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Olá leitores fantasminhas :3
O correto seria eu ficar triste e desmoronar de chorar. Mas apenas fiquei sem palavras, uma dor no peito surgiu, mas eu não sabia o que dizer nem o que fazer. Meu celular tocava o que significava que alguém da família percebera o ocorrido, e ligava para dar a notícia, apenas ignorei qualquer ligação.
-Armin, você se importa se eu ficar aqui por uns tempos?
-Fique à vontade. – E me lançou um sorriso. –Mas onde estão os sentimentos que haviam dentro de você? O que você vai fazer agora?
Era simples, o único amor que eu sentia era por meus pais, e agora que eles morreram, qualquer vestígio de amor que eu sentia dentro de mim, se fora por completo. Eu era vazia.
-Nada. Eu só preciso ficar sozinha.
-Certo, vou me retirar. –Ele se levantou para sair, mas então eu pensei: ‘’ Ele me ajudou a sair daquela ilusão, eu o encontrei.... Armin está aqui e agora, na minha frente, ele é de verdade, e não me fez mal algum. Trouxe-me a sua casa e cuidou de mim, e agora eu o expulso? NÃO!
-Volte, eu Gostaria de ficar sozinha, mas não me importaria se tivesse você ao meu lado. Não me deixe como fez anteriormente.
-Alice, eu não te deixei. É só que...
-O que significava aquele ‘’X’’ que desapareceu? Por que o fundo estava completamente preto?
-Significava que meu tempo por aqui havia acabado....e eu iria embora. E eu não te deixei, sério, é só que...– Ele deu um soco na parede e voltou a atenção à mim. - DROGA. Eu.... Vou lhe contar tudo que está acontecendo aqui. - Sentou com calma na cama, e começou a falar. – Sou Armin Gray, eu sofro de traumas que tive quando criança, minha mãe era louca, tentou assassinar meu pai na minha frente, vi os dois querendo matar uns aos outros, apanhei de modo brusco quando pequeno.... Os alunos da escola ficaram sabendo do ocorrido e tomaram distancia de mim... até hoje as imagens me torturam, no começo eu chorava por ser excluído de tudo, mas fui crescendo e me acostumando a tudo isso, então a solidão me deu sabedoria. Eu aprendi a ser forte, aprendi a fazer tudo sozinho. E a única vez que me apaixonei por uma garota, ela me iludiu e me jogou fora como se eu não fosse nada. Depois disso prometi a mim mesmo que nunca mais me aproximaria de uma garota. Mas ai eu conheci você, desde a primeira conversa soube que era diferente das outras, mas sabia que não sentiria nada por você, pois eu não era mais capaz disso... Então não queria magoa-la, mas você me fez sentir, e isso foi estranho porque ninguém mais era capaz disso. Meu lado psicótico…meus demônios... tomaram conta de mim, e para não lhe magoar, eu desapareci, pensei que se você me esquecesse, não sofreria. Mas você veio até aqui e...
Ele me viu chorando enquanto falava, e então uma onda de tristeza o invadiu.
-E....E... mas quem é você afinal? Por que se importa tanto? Ninguém nunca choraria por mim! NINGUÉM JAMAIS ME AMOU DE VERDADE, NEM MINHA PRÓPRIA MÃE, NEM MEU PRÓPRIO PAI, ELES ME ABANDONARAM, DEIXANDO-ME AQUI COMO UM LIXO!
Então lagrimas saíram de seu rosto, ele parecia surpreso consigo mesmo, deveria fazer muito tempo que não escorriam lagrimas em sua face. Eu não pude fazer nada se não abraça-lo.
-Armin, mas eu amo você. Vim até aqui porque não tenho ninguém que me entenda, apenas você, não precisava fazer nada disso seu idiota. Sei que já deve estar cansado de ouvir isso mas, tudo vai ficar bem. – Trouxe-o para mais perto e ele se acalmava.
-Ninguém nos entende não é mesmo? – Disse ele.
-Verdade. Apenas nós dois entendemos um ao outro. Temos nossa própria maneira de pensar sobre o mundo, o que certamente não faz sentido para mais ninguém.
-Você é mais forte que eu, mesmo com a morte dos pais ainda consegue seguir em frente e me dar conselhos. Boa garota.
-Aprendi com você. –lancei um sorriso. Ele retribuiu.
-Pelo incrível que pareça, eu me sinto feliz com você. Só com você, pois os restantes dos humanos continuam sendo insignificantes para mim.
-Para mim também.