|
Tempo estimado de leitura: 8 horas
18 |
Vamos ver se consegui responder mais algumas coisas. E espero não ter criado tantas dúvidas agora, só teve uma bem grande que foi proposital.
Esse capítulo escrevi ao som de Seafret - Oceans, se puderem( e quiserem) ler a letra, acho que complementa o todo do capítulo.
POV – Nora
Fomos atacados durante todo o tempo até o amanhecer, quando a sirene tocou novamente. Vi Emilly se jogar no chão de joelhos e apoiar suas mãos naquele chão de pedras.
Ela havia nos salvado.
Eu nunca conseguia pensar rápido o bastante quando estávamos em ataque, e nem tinha a mesma força e habilidade dela. Talvez estivéssemos mortos sem ela aqui. Olhei para trás e vi os dois dormindo, a noite não fora tão difícil para eles.
Fui até eles, nós precisávamos voltar. Ainda estávamos expostos, mas agora a outro tipo de ameaça. Acordei-os e sorri para eles.
- Bom dia!
- Bom dia! - Tenzõ me respondeu se espreguiçando
- Emilly? – Kakashi perguntou pelo novo nome dela, ele já estava melhor e podia se mover bem novamente. “Graças a ela, como sempre.” Antes que eu pudesse responder, ele a viu, mas Tenzõ entrou em sua frente.
POV – Tenzõ
- Preciso que me responda. Por que veio atrás de mim? Você realmente iria me matar senpai?
- Antes de ser seu mentor, eu sou o líder anbu e devo obedecer às ordens de mestre Danzõ.
- Então, você iria me matar. Por que faria isso?
- Você realmente não percebe? – mas Nora não deveria saber o porque. “Será que todos sabem menos eu?” – Seria para deletar informações. Em qualquer aldeia, quando um membro é perdido, só há duas opções: o resgate ou o assassinato. E a sua aldeia escolheu matar você.
Konoha me queria morto.
- Fui escolhido para vir resgatá-lo e se falhasse deveria matá-lo. Éramos 10 homens, uma parte fugiu, e os que entraram comigo foram mortos. Não preciso matar você, porque esteve com elas durante todo o tempo, Emilly não machucaria você.
- E por que aceitou? Achei que éramos amigos.
- Somos amigos. Por isso aceitei. Queria que você fosse salvo e se fosse necessário que sua morte foi rápida e a mais indolor possível.
Fiquei em silêncio digerindo aquilo tudo. Ele iria me matar para que eu não sofresse por outros, era contraditório, mas eu o entendia.
- Vamos! – a voz dela ainda me afetava muito, mas eu não iria tentar encostar em Emilly.
POV – Emilly
- Eles precisam comer Emilly. Eles não são como nós. – Nora disse assim que entramos, e ela estava certa. Eles dois haviam se jogado no chão, embora a descida não tenha sido tão cansativa assim.
- Vai ficar tudo bem. Só cuide deles. – sai e fui atrás da única pessoa capaz de resolver esse problema. Meu pai, o Grande Líder Samurai
…
Entrei na sala e reverenciei meu pai, e mantive minha cabeça ao chão.
- Ainda não consigo me acostumar com quão bonita você é sem sua máscara. Mas, é por isso que eu lembro que você deve ser escondida e podada, para ser a gueixa perfeita. E o que queres, minha pequena?
- Grande Líder Samurai, venho oferecer-lhe um acordo, em troca de comida aos prisioneiros que me dera.
- Que eu lembre só lhe dei um prisioneiro.
- A segunda miranai e eu estamos em total acordo da divisão parcial de ambos os prisioneiros.
- Certo, certo. E o que eu ganho com isso?
- O que quiser de mim.
- Uma troca justa.
- Irmão, providencie comida e leve para a sua filha. – “Então, ele sempre soube que era Nora.” Meu tio saiu da sala e soube que era hora de começar a tortura. Levantei e fiquei de pé com minha postura rígida. Eu odeio ter que estar com ele.
- Vou mostrar pra você o que vou fazer com você, depois que for uma Maiko. – ele entrou na minha mente, com aqueles olhos, que eu ainda não tinha.
POV – Nora
- Acalmem-se! Emilly é a filha do Grande Líder Samurai, ela é a herdeira principal. É só por isso que estão vivos, por isso tem comida aqui para vocês, então, parem de tentar sair daqui. Vocês estão aqui, porque ela quer. Se saírem, estarão mortos. – eles se acalmaram, pelo menos não estavam mais em posição de ataque – Sentem-se e comam.
- E você? – Tenzõ perguntou e era justo respondê-lo
- Não podemos comer. Comemos a cada uma semana, assim, estaremos mais habituadas para uma batalha, pois a fome não será um problema e temos mais resistência física assim.
- Eu odeio o seu Clã.
- Seja bem-vindo ao clube, amigo. – não pude deixar de sorrir para eles, e eu já era capaz de entender todo o cuidado que Emilly tem com eles.
…
POV – Tenzõ
Emilly estava no balanço, sozinha, mas ela não ria como da primeira vez, também não estava em pé. Ela estava sentada, olhando para o nada, sem emoção. E eu estava sentado no chão de pedra daquele penhasco, observando a beleza triste dela.
Ainda não entendia o porque dela não querer que Kakashi senpai e Nora viessem conosco. Ela os deixou na praça central, onde Nora disse ser seu lugar favorito, e veio comigo para cá.
Foi estranho porque não havia feridas nela, como em Kakashi senpai, quando ela voltou do seu encontro com o Grande Líder Samurai. Tudo o que havia acontecido de trágico entre todos nós, era o oceano que nos separava agora. E ninguém sabia como atravessá-lo…
POV – Nora
- Vamos! – ele me olhou espantado – Vamos!
- Ela disse que não nos queria lá.
- E você faz o que ela quer? Não acredito que ela goste de você por causa disso. – ele sorri para mim
- Tudo o que eu não faço é obedecê-la. Mas ela precisa de espaço agora.
- Se obedecesse ela, seria só mais um. Não, ela precisa jogar fora, o que está guardando. E não me diga que você prefere ficar aqui, porque acho que não ouviu nem metade do que eu disse. – ele sorriu por trás da máscara e fomos para onde estavam Emilly e Tenzõ.
Mas, ainda não entendo o porque da máscara, eu o vi ferido e sem a máscara e ele é lindo, mais ainda assim se esconde, vai entender.
POV – Kakashi
Assim que Tenzõ nos viu veio até nós. Ele estava visivelmente incomodado de estar com ela. Nora sorriu para mim e começou a descer o penhasco com ele.
Vi a minha triste Emilly no balanço, cercada pelo oceano de dor que estava tentando reprimir. Já conheci seu pai de formas diferentes e sabia o que ele era capaz de fazer, e apesar de todas as feridas que ele abrira em meu corpo, as únicas que ainda doíam eram as que ele me fizera reviver na minha mente.
- Emilly... – ela desceu e olhou para mim e eu fui afogado em seus olhos.
Eu queria sair dali, mas não conseguia abandoná-la, iria morrer afogado junto com ela, eu sempre queria estar com ela, mesmo quando ela tentava se esconder de mim.
Estávamos afundando...
Eu não era o suficiente para ela, Emilly sempre mereceu algo melhor.
Ela fechou os olhos, e eu voltei para onde estava. Ela me salvara dela mesma, mas era que quem deveria ter feito isso...