O Principado de Órion

Tempo estimado de leitura: 8 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 11

    Apaziguadora

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Ela aceitou.

    Natsu mal acreditava. Era certo que contava com isso (por essa razão pegou as chaves de volta), mas agora que estava feito...

    Puxa. A loirinha aceitou mesmo fazer equipe com ele!

    Quando chegou ao dormitório Gray avisou que jantaria na guilda. Nem se incomodou em chama-lo. Afinal de contas, nas últimas vezes recusou. Até porque teria o quarto só pra ele por umas horas. Fechou a porta e seguiu direto para a cama, se livrando dos sapatos chutando. Depois arrumaria. Soltando um suspiro se virou de costas e se jogou no colchão, encarou o teto enquanto pensava.

    O Velho tinha deixado bem claro. Um mago aspirante ficaria na responsabilidade daquele de Classe S que o convidou para equipe. Essa era a condição. E ele nem pensou muito nesse termo. Agora, depois que ela aceitou parava pra pensar no porque de realmente ter feito isso.

    Parte do motivo foi porque realmente queria vê-la evoluindo na magia das estrelas, se era capaz. Mas também havia outra razão. Não era pela semelhança incrível com Lucy. Se fosse teria sido gentil com ela desde que percebeu seu cheiro diferente lá no museu. Estreitou os olhos. O cheiro... Natsu suspirou se sentindo lento naquele torpor outra vez. Porque era tão fraco? Quando a agarrou no jardim, usando-a como escudo para que aquele arcanjo maldito não o atacasse de novo, o cheiro invadiu seus pulmões no instante que respirou em seu cabelo. Estava úmido e isso potencializou a fragrância. Como pôde um aroma afetá-lo tanto assim?! E além do mais, ela estava gelada e arrepiada. Riu um pouco. Porque a agarrava.

    Essa timidez era o que intrigava-o nela. Tinha que admitir que estava gostando e também todos aqueles rubores... Riu mais lembrando da conversa de há pouco. Ela estava brava com ele, sem dúvida, mas também corava sem parar. Um rubor se misturando no outro. Isso o divertia e inflava seu ego. Por isso a provocava e a loirinha ficava mais nervosa alternando o vermelho com a palidez. Era muito divertido, mesmo tratando de um assunto sério se enchia de prazer em provocar essas reações nela.

    Suspirou de novo, soltando o cinto e abrindo o colete. Na verdade, quis formar equipe com ela por um motivo. Era constrangedor, mas era verdade. A loirinha o apaziguava. No instante que soube que perdeu quatro séculos, cristalizado e selado dentro de um lacrima, sua mente desmoronou. Simplesmente isso. Todo aquele caos que segurava pela morte de Lucy, pela missão que quase matou os dois o abateu como um golpe violento. Ia enlouquecer. O stress e raiva além da angustia se misturou num só sentimento. Desespero. Ainda sentia uma pontada disso e seu peito doía sufocando, mas quando lembrava da loirinha falando com ele. Tão normal e gentil (depois brava, mas não vinha ao caso) seu espirito relaxava.

    Ela o acalmava.

    Tinham um nome pra isso. Lembrava que alguns companheiros da unidade falavam disso, mas nunca entendeu. Afinal de contas nunca precisou. Sentiu um incomodo, recordando da sua reação ao vê-la na guilda hoje. Espasmos e entorpecimento. Por isso que o cheiro dela de gardênia (apesar da sua veemente negação) ele... Gostava tanto...

    Gemeu amargurado. A loirinha era sua apaziguadora.

    Fechou os olhos de desgosto. Sua mão agarrando o tecido da blusa. Porque? Porque ela? Queria tanto que Lucy fosse! Até pensava que seria, mas no maldito dia... Tudo desmoronou. Talvez fosse por isso. Pensou ao encarar o teto outra vez. Talvez, ao perceber que a garota loira em sua frente, com roupas tão diferentes da última vez que a viu, não fosse quem ele queria e entrou numa raiva revoltada. A ponto de machuca-la.

    Ela era forte, não demonstrava dor. Mas viu como estavam seus pulsos. Quando a loirinha começou a explicar a razão do seu nome, ela mexeu no cabelo, colocando atrás da orelha pra disfarçar a tensão e o hematoma que viu o desconcertou um pouco. As mangas de sua blusa eram longas, por isso ao caírem um pouco no gesto, o deixou com um pouco de remorso. Nunca foi grosseiro com uma mulher. Sabia de sua força, sempre evitava isso quando se irritava com uma e.... Seu rosto subitamente quente... Sempre maneirava quando ia procurar em bordeis o que não podia ter com Lucy. É vergonhoso, mas seu libido era aumentado do mesmo jeito que seus sentidos sensoriais. Transformar para sempre seu corpo num hibrido de dragão causa isso. Igneel lhe avisou e na época nem entendeu. Era só uma criança. Mas quando a idade chegou... Fechou os olhos. Caramba. Parecia que iria explodir.

    Sentia vergonha quando tinha pensamentos e fantasias nada puras com Lucy e isso era muitas vezes o motivo de brigarem por qualquer besteira. Ela não entendia. O chamava de babaca imaturo. E sentia que era mesmo um, mas às vezes era porque não queria pensar nela assim desse jeito. Não como fosse uma meretriz, como uma qualquer. Ela era sua amiga, sua parceira de combate e era... Seu amor. Que droga! Porque tudo aquilo foi acontecer? Porque não fez como combinado? A deixou desprotegida e Karren apareceu. Ele sabia que o dragão tinha uma obsessão assassina por ele e mesmo assim esqueceu. Lucy ficou sozinha por um minuto. Um minuto apenas. E o dragão de lava a atacou.

    Até agora não entendia como não o percebeu. Sempre sentia Karren. A energia era parecida com o de seu pai. Quando ouviu o urro tinha estremecido de terror e se atirou na frente dela bloqueando o chicote da cauda flamejante. A teria esmagado. Mas depois... depois... Agarrou com mais força a camisa, seu folego de repente faltando. O pior cheiro que podia sentir impregnou o ar. O cheiro do sangue dela. Fechou os olhos outra vez, tentando com todas as forças segurar a dor. Sentia se rasgar, seu peito latejante e ardendo de uma ferida que não era real, mas doía tanto...

    Arquejou no escuro. Lucy morreu por sua causa e nem conseguiu dizer que a amava. Virou de bruços e enterrou o rosto no lençol. Não queria que Gray o visse chorar. Era uma humilhação que podia ficar muito bem só com ele.

    Enquanto isso suas lágrimas rolavam, ouviu um tilintar e franziu o rosto. Esquecendo-se um pouco da dor. Tateou as cegas até enfiar os dedos no bolso da calça e sentir um frio de metal. Respirou fundo e puxou a argola com as chaves, trazendo pra perto dele. Enquanto encarava as chaves tilintando suaves a cada vez que mexia a argola lembrou de alguém. E para sua surpresa, não foi a razão do seu choro. Ele lembrou da loirinha. De imediato, seu peito parava de doer e suas lágrimas cessavam. Quase riu surpreso e sarcástico. Só a lembrança dela o acalmava. Fechou os olhos, sentindo-se de repente tão cansado e suspirou.

    Definitivamente fez a coisa certa ao chama-la pra sua equipe.


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