|
Tempo estimado de leitura: 8 horas
18 |
POV – Kakashi
- É um lugar bonito afinal, achei que o Raikage iria querer me punir de alguma certa forma. – Anne disse de costas para mim tentando mascarar o que estava sentindo de verdade e me fazer esquecer o que havia acontecido, mas não iria adiantar
- O que foi tudo aquilo que aconteceu?
- Não quero falar sobre isso. – disse sem emoção
- Eu sei. Mas isso não quer dizer que não precise falar. O que foi aquilo?
- Exatamente o que você quer saber? – disse se dando por vencida, mais com um que de raiva por trás do tom perfeito, mas é claro, isso não seria percebido por ninguém mais
- Há muitas coisas que não posso deixar de perguntar. Mas, vou começar com Victor...
- Ele é um amigo muito fiel – ela respondeu antes que eu precisasse formatar a perguntar por completo. – Desde a última vez em que os vimos, Victor foi responsável pela minha segurança junto com Hi... Nora. Quando uma gueixa tem seu cabelo cortado ela se torna invalida, como um alimento podre, então é jogada aos abutres. Acho que se lembra dos impuros, certo?
- Sim.
- Foi no que nos tornamos, sujas, invalidas, mas sempre há a chance de voltar ao que chamamos de vida, é claro, essa não é uma tarefa simples. – Senti sua respiração começar a ficar um pouco irregular, ela estava segurando o choro, repelindo suas emoções- É preciso voltar como se nunca tivesse saído, por isso existem aqueles “ataques” para que se possa ter a oportunidade de se reerguer, mas isso não ocorre muitas vezes. Esperamos lutando contra todos ao nosso redor, caímos por cansasso várias vezes, e fora Victor quem nos ajudou. É um grande amigo apesar do jeito dele.
Ainda não sei como pude me surpreender com essa história, estou lidando com o Clã Oculto e ainda assim espero uma história melhor. Eu desejava trazê-la para mim, poder afagar seus cabelos e tentar amenizar as lembranças que a fiz reviver, que com certeza eram ainda piores do que eu podia imaginar.
Mas...
Eu não fiz isso.
Precisava ser egoísta. Precisava completar as informações que ela ainda escondia de mim, todas as que conseguisse arrancar. E trazê-la para mim me faria perder o foco, como sempre acontecia.
- O acordo com o Raikage? – perguntei ainda olhando para suas costas, ela não se virara em nenhum momento
- Não é algo para seu o nível. – eu entendi o que ela disse, mesmo estando no nível kage, não sou um, então, não devo saber
Permaneci em silêncio junto a ela, aguardando que ela voltasse a ter controle sobre suas emoções, mas muito além das necessidades de Anne, eu estava protelando por mim mesmo. Embora eu saiba que a pergunta precisa ser feita.
- Pergunte logo. – ele ordenou, já sabendo o que eu protelava
- Por que aquelas memórias? Eu sei que não era um genjutsu comum.
- Queria dar a chance de você desistir, ir embora...
- Não vou fazer isso! – a interrompi, e mais alguns minutos caíram sobre nós, até que eu tivesse coragem de perguntar novamente- Apenas responda, por que aquelas memórias?
- Eu já havia contado sobre o que fiz a seu pai, que ele morreu para me proteger; também sobre o que a minha vida fez a sua mãe, que morreu simplesmente porque eu era uma gueixa. – eu já conhecia essa parte, mas era parte do genjutsu, e embora eu não quisesse as ouvi de novo – Mas eu quis deixar o restante de fora, mas isso é cruel com você, porque eu tenho as respostas que podem ser capazes de curar as suas dores, e não quero dá-las. – ela parou de falar e deixou as lágrimas caírem finalmente, seria melhor para ela eu tinha certeza, já havia muita coisa reprimida dentro dela– Quer mesmo que eu continue?
- Não. – disse com sinceridade – Mas preciso... Mesmo que machuque você, eu preciso.
- Nada do que aconteceu me machuca, a única dor que tenho é de ser a responsável por quem você é hoje. Sua fama já se espalha por todos os países, não é fácil esconder o filho do Canino Branco, ainda mais se ele se torna capaz de copiar jutsus e é um assassino a sangue frio.
- Dessa forma me coloca como se eu estivesse sendo procurado, estou cumprindo as ordens. – ela suspirou pesadamente, agora com raiva.
- Quando ajudei o Yondaime Hokage também foi cumprindo ordens. – “Ela ajudou Minato sensei? Quando?” – O resultado foi a morte dele, de Kushima e um órfão. É claro, as ordens eram conflitantes, o Yondaime pediu que cercasse a aldeia e não deixasse ninguém sair, mas o Grande Líder Samurai ordenou que eu cercasse a Kurama e não deixasse ninguém se aproximar, eu tentei ser honesta e servir os dois, mas não deu muito certo. Enquanto protegia Konoha, Minato foi atrás da Kurama, então abandonei a aldeia e pessoas morreram, e quando cheguei até eles os isolei deixando-os obscurecidos, por isso demorarram tanto a encontrá-los, e quando encontraram não puderam entrar porque eu estava ali, apenas os assistimos morrer.
Foi ela.
Porque o Clã Oculto precisa estra sempre envolvido!
- Continue! –ordenei furioso, e a vi estremecer
- A morte de Obito não tinha sido planejada.
- As outras foram?
- Sim.
- Da forma que você disse a morte de Minato sensei, pareceu acidental.
- Ela foi, mas só pra mim. O Grande Líder Samurai sabia o que eu planejava, e sabia também que o Yondaime não abandonaria sua aldeia nem mesmo sua família, por isso, ele auxiliou a tirar a Kurama de dentro de Konoha. Sinto muito. – eu sabia que ela era uma vítima como todos os outros, mas não podia tirar a culpa dela dali
- Continue... – disse sem emoção
- Obito foi uma surpresa que foi bem recebida pelo Grande Líder Samurai, depois que ele separou a equipe Minato, fazer aqueles ninjas pegarem Rin foi fácil, assim como deixar Minato ocupado, foi bem mais difícil colocar aquela coisa dentro de Rin.
- O que era essa coisa?
- Eu não sei. Estava ali só para controlá-la. Mas ela não saiu de controle, Rin sabia quem eu era, o pouco tempo que tivemos sozinha ela dizia como você ficaria feliz por me ver, e que você e Obito chegariam logo. Ela achava que seriamos libertas juntas, mas eu não estava presa. Quando a colocaram amarrada para colocar aquilo dentro dela, que finalmente percebeu que eu não estava ali como ela, eu era parte deles. E vi o medo correr pelos olhos dela pela primeira vez. Depois que terminaram a deixaram ali comigo, ela chorava de dor e desespero, fui piedosa com ela – “Piedosa?” – e a desamarrei, mais além de todas as ordens que estavam na minha cabeça e o meu novo nome, ainda havia um ciúme muito grande. Eu coloquei na mente dela, de que seria uma boa morte morrer pela mão de quem se ama, e quando você a matou eu vi que ela havia aceitado a minha sugestão.
- Você fez com que ela se matasse por ciúme, e é capaz de falar que foi piedosa porque a desamarrou. Que tipo de pessoa doentia você é? – eu estava chorando de fúria, as lágrimas desciam sem que eu as deixasse, mas o meu ódio fazia isso, antes que eu percebesse havia diminuído a nossa distância – Vira pra mim. – gritei, mas ela não se moveu, então, segurei seus braços com força e a virei imprenssando-a na parede.
Seu rosto não era mais perfeito pra mim.
Suas lágrimas mancharam a sua maquiagem extravagante, que antes lhe parecia tão perfeita; seus lábios estavam vermelho sangue, mas não pelo seu batom, mas pelas feridas que ela provocou neles, talvez eu não percebesse a diferença, mas o sangue escoria pela boca, como um vampiro. Porém o mais impressionante eram os olhos. Ainda havia neles um ar de selvageria, como tigre cansado por ter acabado de caçar; eles estavam marcados em volta pela maquiagem fantasmagórica que suas lágrimas fizeram e extremamente vermelhos; e embora o negro deles estivesse acentuado pela dor, eles estavam mais claro do que jamais estiveram, eu poderia ler sua alma se quisesse, mas eu não quis.
Porque naquele momento...
Eu a odiava.
Era fácil entender o porque o Grande Líder Samurai ter me torturado usando essas memórias, porque era sempre ela. E a melhor forma que ela encontrou de me contar foi fazendo o mesmo.
- Continue – sussurrei, segurando seu braço direito
- O Grande Líder Samurai, não gostou que a garota se matou antes do momento que ele queria, mas conseiderou proveitoso ter tido a morte de mais um Uchiha e por ela ter morrido pelas suas mãos, ainda mais depois de saber que aquela foi uma ideia minha, mas ainda assim eu fui punida. Não era o suficiente para ele. – ela estava fria de novo, como se nada daquilo a abalasse, mas o estrago já estava exposto em seu rosto, e ela não conseguia fechar as portas para sua alma que seus olhos abriram. – Foi uma morte rápida demais, ele queria e faria de uma forma bem mais lenta.
Bati com a mão direita na parede ao lado da cabeça dela, e o chidori, que eu nem percebi que estava na minha mão fez um buraco na parede, e queimou parte do arranjo que estava no cabelo de Anne, mas mesmo assim, ela não se moveu nenhum pouco.
- Eu não tenho medo. – disse me encarrando – Minha vida não faz diferença, eu poderia morrer agora, e seria o mesmo que se eu nunca tivesse existido, nem mesmo o Grande Líder Samurai sentiria minha falta, ele arrumaria uma substituta para mim, não haveira o que escrever na lápide, porque eu não tenho um nome e nem mesmo um clã, afinal as aldeias são ocultas, não os clãs. E eu realmente acredito que deva ser bem melhor morrer pela mão de quem se ama. É uma falsa sensação de piedade.
Ainda havia uma carga de fúria e ódio muito grande em mim, mas vê-la exposta assim me feria mais do que qualquer outra coisa. Sua alma me mostrava a dor e o medo que ela queria esconder, e muito além disso, me mostrava que ela acreditava que o que dizia era verdade.
Relaxei minhas mãos, desfazendo a prisão que fiz para ela, suspirei deixando meus ombros relaxarem, abaixei minha máscara para respirar melhor, tirei minha bandana e fiquei encarando o símbolo da folha ali. No final ser um ninja não servia para muita coisa, talvez não servisse para nada, fiquei olhando-a cair sobre os meus pés, e só quando vi a barra daquele kimono frente aos meus pés voltei a sentir a respiração falsamente controladoa de Anne, ela realemente não se movera nenhum pouco.
Olhei dentro dos seus olhos, querendo entender o que a deixava parada ali. E eu vi o que eu estava reprimindo em mim de forma exposta nela. O amor dela por mim vazava de sua alma, e qualquer um poderia vê-lo ali agora, mas não havia nada de passivo na postura dela, talvez alguns se apavorassem com a visão dela agora. Parecia uma gueixa saída de um filme de terror.
Não resisti.
Colei meus lábios nos dela de forma afoita e um tanto quanto bruta, e sua reação foi imediata, ela me acompanhava tranquilamente, como se já estivesse esperando isso de mim. Seus lábios tinham gosto de sangue, ainda assim, era incrível beijá-la. Aproximei mais meu corpo do dela, pressionando-a contra a parede, intensifiquei meu beijo e ela correspondeu a altura, nossas línguas se moviam em sintonia, nada parecia fora de ordem, ela era o próprio desejo.
Ela se afastou para respirar, inclinando seu rosto um pouco para o lado, me dando acesso a seu pescoço, afastei um pouco do kimono que o cobria e depositei ali um grandioso chupão, fazendo-a se arrepiar e tremer em minhas mãos. Se havia uma coisa que qualquer idiota sabia sobre o Clã Oculto era que as gueixas eram perfeitas, mas isso era tudo o que a minha despresava, ela iria adorar ver uma marca de imperfeição feita por mim. Subi seu pescoço enchendo-o de beijos e parei para morder sua orelha.
- Eu amo você. Não me importo com o que você fez, só com quem é agora.
- Isso é errado, e vai machucar ainda mais você. Como sempre acontece quando está comigo, é inevitável. – ela ainda estava resignada em me afastar, embora estivesse falhando consideravelmente
- Sabe o que é realmente inevitável? Não amar e desejar você.
- Isso é muito errado, e é inadimissivel, totalmente contra as regras. – sorri, ela não tinha mais argumentos
- Sabe, mesmo que seja proibido eu vou continuar aqui, sou atraído para você.
A beijei novamente antes que ela pudesse tentar recomeçar a me afastar.
POV – Kakashi
- É um lugar bonito afinal, achei que o Raikage iria querer me punir de alguma certa forma. – Anne disse de costas para mim tentando mascarar o que estava sentindo de verdade e me fazer esquecer o que havia acontecido, mas não iria adiantar
- O que foi tudo aquilo que aconteceu?
- Não quero falar sobre isso. – disse sem emoção
- Eu sei. Mas isso não quer dizer que não precise falar. O que foi aquilo?
- Exatamente o que você quer saber? – disse se dando por vencida, mais com um que de raiva por trás do tom perfeito, mas é claro, isso não seria percebido por ninguém mais
- Há muitas coisas que não posso deixar de perguntar. Mas, vou começar com Victor...
- Ele é um amigo muito fiel – ela respondeu antes que eu precisasse formatar a perguntar por completo. – Desde a última vez em que os vimos, Victor foi responsável pela minha segurança junto com Hi... Nora. Quando uma gueixa tem seu cabelo cortado ela se torna invalida, como um alimento podre, então é jogada aos abutres. Acho que se lembra dos impuros, certo?
- Sim.
- Foi no que nos tornamos, sujas, invalidas, mas sempre há a chance de voltar ao que chamamos de vida, é claro, essa não é uma tarefa simples. – Senti sua respiração começar a ficar um pouco irregular, ela estava segurando o choro, repelindo suas emoções- É preciso voltar como se nunca tivesse saído, por isso existem aqueles “ataques” para que se possa ter a oportunidade de se reerguer, mas isso não ocorre muitas vezes. Esperamos lutando contra todos ao nosso redor, caímos por cansasso várias vezes, e fora Victor quem nos ajudou. É um grande amigo apesar do jeito dele.
Ainda não sei como pude me surpreender com essa história, estou lidando com o Clã Oculto e ainda assim espero uma história melhor. Eu desejava trazê-la para mim, poder afagar seus cabelos e tentar amenizar as lembranças que a fiz reviver, que com certeza eram ainda piores do que eu podia imaginar.
Mas...
Eu não fiz isso.
Precisava ser egoísta. Precisava completar as informações que ela ainda escondia de mim, todas as que conseguisse arrancar. E trazê-la para mim me faria perder o foco, como sempre acontecia.
- O acordo com o Raikage? – perguntei ainda olhando para suas costas, ela não se virara em nenhum momento
- Não é algo para seu o nível. – eu entendi o que ela disse, mesmo estando no nível kage, não sou um, então, não devo saber
Permaneci em silêncio junto a ela, aguardando que ela voltasse a ter controle sobre suas emoções, mas muito além das necessidades de Anne, eu estava protelando por mim mesmo. Embora eu saiba que a pergunta precisa ser feita.
- Pergunte logo. – ele ordenou, já sabendo o que eu protelava
- Por que aquelas memórias? Eu sei que não era um genjutsu comum.
- Queria dar a chance de você desistir, ir embora...
- Não vou fazer isso! – a interrompi, e mais alguns minutos caíram sobre nós, até que eu tivesse coragem de perguntar novamente- Apenas responda, por que aquelas memórias?
- Eu já havia contado sobre o que fiz a seu pai, que ele morreu para me proteger; também sobre o que a minha vida fez a sua mãe, que morreu simplesmente porque eu era uma gueixa. – eu já conhecia essa parte, mas era parte do genjutsu, e embora eu não quisesse as ouvi de novo – Mas eu quis deixar o restante de fora, mas isso é cruel com você, porque eu tenho as respostas que podem ser capazes de curar as suas dores, e não quero dá-las. – ela parou de falar e deixou as lágrimas caírem finalmente, seria melhor para ela eu tinha certeza, já havia muita coisa reprimida dentro dela– Quer mesmo que eu continue?
- Não. – disse com sinceridade – Mas preciso... Mesmo que machuque você, eu preciso.
- Nada do que aconteceu me machuca, a única dor que tenho é de ser a responsável por quem você é hoje. Sua fama já se espalha por todos os países, não é fácil esconder o filho do Canino Branco, ainda mais se ele se torna capaz de copiar jutsus e é um assassino a sangue frio.
- Dessa forma me coloca como se eu estivesse sendo procurado, estou cumprindo as ordens. – ela suspirou pesadamente, agora com raiva.
- Quando ajudei o Yondaime Hokage também foi cumprindo ordens. – “Ela ajudou Minato sensei? Quando?” – O resultado foi a morte dele, de Kushima e um órfão. É claro, as ordens eram conflitantes, o Yondaime pediu que cercasse a aldeia e não deixasse ninguém sair, mas o Grande Líder Samurai ordenou que eu cercasse a Kurama e não deixasse ninguém se aproximar, eu tentei ser honesta e servir os dois, mas não deu muito certo. Enquanto protegia Konoha, Minato foi atrás da Kurama, então abandonei a aldeia e pessoas morreram, e quando cheguei até eles os isolei deixando-os obscurecidos, por isso demorarram tanto a encontrá-los, e quando encontraram não puderam entrar porque eu estava ali, apenas os assistimos morrer.
Foi ela.
Porque o Clã Oculto precisa estra sempre envolvido!
- Continue! –ordenei furioso, e a vi estremecer
- A morte de Obito não tinha sido planejada.
- As outras foram?
- Sim.
- Da forma que você disse a morte de Minato sensei, pareceu acidental.
- Ela foi, mas só pra mim. O Grande Líder Samurai sabia o que eu planejava, e sabia também que o Yondaime não abandonaria sua aldeia nem mesmo sua família, por isso, ele auxiliou a tirar a Kurama de dentro de Konoha. Sinto muito. – eu sabia que ela era uma vítima como todos os outros, mas não podia tirar a culpa dela dali
- Continue... – disse sem emoção
- Obito foi uma surpresa que foi bem recebida pelo Grande Líder Samurai, depois que ele separou a equipe Minato, fazer aqueles ninjas pegarem Rin foi fácil, assim como deixar Minato ocupado, foi bem mais difícil colocar aquela coisa dentro de Rin.
- O que era essa coisa?
- Eu não sei. Estava ali só para controlá-la. Mas ela não saiu de controle, Rin sabia quem eu era, o pouco tempo que tivemos sozinha ela dizia como você ficaria feliz por me ver, e que você e Obito chegariam logo. Ela achava que seriamos libertas juntas, mas eu não estava presa. Quando a colocaram amarrada para colocar aquilo dentro dela, que finalmente percebeu que eu não estava ali como ela, eu era parte deles. E vi o medo correr pelos olhos dela pela primeira vez. Depois que terminaram a deixaram ali comigo, ela chorava de dor e desespero, fui piedosa com ela – “Piedosa?” – e a desamarrei, mais além de todas as ordens que estavam na minha cabeça e o meu novo nome, ainda havia um ciúme muito grande. Eu coloquei na mente dela, de que seria uma boa morte morrer pela mão de quem se ama, e quando você a matou eu vi que ela havia aceitado a minha sugestão.
- Você fez com que ela se matasse por ciúme, e é capaz de falar que foi piedosa porque a desamarrou. Que tipo de pessoa doentia você é? – eu estava chorando de fúria, as lágrimas desciam sem que eu as deixasse, mas o meu ódio fazia isso, antes que eu percebesse havia diminuído a nossa distância – Vira pra mim. – gritei, mas ela não se moveu, então, segurei seus braços com força e a virei imprenssando-a na parede.
Seu rosto não era mais perfeito pra mim.
Suas lágrimas mancharam a sua maquiagem extravagante, que antes lhe parecia tão perfeita; seus lábios estavam vermelho sangue, mas não pelo seu batom, mas pelas feridas que ela provocou neles, talvez eu não percebesse a diferença, mas o sangue escoria pela boca, como um vampiro. Porém o mais impressionante eram os olhos. Ainda havia neles um ar de selvageria, como tigre cansado por ter acabado de caçar; eles estavam marcados em volta pela maquiagem fantasmagórica que suas lágrimas fizeram e extremamente vermelhos; e embora o negro deles estivesse acentuado pela dor, eles estavam mais claro do que jamais estiveram, eu poderia ler sua alma se quisesse, mas eu não quis.
Porque naquele momento...
Eu a odiava.
Era fácil entender o porque o Grande Líder Samurai ter me torturado usando essas memórias, porque era sempre ela. E a melhor forma que ela encontrou de me contar foi fazendo o mesmo.
- Continue – sussurrei, segurando seu braço direito
- O Grande Líder Samurai, não gostou que a garota se matou antes do momento que ele queria, mas conseiderou proveitoso ter tido a morte de mais um Uchiha e por ela ter morrido pelas suas mãos, ainda mais depois de saber que aquela foi uma ideia minha, mas ainda assim eu fui punida. Não era o suficiente para ele. – ela estava fria de novo, como se nada daquilo a abalasse, mas o estrago já estava exposto em seu rosto, e ela não conseguia fechar as portas para sua alma que seus olhos abriram. – Foi uma morte rápida demais, ele queria e faria de uma forma bem mais lenta.
Bati com a mão direita na parede ao lado da cabeça dela, e o chidori, que eu nem percebi que estava na minha mão fez um buraco na parede, e queimou parte do arranjo que estava no cabelo de Anne, mas mesmo assim, ela não se moveu nenhum pouco.
- Eu não tenho medo. – disse me encarrando – Minha vida não faz diferença, eu poderia morrer agora, e seria o mesmo que se eu nunca tivesse existido, nem mesmo o Grande Líder Samurai sentiria minha falta, ele arrumaria uma substituta para mim, não haveira o que escrever na lápide, porque eu não tenho um nome e nem mesmo um clã, afinal as aldeias são ocultas, não os clãs. E eu realmente acredito que deva ser bem melhor morrer pela mão de quem se ama. É uma falsa sensação de piedade.
Ainda havia uma carga de fúria e ódio muito grande em mim, mas vê-la exposta assim me feria mais do que qualquer outra coisa. Sua alma me mostrava a dor e o medo que ela queria esconder, e muito além disso, me mostrava que ela acreditava que o que dizia era verdade.
Relaxei minhas mãos, desfazendo a prisão que fiz para ela, suspirei deixando meus ombros relaxarem, abaixei minha máscara para respirar melhor, tirei minha bandana e fiquei encarando o símbolo da folha ali. No final ser um ninja não servia para muita coisa, talvez não servisse para nada, fiquei olhando-a cair sobre os meus pés, e só quando vi a barra daquele kimono frente aos meus pés voltei a sentir a respiração falsamente controladoa de Anne, ela realemente não se movera nenhum pouco.
Olhei dentro dos seus olhos, querendo entender o que a deixava parada ali. E eu vi o que eu estava reprimindo em mim de forma exposta nela. O amor dela por mim vazava de sua alma, e qualquer um poderia vê-lo ali agora, mas não havia nada de passivo na postura dela, talvez alguns se apavorassem com a visão dela agora. Parecia uma gueixa saída de um filme de terror.
Não resisti.
Colei meus lábios nos dela de forma afoita e um tanto quanto bruta, e sua reação foi imediata, ela me acompanhava tranquilamente, como se já estivesse esperando isso de mim. Seus lábios tinham gosto de sangue, ainda assim, era incrível beijá-la. Aproximei mais meu corpo do dela, pressionando-a contra a parede, intensifiquei meu beijo e ela correspondeu a altura, nossas línguas se moviam em sintonia, nada parecia fora de ordem, ela era o próprio desejo.
Ela se afastou para respirar, inclinando seu rosto um pouco para o lado, me dando acesso a seu pescoço, afastei um pouco do kimono que o cobria e depositei ali um grandioso chupão, fazendo-a se arrepiar e tremer em minhas mãos. Se havia uma coisa que qualquer idiota sabia sobre o Clã Oculto era que as gueixas eram perfeitas, mas isso era tudo o que a minha despresava, ela iria adorar ver uma marca de imperfeição feita por mim. Subi seu pescoço enchendo-o de beijos e parei para morder sua orelha.
- Eu amo você. Não me importo com o que você fez, só com quem é agora.
- Isso é errado, e vai machucar ainda mais você. Como sempre acontece quando está comigo, é inevitável. – ela ainda estava resignada em me afastar, embora estivesse falhando consideravelmente
- Sabe o que é realmente inevitável? Não amar e desejar você.
- Isso é muito errado, e é inadimissivel, totalmente contra as regras. – sorri, ela não tinha mais argumentos
- Sabe, mesmo que seja proibido eu vou continuar aqui, sou atraído para você.
A beijei novamente antes que ela pudesse tentar recomeçar a me afastar.