One Kiss...

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Chapter Two

    Homossexualidade

    Eu estava entediado, mas não queria ir àquela excursão... Seria, com certeza, chata. No mínimo! Fiquei no meu quarto comendo alguns chocolates, nada de novo. Cheguei a pensar em jogar qualquer coisa que o Matt tivesse - e ele tinha muita coisa -, mas não estava com a mínima vontade de ouvi-lo reclamando quando chegasse, muito menos de ouvir um discurso sobre... Seja lá o que fosse relacionado a seus jogos... De novo.

    Lembrei que eu tinha que bater no Near, mas estava sem vontade. E também tem o fato de que ele deve ter ido à excursão. Só me restava ficar ali... Deitei e comi mais chocolate, mas logo ele iria acabar. Peguei minha última barra e saí do quarto, andar à toa pela Wammy's me parecia ser a melhor coisa agora... Ou pelo menos a única.

    Passei em frente à várias portas desnecessárias, nenhum cômodo que eu quisesse ir... Após algum tempo andando, parei em frente à um quarto. Ah, aquele quarto, eu o conhecia bem. Near sempre estava nele... Era o único lugar que ele parecia gostar de estar, o único lugar que ele ficava sem ser por obrigação... Nate, o que ele tinha para conseguir tanto a minha atenção? Mesmo do modo mais... Bom, não sei se é o melhor tipo de atenção... Ok, não é. Mesmo assim, ele a tem, certo?

    É estranho falar assim, mas de certo modo, só ele acaba com a minha raiva, só ele consegue realmente me acalmar... Nossa, quem escuta pensa outra coisa! Sabe, eu não o odeio, só gosto de bater nele... O que eu estou falando? Eu tenho que odiá-lo, se não por que eu o bateria?! Argh, esse garoto é tão problemático!

    O estranho é que o cômodo estava com a porta fechada... Decidi entrar, não deveria estar com a porta fechada à toa, afinal, todas deveriam estar abertas! Quando abri a porta, me deparei com uma surpresa... Era ele. Com seu cabelo branco e bagunçado, sentado no canto da sala. Estava montando seu quebra-cabeça em silêncio. Desgraçado, estava lindo!

    Fui para o outro canto da sala e sentei, fiquei ali o observando. Ele continuou montando seu jogo sem ao menos olhar para trás... Mas acho que eu não quisesse ser visto mesmo... Não agora.

    Ele parecia tão despreocupado com tudo... Sua expressão era sempre a mesma.

    Parou de se concentrar no jogo e levantou, o que ele iria fazer? Provavelmente iria sair do quarto, mas meio que 'paralisou' ao me ver, então resolvi brincar um pouco com ele.

    ? Ia fugir, Near? - É sério, que isso é o melhor que eu conseguia fazer? ? Não achou que eu deixaria de vir, não é? - Near ficou quieto, que 'surpresa'. ? Vamos, não precisa ficar 'mudo'. - Levantei.

    Ele permaneceu quieto... Nossa, eu odeio isso! Odeio ser ignorado! Continuei com a brincadeira, não pararia enquanto ele não me respondesse.

    ? Fale alguma coisa. - Pronunciei baixo em seu ouvido. Ok, isso foi estranho.

    Maldito, ele continuou quieto!

    ? Não pode ficar em silêncio para sempre. - Sorri. Ele não ficaria quieto por muito tempo, não mesmo... Isso é o que eu espero, pelo menos.

    ? O que você quer? - Near perguntou.

    "O que eu quero"?! E eu pensei que eu tivesse falta de criatividade aqui! De qualquer jeito, continuei: Isso poderia acabar ficando interessante:

    ? É a primeira vez que ouço sua voz. - Eu disse... E talvez fosse mesmo. ? O que você tem?

    ? Como assim, "o que eu tenho"? - Perguntou.

    ? Você sabe que se quisesse, eu já poderia estar bem encrencado... Não se incomoda em apanhar todo dia? - Perguntei. E realmente, eu poderia, afinal, batia nele todo dia!

    ? Talvez não... Afinal, você é meu único 'amigo'. - Eu não tinha palavras. Como ele pode me considerar seu amigo?! Ele havia corado... E ficava tão fofo assim.

    ? Amigo? - Perguntei. Droga, meu rosto estava quente!

    ? Ou pelo menos a única pessoa que fala comigo. - Ele respondeu mexendo em seu cabelo. Ele ficava tão lindo daquele jeito.

    ? Ahn. - Eu disse... Ainda estava pensando no que falar. ? E você, o que quer?

    ? O que eu quero? - Ele perguntou, um tanto confuso.

    ? Você não havia me perguntado o que eu quero? E você, o que quer? - Perguntei, mordendo meu chocolate. Eu precisava de chocolate!

    ? Por que não foi à excursão? - Perguntou. Estava tentando mudar de assunto?

    ? Eu não quis. - Respondi. Near continuou em silêncio, então insisti. ? Near, você não me respondeu...

    Near levantou, e começou a vir em minha direção. Ele estava mais bonito do que normalmente... E porque eu estou prestando atenção nisso?

    ? Mello... Eu quero um beijo. - O quê?! Não, não, não... Ele não poderia ter dito aquilo! Eu devo ter escutado errado... Era impossível!

    ? Um... Beijo? - Disse olhando em seus olhos, queria ter certeza.

    Assentiu com a cabeça, e eu automaticamente me aproximei... O que estava fazendo?

    ? Tem certeza de que quer isso? - Sussurrei.

    Near ficou em silêncio, e apenas balançou a cabeça positivamente... De novo. Eu estava esquentando, por quê? Ele que queria me beijar! Olhei em seus olhos novamente... Eram tão sinceros, e brilhavam tanto... Acho que não seria uma idéia tão ruim, afinal, era só um beijo, certo?

    ? Se... É isso que você quer. - Eu disse.

    Puxei-o por sua cintura com uma das mãos, e com a outra trouxe seu rosto até o meu. Encostei meus lábios no dele e 'pedi' permissão para que minha língua entrasse... Ele não era experiente, provavelmente nunca havia beijado alguém, mas seus lábios eram macios, e eu gostei disso...

    Empurrei-o contra a parede e continuei beijando-o. Interrompi, precisava respirar. Examinei-o por alguns segundos, ele ainda estava corado... E estava perfeito. Sorri e abracei-o forte, foi tão automático...

    Quando o soltei, ele apenas estava sorrindo... Era a primeira vez que mudara a expressão de seu rosto.

    Me virei e sai andando, logo todos chegariam, e eu não queria que nos vissem juntos... Por enquanto. Near ficou parado na sala, sem dizer nada. Fui para o meu quarto, logo ouvi barulhos pela casa, acho que todos deveriam ter chegado.

    A maçaneta começou a 'girar', e Matt entrou no quarto... Nós ainda o dividíamos.

    ? Que cara é essa, Mello? - Perguntou com seu sorriso de sempre. Ele era tão... Feliz.

    ? Nada demais. - Respondi sorrindo.

    Aquela cena continuava se repetindo em minha mente... E eu não iria esquecê-la.


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