Um Homem de Sorte.

  • Belly
  • Capitulos 6
  • Gêneros Universo Alternativo

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 6

    Suposições.

    Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Sexo, Violência

    Um Homem de Sorte.

    Sasuke.

    Acelerei a velocidade do automóvel novamente.

    Havia me atrasado para buscar a linda garotinha de cabelos pretos.

    Era mais do que óbvio de quem ela era filha. Logo de cara quando vi um cara moreno me cumprimentando na casa de Sakura, soube que ele era o pai de Sarada. Dizer que ele não era o pai dela, era a mesma coisa que dizer que Itachi não era meu irmão. Claro, porque infelizmente o cujo dito era a minha cara. Só que digamos, mais velha - prefiro simplificar como minha aparência no futuro. Itachi, Itachi. Porque tínhamos que ser tão semelhantes?

    Sai, era gente boa. Fato de que saber que ele e Sakura já tiveram alguma coisa, não uma coisa não. Eles tiveram uma filha, juntos. Isso me incomodava de alguma forma. Não que fosse do meu interesse ficar cuidando da vida dos outros.

    Principalmente da vida de Sakura.

    E já pela sua reação, soube que ela não tinha gostado muito de mim.

    Ser observador tem lá suas vantagens, ou nesse caso desvantagem. Sim, pois como eu iria contar a ela toda a verdade? Se é que eu ia querer revelar algo.

    Pelos poucos dias - e momentos - que fiquei perto da mulher de cabelos róseos, percebi o quanto temperamental ela é. Meio invasiva com quem ela não gosta, agressiva com quem a rebate. E hostil com que ela quer longe.

    No lance, eu.

    Tsc.

    É claro que isso me irritava, afinal não havia dado motivos para ela ser assim comigo, para me odiar. Ainda.

    Eu não temia o que me ocorresse. Mas esta era uma falsa afirmação que vinha me deixando nervoso. Cada vez mais eu me apegava a elas. Sim, elas: Sakura, Sarada e até mesmo Tsunade.

    E não tinha como eu mentir. Até por eu estar praticando esta ação já revelava os laços que estavam se formando.

    Eu estava indo buscar Sarada na escola.

    Estacionei em frente ao estabelecimento em uma das vagas livres que tinham pelo estacionamento. Sai do carro indo em direção a área de alunos e crianças que circulavam pelo local.

    Recostei ao lado de um dos grandes pilares de entrada. Avistei Sarada saindo de dentro da escola e acenei para que ela me visse. Ela me olhou abrindo um grande sorriso deixando amostra sua pequena janelinha seguido dos outros dentes brancos.

    Correu em minha direção mas chegando perto de mim parou de supetão em minha frente. Ela já havia me explicado das outras vezes quando fui busca-la que não gostava de demonstrar afeto em público - ou na frente dos colegas, pelo menos. Isso me lembrava eu quando era criança, quando minha mãe ainda era viva e vinha me buscar na escola eu odiava que ela me enchesse de beijos e abraços perto de meus amigos.

    Credo, aquilo era constrangedor.

    Ofereci minha mão para a pequena menininha, ela segurou e voltou seu olhar para o chão prestando atenção onde pisava. Ou talvez estivesse perdida em pensamentos.

    - Poxa... A mamãe não veio me buscar de novo. - sua voz saiu mais como um muxoxo triste. Eu sabia como ela era apegada em Sakura. Mas a cuja ali, tinha que ter ido beber além da conta. Sim, isso havia me irritado profundamente hoje à tarde.

    Porém não nego que tinha gostado de ajuda-la. Quem sabe meu instinto protetor ainda desse sinal de vida dentro de mim.

    - Sua mãe teve alguns contratempos... - respondi colocando o cinto de segurança nela. - Mas você não gosta quando eu venho te buscar? - perguntei fingindo estar triste com a situação.

    - Não! - ela respondeu rapidamente. - É que... É que... - repetiu corando e abaixando a cabeça, mas logo me olhou e desviou os olhos para outro lugar me respondendo prontamente. - Mamãe não gosta de você, pronto falei!

    Novidade - pensei irônico.

    Disso eu já suspeitava, mas agora era verídica a confirmação. E novamente a sensação de incomodo me veio à mente. Bem, não podia culpar Sakura, e muito menos obrigá-la a ir com minha cara. Isso era algo que eu pretendia mudar com o tempo.

    Mas arrancar informações, nunca é demais.

    - Hum... Sua mãe não gosta de mim... E você sabe o porquê? - perguntei ligando o carro.

    - Também não sei... Mas mamãe sempre diz que você é misterioso, ou que esconde algo... Você tem segredos Tio Sasuke? - eu poderia ter freado o carro bruscamente, mas me lembrei da segurança de Sarada.

    Engoli seco e manejei a cabeça em sinal negativo.

    Então Sakura já desconfiava de mim. E ela suspeitava de que eu escondia alguma coisa. Que eu tinha segredos. Bem, ela não estava errada a fazer estas ponderações. Mas isso só seria talvez de certa forma um pouco cômica, se meus segredos não envolvessem ela.

    Balancei a cabeça tentado dissipar meus pensamentos incomodadores. Voltei minha atenção me concentrando na estrada.

    Não demorou muitos segundos e Sarada já me contava como fora seu dia na escola.

    Escuta-la falar de suas histórias e acontecimentos me faziam rir de vez em quando. Sarada era realmente uma criança muito especial. Assim como a mãe dela também era uma pessoa muito alegre. Pelo menos quando não estava perto de mim.

    - Tio Sasuke. - a garotinha sentada no banco de trás me chamou. Olhei pelo espelho do carro a ouvindo. - Você vai ir no festival das flores que vai ter quando acabar esse mês?

    - Festival?

    - É, o festival das flores. A cidade toda faz isso para celebrar a chegada da primavera. É muito divertido, a mamãe adora! - Sarada falava com imensa empolgação. - Mas... Acho que a mamãe não vai gostar desse festival tanto quanto os outros. - sua voz sairá um pouco tristonha.

    Me perguntei o motivo. Não queria ser inconveniente a ponto de me intrometer na vida delas. Mas minha curiosidade é algo que não controlo, por isso não me arrependi das palavras seguintes proferidas por mim.

    - Porquê?

    A garotinha de cabelos pretos me olhou certamente travando uma batalha interna. Talvez, Sakura tivesse a proibido de falar certos assuntos na frente de algum estranho - como ela insistia em me chamar. Porém, logo Sarada soltou uma lufada de ar e voltou a ficar abatida.

    - É que... É que... Esse festival não vai ser tão completo assim.... - arqueei minhas sobrancelhas em um breve sinal de dúvida, logo e menina completou ainda com o mesmo semblante. - Nossa família não vai estar completa como das outras vezes.

    Novamente a complexidade e confusão da situação invadiu minha mente. Como assim a família delas não iria estar completa? Quem sabe fosse porque a mulher de cabelos róseos achasse que eu fosse algum tipo de intruso - o que não era o caso - ou só estivesse faltando alguém mesmo.

    Eu estava pronto para fazer mais perguntas. Porém, percebi a casa azul fraco se aproximando a medida que eu acelerava o carro. Decidi não fazer mais interrogações. Sakura já não gostava muito de mim, imagine se me visse perguntando coisas sobre sua vida para sua filha. Estremeci só imaginando a cena de apronto desequilíbrio que ela teria. Sem contar o estrago que ela faria em minha consciência - e no pior caso, físico.

    Sarada desceu da caminhonete como um foguete.

    Enquanto arrastava a mochila para dentro da casa, acenou para mim gritando um “Tchau”.

    Recordei-me dos meus tempos de criança. De como eu corria eufórico quando chegava da escola, ou de como era bom dar dor de cabeça para meus pais e até mesmo provocar Itachi. Sorri com isso, os melhores tempos sempre são os que passam mais rápido.

    [...]

    Depois de ter buscado Sarada da escola, não falei mais com ela e muito menos com Sakura.

    Na verdade, nenhuma das duas havia saído de casa. Talvez fosse porque já estivesse anoitecendo. Não quis pensar muito nisso, eu me sentia estranho quando ficava me perguntando mentalmente o que elas poderiam estar fazendo. Pois me importar com as pessoas nunca foi muito do meu feitio.

    E não ia ser agora que isso iria acontecer.

    Hoje até que o dia estava agradável.

    Não era o calor de Suna com o qual eu havia me acostumado. Mas as pequenas brechas de sol que apareciam me davam a sensação de familiaridade. Konoha era realmente uma cidade muito acolhedora, e não estou falando isso só pelas pessoas daqui. Mas parecia que o clima também colaborava.

    Sai de meus devaneios quando enxerguei Sarada correndo pelo gramado atrás de uma borboleta. Ela estava com um vestido vermelho com alguns florais, o que destacava seus cabelos pretos.

    Logo mais vi Sakura descer os pequenos degraus da escada na varanda e vir em direção ao carro.

    Eu sabia que ela era muito bela.

    Porém hoje especialmente, sua beleza se destacava de qualquer outra. Seu vestido rodado igual ao de Sarada só que um pouco mais escuro, com seus fios de cabelo espalhados pelo rosto á davam uma aparência mais jovem - se é que isso fosse possível. 

    Senti meu coração acelerar quando nós nos olhamos.

    Ela parou de andar quando abriu a porta do carro e ficou me encarando. Eu poderia ter simplesmente saído dali, mas eu não estava fugindo de nada... Ou estava?

    Suas bochechas coraram enquanto trocávamos olhares que poderiam ser letais, para mim pelo menos. Notei o quão aprazível era tela assim sob meu efeito. Não que eu estivesse sendo convencido - até porque era ela quem estava linda ali - e não eu.

    Entretanto, isso era muito novo para mim.

    Estas sensações, meus incômodos internos e até mesmo as irritações que a mulher de cabelos róseos me causava.

    Isso era muito novo, muito intenso, muito... Sakura.

    É, acho que isso definiria minhas reações em relação a ela.

    Tanto eu quanto ela saímos de nosso transe pessoal quando Sarada gritou meu nome acenando dentro do carro. Por um momento havia me esquecido da pequena garotinha.

    Olhei para ela e retribui o sorriso manuseando a cabeça em um leve assento. A mãe dela também parecia ter se tocado da nossa real situação e voltado para sua filha. Fiquei observando a caminhonete desaparecer por entre a estrada de chão sobrando apenas poeira para trás, claro além de mim que até agora estava parado na frente do portão como um idiota.

    Me perguntei onde elas estavam indo.

    Porém, novamente não era de minha conta a vida delas, e isso não me interessava nem um pouco - ou era o que eu queria afirmar em minha cabeça.

    Suspirei indignado comigo mesmo e minha reação quando tudo se tratava da rosada. Eu tinha a mais plena certeza de que com Sakura era tudo diferente. Na verdade, ela era diferente. Disso eu sabia. Mas tinha um pequeno detalhe - minha coragem.

    Sim, minha coragem para contar a ela sobre a foto.

    Coragem, essa qualidade que eu tive durante toda guerra. Mas que parecia se dissipar quando estava perto da mulher com o tom capilar meio estranho no entanto bonito. Toda vez que eu reunia forças e achava as palavras certas - o que era muito difícil - para contar a ela a verdade sobre a foto, eu simplesmente não conseguia. Não conseguia porque algo dentro de mim dizia que se eu revelasse tudo, eu estaria em maus lençóis. E a situação seria comigo mesmo.

    Difícil, tudo o que eu não conseguia fazer.

    [...]

    O dia amanhecera calmo.

    O tempo ameno, e o ar aconchegante que era somente e exclusivo de Konoha.

    Me vesti e sai para correr um pouco com Aoda antes de ir trabalhar.

    Já fazia um tempo que eu não fazia minhas corridas matinais com meu fiel escudeiro. Cansaço físico não era uma coisa que eu costumava sentir. Pois no exército éramos treinados para resistir o máximo que pudéssemos em pé. Ou seja, meu cansaço era mental.

    Credo, eu poderia parecer um louco para alguém se dissesse isso.

    Mas as perguntas, os acontecimentos, as situações e sentimentos que eu vinha tendo ultimamente, não era um negócio do qual eu me orgulhava.

    O problema era que eu realmente ficava frustrado quando não sabia lidar com algum tipo de coisa.

    - Pega Dexter! - ouvi uma voz que nesses últimos dias estavam invadindo muito meus pensamentos. - É! Isso ai garotão!

    Parei de andar e fiquei observando Sakura jogando um graveto para o cão que estava com ela dentro do lago. Estava se divertindo, ao contrário de mim que não sabia mais o que fazer. Afastei meus pensamentos conturbados para bem longe e voltei a encarar a mulher de cabelos róseos.

    Ela era linda. Sempre soube desde o primeiro momento que há vi, em uma fotografia em plena guerra.

    Sakura brincava com o cachorro dentro da água, assim com os cabelos bagunçados, as roupas coladas junto ao corpo - não consegui evitar ver suas curvas - e feliz.

    Entretanto, como as coisas e momentos bons vão embora logo, ela me percebeu ali.

    Ela ficou sem graça e apenas desviava o olhar para qualquer canto que não fosse eu. Antes de ir embora, acenei para ela, quem sabe isso amenizasse a situação constrangedora que impus a ambos.

    Sasuke idiota. Continua assim, e ela vai pensar que você é um maníaco.

    Voltei a correr com Aoda em meu encalço, invés de ir para casa direto, fui trabalhar.

    Deixei Aoda na área de adestramentos e me encaminhei para dentro da casa azul. Queria pegar a chave do armazém.

    Bati duas vezes na porta de madeira branca sendo atendido por Tsunade.

    - Oh, Sasuke. - ela me deu espaço para passar enquanto segurava a porta. - Bom dia.

    - Bom dia. - retribui a gentileza. - Hãn... A chave do celeiro.

    - Sim, sim, sim. Já vou pegar... Mas antes, estou tomando café, quer uma xícara?

    Pensei em negar, porém me lembrei de que não havia tomado café da manhã. Isso que dá sair às pressas. Assenti em sinal positivo e me sentei na cadeira a qual Tsunade havia puxado para mim.

    - Então... Gostando de Konoha? - hesitei em responder sua pergunta. Mas cedi por fim.

    - Sim.

    - Hahãm... - ela estava desconfiando da minha afinidade com a cidade? 

    Bem, não importava pois me distrai com a voz irritada de Sakura que chegara batendo a porta com força.

    - Esse homem é chato, todo lugar que eu olho... - ela parou de falar assim que me viu.

    Acho que nunca a vi tão corada.

    - Bom dia. - respondi me divertindo internamente com a reação dela ao me ver sentado ali tomando café com sua avó.

    Péssima hora para falar mal de mim.

    Ela olhou sem graça para mim, mas antes de me virar percebi seu olhar zangado para sua avó. A rosada certamente não gostou de me ver ali. O clima parecia tenso dentro do pequeno ambiente, acho que Tsunade também percebeu e tentou aliviar a tensão.

    - Então Sasuke... Você dizia...

    Voltei minha atenção para a senhora de cabelos loiros, quase brancos pelo tempo.

    - Eu fui a muitos lugares, fiz várias viagens... - quando era pequeno vivia me mudando por causa do emprego de meus pais. Eles viajavam muito, e foi em uma dessas viagens que acabei os perdendo.

    - Deve ter sido difícil para você se acostumar... Deixar amigos, escola...

    Mais para o canto da cozinha, Sakura bateu a porta do armário com força a fechando. Sim, ela estava irritada. E pelo visto era culpa minha, ou minha presença.

    - Ocorreu tudo bem. - respondi a pergunta anterior de Tsunade.

    Tsunade lançou um olhar de reprovação para a neta e voltou a falar mudando de assunto.

    - Fez faculdade?

    - Sim... Um ano e meio. - tive que trancar a faculdade quando Itachi disse que nos mudaríamos pois Konan estava gravida do primeiro filho deles. Depois disso entrei para o exército e não voltei mais para a faculdade. Eu já havia achado uma profissão da qual eu gostava.

    - O que estudou? - Tsunade fazia as perguntas visivelmente curiosa.

    Eu só não podia dizer a mesma coisa de Sakura que respondia por mim brava.

    - Quase nada, foi só um ano. - sua voz saíra incomodada.

    Pensei em responde-la meus reais motivos, mas me mantive calado. Não queria ser grosseiro. Apesar dela merecer uma resposta mais elaborada, e irritada da minha parte.

    - Deve ter feito um curso que te interessasse. - a avó da rosada novamente demostrava curiosidade.

    - Eu gosto de filosofia. - respondi olhando de esguelha a reação surpresa da mulher atrás de mim. Acho que por essa nem ela esperava.

    - Sério? - Sakura me perguntou duvidosa.

    - Sim, eu gosto de ler. - por mais improvável que fosse, era verdade.

    - Diga-me algo sobre seu filosofo favorito. - aquilo sairá mais como uma ordem do que um pedido.

    Suspirei cansado e a respondi olhando nos olhos.

    - “Ás vezes as perguntas são complicadas, mas as respostas são simples”. - era o que eu repetia para mim todo dia. Digamos que essa frase fazia parte de mim, ou da minha real situação. Que não era uma das melhores.

    - Não me diga... Hãn... Seria Voltaire? - a mulher de cabelos róseos falava a sua suposição com tanta convicção, que tive de me conter para não demonstrar divertimento.

    Segurei o riso, dessa vez fora eu quem a pegara na arapuca.

    - Dr. Seuss. - falei terminando de tomar o café da xícara já me levantando e me dirigindo para a porta.

    Sakura me olhava novamente surpresa e meio indignada pelo seu erro. Novamente me diverti com sua expressão.

    - Obrigado pelo café, mas tenho que voltar ao trabalho. - agradeci Tsunade e sai de dentro da casa ouvindo Tsunade falar “Eu te avisei” para a neta.

    Soltei um sorriso, ás vezes era mais fácil você facilmente aceitar as coisas.

    [...]

    Era mais ou menos fim de tarde, o sol ainda clareava com seus raios solares fracos, mas a brisa do vento fresco já chegava perto denunciando o anoitecer.

    - Aqui está. - disse entregando o pequeno cachorrinho para a criança que me aguardava do lado de fora.

    - Obrigada. - a mãe do garoto me falou enquanto começava a andar com seu filho até o carro.

    Até que o dia não foi tão cheio como pensei. E as memórias de hoje de manhã ainda continuavam frescas em minha mente.

    - Sasuke! - ouvi Tsunade me chamar de longe. Caminhei até seu encontro. - Você pode dirigir? - assenti. - Preciso de um amigo que possa me levar ao médico, minha neta mandona não me deixa dirigir. Nem foi um acidente, foi só uma batida.

    - Entendo.

    - Sério... Só tomei alguns goles de bebida, nem foi nada. É que sou muito animada. - se beber igual a neta, creio que não fora só um pouco de álcool.

    - Percebo. - respondi ligando o carro.

    Um silêncio agradável se posicionou entre nós.

    Mas Tsunade não era o tipo de pessoa que ficava quieta, então logo voltou a falar.

    - Minha neta não é uma pessoa tão ruim quanto parece.

    - Eu nunca disse que era.

    - Apesar dela ainda ser nova, ela já passou por muitas coisas sozinhas. E sei que somente eu não foi o suficiente. Teve uma época que pensei que ela iria entrar em depressão pós parto.

    - Mesmo assim, Sarada faz muito bem a ela. - Tsunade assentiu sorrindo, eu já havia notado o quanto mãe e filha eram apegadas.

    - Quantos anos tem?

    - Vinte e quatro anos.

    - Hum... - ela pareceu recordar-se de algo e me olhou. - Quantas missões?

    Apertei minha mão no volante hesitando em responder aquela pergunta.

    - Três. - minha voz sairá firme.

    - Meu neto nem completou a segunda. - olhei rapidamente para Tsunade que fixava seu olhar na estrada lembrando-se de algo. Até que voltou a me olhar. - Sim, foi isso mesmo. Ele morreu. Vocês dois se parecem tanto. - terminou suspirando por fim.

    Voltei minha atenção para a estrada.

    Tsunade tinha mais um neto. E Sakura tinha um irmão, que pelo visto também tinha servido ao exército.

    Não... Era muita coincidência, aquilo era muito duvidoso, muito suspeito. Muito supositivo.

    Aquilo definitivamente não poderia estar acontecendo. Se minhas suspeitas estivessem certas... Não, isso não era possível.

    Não poderia ser.

    Continua.


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