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Vi coisas horríveis, e sangue por toda parte. O coelho ensanguentado como nos vídeos reapareceu em pé à minha frente me entregando uma faca.
-É para matar seus demônios. - Disse ele com um sorriso sinistro.
Bem quando comecei a explorar o lugar, ouvi uma voz bem no fundo da minha mente, no início não consegui entender, mas depois isso foi ficando cada vez mais alto, e então senti algo balançando meu ombro.
-Alice, acorde.
Então abri meus olhos, eu ainda estava no beco, mas nenhum sinal do gato/ coelho. E a faca havia desaparecido, assim como o resto do ‘’ País da destruição’’. Tudo fora apenas uma alucinação, de novo.
Após voltar a consciência, foquei naquilo que teria me acordado. Calma, essa pessoa sabia meu nome?
-Você está bem? O que você veio fazer aqui...- disse a voz misteriosa.
Aquela voz soava familiar... de um garoto, que me segurava em seus braços.
-Vou leva-la para um lugar seguro, um lugar desses a essa hora é perigoso.
E então eu desmaiei.
Quando acordei, estava deitada em uma cama, de um quarto desconhecido, as paredes eram mal pintadas de um azul claro acolhedor, um ventilador pendia no teto, no lado direito havia uma pequena cabeceira, e minha mochila estava pendurada na maçaneta da porta. Apesar de tudo o quarto transmitia um ar de tristeza e incrivelmente solitário. Quando olhei para o lado esquerdo, vi um garoto todo de preto, com um gorro e mais a touca de sua blusa por cima, seus cabelos tampavam a visão, e então ele me viu acordada.
-Que bom que acordou, você deve estar com frio... – disse se dirigindo ao pequeno armário e pegando uma coberta, então me cobriu e se sentou ao meu lado.
Foi ai que a primeira palavra saiu da minha boca.
-Você....
-Eu? Sou Armin. E você é meu anjinho de asas negras certo? Vi você desmaiada perto da clínica, eu vou lá toda semana visitar minha mãe, quem diria que eu fosse te encontrar? Só tive certeza de quem era você quando abri sua mochila e vi as mensagens no seu celular comigo.
Corei. Eu não sabia o que fazer, precisava de respostas mas não achava as palavras certas para perguntar, então a única coisa que consegui fazer, foi abraça-lo. Forte.
-Armin....obrigada, por me ajudar.
-Por nada. – Ele retribuiu o abraço, me apertando mais forte. – Você deve mesmo confiar em mim a ponto de vir até aqui e abraçar um desconhecido.
-E-eu .... p-precisava....te ver. – Estava tremendo.
Ele percebeu e então me abraçou mais forte até que me acalmei, e me senti mais quentinha.
-Armin.... por que você nunca mais voltou? Por que me abandonou? Quem é você?
-Calma anjo. Eu prometo que irei responder tudo. Mas antes você deveria se preocupar com algo mais sério.
-O que? – Perguntei totalmente confusa da situação.
- Só uma dica: Não entre em pânico.
E então ele ligou a TV.
-Nunca imaginei que ligaria a TV novamente depois de tanto tempo. – Ele voltou e se sentou ao meu lado,
No noticiário, relatava um acidente de avião em Nova Jersey, sem sobreviventes.
Meus pais estavam lá.