Carmesim

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Primeira Retaliação

    Álcool, Estupro, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Violência

    Dentro de um quarto da residência dos Kuwabaras o silêncio era interrompido por duas respirações. Uma era ressonante, uniforme e quase inaudível sobre o tamborilar da chuva lá fora. Já a outra soava irregular, quase arquejante. A menina ferry continuava dormindo tranqüila sem desconfiar da presença tão perto dela, apoiada num joelho ao chão ao lado de sua cabeceira. O rosto dele estava tão próximo do seu que seus fôlegos se chocavam.  

    - Acho que não foi uma boa idéia... Ele ficou furioso.

    O youkai tremeu as pálpebras levemente com o sussurro, o início da lembrança. Mexer com memórias era uma arte sutil que há pouco tempo ele aprendeu a manipular. Três anos alterando as memórias dos ningens perdidos em Makai e ainda não era bom nisso. Sempre sobrava um mal feito. No entanto, para se amalgamar com a mente de Botan, Hiei teve que aumentar o contato. Puxou levemente rosto dela enquanto tombava o seu para baixo até tocar a testa com a dela. O jagan não pressionava a pele macia, mas a aproximação surtiu efeito.  Aos poucos a nevoa que tomava o vazio que havia encontrado se dissipou e os sons ficaram mais claros, as imagens nítidas. 

    HIEI POV

    Mergulhado na lembrança, via através dos olhos dela o longínquo corredor de pedra e mármore negro onde caminhava. O teto alto e côncavo permitia uma acústica alta. Poderia se ouvir de longe se viria alguém no outro extremo. O túnel perto do passadiço de observação. Ficava um nível abaixo do escritório de Mukuro. Os passos dela eram altos, ecoavam no ambiente vazio enquanto andava. Ela murmurava cada coisa sobre mim. Seus pensamentos então...

    Por um momento achei que ele fosse me matar! Que olhar foi aquele, meu Deus?! Só avisei que Yukina se casou. Certo, ele acha o Kuwabara um idiota, mas eles se amam poxa. Nem me deixou contar da cerimônia. Se bem que... Ainda bem que não. Hiei não gosta dessas coisas, tem nojo. Falando nisso...

    Ela estremeceu suspirando aliviada e então parou olhando ao redor.

    - Aonde será que ele foi?

    Por que essa idiota continua parada? Senti uma sensação de confusão vindo dela aumentando quando mordeu o lábio.

    - Er... talvez o gabinete da senhora Mukuro fica praquele lado.

    Voltou a andar, observando mais em volta. Atenta demais. Inacreditável. Essa mulher havia se perdido. Ela estava cada vez entrando na ala dos guerreiros de alta patente. Ao passar pela bifurcação dos corredores ouvi um barulho que a onna não escutou. Me concentrei mais e até que entendi. Eram passos, a 10 metros de distancia atrás dela.

    O perseguidor estava cauteloso então ele se moveu. O calafrio varreu a espinha dela quando o frio de medo a percorreu e ela se virou, materializando aquele remo. 

    - O..que?

    Tarde demais.

    Um borrão azul cortou a distância em segundos passando por ela e depois arquejei de dor, trancando os dentes. Ela berrou, o corredor entortando ao cair no chão agarrando a perna. O quimono empapava rápido num liquido morno, sem falar da ardência da carne cortada. O osso partido da perna disparava choques de dor por todo o corpo enquanto alguém ria. Levantando o rosto quase não enxerguei o demônio, as lagrimas de agonia embasava a forma em pé ao seu lado.

    - Co..como? Quem é você?!

    As lagrimas dela transbordaram e vi. Me afastei da dor que não era minha respirando fundo. O demônio de pele azulada e cabelos negros sorria lambendo o sangue na foice em seu braço. Pelas roupas surradas, a calça bufante e o colete no torso era um soldado raso. Engolindo o sangue ele suspirou gemendo. Disparando o coração dela.

    - Deu mesmo certo.

    - O.. oque? Fica longe de mim!

    Se arrastando no chão ela conseguiu se levantar e ele caminhou avançando devagar. O sorriso descarado dele aumentou mais essa raiva. Os olhos negros desciam e subiam por ela, me dando nojo e na shinigami pavor.

    - Funhas de kamataichis são capazes de cortar qualquer ser sobrenatural. Achei que Kiri estaria me zoando.

    Prendi o fôlego junto dela. Eu pela menção do nome e ela de choque. O desgraçado olhou sobre seu ombro, a distraindo e então sumiu outra vez. Aparecendo atrás dela a agarrou, afundando o rosto em seu pescoço. O asco do contato misturado ao pânico dela foi forte demais. Essa mulher fechou os olhos, girando o braço livre pra trás com toda a força.

    - HIEI!!!!

    O que?

    Abri os olhos encarando o rosto adormecido, rompendo a ligação das imagens. Ela já estava ficando pálida e suada no entanto, ainda fiquei atônito enquanto ouvia ainda a lembrança.

    - Sua vagabunda! Vai me pagar!

    - Socorro!!!

    Ele gargalhou causando ondas de pânico na shinigami. Eu sentia que ela segurava alguma coisa pesada, mas com os espasmos de desespero mal matinha nas mãos.

    - Ninguém virá vadia. Eu vou quebrar o resto desse remo na sua cara.

    - HIEI!!!!

    - Cale essa maldita boca!

    Rápido fechei os olhos. As paredes do túnel corriam velozes, transformando em borrão de pedra e mármore. Ela... como estava fugindo nessa velocidade? Logo me situei da razão. Sentada naquela coisa ela voava pelo túnel desesperada, procurando uma saída. O tempo todo gritava meu nome, me deixando perturbado, mais do que já estou.

    Vi essa idiota indo cada mais abaixo, entrando em corredores menores tentando despistar o demônio em seu encalço. Não... não é isso. Aturdido entendi o que estava fazendo. As cegas ela me procurava. Entrando mais em pânico. Numa virada em outra bifurcação um peso se chocou com ela, a derrubando no chão. Ela e o youkai rolaram até pararem. Ele ficou acima dela. Aqui quase não havia luz e o sujeito cheirou o cabelo dela, lambendo sua bochecha.

    - Para! Sai de cima de mim!

    - Doce. Então esse cheiro vem de você gracinha?

    - Egar?

    Ela não via quase nada de tão escuro que estava. Mas o nome foi suficiente. Os olhos escarlate do demônio em cima dela se desviaram para a esquerda, uma boa chance de se soltar dele, mas o cretino cravou o joelho na coxa dela cortada. A dor quase me cegou de tão lacerante. A ligação estava tênue demais.

    Me distanciei um pouco e finalmente pude assistir como queria. O cretino que a derrubou no chão agarrou seus cabelos, soltando-os e arrancando mechas.

    - Ei Nakoto, olha só isso aqui!

    Sacudindo-a pelos cabelos eles riram dos seus gritos e disseram outra coisa. Não me importei estava entrando num torpor estranho. A raiva havia aumentado de uma maneira... se transformando numa coisa doentia misturada em ódio e ira,  impossível de reprimir. Arquejando assisti eles a arrastarem pelo corredor. Mesmo sem ver por estar enxergando tudo pelos olhos dela sei aonde iriam, era a entrada do estádio onde passei meio ano lutando quando vim Makai A porta só podia ser aberta com autorização.

    Estremeci mais forte, ouvindo os risos e os gritos dela. Três pares de olhos vermelho-sangue a rodeavam. Ela quase conseguiu se soltar com a energia que tinha, mas a pegaram. Derrubaram-na naquele chão imundo, um deles a jogou pra longe quando me chamou outra vez e a shinigami se chocou com uma parede. Tão violento que ouvi o som de ossos partindo.

    Achei que iria desmaiar quando caiu escorregando, mas não. Fraca tentava se levantar, pelas dores quebrou umas costelas, o pulso talvez. No entanto, um pensamento seu interrompeu minha atenção.

    Ele tinha que está aqui. Hiei não podia ter me deixado sozinha!

    O buraco no meu peito rompeu quando prendi o fôlego. Chocado e outra emoção que não discernir bem. Era intensa, corrosiva aumentando quando os desgraçados resolveram parar de brincar. Em meios aos gritos ao lhe rasgarem tanto a pele como a roupa, escutei um dizer como ela se assemelha com uma koorime. Esse eu pegarei primeiro.

    Enquanto um maldito a segurava pelos braços contra o chão, um deles caiu sobre ela, se enfiando entre suas pernas e ouvi ele sorrir. Arquejando dos espasmos de ira, um atrás do outro me percorrendo, ele sussurrou algo a deixando mais apavorada. Eu devia ter parado de assistir, mas alguma coisa me fez relaxar e encarar com frieza o estupro. Levei um tempo pra notar que estava contando. Quantas vezes eles subiam em cima dela, cada osso que quebraram do seu corpo. Um deles a bateu na cara por que a onna não parava de berrar meu nome. Era outra coisa que estava me estilhaçando a razão.

    Ela não notava que a cada vez que me chamava, eles ficavam mais violentos? Mulher idiota.

    - Já devia ter percebido que eu não viria.

    Entreabri os olhos, rompendo a ligação mental. A garota choramingava tremendo encolhida sob o lençol, o rosto brilhando de suor. Fitei-a mais um pouco afastando o rosto e escorreguei a mão por seu rosto, o encaixando na minha palma. Num instante ela suspirou, parando os tremores o pranto menos intenso. Franzi a testa estranhando. Eu não usei o Jagan ainda, como ela se acalmou?

    De qualquer modo, já consegui o que queria. Levantando o chão me afastei da cama indo até a janela. Ao amarrar a faixa outra vez percebi que estava sorrindo de canto, meu corpo estremecia leve com o ar frenético que sentia. Uma junção de ódio, ira, o sentimento estranho eu tinha amortecido deixando o desejo de sangue se sobrepor.

    Saltando da janela vi que o amanhecer se despontando ao leste.

    Acho que vou me divertir muito, hoje.

    BOTAN POV

    No dia seguinte acordei confusa e tremendo de frio. Olhei para janela e suspirei emburrada.

    - Shizuru.

    Por que ela abriu outra vez? Ta certo que o frio noturno me ajuda a dormir melhor, mas poxa, assim eu pego um resfriado. Levantei da cama e fechei a janela. Ao me voltar para cama minha perna direita dobrou, quase me fazendo cair no chão se tivesse me apoiado na cômoda. Arfei de susto.

    - Estranho. Era pra estar bem melhor.

    Eu não sentia dor. Hiei foi embora tão cedo daqui. Ele era um demônio e a marca... quer dizer, ele disse ser um estigma queima na presença de um. Era o começo da punição como o sacerdote declarou na corte. Lembrar disso me deixa triste, fui tão humilhada e meus amigos, Ayame, George... foram proibidos de me dirigir a palavra.

    Bom, não posso mais me atormentar por isso. Hoje começa meu emprego. Keiko me pediu para ser a secretária no restaurante. Cuidar das contas e etc. Achei que ela me colocaria como servente. Soltei um risinho penteando meu cabelo e trançando. Ela gritou comigo quando disse isso.

    Saindo do quarto me deparei com uma cena curiosa. Shizuru fazia uma careta entre tédio e surpresa, o cigarro quase caindo dos lábios enquanto ouvia no telefone.

    - Tem certeza?

    Piscou confusa e então ela suspirou jogando os cabelos sobre os ombros. Estava usando um suéter e uma calça jeans até os joelhos.

    - Olha aqui. Eu não sei se Botan precisa saber disso.

    O que? O que tem haver comigo?

    - Shizuru.

    Ela apenas me olhou de soslaio e suspirou outra vez.

    - Depois a gente conversa kazu.

    Kuwabara gritou do outro lado, mas ela não se importou. Desligou na cara dele. Fechando o rosto emburrada, segurei os quadris. Ela tava me escondendo alguma coisa.

    - O que eu não preciso saber? Hein?

    - Não é nada grave.

    - Como assim não? Kuwabara parecia histérico. Eu escutei os gritos daqui.

    Dando a volta na bancada ela se sentou no sofá e cruzou as pernas dando uma outra tragada no cigarro. Isso me aborreceu. Poxa! Era uma fofoca das boas, eu sinto isso e não conseguia me agüentar de curiosidade. Bati o pé impaciente.

    - Shizuru!

    Levantando as mãos ela me encarou entediada.

    - Ok. Depois não me diga que não avisei.

    - Fala logo.

    Entrei de uma vez na sala e sentei no braço do sofá. Tirando o cigarro dos lábios, ela me olhou pensativa, achando graça da minha ansiedade e deu os ombros.

    - Ontem a noite alguém atacou seu ex-chefe.

    Meu queixo caiu. Logo meu peito se apertou, segurei a gola do robe angustiada.

    - Sério?

    - Unhum. Foi lá pela meia-noite. O horário que as câmeras de vigilância viram ele entrar no escritório, depois o sinal foi cortado.

    - Meu Deus. E ele está bem? Foi grave?

    Fumando ela olhou para o vazio.

    - Sim e não. Não roubaram nada, mas...

    - O que?

    Ela só me encarou cautelosa e taquei uma almofada no sofá nela.

    - Fala logo.

    - Ta bem.

    Jogou o travesseiro de volta. O peguei emburrada um pouco, mas ao abaixar do rosto vi a seriedade tomar o rosto dela.

    - Shizuru.

    - Kazu me disse que só não mataram ele, porque esse tal Koenma é imortal. – deu uma pausa e suspirou – o acharam numa poça do próprio sangue e uma das paredes arrebentada.

    Todo meu sangue fugiu do rosto. Problemas a parte com as mudanças que fez, o senhor Koenma era o filho do rei Enma. Quem seria insano o suficiente pra fazer essa loucura?

    BOTAN POF

    Makai 

    HIEI POV

    Todas as manhãs havia um assentamento de treino perto das planícies de sangue.  A areia tinha um tom tão escarlate sob a luz do meio-dia ao por do sol, lembrando essa cor e achei ideal começar por lá minha diversão. Eu sinto que algo estava errado comigo, não deveria me sentir tão calmo. Até essa madrugada quase explodia de ódio.

    Conforme eu caminhava entre as áreas de lutas os guerreiros me foram abrindo passagem assentindo mal me olhando na cara. Ouvi alguns gemerem de medo e olhei de relance. O ogro quase infartou quando fiz isso e ignorei. Estava encarando mais a frente, para o grupo de classe baixa que treinava luta corpo a corpo com armas. Quando parei na roda que berrava para os dois demônios, rápido calaram a boca e os dois logo pararam. O espanto era notável principalmente no kamataichi desgraçado.

    - General, o que faz aqui?

    - Matar o tédio.

    Relancei os olhos para o demônio de pele azul e o ódio vazou. Ouvi um arquejo geral, mas pouco me importei

    - Você! – o cretino pestanejou de susto - Pegue a arma que quiser e venha comigo.

    - Mas...

    - Agora, verme.

    Um do seu bando jogou uma espada para ele. E dei meia volta. Eu estava chamando atenção, nunca fiz isso nesses quase quatro anos desde que fui nomeado general dos guerreiros de Mukuro, mas foda-se. Era um direito meu torturar os novatos e fracos que inventarem de unirem a ela. Mukuro não admitia ninguém insignificante sob seu domínio. Então, não estava fazendo nada demais em juntar o útil ao agradável hoje.

    Fui direto para o campo mais aberto. Colocaram pedras ao redor transformando-o numa arena afim de evitar que a areia atrapalhasse mais do que o objetivo. Condicionando físico em terreno arenoso. Fazia o corpo se movimentar mais fácil em qualquer outro terreno. Mas não foi pra isso que escolhi aqui. Eu queria platéia. Num salto pousei no centro e logo o desgraçado também. Todos os guerreiros se juntaram nas margens de pedra, ávidos para assistir. Saquei a espada o encarando enquanto o verme engoliu convulcionamente.

    - A regra é mesma. Aquele não se manter mais de pé receberá horas dobradas de patrulha.

    Uns começaram a uivar outros riam dele. Mas apenas me mantive sério. Minha mente começou a apagar aos poucos, diminuindo meu campo de visão. Tudo o que via era ele. O sujeito arregalou os olhos, vai saber o porque e ouvi o grito da partida. Corri para cima dele, em segundos sem dar chance. A meio metro saltei pra cima, aparecendo e ele me acompanhou desembainhando a maldita foice. Os olhos estavam desesperados e sorri de canto me deixando cair quando ele deu golpe mirando meu pescoço. No golpe da espada, girei desviando torcendo o braço acertando a katana no calcanhar direito. Rangi os dentes e puxei a lâmina pra cima, sumindo outra vez.

    O berro de dor quando ele caiu na areia fez todos rirem, até perceberem o que fiz. O silencio mortal era cortado apenas pelos gritos dele.

    - Minha perna! A minha perna!!!!

    - O que é isso?

    - Nakoto fez alguma coisa que irritou o general, eu disse!

    Parado a poucos metros do desgraçado assistia ele tentar juntar os pedaços. Inútil, dividi em duas. Tremendo caminhei até ele lambendo o sangue que respigou no meu rosto. Ele estremeceu de pânico e saltei outra vez. Caindo em cima de sua perna fatiada. O osso da tíbia quebrou e o berro lancinante me fez lembrar de outro. Muitos outros.

    - Qual o problema? Você consegue agüentar uma coisinha dessas.

    Apertei a bota no osso vendo com prazer ele chorar.

    - Eu.. eu desisto!

    O que? Eu mal comecei. Estreitei os olhos.

    - Acha que vou parar só porque desistiu verme? Ainda está falando.

    Ele arregalou os olhos de choque, o medo exalar como uma nuvem densa. Cretino... Explodi o punho esquerdo em fogo, dando um golpe da katana terminando de cortar o membro. Ele se tentou me chutar com a perna boa e desviei num pulo caindo arrastando as botas, ao mesmo tempo que ele se levantou, se jogando até mim. A velocidade era boa, mas não tanta.

    Corri desviando e desaparecendo. O cercando ao mover ao seu redor, levantando a areia. Logo uma nuvem levantou e aumentei meu youki. Queimando a areia os grãos viraram vidro e atirei todos com balanços da katana nele, as rajadas de vento e vidro o cortando aos poucos. Logo estava todo lacerado e parei de brincar. Fui pra cima dele, a nuvem ainda girando na ‘arena’ e puxei o braço, o socando na boca. Dentes quebraram, mas não deixei que caísse. Apareci em suas costas o chutando e comecei a surra-lo. Por todos os lados.

    Num momento, ouvi um zunido a minha esquerda quando a areia abaixou e me esquivei pro lado, me jogando na parede pedra e peguei impulso, me atirando de volta. Quase desmaiando o desgraçado tombava pra frente girei no ar explodindo a espada com meu youki dando um golpe, forte e violento como ele fez.

    Caí agachado mais a frente, já com a katana normal. O silencio foi insurdecedor até que escutei dois baques abafados na areia. Me endireitei olhando para o corpo do primeiro maldito. O tronco esfolado caiu para a direita e o resto do corpo pra frente. O demônio ficou irreconhecível de tão vermelho e cortado que deixei. Sem falar nada saí andando. Ninguém me parou e senti o medo pairar no ar. Mas queria saber quem foi o idiota que me atirou aquilo. Depois que tomar um banho procurei por ele e aproveito pra ir atrás do segundo. Esse era mais complicado. Era o chefe das armas.

    ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

    Durante o resto do dia fiquei dentro da fortaleza, procurando por Egar. Aquele maldito nojento fazia parte dos setenta e sete guerreiros. Consequentemente chegaria aos ouvidos de Mukuro do que estou fazendo. Ela que não se intrometa. Desde sempre me via uma hipótese de quem poderia ter tirado a onna da fortaleza e somente me vinha uma resposta.

    Youkai dissimulada.

    Enquanto desci as escadas para o andar médio, o mais comum e permitido a todos, entreouvi conversas interessantes.

    - Como foi que disse?

    - Ele mutilou Nakoto devagarinho.

    - Não, ele cortou Nakoto ao meio no treinamento.

    - Idiotas. O general fez as duas coisas. Ele ficou louco, só pode.

    Então a noticia já se espalhou. Dane-se. Era um aviso para o que esperava Kiri. Esse será mais bem interessante quando chegar a sua hora.

    Terminei de descer a escadaria e dei uma olhada ao redor. Estava lotado como sempre. Isso era mal. Mas não iria me parar. Corri desaparecendo na multidão até o youki que senti assim que pisei nesse salão. Parando perto de uma estatua, dei a volta e vi o segundo. Esse eu quebraria mais um pouco.

    Caminhei calmamente, vendo-o rir de uma piada suja que seus bajuladores fizeram e sem cerimônia parei perto de uma mesa e chutei a atirando direto nele. O imbecil apenas arregalou os olhos. Gritou afinado estalando num pilar. Espumando de raiva se levantou olhando ao redor, pros guerreiros calados e confusos.

    - Quem diabos fez isso?!

    Quase ri. Indo até ele.

    - Responda. Eu quero que o cretino mostre sua cara agora!

    - Olhe para direita.

    O coração dele saltou uma batida, reflexo de pânico e me obedeceu. Ao me encarar nos olhos viu que eu sabia. Enxerguei o pavor ao constatar isso. Dando um passo, sussurrei estremecendo sentiu o ódio voltar.

    - Só pra você saber, o que viu na arena nem passa perto do que farei agora.

    - Mas.. Mas Hiei, eu..!

    Rangi os dentes mais perturbado e soquei seu rosto. Os ossos da mandíbula esmagaram, sangue respingou sujando meu punho enquanto o corpo do monstro se arrastava no chão, abrindo uma vala até bater num pilar. Todos os guerreiros berraram indignados. Agitados de raiva.

    - O que está fazendo Hiei?!

    - Só porque virou um dos consortes de Mukuro acha que tem poder?

    - Vamos acabar com ele!

    - Assim Mukuro descarta esse moleque.

    Explodi meu youki estremecendo de ódio. A energia dourada se agitava ao meu redor feito línguas de fogo, aumentando enquanto todo o piso lascava, os pedaços subindo com a pressão no ar. De cabeça baixa segurei o punho da katana presa nas minhas costas, os gritos viraram sussurros e então pararam.  Enquanto sacava a espada devagar, o rangido metálico cortando esse silencio, levantei o olhar encarando através de umas mechas o verme verde estremecer de terror, sua boca nojenta e quebrada cuspindo sangue.

    - Só vou falar uma vez. Quem se meter... morre.

    HIEI POF


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