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É um capítulo "curto", mas que eu demorei um pouco a escrever, mas achei bem interessante e gostei das visões novas, e gostei de preencher uma lacuna que ficou entre aberta na troca da fase 1 para a fase 2.
POV – Kakashi
- Está na hora! – constatou assim que fechou o quimono
- Vamos. – respondi seco
- Não me culpe por essa situação, é algo além do que eu posso controlar. Queria ainda mais do que você permanecer aqui.
- Vamos. – repeti
- Por favor – ela implorou – não me culpe... – sua voz se encheu de dor, mas seus olhos já estavam vazios, era o modelo padrão das gueixas, sem emoção.
- Anne... – ela fixou seus olhos nos meus – não torne tudo pior. Apenas vamos acabar logo com isso. Vivemos um sonho, na verdade uma utopia. Mas, agora chegou ao fim, o seu clã está nos esperando, e quanto mais ficarmos aqui mais difícil ficará partirmos.
- Sinto muito! Quando tudo isso acabar será encontrará uma mulher capaz de transformar nossa utopia na sua realidade.
- Não quero outra mulher, já sabe disso.
- Vou continuar insistindo até que consiga convencer você
- E se eu concordasse? O que seria de você?
- Não sou importante!
- Anne..,- a repreendi
- Sofreria por isso, mas aceitaria, seria o melhor pra você.
- Chega! Não vou discutir com você. – abaixei minha bandana de forma a cobrir meu olho e estendi minha mão para ela
- Vamos! – disse pegando minha mão e colocando sua máscara
POV – Nora
- Vamos logo, Guy! – ele segurava minhas pernas chorando desesperadamente - Preciso que solte minhas pernas, vamos chegar atrasados
- POR FAVOR!!! – berrava chorando – NÃO VÁ EMBORA!!!
- Chega, Guy! – pus minhas mãos na cintura como uma mãe quando vai brigar com o filho – Você vai levantar agora! E nós vamos sair agora! Se não me obedecer vou lagar você aqui e vou embora sozinha com o Rasa.
Guy se levantou correndo e parou ao meu lado. Dei-lhe um beijo, o abracei e nos guiei para forma do quarto. Dei uma olhada para trás e observei aquele lugar onde passei momentos tão bons com ele.
POV – Donatella
- O que estamos esperando? – mas é claro que ao invés de me responder ele apenas deu uma longa tragada
- Estamos esperando os acompanhantes do Hokage. – Hajimo me respondeu
- Por que temos que esperá-los?
- Realmente não sabe? – Hajimo perguntou e bufei para ele. Era lógico que sabia a resposta, mas não queria esperar
- Tinha que ser você! – acusei assim que o Nara entrou na sala acompanhado do seu amigo loiro que tentara invadir minha mente
- Temos um problema! – o Nara me ignorou como se eu não tivesse falado com ele
- O que houve? – o Sandaime perguntou
- Jiraya...
- Onde ele está? Quero conhecê-lo!
- Por que essa animação repentina? – Hajimo estranhou meus modos afoitos
- Quero vê-lo! Por favor, Sandaime Hokage! – implorei
- Devo assumir que estou tão surpreso quanto o senhor Hõki. Por que essa euforia repentina para conhecê-lo?
- É que... – protelei, tentando conter a vermelhidão que tomava conta do meu rosto – Ele é uma espécie de lenda para as gueixas. O sannin que adotou uma gueixa, e justo a Herdeira Principal, que a amou sem desejar nada em troca, o homem com coragem para ir contra o Clã Oculto, capaz de aceitar uma gueixa, que é alguém inferior a ele, que se preocupa com ela, e... – soltei o ar que não percebi que prendia – Ele é fantástico, mostra que existe um mundo além do Clã Oculto, e que podemos de alguma forma fazer parte, e sermos aceitas nesse mundo, como pessoas normais... – lágrimas se formaram em meus olhos, mas eu precisava segurá-las ali
- Esse foi o discurso mais surpreendente que eu poderia ouvir sobre mim. – quando ouvi sua voz, elas desceram.
Fui fraca, e deixei minha emoção transparecer em meu choro de felicidade por conhecê-lo, por isso todos deveriam adorá-la, porque a Herdeira Principal com certeza não passaria por esse papel ridículo. Mas, sua voz era calorosa, paternal, até mesmo um pouco infantil, alguns poderiam o comparar com o papai Noel. Com certeza, ele superaria minhas expectativas.
- Sabe... Vocês gueixas são surpreendentes. Conseguem ser despretensiosas e ao mesmo tempo serem os seres mais fantásticos que existem. É uma honra representar tudo isso para vocês, embora não seja digno disso tudo. Apenas amo Anne, como se ela fosse minha de verdade.
- Mas, é capaz de amar todas nós, não é? –perguntei sem virar para ele, com medo de sua resposta
- Como não gostar de pessoas tão... Tão o que? – perguntou, mas ninguém o respondeu – Não sei dizer o que vocês são. Hahaha – ele riu de sua incapacidade de definição, e sorri junto
- Eu sabia que era muito mais do que imaginávamos – disse tomando coragem, e finalmente virei para encará-lo.
E lá estava ele. O homem mais encantador que eu poderia conhecer. Ele me olhava como se eu fosse alguém, uma pessoa comum, não era como o olhar do Sandaime de preocupação, ou do Nara de desconfiança, ou do Yamanaka de interesse em desvendar o que está em minha menta, ou de Hajimo que era de pena, nem menos o de Tenzõ que apenas me considerava uma missão. O dele era diferente. Eu era alguém. Alguém de verdade. Não havia como controlar, eu chorava de emoção por saber que eu era alguém de verdade.
- Não sou tão surpreendente agora! – ele riu
- Não! É com certeza absoluta melhor do que qualquer outra pessoa. Acho que realmente sou capaz de invejar alguém pelo motivo certo. Entendo agora o porquê de Ham...Anne agüentar todas aquelas torturas por vocês. – ele me encarou atordoado com a informação, e de alguma forma me pediu desculpas com seu olhar antes de tirá-lo de mim
- É por isso que preciso ir com você Sarutobi. Pode ser minha última oportunidade de vê-la, preciso saber como minha filha está.
- Kakashi está com ela...
- Mas eu não!
- Jiraya, não posso arriscar...
- Eu vou com ou sem sua autorização. Já obedeci uma vez e não foi nenhum pouco proveitoso para ninguém. Precisou até mesmo trocar o seu carpete. Consegue lembrar o por quê?
O Sandaime não respondeu, mas se mestre Jiraya fala da primeira vez que Anne esteve aqui, eu posso imaginar o porquê. Depois daqueles dias fora, ela retornou pelas mãos do próprio Grande Líder Samurai, totalmente suja e ensangüentada, mas aquilo não era o suficiente, nenhuma punição nunca era. Lembro de vê-la amarrada entre os tigres da praça central, da mesma forma que chegou durante uma semana, eu até esqueceria o tempo que ela permaneceu ali, mas durante esse tempo todos eram obrigados a ficar envolta dela, e como se fosse algum tipo de show e assistir ela ser torturada de todas as formas.
- Certo! – o Sandaime suspirou vencido – Você irá no lugar do Inoichi. Recomponha-se, Donatella.
Inspirei fundo para me acalmar, teria a companhia privilegiada de mestre Jiraya durante minha entrega, era mais do que eu poderia esperar.
POV – Sarutobi
Não fomos os últimos a chegar, tão pouco os primeiros, mas o importante era que conseguimos estar ali antes da hora prevista para a nossa autorização a entrar no Clã Oculto. Passei a analisar os membros que já estavam ali, Aldeias da Névoa, do Rio, do Chá, do Pássaro, da Areia. Guy estava ali atrás vestido como um membro de Sunagakure, e estaríamos em uma dívida enorme com eles por conta disso.
Nora estava a frente de Rasa com o quimono completo e a máscara, totalmente imóvel assim como as outras. Até mesmo para aguardar precisávamos respeitar a ordem do Clã Oculto. Tínhamos de ficar na sequência: Gueixa a frente, Kage atrás, dois protetores e no centro deles o homem para qual a gueixa fora dada.
Aos poucos todos os clãs foram chegando, em alguns poucos o Kage chegava acompanhado da gueixa com um jutsu de transportação, mas que só suportava duas pessoas, e depois de um tempo os demais membros chegavam, ou o contrário, e só então se organizavam. Mas, uma aldeia fez todos os olhares pararem nela.
Kumogakure.
De uma única vez todos os membros de Kumo estavam ali, pelo jutsu mencionado, e em posição perfeita. Não era de se espantar que aquela fosse a Herdeira Principal, mas ela era muito mais que isso, era a gueixa de Konoha, a filha adotada do meu pupilo, a pequena Anne, que continuava a ser pequena, afinal era a menor gueixa. Fixei meus olhos ali, e não vi a presença de Kakashi, mas ele assentiu para mim, estava usando um jutsu de transformação, uma saída inteligente.
Perdi tempo demais os olhando e quando percebi, todas as aldeias já estavam ali, só restava aguardar pelo fim de tudo aquilo.