - De que se trata?

    Abaixando os olhos fundos, balbuciou confuso.

    - Ela não disse, senhor. Apenas que o acompanhasse assim que o encontrar.

    Estreitei os olhos. Um ultimato. Verifiquei rapidamente a onna pelo Jagan. A visão remota me mostrou em instantes a imagem dela conversando com a fêmea de Yusuke na sala. Peguei rapidamente uns trechos do assunto e depois voltei o olhar para o youkai macilento. Ele me encarava curioso. Viu o brilho púrpura do olho diabólico sob a faixa quando o usei e queria muito saber o porque. Verme desprezível.

    - O que está olhando?

    Pestanejou de susto ao meu olhar irritado.

    - Ah... Nada, senhor. Vamos?

    Assenti calado e segui até a fenda dimensional mais próxima. Existiam várias espalhadas por todo o Ningenkai. Com a barreira desfeita, um youkai do meu nível de poder podia atravessar qualquer uma. Contudo, essa ordem de Mukuro era um imprevisto.

    ~*~*~*~*~*~*~*~*~

    Assim que cheguei a Makai, o mensageiro me acompanhou até o recente local da fortaleza móvel. Havia se instalado dessa vez perto do rio no vale à oeste das tribos de Raizen. Yusuke havia dado livre arbítrio antes de regressar ao mundo dos homens então não havia problema.

    Seguimos direto até as dependências de Mukuro e somente lá, o verme curioso saiu do meu encalço. Isso me irritou. Cruzei o passadiço do observatório, ignorando os olhares por onde passava até entrar num corredor lateral. No final deste havia uma pesada porta de ferro e dentro dela o gabinete de Mukuro.

    Assim que entrei, vi ao fundo da sala a youkai sentada no móvel redondo e acolchoado lendo um livro. Seus olhos levantaram quando fechei a porta e não demonstravam nada. Exceto uma franqueza e diversão. Não estava com humor e ela viu bem isso.

    - Mandou aquele lacaio me buscar.

    Era bem claro a intenção daquela mensagem. Segurando um sorriso, Mukuro fechou o livro depositando ao seu lado.

    - Kai é eficiente quando o necessário.

    - Humpf.

    Segui até a poltrona diante dela e me acomodei. Como sempre vestia roupas diferentes. Era um tabard feminino acompanhado de uma calça negra. Acentuavam suas curvas, mas não estava interessado nisso. Mukuro não me questionou sobre o salão comunal e a chacina que fiz dias atrás. O que será que pretende? Não é do seu feitio convocar seus guerreiros.

    - Pra que me chamou?

    Se endireitando no móvel me fitou séria. Então eram negócios.

    - Quero que comande o novo assentamento.

    Por essa eu não esperava. Esperei mais alguma informação, mas Mukuro simplesmente ficou calada. Era muito estranho.

    - Onde seria?

    - Fica na área nordeste 13. Lembra-se de lá?

    Pestanejei de susto enquanto a raiva me subia. Maldita. Foi onde cresci. Fiz muitos inimigos por lá. Não vou àquela região há anos.

    - Por que eu? Shigure ou Yume podem fazer isso.

    - Eles são desqualificados. Com esse território manteremos uma base solida entre as fronteiras com Gandara e outras tribos. Yomi voltará suas atenções ao seu governo como novo regente. Nada garante que realmente manterá a palavra de pacificação. Eu quero que monitore essas fronteiras e avise a qualquer mudança.

    Quase ri.

    - Não é defesa de território e sim vigilância.

    Seu rosto assumiu um ar debochado.

    - Não há disfarce melhor do que algo obvio.

    Sem duvida. No entanto, aquela região é perigosa. Só vivem ladrões e assassinos, escoria da pior espécie.

    - Está preocupado?

    Que pergunta é essa? Mantive expressão neutra ao olha-la.

    - Não sei do que está falando.

    - Não minta pra mim, Hiei. É claro pelo seu rosto o quanto está preocupado. – estreitou o olhar – mas não é com você, acertei?

    - Está imaginando coisas. Se é apenas isso, estou indo embora.

    Me levantei da poltrona dando o assunto por encerrado. Porem, antes que me afastasse, ouvi nitidamente o tom afetado.

    - Como ela está?

    O que? Sem perceber parei no lugar. Surpreso e desprevenido. Não. Ela está mesmo me perguntando de quem acho que está? No silencio surdo e pesado, a atmosfera mudou. Mesmo convivendo nesses três anos, ainda a percepção dela me assustava. Entendi a informação implícita. Mukuro sabia o tempo todo que eu estava com a mulher. Contudo, isso entrava em outro assunto.

    Um que fez questão de me esconder. Mukuro percebeu como fiquei tenso, mas não disse nada. Isso me irritou. Afoguei a raiva que me subia enquanto encarava o nada.

    - Foi você que a achou.

    Já sabia, não tinha como negar. Passado uns segundos, ela suspirou.

    - Está irritado?

    - Com o que?

    Olhei sobre ombro encontrando um sorriso calmo. Youkai ardilosa. Tanto ela como eu sabemos os segredos que escondemos um do outro. Era implícito nesse jogo sórdido.

    - Escondi que encontrei sua amiga violada e ferida num dos estádios subterrâneos. – abaixando o rosto para as mãos que cruzava me observou com cuidado – Quase não a reconheci.

    O que será que ela queria? Que me descontrolasse? Demonstrasse algum gesto em como essa conversa me perturbava? Espere pra ver. Me virei totalmente pra ela sorrindo debochado.

    - Não confie que eu acredite nessa mentira.

    - Do que está falando?

    - Ainda estavam em cima dela quando a encontrou.

    Meu rosto assombreou enquanto via seus olhos estreitarem. Vadia. Dependendo do que disser, mando tudo pro inferno. Estou cansado de jogos e Mukuro sabe que detesto me fazerem de idiota. Ficamos em silencio por um momento, aumentando a tensão nessa sala até que ela suspirou.

    - Tive meus motivos.

    - Que motivos?

    Praticamente rosnei.

    - Entre a paz momentânea nos três mundos, não quis me envolver numa briga de egos, Hiei.

    Quase ri.

    - Hun. Desde quando isso te impediu de alguma coisa? Passou séculos disputando poder com Raizen.

    Agora ela se irritou. Era nítido na atmosfera pesada, carregando enquanto nossos youki aumentavam. Meu controle começava ruir. Percebi quando comecei a arfar. Numa briga eu não teria chances. Mas que se dane. De todas as pessoas ela devia ter feito algo e não ficado parada!

    Algo no meu rosto a surpreendeu. Com um olhar compreensivo Mukuro relaxou a tensão me intrigando.

    - Existe mais uma razão.

    Abrandei a raiva. Que faceta é essa? Esse recuo era muito estranho.

    - E qual é?

    - Não posso explicar, contudo, diz respeito ao seu comportamento.

    Num segundo sufoquei toda a raiva, impaciência e desprezo. A confusão me dominou. Não, não era confusão que eu sentia. A encarei bem atento confirmando minhas suspeitas e entendi. “seu comportamento...” Kurama me disse isso também, mas era uma loucura.

    - Está delirando.

    Ao ouvir Mukuro apenas curvou os lábios num ar triste e risonho. A raiva que guardei quase veio a tona, mas segurei em tempo. Essa conversa não ia chegar a lugar nenhum. Era melhor tratar de um assunto mais concreto.

    - Quando devo ir ao novo território?

    Na mudança de assunto ela arqueou as sobrancelhas, mas sorriu afetada como sempre.

    - Assim que resolver seus problemas.

    Ótimo. Não ia parar por nada mesmo. Sem mais nada haver dei meia volta seguindo caminho até a saída. Assim que empurrei a porta de ferro, senti uma mudança no ar. Não era hostilidade, era como se estivesse deixando algo para trás. Tolice. Ignorei a sensação atravessando o beiral e me encaminhei pelo corredor.

    A mulher estava com minha irmã hoje. Havia uma fenda dimensional na floresta daquela montanha. Teria que correr. Já se passou quatro dias e Kiri ainda não se moveu. Essa calmaria não vai durar para sempre.


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