Rumo certo

POV – Emilly

Está na hora de voltar. Saltei do balanço ainda no ar e corri um pouco até alcançar minha estabilidade no chão. Só ouvi Tenzõ me gritando ao longe. “Ele é realmente bobo.” Já estava prendendo o meu cabelo, quando ele desceu.

  - Você... não pode...fazer isso! – disse sem fôlego – Achei que você fosse saltar no abismo. – apenas sorri para a revolta dele e comecei a descer. Ele suspirou, mas desceu atrás de mim, logo ficando ao meu lado.

POV – Kakashi

A estratégia de invasão estava montada cada um sabia o seu papel na missão, a parte mais fácil seria entrar no Clã Oculto, mas sair seria quase impossível. É claro, agora não tinha como voltar atrás, já estávamos seguindo para o Clã Oculto, chegaríamos ao amanhecer, talvez até antes disso. Mas, nada disso me importava de verdade.

Tentei esvaziar minha mente das possíveis formas de derrota que poderíamos sofrer. E enquanto corria, pensava que corria de encontro aquilo que me trouxe tudo o que eu queria que era uma família, e me tirou tudo de uma forma tão rápida quanto me deu.

POV – Tenzõ

Descemos o penhasco em silêncio, tirando os momentos em que eu falava sobre a paisagem, do balanço, e de qualquer outra coisa que me viesse a mente, mas ela não respondia, apenas sorria, vez ou outra. “Mas por que ela parou de falar?”

- Chegamos. – ela disse quando paramos na praça principal. – Preciso falar com alguém muito importante, você deve me esperar aqui. E para manter sua segurança você vai deixar esse leque aberto na sua frente, e não deve baixá-lo em hipótese alguma. Entendeu?

- Sim, mas por que isso tudo? – as ordens rápidas e sem emoções dela me deixaram curioso e preocupado com o que iria acontecer. Mas ela apenas me ignorou.

 - Tome. – disse colocando o leque seguro em minhas mãos, e abrindo-o na minha frente como um escudo. E assim que terminou saiu correndo tão rápido que não consegui identificar para onde ela foi.

Olhei para o leque e vi que ele tinha a mesma estampa de tigre que o kimono dela tem. Ele se parecia um pouco com ela, era selvagem e parecia preso, como se estivesse domado. Não sei quanto tempo perdi olhando para aquele tigre, mas retornei a realidade com um grito, e quando levantei minha cabeça, senti uma dor de leve no pescoço por ter ficado tanto tempo olhando para baixo.

Olhei ao meu redor e não havia ninguém. Só ouvia alguns gritos ao longe, eles estavam mais comuns agora à noite. “Será que algum deles está vindo de Emilly?” Espantei esse pensamento. E olhei para os dois tigres de pedra que havia ao meu redor.

  - Emilly não está gritando, não é mesmo? Quem seria capaz de machucá-la? – espera, estou falando com tigres de pedra. Levei uma das mãos ao meu cabelo e o despenteei. Enquanto fazia isso dois samurais pararam a minha frente.

Eles não falaram nada, mas, com toda certeza, eles estavam prontos a me atacar. Mas suas máscaras baixaram para o leque que estava aberto em minhas mãos e saíram dali. Foi de fato os 5 segundos mais estranhos que havia passado até agora.

- Essa é Nora, o que você em Konoha diria ser, minha prima. Ela vai ficar com você até amanhã de manhã. Quando posso buscá-lo novamente. Seja bom para ela, como foi comigo. Ela está quebrando tantas regras quanto eu para estar sem máscara e poder falar com você. – Emilly, tomou o leque da minha mão, fez uma reverência a Nora e antes que qualquer um pudesse se mover ela saiu.

- Oi, sou o Tenzõ. Eu vim de ...

- Konoha, eu sei. Emilly me disse. – Parece que é uma mania delas, não deixar você concluir as frases. – Vamos, já é tarde, não devemos ficar aqui em pé.

POV – Emilly

Abandonei-os e voltei ao meu posto na fronteira. Estava colocando Nora em algo muito perigoso, mas não havia ninguém dentro de todo o Clã Oculto em quem eu pudesse confiar. Nem mesmo em Nora, mas depositei toda a minha esperança de que ela cumprirá o significado de seu nome, honra.

Mais um invasor, esse clã está bem movimentado. Puxei-o com a força do ar produzida pelo leque e o pus na minha frente. “Droga! Um clone das sombras.” Kunais vinham para cima de mim em todas as direções, como ainda não conhecia nenhum jutsu rápido o bastante que me livrasse de todas elas, então, pulei da árvore e fui ao chão, caindo de pé. Fazendo as kunais atingirem a árvore onde eu estava.

“Idiotas!” Eu estava no chão, tinha a vantagem de conhecer todo o terreno e podia ouvir cada movimento deles nas árvores. Abri o leque e o lancei. “O quê? Mais clones das sombras? Parece que esse grupo não é tão burro.” Levantei a mão, mas o leque não voltara, até que senti uma ardência. Eles lançaram uma shuriken transformada, e me fizeram acreditar que era o meu leque. Sacudi a mão, e deixei a shuriken cair levando um pouco do meu sangue com ela.

Nesse rápido segundo, fui cercada, por todos os lados, e usando uma kunai, o laço que amarrava a minha máscara fora cortado, e junto com ele os que amarravam a minha boca e vendavam meus olhos. E se estava com o rosto exposto por ter um adversário a altura, era digno de que meu olhos colaborassem para a minha vitória. Então, eu os abri...

POV – Kakashi

Foi quando ela abriu os olhos que o plano falhou.

Aqueles olhos...

Eu os reconheceria em qualquer lugar. Eram os olhos dela.

Não importava que o rosto dela estivesse escondido atrás da pesada maquiagem, eu os reconheci, sabia que eu s reconheceria em qualquer lugar.

Mesmo estando presos, ainda eram selvagens, queriam desafiar o mundo e mesmo estando vazios de emoção, ainda passam sentimentos muito fortes. Como sempre foi, ela me passava inúmeras contradições, mas que pareciam ser a melhor forma de explicar tudo.

  Não foi preciso do sharingan, como estava no plano, para eu ler tudo isso que estava em nosso oponente, os olhos dela simplesmente me contaram que foram podados pelo Clã Oculto.

O leque que estava na mão esquerda dela, foi girado acima de sua cabeça e nós todos fomos parar a metros de distância dela. Ela fez rápidos movimentos com as suas mãos, e todos os outros anbu que a cercavam, estavam enterrados no chão, isso claro, aqueles que não haviam fugido antes.

Éramos cinco agora, e eu era o único que estava de pé.

Joguei o leque de volta para ela, que o pegou com a mão direita, mesmo eu sabendo que essa estava ferida, mas eu aprendi que ela não se importa com a dor. Ela o ergueu em minha direção, e mesmo conseguindo ler o que ela iria fazer, não tive coragem de me mover, e ela me prendeu contra uma árvore, usando o vento.

Estávamos derrotados. A missão iria ganhar um novo plano, embora ainda estivéssemos no rumo certo, entrar no Clã Oculto.

Ela continuou parada me olhando, embora em nenhum momento tenhamos quebrado o contato visual.         

  POV – Grande Líder Samurai

- Tudo segue o plano perfeitamente, Grande Líder Samurai. A miranai capturou os recém invasores, e já está sendo auxiliada por Samurais, para trazê-los até nós. A primeira isca encontra-se junta a miranai. 

- Como eu já sabia, tudo segue o rumo certo. Emilly envolveu Nora, sem que fosse preciso nenhuma direção para isso. E muito, além disso, o ódio que construímos nela a respeito de Konoha está surtindo efeito, ela já é capaz de capturar sua própria “família”. Quando tudo terminar, vamos eliminar das duas gueixas principais as suas purezas.