Yorokobi no namida

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    Capítulo 18

    Uma mortal, e dois deuses.

    Quando percebi, eu estava sonhando. Havia duas crianças na casa, um menino de dois anos que segurava no colo um bebê. Os dois tinham cabelo branco; o garoto estava encolhido num cantinho da parede e sombras aproximavam-se dele.

    - Vão embora... ? ele dizia chorando de medo.

    As sombras estavam a menos de meio metro dele quando algo estranho aconteceu. A criança no colo do menino começou a brilhar, e a causar uma corrente de ar leve, fazendo subir a franja do menino deixando a mostra uma faixa enrolada no olho direito do garoto. As sombras sumiram junto com a luz, e eu acordei, mas, juro que preferia ter ficado desacordada.

    - Acordou, Hikari...? ? O garoto da floresta, e de meu sonho estava lá. Ele parecia ter uns doze anos e estava ao lado de minha cama. ? Posso até ser seu irmão... Mas, você não é filha do senhor Hades, imperador do inferno e senhor dos mortos. Não, você é uma desprezível filha de Zeus. É incrível como uma única mortal, foi capaz de atrair dois deuses, mas, acabou morrendo ao ter seu segundo meio-sangue. ? ele estava perto e colocara a mão sobre meu olho direito. ? Vou deixar uma lembrancinha para você. ? Senti trevas sobre o meu olho e cai da cama, enquanto ele desaparecia. Minha queda devia ter feito muito barulho porque a porta abriu quase que imediatamente.

    - Hikari?! ? ouvi a voz de Usui, e logo senti alguém me colocando no colo. ? Tudo bem?! Emi... Você precisa ver isso. ? A voz dele mudou quando viu o meu olho direito.

    Seu olhar estava assustado, como se já tivesse visto aquela cena antes. Ele apertava minha mão e dizia coisas como: "vai ficar tudo bem." e "isso vai ser rápido", mas, parecia que ele estava tentando se acalmar. Na minha cabeça tive uma rápida visão de um garotinho ruivo, com um olho enfaixado, ele estava gritando muito.

    - O que você quer Usu... Hikari? O que... ? ela ficou muda quando viu o meu olho direito, na verdade, quando Hikaru o tocara, aquela faixa apareceu. ? Não acredito que ele... ? Emi tocava a faixa, eu ainda estava no colo de Usui e pude ouvi-lo sussurrar para Emi, algo que soou como "vai fazer isso?" e pude a ouvir sussurrar de volta "é melhor...". Usui agora de um jeito ou de outro me prendia, e Emi se ajoelhara na nossa frente.

    - Vai doer... Só que... É o melhor a fazer, Okay? - Emi dizia enquanto desenrolava a faixa. Não estava entendendo. O que ia doer? Ele só havia feito surgir uma faixa no meu rosto, o que tinha de demais nisso? Foi ai que eu senti.

    Meu corpo todo começou a arder como se estivesse sendo perfurada várias lâminas de uma vez só. Estava doendo muito mesmo, comecei a chorar e a gritar. A dor só piorava a cada momento, eu quase não podia ouvir Emi tentar me tranqüilizar. Se Usui não estivesse me segurando, eu teria pegado a faixa e amarrado de novo, mas, ele estava firme. Depois de cinco minutos sentindo meu corpo ser "perfurado" por lâminas, eu estava começando a ficar desesperada, e Usui parecia ter notado isso.

    - Emi, isso não demorava tanto. ? ele parecia estar tentado a me soltar, mas, continuava firme.

    - Isso está muito pior que da última vez, aquele idiota deve ter colocado muita energia sombria. Ela vai ficar bem depois disso, mas, não a solte. ? Emi disse, soando preocupada.

    Finalmente, depois de vinte minutos a dor passara. As lágrimas ainda molhavam meu rosto, e Usui me abraçava tentando me acalmar. Não conseguia falar, mas, queria fazer uma pergunta que Emi respondeu como se lêsse meus pensamentos:

    - Isso é o que pode ser chamado de maldição obscura. Uma especialidade dos filhos de Hades e... Ah, esqueci, você não estava acordada quando...

    - Eu... E-estava ouvin... Do ? consegui dizer entre as lágrimas. ? Ele... É m-meu... Irmão...?

    - É. ? Usui entrará na conversa. ? Por favor, não fique louca que nem ele por ser filha de...

    - Não sou filha de H-Hades... ? eu disse ? E-Ele me... Chamou de... "desprezível filha de Zeus".

    Os dois ficaram em silêncio e senti um dúvida no ar. Precisava provar. Não sabia direito o que fazer, então mentalizei o comando "voar". Na mesma hora, os meus pés deixaram o chão, e Usui acabou me largando.

    - Incrível... ? Usui disse. ? Bom... Consegue descer?

    Tentei pensar numa frase adequada para descer então pensei "tipo... Que tal eu descer agora?" e cai (eu estava na altura do teto) direto no chão.

    - Isso, respondi a sua pergunta? ? Emi perguntou com ironia.

    - É... Acho que sim. ? Ele disse me ajudando a levantar.

    Enquanto ele me ajudava percebi que estava meio enfaixado; havia uma na sua cabeça; uma no braço e uma nas pernas. As coisas que haviam acabado de acontecer criavam vários pensamentos meus sobre ele. Mesmo a dor que ele havia causado a mim e a Usui, não me fazia ódio. De alguma forma eu sentia que ele, e o garotinho do meu sonho, não eram mais a mesma pessoa. De alguma forma, ele parecia possuído. "Se eu o protegi uma vez, posso fazer isso de novo."


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