When the Night Falls

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    Capítulos:

    Capítulo 1

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    Me baseei no jogo Life is Strange onde busco escrever uma historia cheia de mistérios e muito drama, mostrando relacionamentos entre jovens e até mesmo deixando duvidas sobre cada personagem.

    Obs. Não possui nada sobrenatural, apenas drama.

    Nós costumávamos ser inseparáveis, você tinha o seu jeito único de resolver as coisas e sempre me apoiava, seu jeito alegre e esperançoso fazia qualquer pessoa ficar feliz e querer sorrir sem nenhum motivo.

    Era por volta das 3h da manhã, o telefone toca e eu ainda um pouco sonolenta tentava encontra-lo em meu criado mudo, era mamãe, não consegui entender muito o que ela dizia mas meu coração acelerou ao ouvir seu nome seguido de uma frase, minha respiração havia saído do automático e eu não estava conseguindo puxar o ar, com as mãos tremulas tentava sussurrar alguma palavra, era como se estivesse caindo em um abismo tão profundo e tão frio, como eu queria acreditar que tudo aquilo fosse apenas um mal entendido, porém não era a primeira vez que havia sentido aquele vazio, era como se eu já soubesse mas estivesse apenas esperando alguém me dizer.

    Você costumava se intitular a “ovelha negra” e claro que deveria agir como tal, dando o máximo de problemas para nossos pais, mas dessa vez você tinha passado dos limites e eu não iria perdoa-la.

    Um dos motivos pelo qual eu havia me mudado para a “cidade grande” era para poder estudar, e também porque você parecia não me querer mais por perto. Em nossa última conversa você havia deixado claro que eu deveria ir embora, para o mais longe que pudesse, mas o ápice foi dizer que nunca mais queria me ver em sua vida, gostaria de entender o motivo mas você insistia em dizer que estava cansada de ter que me carregar nas costas.

     Aqui estou eu querida irmãzinha, seguindo exatamente o seu conselho, mas agora tudo mudou, mudou depois daquele telefonema, daquela noticia, daquele sentimento, então decidi que era hora de voltar, voltar para casa.

    Embora tivesse que ficar alguns dias para poder pedir licença na faculdade decidi não esperar, arrumei minhas roupas em minha bolsa, avisei uma colega de quarto o que estava acontecendo e mesmo ela não me aconselhando partir fui sem hesitar, lá estava eu, apavorada pensando o que poderia encontrar ao chegar em Maréa, mas eu sabia que não podia fugir mais, era hora de crescer e encarar de frente.

    Maréa era considerada uma cidade pequena e tranquila, muito bem conhecida pelas pessoas de todos os lugares devido a sua diversidade nas festas que ocorriam uma vez ao ano, era lugar com muitos parques e arvores que proporcionava um contato direto com a natureza, as construções eram rusticas,  casas com quintais bem grandes que proporcionava reunião de bairro aos fins de semana com direito a churrasco e piscina, vizinhança muito agradável não havia muito do que reclamar, parecia um lugar perfeito para se morar, porém, ainda existiam pessoas como Emilly Evans.

    Chegando na rodoviária me dirigi até o caixa e comprei uma passagem de ônibus, por sorte estava para chegar, ao esperar na plataforma correspondente ao meu tíquete ouvi uma voz me chamando.

    - Heeeeey Emma, Emma Evans! – Era antiga colega de escola, Norah Carter

    - Norah – Ergui a mão e acenei sorrindo, ela se aproximo de mim e meu deu um gracioso e leve abraço

    - Como está? Fiquei sabendo que havia se mudado e sinceramente acreditei que nunca mais voltaria para casa.

    - Sim, vim para estudar, as chances de se obter sucessão são mais significativas por aqui, mas eu não entendo o porquê achou que eu não voltaria para casa. – Estava um tanto quanto confusa com a convicção que ela transmitia ao dizer tais palavras

    - Bom, quando você se mudou sua irmã fez questão de avisar a todos que você havia se mudado pois queria ficar bem longe dela, acho que era por causa das confusões que ela vivia arrumando.

    - Bom, as coisas não foram bem assim, na verdade ...

    - O Ônibus acaba de chegar, melhor irmos para não ficarmos para trás – Ela deu uma gargalhada e logo se aproximou do portal onde entregamos nossos tíquetes, infelizmente não pude me sentar próximo a ela e explicar o mal entendido e o verdadeiro motivo pelo qual eu fui, talvez fosse melhor assim, pelo mesmo até que as coisas se ajeitassem.

    Seguimos por 4h de viagem, era tão desgastante ficar em um ônibus sentada sem saber ao certo o que estava acontecendo, eu gostaria de poder tomar o lugar do motorista e acelerar direto para casa.

    Eu não havia avisado meus pais que estava voltando, eu nem se quer consegui falar com minha mãe direto ao telefone, estava tão atordoada que o desliguei tão rápido sem dar uma resposta concreta do que pretendia fazer, acredito que ela pensou que eu me isolaria por um tempo até digerir aquela notícia.

    Ao desembarcar do ônibus uma surpresa, lá estava meu pai parado de frente com a plataforma me esperando, corri até o mesmo e o abracei bem forte, ele derrubou algumas lagrimas, eu gostaria de acreditar que eram de alegria por estar me recebendo de volta, entretanto eu sabia que esse não era o único motivo, tentei sussurrar algumas palavras para encoraja-lo

    - Vai ficar tudo bem pai, eu prometo!

    Ele enxugou suas lagrimas sorriu de orelha a orelha e me olhou nos olhos

    - Fique tranquila Emma, eu sei que vai ficar tudo bem e além do mais eu é quem deveria estar te confortando já que sou o pai aqui mocinha – Apertou meu nariz e soltou uma gargalhada, ele não sabia muito bem disfarçar o quanto estava sofrendo

    - Bom, eu não sei muito o que dizer, ainda estou processando tantas informações então apenas me dê um tempo ok?!

    - O tempo que precisar minha princesinha, porem devemos ir agora, sua mãe deve estar preparando seu almoço.

    - Claro pai, vamos para casa, aliás pai, como você sabia que eu iria chegar agora?

    - Bom, eu sou o seu pai, sei que não iria ficar parada e nem longe depois daquela noticia, e outra, você puxou a mim, toma as decisões sempre por impulso, aposto que nem se quer pegou licença na faculdade. – afirmou tranquilamente tornando aquilo um mero detalhe em vez de problema

    - Haha! Você me conhece muito bem não é mesmo papai!

    Depois daquele breve dialogo fomos até o carro e ele dirigiu por uns 10min até chegar em casa, era tão bom poder sentir aquele ar puro e ao passar pela praça pude sentir o típico cheiro das comidas de rua que tinha ali, era uma mistura simplesmente apetitosa, tais como, cachorrões, espetinhos e até mesmo ver a sorveteria me trazia boas lembranças.

    Ao chegar em casa, meu pai estacionou o carro e pude ouvir de relance a porta de casa se abrindo, lá estava minha mãe, com os olhos inchados de tanto chorar as mãos tremulas e um grande sorriso, ao me ver descendo correu em minha direção e me abraçou tão forte que me senti a pessoa mais amada do mundo.

    - Minha filha que saudades! Eu estou muito feliz que tenha voltado para casa. – Ela dizia pausadamente, pois estava se contendo para não chorar mais.

    - Eu também estava morrendo de saudades mamãe! Morrendo mesmo, é como se uma parte minha estivesse faltando, eu te amo muito.

    Retribui o abraço e ficamos ali por alguns minutos sem dizer nenhuma palavra.


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