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Por mais que eu não gostasse da ideia dele estar em um manicômio ou algo do tipo, tive uma ideia até que ‘’brilhante’’.
Voltei nas nossas conversas, vi o número de seu contato, peguei o DDD para descobrir de onde era. Fácil. Depois pesquisei clinicas psiquiatras que fossem perto daquele local. E apareceu 3 em apenas 1 cidade daquele estado. Então ele só podia morar lá. Peguei o número e endereço dos locais. Não estava pensando em ligar, não ainda. Eu iria esperar a sua volta para fazer algumas perguntas antes, caso ele me escondesse algo, eu tomaria uma decisão e iria para essas clinicas. Gostaria muito de não encontra-lo lá. Mas talvez encontrasse sua mãe. Se essa historia realmente for verdadeira, eu farei um interrogatório com ela (ou os médicos, dependendo da sanidade da pessoa, o que parecia não estar lá muito boa, pra quem tentou atacar o próprio marido) talvez descobrisse algo.
Resolvi voltar a escola, antes de voltar Matty havia deixado seu caderno para que eu copiasse os exercícios, passei a noite estudando. E no dia seguinte, fiz as provas. No final da semana saíram os resultados, não fui tão mal, pelo menos passei de ano.
-Ficarei grata eternamente, Matty.- Pela primeira vez em semanas, eu sorri.
-É bom ter você de volta, acho que você podeira voltar a falar com meus amigos e jogar com a gente. Precisa se socializar pequena.- Entendo que ele só queria ajudar mas, eu não precisava daquilo.
-Vou pensar nisso, mas por enquanto eu só preciso aproveitar minhas férias, estou exausta com tudo que esta acontecendo...e preciso comer algo também, mas semanas que não como algo decente..
-Não seja por isso, já chamei meus amigos e Carly, vamos todos almoçar fora, você querendo ou não a presença deles.
E então fomos a uma lanchonete próxima. Comemos lanches com bastante bacon e cheddar, todos tomaram refrigerantes, uns mais velhos, cerveja mas eu optei por suco natural. Não gostava de refrigerante, ou veneno, como queira chamar ,preferia me matar de outro jeito.
Agora que estava satisfeita, precisava apenas passar uma tarde inteira cochilando e lendo... nossa, a quanto tempo não lia nada.
Cochilei, acordei, me sentei na cama e por um momento, senti uma dor no peito. Nesses últimos dias eu percebi muitas coisas mas, então algo passou pela minha cabeça: Eu sempre estive rodeada por pessoas, colegas, e amigos. Mas não confiava em nenhum deles o suficiente para contar sobre as coisas bizarras que aconteciam comigo. Eu não confiava em mais ninguém, estava mesmo sozinha.Todos eram legais mas, quando eu precisava de ajuda, era apenas chamada de ‘’Louca’’. Talvez eu fosse mesmo.
Então uma ideia surgiu-me a mente. Se eu Conseguisse algum jeito de rastrear o numero de Armin....seria mais fácil. E eu daria um jeito de encontra-lo pessoalmente. Estaria correndo riscos? Sim, mas a final das contas, eu também era louca certo? Eu tinha TPE, e índices de esquizofrenia . E também já havia tido depressão, e tentativas de suicido. Então para mim não importava mais, eu só iria atrás dos meus desejos pelo menos uma vez da vida, temos que aproveitar que estamos vivos. Armin poderia nem sequer existir? Sim mas idai? Não tema ser iludido. O mundo já esta repleto de decepções. Eu iria atrás de alguém que nem sequer me mostrou o rosto. Sim eu faria isso. É isto que os loucos fazem.