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POV – Kakashi
Estávamos nos olhando ao que eu diria serem horas. Fechei meu olho sharingan,e quando o fiz, ela fechou os olhos e rompeu nosso contato visual. Foi quando ouvi o barulho.
Quatro samurais apareceram na nossa frente, um deles parou atrás dela, e pôs a mão na cabeça da mesma. Parecia que ele estava recolhendo informações dela, mas não conseguia dizer isso com certeza, a máscara que eles usavam me impedia de ler seus olhos, só podia tentar ler seus movimentos. Ela bateu o pé no chão, e os quatro anbu que me acompanhavam ficaram de pé com as mãos amarradas, e cada samurai segurou um pela corda que os amarrava, exceto eu, ela me levava.
Passamos por uma praça onde havia dois tigres de pedra enormes e seguimos por dentro daquele clã quase totalmente silencioso, exceto pelos gritos que surgiam, vez ou outra. Agora eu entendia o que era o jutsu de abafamento de som do qual falaram uma vez.
Entramos dentro de um palácio clássico. E na sala estava aquele homem. Eu reconheci aquela máscara com tanta facilidade quanto reconheci os olhos dela.
- Esse clã está mesmo movimentado. Mas esse com certeza foi um grupo melhor do que o primeiro, afinal, minha filha perdeu sua máscara. Então, agora temos 6 intrusos, mas devo assumir que esperava mais da anbu de Konoha.
- Esse garoto... – disse o homem que estava atrás do Grande Líder Samurai
- Controle-se, irmão. Esse é um amigo da minha pequena filhinha. Como é seu nome mesmo?
- Hatake Kakashi.
- Ele é o filho do Canino Branco.
- Acalme-se, a vida dele já não nos traz preocupação e se você está nervoso por uma criança. Não é digno se chamar de irmão do Grande Líder Samurai.
- Perdoe-me, senhor. Mas é o segundo ataque seguido que recebemos, acredito que o melhor seria trocar as protetoras das fronteiras. – o Grande Líder Samurai assentiu – Subam apenas um nível, coloquem Maikos.
- Minha pequena filha, os samurais já pegaram todas as suas informações, quero que volte para a guarda do nosso primeiro intruso, ainda tem permissão para continuar a ver e falar, assim como a segunda guardiã que você escolheu, deve andar sempre com ela. – ela abriu novamente os olhos, e aquele foi o sinal de concordância com as ordens – E sobre esses novos intrusos, alguma objeção?
- Não. – a voz dela estava sem vida, está podada assim como seus olhos – Nenhum deles é importante para mim, eles não são meus amigos, afinal isso não existe no mundo shiboni.
Então, ela iria nos deixar ali para o que quer que fosse acontecer. Era cruel, ela sabia quem eu era, ela fez uma promessa comigo, e estava me deixando ali. Queria gritar com ela, contar tudo o que aconteceu, todas as perdas que tive, tudo o que eu fiz, tudo o que ela me causou.
Mas eu não fiz.
Fiquei parado e acompanhei ela sair daquela sala. Não sei porque, mas acho que foi a melhor decisão que tomei. Ela não mostrava nada, eles eram irônicos com ela, e talvez os gritos que ouvíamos me fez temer gritar qualquer coisa contra ela. Reprimi todas as dores que eu tinha e que ela havia me causado agora só por me deixar ali.
Era melhor assim. Esse era o único jeito de saber que os gritos não vinham dela, porque isso sim é algo que me machucaria mais do que qualquer outra coisa, assim como foi da primeira vez. Assim que ela saiu a porta foi fechada.
- Matem-nos. – “O quê? Ele já vai nos eliminar”
O irmão do Grande Líder Samurai puxou sua espada e a lançou, ela decepou a cabeça dos outros quatro ninjas que me acompanhavam, e a espada voltou para ele.
- Levem os corpos, e limpem a katana, não gosto de sangue nela. E não entrem novamente até serem chamados. – em questão de segundos as ordens foram executadas e me vi com uma katana no pescoço
- Você realmente se parece muito com Sakumo, é fácil entender porque não conseguíamos te encontrar. – “Eles queriam me encontrar?” – Mas agora está tudo resolvido, você está nas minhas mãos e...
- E você não fará nada. Sou o Grande Líder Samurai, e quero o garoto vivo. Saia. – o homem que queria me matar saiu, mas ainda não sentia bem, o Grande Líder Samurai ainda me assustava muito mais – Levante garoto, não gosto de falar com pessoas que pareçam estar implorando piedade.
- Vamos ver o que você tem para mim. - Ele se levantou, parou na minha frente e olhou dentro dos meus olhos, embora não lembrasse quando abri o meu olho sharingan. “Espera, aquilo era um sharingan? E um rinegan? Como? Como ele podia ter ...”
- Pai?
Vi o corpo do meu pai no chão da nossa casa, ele estava morto, havia se matado por ter sido desonrado, culpa dele mesmo que não obedeceu as regras.
- Eu odeio você! – gritei chorando para aquele corpo sem vida - Por você nunca ter me falado sobre a minha mãe, por você me deixar sempre sozinho, por ter errado em sua missão, por admirar tanto você, por...
Joguei-me no chão e chorei ao lado do corpo que um dia fora do meu pai.
Levantei-me depois do que pareceram horas, sem lágrimas e sem emoção. Estava como as pessoas deveriam me ver, vazio...
Fazia toda a força que podia para retirar aquela pedra, mas ela não se movia. Não tinha forças o suficiente, Obito falou comigo, ele sabia que era o fim.
Joguei-me no chão ao lado de Obito e chorei. Estava vivendo aquilo outra vez, primeiro meu pai, agora Obito.
-Merda...Merda! – me arrependi diante de um amigo que nunca dei valor, mas apesar do momento terrível foi ali que comecei a entender um pouco melhor o meu pai.
- Proteja Rin, Kakashi. – vi a caverna cair em cima de Obito e enterrá-lo ainda vivo.
Esvaziei-me de emoções, afinal, ainda estávamos em missão. Segui sem olhar para Rin, apenas segui e ela me acompanhou. Se a visse, iria fraquejar, mas precisava protegê-la esse fora o último pedido de Obito e eu não podia falhar...
Estava com meu braço atravessado no corpo de Rin. Eu estava matando-a. O meu chidori havia sido cravado em seu peito. "Como eu pude fazer isso? Eu prometi a Obito. Esse foi seu último pedido, e eu falhei..."
Estava vazio de novo.
Minato sensei era tudo o que me restara e agora ele havia morrido; junto com Kushima. Se antes eles já me achavam frio e sem emoções agora seria pior...
Estava de volta aquela sala, mas agora havia dor, algo eu meu rosto sangrava, foi então que percebi que ele havia quebrado o meu nariz para me tirar do genjutsu que ele mesmo havia me posto.
- Foram lindas memórias. – disse como o verdadeiro sádico que era – Nenhum grito, só lágrimas, eu gosto disso. Vamos nos divertir muito essa noite...
E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, tudo começou de novo