Zumbis I

Se eu te contar você não vai acreditar, tá legal, talvez você acredita sendo que não é nem de longe a coisa mais estranha que já disse.

Conseguimos engressar no voou sem problemas pegando um trampo de aero-moças. Percebeu algo? Sim eu disse trampo de aero-moça. Por acaso a identidade falsa que Helena arrumou para mim era de uma garota de 16 anos que estava fazendo um estagio na empresa de viagens. É, estou vestido a caráter. Estava parecendo a porra de um traveco, os passageiros me encaravam com uma expressão entre nojo e repulsa. Sem dúvidas esse vai para o top 10 de piores momentos para se estar respirando.

- Eu juro que isso vai ter volta.- disparei para Helena quando nós sentamos.

- Calma ai, essa era a maneira mais rápida de pegarmos um voo. - disse ela claramente se esforçando para não ter um ataque de risos. - E além do mais você ficou uma gracinha de aero-moça.

- Muito engraçado. Quem era mesmo o grande piadista do grupo? - Falei me esforçando para não estrangula-la.

A viagem foi terrivelmente longa ainda mais sobre os olhares de desprezo e gozação dos passageiros. Mais enfim, após longos combates contra a vontade de pular do avião, chegamos ao aeroporto.  Rapidamente troquei de roupa voltando a parecer um cara hetero. É nessas horas que a saudade dela, Mariana, bate mais forte, eu preciso de um beijo e um colo, essa viagem me deprimiu.

 Encontrei Helena na area de recepção do aeroporto em frente a saída. Sua expressão não era há de alguem que acabara de pregar uma pegadinha, ela parecia nervosa.

- Algum problema? Fora ter me traumatizado é claro.

- Você não percebe? - Perguntou ela, tensa.

- O que? - Falei calmo.

- Onde estão as pessoas, não percebeu que todos sumiram? - Ela disparou agarrando meus braços com força. Suspirei.

- Não se preucupe, deve ser coisa de algum imortal babaca, um tipo de ´´bem vindos, otarios´´. Relaxa.

Foi quando do balcão um grupo de seres humanos desfigurados surgiu. Suas peles eram cinza, seus olhos carregavam um sanguinario tom de vermlho, suas presas se destacavam passando 4cm fora da boca e pareciam estar na metade de um processo bem loco de decomposição. Foram surgindo mais das passagens a esquerda e a direita do balcão. Em poucos piscares de olho haviam mais de 40 zumbis esperando a chance de nos... vender produtos ivone? Tinha esperanças de que sim, mais eles não carregavam nenhuma mochila e nem ao menos uma revista, seus sorrisos sobrenaturais pareciam mais bocas prestes a comer carne. 

- Corremos? - Perguntei.

- Tem alguma ideia melhor Ainsten? - ela rebateu.

- Sério, Ainsten? - retruquei.

- Cala a boca. - Ela puxou meu braço e começamos a correr e pude ouvir o som dos zumbis correndo. Mais que merda, tinham que ser zumbis que sabem correr? Essa missão tá uma porra.