Boa leitura ^^
Observando Uriel, Edward retirou o colar de seu pescoço e colocou no bolso do sobretudo, em seguida, fez o mesmo com a gravata. Depois ele retirou o sobretudo e cobriu Uriel.
— Precisamos deixar um recado — sugeriu Liz.
— Certo.
Edward pegou a Lizzie, segurou ela pela cintura e chegou perto da parede de pedra. Lizzie transformou seu braço na lâmina azul da foice.
— Escrever o que? — perguntou ela.
— Escreve que fui ao céu e já volto.
Lizzie escreveu.
— Ela precisa saber que foi você.
Lizzie escreveu “Assinado: idiota”
— Não me chame de idiota! Escreve direito!
— Tsc, ok.
Ela riscou o idiota e escreveu Ed.
— Meu nome verdadeiro, idiota!
Lizzie suspirou, riscou o Ed e escreveu Morte.
— Recado na parede nunca falha — disse Liz.
Os dois foram para fora da caverna, Edward se jogou da montanha e pousou criando uma cratera considerável. Aquela parte da floresta era aberta, não emitia nenhum som a não ser o soprar do vento.
Ele levou seus dedos até a boca, então assoprou. O barulho de seu assobio rompeu completamente o silêncio da floresta. O seu corvo apareceu planando no céu, ele ergueu o braço e esticou o dedo, então o pássaro pousou sobre. Edward trouxe o corvo para perto dele e começou a acariciar as costas da ave.
— Corvo, eu preciso que você encontre a Anne. Ao encontrar ela, não a perca de vista, entendeu?
O corvo crocitou como resposta. Edward o acariciou por mais um tempo, então moveu o seu braço, e o corvo voou.
Edward transformou a Lizzie em foice, mas, ao invés de chamas azuis ficar envolta da arma, alguns raios laranjas ficaram envolto da lâmina. O Selo cortou o ar, e logo em seguida uma fenda do tamanho dele foi aberta. A Lizzie voltou para sua forma Nephilim nos braços do Edward e, quando ele ia colocar ela em suas costas, Lizzie o abraçou e apertou.
— Não vai convocar os outros? — pergunto ela com a cara no peito do Ed.
— Não precisa, Liz. Vamos apenas checar.
— Estou com um mau pressentimento, Edward.
Ele sabia que a Lizzie era sensível para pressentir que as coisas estavam erradas. Mas ele tinha que ir.
— Não se preocupe, não deixarei você se machucar.
— É... eu sei. — Ela sorriu e escalou até as costas do Edward. — Vamos logo, então!
Edward e Lizzie entraram na fenda.
Do outro lado da fenda, havia nada. Apenas um plano totalmente branco, com uma outra fenda um pouco mais a frente deles. Edward começou a caminhar em direção a outra fenda, a cada passo que dava, pedaços do chão de pedra com escrituras rúnicas se formavam sob seus pés. Pode não parecer, mas, quem caísse desse chão, teria uma queda infinita. Demorou mais tempo que ele esperava até chegar perto da fenda, a noção de espaço naquele plano era incerto. Edward ficou parado em frente a fenda por um instante, então entrou.
Do outro lado da fenda, o império construído acima das nuvens, o céu. Uma extensa ponte se estendia na frente deles e, atrás, a beirada do céu com uma fenda gigantesca que fazia conexão com outro plano existencial (onde vivemos).
— Não era para ter um anjo para nos receber? — observou Liz.
— Sim. Era.
Lizzie apertou mais o Edward, então ele começou a acariciar a cabeça dela.
Edward começou a caminhar pela longa ponte de pedra. A cada passo, Lizzie sentia um aperto ao redor de seu coração, mas, quando Edward passou a mão em seu cabelo, sentiu essa sensação se dissipar.
Enfim, chegaram ao final da ponte, e estavam no lugar ondem os anjos usavam para descansar, um lugar perecido com uma área residencial, com construções muitos semelhantes a casas. Ao entrar nessa área, ele viu e confirmou algo que não queria: viram centenas de armaduras e asas de anjos caídas no chão. E, no plano espiritual, encontrar um par de asas caídas junto com a armadura, significava que aquele anjo havia morrido.
Edward prosseguiu vendo as armaduras e asas espalhadas pelo chão. Mas achou algo muito curioso: sangue e vísceras espalhadas pelo chão. Se havia sangue, havia seres que não foram criados para viver no plano espiritual.
Eles adentraram mais na área, até que chegaram ao centro. Na frente deles, havia um lanço de escada. E, ao final da escada, um pouco acima deles, estavam dois anjos. Um deles era Miguel, o outro era um anjo musculoso, com mais de dois metros; tinha uma espada quase do seu tamanho e larga, com o prateado bem polido. Seu nome era Natanael, cujo seu rosto não dava para ver, pois o capuz que saia de sua armadura o cobria. As armaduras que estavam vestindo eram prateadas, com um intenso brilho; e suas asas cristalinas estavam aplumadas em suas costas.
— Dou-lhes menos de um minuto para explicar o que está acontecendo aqui, Miguel e Natanael — indagou Ed friamente, erguendo seu olhar sério para eles.
— Não é obvio, Morte? — disse Miguel com a voz calma. Ele abriu os braços. — Agora o céu é nosso.
— E você não é mais bem-vindo aqui — completou Natanael.
— Por que tomaram o céu para si? — perguntou Ed.
Os dois ignoraram ele.
Lizzie foi transformada em foice, Edward a empunhou. Com um piscar de olhos, sua esclera ficou negra e sua íris com um azul mais intenso, em seguida suas chamas azuis envolveram seu corpo e a foice.
"Miguel e Natanael eu consigo segurar, mas...", pensou Ed olhando ao redor e vendo centenas de seres que, ao invés de braços e pernas, tinham lâminas afiadas e pontiagudas no lugar destes membros, e a pele do corpo parecia ser a de um boneco de pano, ."..nunca vi esses bichos feios".
— Nós os chamamos de Errantes — explicou Miguel, como que já soubesse o que Edward estivesse pensando.
Os Errantes avançaram para cima do Edward, que girou sua foice e a soltou, fazendo com que ela ficasse circulando seu corpo e criasse um tornado de chamas azuis com ele no centro. Os Errantes que chegavam perto eram cortados ou incinerados. Ao serem cortados, Edward percebeu que eles sangraram, logo teve a certeza que não eram do céu. Edward desviava dos ataques dos Errantes facilmente, e os cortavam logo em seguida.
Natanael colocou a mão no cabo de sua espada, mas Miguel esticou o braço dele, impedindo-o de sacá-la. Miguel tirou sua espada da bainha, então saltou em direção ao selo da Morte. Percebendo Miguel vindo, Edward logo moveu sua foice em direção a lâmina do Miguel, então houve o choque das lâminas. Os Errantes foram jogados longe pelo impacto das lâminas, e o som do vibrar delas ecoou pelo céu. Edward começou a abrir um sorriso, mas logo parou e voltou a seu estado sério.
"Não é hora para sorrisos", pensou.
Continua <3 :p