Yo pessoal! Advinha quem voltou? Euzinha, depois de ficar uns meses sem conseguir escrever essa fic, mas o capítulo finalmente ficou pronto!
Só não postei antes porque o Word do meu computador tá bloqueado e só agora consegui um tempinho pra usar o outro computador aqui de casa.
Enfim, acho que vocês vão gostar desse capítulo. Ele demorou a sair, mas de presente vocês ganham a quantia aproximada de 5.5k de palavras!
Espero que gostem e boa leitura a todos!
~Ana/Chibi
Fronteira das Cidades Independentes e o Império, próximo a Tsubaz
Desde o incidente na cidade de Kafrit, Natsu estava estranhamente quieto. Lucy meio que já tinha se acostumado com o lado energético do garoto, então vê-lo sério e em silêncio era uma grande e preocupante mudança.
No início da jornada, praticamente não havia momento em que os dois não ficassem provocando um ao outro. Agora, o silêncio era o que prevalecia entre eles. Por mais que Lucy tentasse quebrar aquele silêncio, Natsu não colaborava, apenas ignorando suas tentativas e deixando-a falar sozinha.
Ela já estava no limite de sua paciência com aquela situação. Lucy então decidiu resolver tudo de vez. Ela parou por um momento e começou a chamar por seu companheiro de viajem.
— Natsu. Natsu. Natsu!
— ... — Ele apenas olhou para Lucy por um curto instante e logo voltou sua atenção ao caminho.
— Sinceramente até quando você pretende me ignorar?! Eu sei que tem algo errado e isso está me incomodando, então acho bom me dizer o que está acontecendo.
— Deixe-me em paz. O que me incomoda não é da sua conta. — Ele respondeu de forma ácida.
— Idiota. Não consegue ver que isso também está me afetando? O que foi que aconteceu em Kafrit que te deixou assim?
— Além do fato de quase termos sido pegos por agentes de Acnologia? Já que quer tanto saber, eu vou te contar! Eu acabei ouvindo pessoas falando coisas que não são verdade sobre alguém, sobre uma pessoa que é muito importante para mim.
A fúria de Lucy morreu por ali mesmo. Ela se desculpou por ter sido rude e invasiva, mas Natsu acabou agradecendo a ela. Ele já se sentia melhor após colocar aquilo para fora.
Os dois pararam por um instante para reavaliar seu caminho, mas parecia mais uma vez que não seria fácil continuar a jornada.
— Ei Lucy, você pode pegar o mapa?
— Mas não era você que estava com ele, Natsu?
— Não, o mapa não está comigo. Achei que ele estava com você, Lucy.
— Só tem um detalhe: também não está comigo.
— Espera aí. Se o mapa não está comigo e também não está com você, então com quem ele está?
— Está comigo. — Disse uma terceira voz que não deveria estar ali.
— Ufa. Por um momento achei que tínhamos perdido o mapa... — Começou Natsu, respirando aliviado por um breve momento, antes de perceber que havia algo errado ali. — Espera, quem foi que disse isso?!
— Eu disse, Aye! — O dono da terceira voz, que aparentava ser um garoto com estranhas orelhas de gato azuis e um rabo da mesma cor acabou se mostrando para a dupla, antes de sair correndo e abanando o mapa como provocação. — Agora é minha deixa, tchauzinho!
— Natsu! Atrás dele! — Gritou Lucy disparando atrás do moleque, mas não demorou muito para que ela o perdesse de vista.
Os dois inicialmente correram atrás do garoto, mas o fugitivo era mais esperto e tinha a vantagem de conhecer o terreno onde a perseguição acontecia. O clima era de animosidade, com o tempo abafado e a dupla estando extremamente cansada. Foi então que Lucy perdeu de vez a paciência com a situação e resolveu tomar medidas drásticas.
— Ahhhh, chega! — Ela parou jogando seus braços para cima, enfatizando seu estado de espírito — É hora de medidas drásticas!
Com o movimento de seus braços e mãos, ela foi canalizando sua energia mágica e um dos pingentes de prata do bracelete direito começou a brilhar discretamente.
— Venha a mim, que lhe chamo. Ouça a voz daquela que serve as estrelas. Venha, Canis Venitaci!
Um círculo mágico prateado e não muito grande surgiu, para logo em seguida dois cães de caça, que eram aparentemente iguais surgirem do círculo. Os cães eram negros com manchas brancas em volta dos olhos e nas extremidades do corpo. A única diferença entre os dois era que um dos cães possuía uma bandana vermelha amarrada no pescoço, enquanto o outro possuía uma bandana azul no mesmo lugar.
Os dois cães se dirigiram à Lucy respeitosamente e Natsu não podia deixar de pensar em como sua parceira era poderosa, mas sem ficar se mostrando como tal.
— Capitã! — Os cães se submeteram a Lucy. — O que deseja?
— Asterion, Chara, eu preciso que vocês localizem uma pessoa para mim. — Lucy começou a explicação — É um garoto que levou nosso mapa. Aliás, ele possui certa semelhança com um gato.
— Entendido, capitã! — Os cães prestaram uma continência e se puseram a procurar pelo menino-gato, com Asterion procurando em uma direção e Chara procurando em outra.
Não demorou para que eles localizassem o menino e informassem o paradeiro dele. Lucy e Natsu, acompanhados pelos cães de caça, prepararam uma armadilha simples, que se mostrou eficaz.
Agora, lá estavam eles frente a frente com o garoto, que tinha um sorriso derrotado no rosto.
— Está bem, vocês venceram. Eu me rendo. Só peço que poupem minha vida, eu tenho uma mãezinha doente que tenho que sustentar e... — Declarou o garoto de forma melodramática.
— Oe? Mas por que você acha que vamos te matar? — Perguntou Natsu ao presenciar a cena.
— Só queremos nosso mapa de volta. — Completou Lucy — E para com o melodrama, assim que você devolver o que roubou de nós, nós te soltaremos.
— É... Só isso que vocês querem? — O menino-gato piscou incrédulo — Então tá. Se me descerem dessa árvore (já que ele estava pendurado pelo pé, de cabeça para baixo em uma árvore) vai ficar mais fácil eu encontrar o mapa de vocês.
Natsu cortou a corda que prendia o menino, fazendo com que ele caísse de maneira desconfortável no chão. Depois de esfregar um pouco o lugar que havia batido no chão, o garoto abriu a pequena mochila improvisada e de lá tirou o mapa.
Ao entregar o mapa, o garoto comentou:
— Sabe, não é todo dia que se encontra gente que nem vocês tão próximos da fronteira do Império. As pessoas costumam ter receio de entrar no domínio das fadas, ainda mais porque consideram o território quase impossível de se navegar, mesmo tendo um mapa.
— Está querendo dizer que mesmo com um mapa vamos acabar nos perdendo?! — Perguntou Lucy.
— Aye! Isso mesmo!
— Então você não se importaria de ser nosso guia, não é... Hum... Qual seu nome mesmo? — Disse Natsu, enquanto observava o comportamento do menino.
— Bem, me importar eu não me importaria. Aliás, meu nome é Happy. Eu posso guiar vocês enquanto viajam o Império, considerem isso uma compensação por ter causado problemas, Aye!
— Por mim tudo bem. — Declarou Natsu — E quanto a você, Lucy? O que acha?
— Me parece razoável. — Lucy comentou enquanto cruzava os braços. Já tinha um tempo que ela tinha mandado Canis Venitaci de volta, até mesmo para deixar Happy um pouco mais confortável. — Natsu, qual é a próxima cidade do nosso destino?
— Deixe-me ver... — Natsu passou o olhar pelo mapa — Aqui está! É a cidade de Silpher.
— Assim está bom para você, Happy? — Lucy questionou.
— Aye! Vamos logo! Mas já vou avisando, o caminho até Silpher é conhecido por ser perigoso, então não abaixem a guarda.
E de fato o aviso de Happy tinha certa verdade por trás dele. Enquanto ainda estavam no território das Cidades Independentes, tudo ainda estava bastante calmo, mas ao adentrarem o território do Império, o cenário sofreu mudanças bruscas.
O território do Império era um lugar de ar hostil e selvagem, que intimidaria qualquer um que não soubesse lidar com o ambiente. Não que isso incomodasse Natsu. Para alguém que cresceu na Floresta dos Fragmentos Perdidos, o ambiente selvagem do Império era bastante tranquilo.
Para Lucy o ambiente não era tão confortável assim, mas após ter lidado com as tropas do usurpador, nada era tão assustador ou intimidador que não pudesse ser facilmente superado.
Ver os dois agindo com naturalidade mesmo naquele ambiente era algo que intrigava Happy. Mesmo os habitantes do Império conseguiam se mostrar desconfortáveis naquele caminho, enquanto aqueles dois se mostravam até mesmo habituados com o ar pesado e cheio de tensão.
A estrada que saía da fronteira e ia até Silpher era conhecida por ser uma das mais perigosas do Império, até porque, primeiramente, ela não era uma estrada propriamente dita. Estava mais para um caminho aberto no meio da vegetação espessa da região, o que facilitava, e muito, a ação de bandidos. Bandidos que atacavam viajantes desavisados que ousavam utilizar aquele caminho.
Talvez seja a falta de sorte, ou até mesmo uma piada do destino, mas quando estavam a cerca de quatro dias de distância de Silpher, um grupo de bandidos famoso por atacar viajantes que faziam aquela rota em grupos pequenos colocou os olhos no excêntrico trio que era guiado por um menino-gato.
Os bandidos sabiam que o momento ideal para atacar os viajantes estava se aproximando e esperaram até o início do entardecer para atacarem o trio. Mas apesar de parecerem relaxados e vítimas fáceis, Natsu, Lucy e Happy estavam preparados caso alguém tentasse atacá-los e começaram a retaliar assim que ficou clara a fonte do perigo.
Só que os bandidos eram experientes e estavam em maior número e não demorou muito para que eles conseguissem cercar o trio. Natsu, Lucy e Happy estavam lutando, cada um protegendo as costas do outro, quando um bandido saltou repentinamente na direção de Lucy, com a intenção de acertá-la. Natsu percebeu a movimentação e tirou Lucy do caminho do golpe, sendo acertado no ombro no lugar dela.
Na mesma hora, Natsu caiu com um joelho no chão enquanto segurava o ombro ferido em meio a um sibilo de dor. A marca em suas costas, do mesmo lado que o ferimento, ardia e o sangue ia aos poucos manchando sua camisa.
Lucy estava irada. Ela e Natsu não eram melhores amigos, mas ele era seu companheiro de viagem. Sua preciosa companhia naquela jornada que nenhum deles havia pedido para embarcar. E vê-lo ferido por sua causa, porque ele recebeu um ataque que era para ela, era o suficiente para incitar sua ira.
E havia um porém na ira de Lucy: ela afetava diretamente seus poderes como Star Dancer. Um flash de luz surgiu no local e as roupas de Lucy começaram a tremular, como se estivessem em meio a uma transição de aparência.
Happy sentiu a pressão mágica no ar e largou o pedaço de madeira que usava como arma, forçando uma transformação e ativando as asas que caracterizavam sua espécie. Ele então pegou Natsu e flutuou a certa distância, não demorando muito para que aquela pressão mágica explodisse em uma onda de choque mágica poderosíssima.
No epicentro da explosão mágica estava Lucy, que nada mais havia feito do que bater um de seus pés no chão. E com essa única ação, ela havia derrotado todos os bandidos restantes, deixando seus companheiros completamente estupefatos.
— Me lembre de nunca irritar a Lucy, ok? — Comentou Natsu boquiaberto.
— Aye... — Concordou Happy.
Lucy estava ainda fora da realidade, quando seus sentidos voltaram a registrar o que acontecia ao redor dela. Ela correu até Natsu e Happy, alcançando-os no exato momento em que aterrissavam. Ao ver o sangue que manchava a camisa de Natsu, Lucy ficou alarmada e forçou seu companheiro a ficar quieto e sentado enquanto ela fazia tudo o que podia para parar o sangramento.
Ela pegou uma parte da camisa que ainda não estava suja de sangue e fez uma espécie de bandagem improvisada no ombro de Natsu. Enquanto aplicava os primeiros socorros, Lucy questionava Happy, mas sem desviar a atenção do que estava fazendo.
— Happy, ainda falta muito para chegarmos a Silpher?
— Se começarmos a andar por agora, indo devagar, estamos a cerca de dois dias de distância. Se apertarmos o passo, talvez dê pra chegar em um dia e meio, mais ou menos.
— Certo. Natsu, acha que consegue se mover?
— Eu estou bem, Lucy. Vamos logo, eu consigo acompanhar o ritmo de vocês dois, mesmo que vocês andem um pouco mais rápido.
Naquele momento, suas prioridades se resumiam em apenas chegar ao próximo destino o mais rápido possível, afinal, seria perigoso deixar o ombro de Natsu sem um tratamento adequado por muito tempo.
E se levantando, Natsu demonstrou estar pronto para continuar a jornada, não demorando muito para que Lucy e Happy se juntassem a ele na trilha que servia de estrada. E juntos, o trio resumiu sua caminhada rumo a Silpher.
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Império Faërie, capital Alfër
O imperador silfo cuidava de seus afazeres costumeiros na sala do trono, quando um mensageiro vindo de uma das cidades da fronteira chegou com uma mensagem urgente.
Desde a noite que as estrelas pareciam dançar no céu noturno, o imperador silfo, Makarov, havia ordenado que os guardas da fronteira o notificassem caso algo diferente ocorresse.
O mensageiro era um exceed, uma espécie de fada que mais parecia um gato humanoide com asas e estava exausto. Sem dúvida ele havia viajado sem fazer pausas longas em seu caminho.
Makarov recebeu o mensageiro, um exceed que se apresentou como Lector, e escutou atentamente ao relato dado por ele. Aparentemente, uma dupla de viajantes exóticos, composta por um garoto e uma garota, havia adentrado o território do Império e, até onde ele sabia, os dois haviam seguido o caminho para Silpher, sendo guiados por um exceed de pelos azuis.
Makarov agradeceu os serviços do mensageiro e após dar a ele permissão para se retirar, saiu da sala do trono em busca de um de seus conselheiros. Não demorou muito para que ele o encontrasse e fizesse um pedido que seria, no mínimo, inusitado.
Dando a descrição a qual havia recebido do exceed, o imperador pediu para seu conselheiro e general que detivesse os viajantes que batessem com a descrição na primeira cidade em que parassem.
Ordens não foram contestadas e Makarov se viu respirando aliviado após solucionar aquela questão. Mas não demorou muito para que um outro rosto conhecido trouxesse à sua presença um outro problema complicado de se solucionar.
Porlyusica era uma das curandeiras mais famosas do império e ao mesmo tempo, uma das conselheiras de confiança do imperador. Apesar disso, ela quase nunca procurava por Makarov. Normalmente, o que acontecia era o contrário, com o imperador dando grande valor aos conselhos e opiniões proferidos por ela.
Por isso, quando a curandeira apareceu na sala do trono com sua expressão sempre ranzinza e desacompanhada de suas duas aprendizes, Makarov teve certeza que algo estava errado. Muito errado.
— Makarov. Pela sua reação devo assumir que já deva estar na expectativa de notícias ruins. — Iniciou Porlyusica.
— Se você veio pessoalmente em vez de mandar uma de suas aprendizes como menina de recado, devo assumir que é mais sério do que parece. — Retrucou Makarov.
— Você me conhece bem até demais, Makarov. — Comentou Porlyusica com um sorriso de canto — O problema dessa vez envolve uma das minhas aprendizes. Isso começou já faz alguns dias, Wendy vem tendo sonhos estranhos. Mas ontem essa situação fora do comum chegou ao que eu creio que seja o ápice dela.
— Como assim, Porly?
— Ontem ela se levantou, como se estivesse em uma espécie de transe, e começou a balbuciar palavras sem nexo repetidamente.
— Você consegue lembrar-se exatamente das palavras? — Perguntou Makarov alarmado.
— Meio difícil não lembrar. — Respondeu Porlyusica — Ela repetia essas palavras sempre nessa ordem: lava, alma, dragão, tempos, dança e celeste.
Ao ouvir as palavras, Makarov empalideceu. A profecia encontrada nas ruínas voltou a sua mente no mesmo instante. Ele se aproximou de Porlyusica e, suando frio, perguntou:
— Porlyusica, você acha que essas palavras podem estar ligadas à profecia das estrelas?
— Tudo indica que sim, Makarov. Isso tudo parece ter aumentado depois da última noite de estrelas cadentes. Algo importante está para acontecer.
— Os viajantes! Céus, como foi que não percebi isso antes?!
— O que foi agora, Makarov?
— Eu recebi notícias que dois viajantes excêntricos estavam a caminho de Silpher. E agora com essa sua notícia, tudo isso deve ser uma ordem das estrelas! Eu devo ir a Silpher.
— Se assim você pensa... Vou mandar prepararem o necessário para uma viagem o mais rápido possível. — Porlyusica afirmou enquanto caminhava rumo à porta da sala do trono. — Makarov, acredito que se isso é realmente uma ordem das altas estrelas, um dos mensageiros delas o estará esperando em Silpher.
E algumas horas depois, o imperador silfo deixava a capital do império, se dirigindo para a cidade de Silpher, pronto para encontrar os viajantes mandados pelas estrelas.
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Reino Phyron, capital Fyamor
Acnologia caminhava pelos corredores do castelo rumo à ala mais deserta do lugar. O usurpador sabia que não encontraria ninguém naquela parte do castelo exceto pela única pessoa que tinha permissão para estar ali, ninguém menos que Sorano, a star dancer pessoal de Acnologia.
Acnologia empurrou devagar a pesada porta do antigo observatório. Lá dentro, Sorano estava concentrada em contatar as estrelas e ele esperou até que ela terminasse antes de questiona-la.
— Então minha querida, você tem alguma resposta para algum dos meus questionamentos?
— As estrelas estão agitadas, meu lorde. — Comentou Sorano — Elas se recusam a dar respostas claras, mas, pode ser que eu tenha captado algo sobre a Star Dancer que vem escapando de suas mãos.
— Nada sobre o paradeiro de Igneel? — Indagou Acnologia estreitando os olhos.
— Nada. — Respondeu Sorano da forma mais indiferente possível. — As estrelas demonstram silêncio em relação a esse tópico.
— E sobre a Star Dancer?
— Ela está se movendo para leste, provavelmente rumo às Cidades Independentes.
— Interessante. — Comentou Acnologia adquirindo uma postura pensativa — Você fez bem, minha pequena Star Dancer. Não, minha pequena Angel. Sim, Angel se encaixa muito melhor para você.
E com esse comentário, Acnologia deixou a sala. Assim que a pesada porta bateu, se fechando, Sorano desabou no chão, exausta.
Com suas mãos tremendo, ela dirigiu um pedido desesperado às estrelas.
— Céus, o que foi que eu fiz?! Altas estrelas, por favor, protejam a Star Dancer e o príncipe das garras de Acnologia. Espero que pelo menos a informação inexata dada a Acnologia ganhe tempo suficiente para que eles escapem.
E engolindo seus soluços e suas lágrimas, Sorano colocou novamente uma máscara de desprezo e indiferença e voltou para a ala principal do castelo, pronta para aguentar o que fosse necessário para proteger Yukino.
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Acnologia retornou triunfante à sala do trono após a consulta com Angel. Ele estava decidido e tinha certeza que dessa vez conseguiria capturar a Star Dancer teimosa que vinha escapando por entre seus dedos.
— Mensageiro! Mande Bloodman, Midnight, Zancrow, Jackal e Byro virem até aqui. Tenho uma missão especial para eles.
O mensageiro saiu da sala do trono o mais rápido que suas pernas lhe permitiam e não demorou muito para que os subordinados chamados por Acnologia adentrassem a sala do trono e se ajoelhassem perante o usurpador.
— Vejo que estão todos aqui. — Disse Acnologia satisfeito — Ótimo. Tenho uma missão para vocês. Vocês serão um esquadrão de elite com a missão de capturar uma Star Dancer em específico. Comecem sua busca pelas Cidades Independentes. Byro, você lidera o esquadrão. Alguma pergunta?
— Meu lorde, como identificaremos a Star Dancer? — Indagou Byro.
— Aqui. — Respondeu Acnologia entregando pedaços de pergaminho com um desenho. — Esse é um retrato da Star Dancer. Algo mais?
— Podemos matá-la? — Perguntou Jackal já na expectativa de causar sofrimento.
— Não. Quero que vocês a tragam viva, mas se necessário, vocês podem ferir. — Respondeu Acnologia enquanto se levantava do trono — Estão dispensados.
E o recém-formado esquadrão de elite deixou a sala, pronto para iniciar sua missão, enquanto o usurpador voltou para seus aposentos.
O dia que ele tanto esperava ia se aproximando e Acnologia ria como um homem louco apenas pela perspectiva se realizar seus planos.
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Império Faërie, cidade de Silpher
Uma breve andada pela cidade de Silpher seria suficiente para que qualquer um percebesse que algo estava errado. Havia um clima de incerteza na cidade além de uma estranha proibição que vinha incomodando Happy desde que o trio havia chegado à cidade.
Eles não tinham tido dificuldade em encontrar alguém que pudesse cuidar do ferimento de Natsu. Apesar disso, tudo indicava que o ferimento acabaria deixando uma cicatriz bem visível no ombro do garoto.
No momento, Natsu e Lucy tentavam convencer os guardas da cidade a os deixarem passar e seguir viagem, mas estavam falhando miseravelmente.
— Puxa, nós já dissemos, não foi? Estamos indo para Teeiru! — Tentou novamente Lucy, enquanto Natsu permanecia em pé de braços cruzados ao lado dela.
— Não adianta garota, temos ordens de não deixar nenhum não-nativo deixar a cidade. — Respondeu um dos guardas.
— Nenhum não-nativo?! — Lucy repetiu, demonstrando estar cada vez mais irritada. — Tem um exceed viajando com a gente e mesmo assim vocês estão insistindo em nos barrar!
— Mesmo assim não podemos deixar vocês saírem da cidade. São ordens dos superiores. — Disse o outro guarda.
Lucy estava prestes a usar suas habilidades de Star Dancer, quando Natsu colocou uma mão em seu ombro, sinalizando que seria melhor se ela se acalmasse.
— Lucy, não faça isso. Deixa que eu assumo aqui. — Natsu se virou para os guardas e com um olhar intimidador questionou: — E quem seria esse superior que deu a ordem?
— Esse superior seria eu, garoto. — Um homem idoso e baixinho respondeu, interrompendo a discussão.
— E você é...??? — Natsu perguntou confuso.
— Prazer. Makarov. Popularmente conhecido como o Imperador Silfo.
— Ah, certo. O Imperador... — Nesse momento, o peso das palavras ditas pelo idoso foi registrado por Natsu. — Espera. O Imperador???!!!!
Natsu e Lucy estavam sem reação. O próprio imperador estava ali, conversando normalmente com eles depois de ter ordenado que eles fossem detidos em Silpher! Era uma situação, no mínimo, estranha.
E como tudo sempre pode se complicar, um rapaz de cabelos branco-azulados e óculos chegou ao local procurando pelo imperador e colocando empecilhos ao andamento da estranha conversa que se desenrolava ali.
— Makarov-sama! Finalmente! A Sra. Porlyusica o está procurando! — Afirmou o rapaz.
— Ei, ei. — Começou Natsu — Por acaso não te ensinaram a não interromper a conversa alheia?!
— Quem é você afinal? — Indagou o rapaz com o desprezo evidente na voz e no olhar — Não creio que você tenha um horário marcado para conversar com o Imperador hoje.
— Invel, chega. — Interviu o imperador — Eles são meus convidados. Agora vamos. — Ele se dirigiu a Lucy, Natsu e Happy. — Se quiserem nos acompanhar, poderemos conversar com mais calma.
E sem muita escolha, o trio acompanhou o imperador até chegarem ao local onde uma mulher de cabelos rosados esperava por Makarov.
Ao ver Makarov, Porlyusica já estava caminhando com sua irritação emanando de sua postura corporal, pronta para dar um sermão no imperador por ele ter sumido sem avisar pela enésima vez. Pelo menos essa era a intenção dela até ver o trio que seguia o imperador.
Porlyusica, em todos os seus anos de curandeira, havia visto muitas coisas diferentes. E por isso, ela sabia dizer exatamente quando estava diante de uma Star Dancer.
Ela havia parado em frente à Makarov, mas assim que Lucy e Natsu foram se aproximando, ela se dirigiu a Lucy com perguntas diretas.
— Garota, você é uma Star Dancer, não é?
— Como?! Como você sabe?! — Lucy perguntou alarmada.
— Já conheci Star Dancers suficientes para saber quando estou diante de um. — Respondeu Porlyusica — Mas tem algo em você que é diferente dos outros Star Dancers que conheci. Venha comigo, podemos conversar em particular se isso te deixa mais confortável.
— Está bem. — Concordou Lucy, enquanto acompanhava Porlyusica. — E não precisa se preocupar, Natsu. Eu sei me defender e, além disso, meus instintos me dizem que podemos confiar nessas pessoas.
— Se você diz... Então vou confiar em seus instintos. — Disse Natsu, soltando o ombro de Lucy. — Apenas... Tome cuidado.
— Eu irei. — Lucy finalizou, após se virar e olhar nos olhos de Natsu antes de continuar a seguir a curandeira.
E enquanto observavam as duas se distanciarem, Makarov, após dar algumas instruções à Invel e pedir que Happy acompanhasse o assistente, se aproximou pelas costas de Natsu e fez um convite ao garoto.
— Bem, agora que os outros já foram, o que você acha de termos uma conversa em particular? Você se importaria de me fazer companhia, filho de Igneel?
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A primeira coisa que Lucy notou ao seguir Porlyusica era como a mulher era assustadora. A curandeira tinha uma aura intimidadora, que naturalmente faria qualquer um que não fosse acostumado se submeter a ela.
Porlyusica puxou duas cadeiras e pediu que Lucy se sentasse. E logo após isso, começou a fazer perguntas.
— Bem, vamos começar. Prazer, eu sou Porlyusica, chefe dos curandeiros e conselheira do imperador Makarov. E você é?
— Lucy. Lucy Heartfilia, Star Dancer.
— Heartfilia? Então você deve ser a filha de Layla... — Concluiu Porlyusica — Você se importaria em me mostrar seus braceletes?
— Não. Apenas... Seja delicada com os pingentes. — Respondeu Lucy entregando os braceletes para Porlyusica.
Porlyusica olhou os pingentes que adornavam o par de braceletes, demonstrando uma leve surpresa ao notar os dez pingentes dourados, símbolos do zodíaco. Ela olhava cuidadosamente cada um dos pingentes, relacionando todos os símbolos com suas respectivas constelações, com a exceção de um único pingente no bracelete direito.
— Lucy, esse é o símbolo de qual constelação? É o único que não reconheço, ou melhor, que não me recordo de ter visto antes.
— Esse aqui? — Lucy franziu a testa ao ver a qual pingente Porlyusica se referia — Esse é Draco, o dragão. Mas eu não posso chamá-lo a não ser que seja extremamente necessário.
— Draco?! Mas, como? — Porlyusica reagiu estupefata. — Só por curiosidade, você por acaso não possui algo como uma marca ou cicatriz em algum lugar do seu corpo, possui?
— Sim, nas minhas costas, atrás do ombro esquerdo. — Respondeu Lucy, visivelmente incomodada com as perguntas de Porlyusica. — Tem mais alguma coisa que você queira saber?
— Não, não. O que acha de voltarmos? Creio que Makarov já deva ter terminado de conversar com seu companheiro.
E as duas tomaram o caminho de volta em silêncio. A presença do pingente de Draco e da marca dele traziam dúvidas à mente de Porlyusica, mas ela não ousava continuar com o interrogatório.
Lucy havia demonstrado estar incomodada e a curandeira não queria provocar a ira da Star Dancer. Mesmo que assim abrisse mão de algumas das respostas que buscava.
Mas ela sabia bem, que mesmo que deixasse a oportunidade passar, em algum momento as respostas viriam. Afinal, as estrelas tinham a sua maneira de fazer as coisas e recompensas viriam para quem soubesse esperar o tempo certo.
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Quando Makarov o chamou de filho de Igneel, Natsu ficou paralisado de surpresa. Várias perguntas passavam por sua mente e ele foi tirado de seu devaneio por outra pergunta de Makarov.
— Garoto, está tudo bem?
— Está, imperador. — Natsu deu umas piscadas para dispersar o devaneio de vez — É só que você me pegou de surpresa. Como você sabe que...
— Por favor, me chame de Makarov. E como eu sei que você é o filho de Igneel? Seu pai é um velho amigo, e você se parece bastante com ele. — Makarov puxou uma cadeira e se sentou, indicando que Natsu fizesse o mesmo. — Então, como está seu pai, garoto? A última notícia que tive dele foi do dia que o Reino foi tomado pelo traidor.
— Será que você poderia não me chamar de garoto? Meu nome é Natsu. — Natsu comentou contrariado — E meu pai está bem. Tio Atlas está junto com ele, os dois estão escondidos em um lugar no meio da floresta.
— Na Floresta dos Fragmentos Perdidos?! Isso explica ninguém saber do paradeiro dele. Foi uma jogada esperta, muito esperta. — Comentou Makarov — E o que te traz aqui, Natsu?
— Eu sou só o guarda-costas. Sabe, pra Luce não correr mais riscos do que o necessário.
— Então vocês estão em uma jornada?
— Estamos. Eu ajudei a Luce quando ela estava sendo perseguida pelos soldados do traidor e depois meu pai falou que nós dois deveríamos ir até o Templo das Estrelas. Então estamos só passando pelo Império. Nada mais que isso.
— Entendo. — Makarov disse pensativo. Foi aí que notou o ombro enfaixado de Natsu. — O que houve com seu ombro?
— Isso aqui? — Ele olhou as bandagens — Nós fomos atacados por bandidos no caminho. Um deles tentou acertar a Luce, mas eu pulei na frente e ele acertou meu ombro em vez disso.
— Se importa se eu der uma olhada nisso?
— Hã? Não...
Makarov foi desenrolando as faixas lentamente, mostrando o ferimento que começava o processo de cicatrização. Porém, ele notou que havia algo a mais no ombro direito de Natsu.
— Natsu, o que é essa mancha nas suas costas?
— Que mancha? Uma atrás do meu ombro direito?
— Sim, essa mesmo.
— É uma espécie de marca ou cicatriz. Ela surgiu aí quando eu era mais novo, algum tempo depois da queda de Phyron.
— Isso é um fato curioso... Diga-me Natsu, você já ouviu falar na marca de Draco?
— Marca de... Draco? — Natsu repetiu confuso — Você está me dizendo que essa cicatriz que eu tenho no ombro é a tal marca de Draco?
— Pode ser que sim, pode ser que não. Teoricamente, ela só aparenta ser a marca, mas você não é um Star Dancer. E só há registros da marca de Draco aparecendo em Star Dancers que tenham um contrato com ele.
— E isso é algo para me preocupar?
— Não, afinal, você não é um Star Dancer. E também, faz anos desde que Draco foi invocado pela última vez. Mas a marca nunca trouxe dano a nenhum de seus portadores.
Nesse momento, Lucy e Porlyusica retornaram à sala, interrompendo o assunto que ali era discutido. O imperador chamou a todos para irem até uma espécie de escritório que ele possuía e lá, ele retirou um mapa de uma gaveta e o estendeu em cima da escrivaninha que ocupava o centro do pequeno escritório. Nesse meio tempo, Happy havia se juntado a eles, já que Makarov havia comentado que a presença do exceed era necessária.
— Pois bem, agora que estamos todos aqui, acho que podemos partir logo para os assuntos relevantes! — Disse Makarov — Bem, o destino de vocês é o Templo das Estrelas, certo?
— É. — Responderam Natsu e Lucy em uníssono — Por quê? Tem algo sobre o que você queira nos alertar? — Completou Lucy.
— Algo nessa linha de pensamento. — Respondeu Makarov — Aconselho a tomarem o caminho passando por Serei. Happy, você poderia levá-los até lá?
— Aye! Mas... Eu não posso sair do Império sem avisar meus pais. Eles ficariam preocupados... — Happy comentou com as orelhas caídas e um sorriso desconfortável no rosto.
— Não se preocupe Happy. Você não precisa nos acompanhar até o Templo das Estrelas. Afinal, você prometeu nos guiar no Império e não durante o resto de nossa jornada. — Falou Natsu enquanto bagunçava um pouco o cabelo do menino-gato.
— Natsu... Obrigado!
— Certo, certo. — Makarov bateu palmas para chamar a atenção de todos. — Bem, agora que já resolvemos tudo, vocês estão livres para ir. Vocês têm a benção do imperador das fadas. Que as estrelas os protejam em sua jornada.
E o trio se despediu do imperador e da curandeira, tomando o caminho para Serei, rumo à parte norte do Império. O caminho era deserto na maior parte do tempo, e eles não chegaram a encontrar bandidos na estrada.
Porém isso não tornava a viajem mais agradável. O caminho era bastante escarpado e o terreno era terrível, com folhagem densa atrapalhando a movimentação dos três.
Depois de dias de viagem, eles finalmente chegaram a Serei. Dali em diante, Natsu e Lucy seguiriam sozinhos para o Templo e Happy retornaria a Ekstaria.
E lá estavam eles na saída da cidade, prestes a se separar. Com o emocional fragilizado, o trio conversava e se despedia.
— Happy, obrigada por tudo que você fez pela gente. Mesmo que inicialmente tenhamos começado com o pé esquerdo. — Disse Lucy.
— Rusheee... — Happy mal conseguia produzir uma frase compreensível, já que ele já não conseguia segurar suas lágrimas.
— Ei ei, buddy. Não fique assim. — Disse Natsu enquanto tentava consolar Happy. — Nós nos veremos de novo, pode ter certeza disso.
E depois disso, Natsu e Lucy foram se afastando do exceed, que com muita dificuldade engoliu o choro e gritou:
— Natsuuu! Rusheee! Quando terminarem o que tem de fazer, prometam que vão me visitar em Ekstaria!
— Pode ter certeza que nós iremos Happy!! — Natsu respondeu enquanto balançava sua mão, se despedindo enquanto ia se afastando com Lucy.
E quando Natsu e Lucy desapareceram de vista, Happy se virou e saiu caminhando na direção contrária, tomando o caminho de volta para sua casa, na cidade de Ekstaria.
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E quando o trio deixou a cidade de Silpher, a curandeira não conseguiu evitar comentar o encontro que ali ocorrera.
— Sabe Makarov, nunca imaginei que viveria o suficiente para ver algo concreto ligado à profecia das estrelas. Quem diria a própria marca de Draco.
— Acho que estamos velhos demais para nos envolvermos nesse tipo de aventura, Porly. Talvez devêssemos nos aposentar de vez.
— Como se você conseguisse ficar muito tempo aposentado... — Comentou Porlyusica com um sorriso de canto — Estamos fazendo história aqui. O tempo da profecia se cumprir se aproxima. Mal posso esperar para ver o que o futuro nos trará.