Em busca do Falcão

  • Finalizada
  • Lufir22
  • Capitulos 9
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 27 minutos

    14
    Capítulos:

    Capítulo 6

    A entrada da caverna

    Mutilação, Spoiler, Violência

    Em outro caso, dizer que teve sorte de escapar com vida seria algo lógico e até mesmo óbvio. Mas no caso de Gatts, ter resistido até então, de nada tinha a sorte a ver com o resultado final. Pois a fúria e o ódio que se originou naquele dia caótico, foi a única coisa capaz de sobrepujar o mal que devorava tudo que entrasse em seu espaço. Gatts, antes mercenário do famoso Bando do Falcão, sobreviveu desde o massacre daquele inferno graças a seu ódio, que superou todas as suas emoções, até que pudesse se comparar com a ''ambição'' de Griffith, o executor de seus antigos aliados e companheiros de batalha.

    Embora matar essas criaturas fosse para Gatts natural como respirar, qualquer um se cansaria de tanta matança, vendo o número em que tais criaturas se mostravam nos últimos dias. Parecia que para cada monstro empalado ou decapitado pela sua espada, muito mais deles surgiam em algum lugar não muito longe, e zombavam de seus esforços. Mas não havia muito a se fazer se quisesse encontrar Griffith - iria até o inferno se necessário, o que de qualquer modo já não fazia tanta diferença em sua maneira de ver as coisas - , continuar em sua jornada sangrenta e cansativa, era seu único caminho.

    Iluminado pela lua, era seguido por legiões de demônios visando sua vida à noite. De dia, descansava pelos cantos tendo o sangue seco pelo sol em sua pele e os ferimentos se acumulavam antes que os mais antigos pudessem se curar. Gatts acreditava que no final poderia descansar, mesmo que morto. E que após sua vingança contra Griffith, teria algum tipo de paz, coisa que talvez nunca tenha conhecido, mesmo em sua infância. Talvez essa paz viesse algum dia. Mas não naquela noite.

    Foi com o garoto; Roney, indicando o caminho que Gatts encontrou a estranha gruta em que um dos homens transfigurado com rosto de cão aparentemente fazia guarda na entrada. O estigma do pescoço começou a arder e sangrar. Gatts mostrou os dentes com raiva, e Roney considerou se tinha sido mesmo uma boa idéia ficar tão perto daquele homem. No entanto, Gatts ainda não iria se arremessar ao inimigo.

    - Existe outra entrada? - disse baixo e ainda assim ríspido.

    - Eu... não... Ah! - lembrou-se Roney, levando uma mão à boca. - Tem uma outra entrada bem maior que esta do outro lado... É possível ir por cima da gruta mas vai levar tempo e pode ser perigoso no escuro, se cairmos vamos fazer barulho bem acima da cabeça deles. Vão sair todos furiosos para nos pegar, e honestamente senhor... Gatts, se as garotas estão lá dentro eu acho difícil passarmos por eles, seja por qualquer entrada. A gruta faz poucos caminhos, as bifurcações no final acabam levando ao mesmo lugar, e se caminharmos rápido, por qualquer caminho chegaremos ao outro lado. Não há dúvidas, as garotas, assim como a maior concentração daqueles monstros, devem estar no centro da caverna. É lá que tem o maior espaço, então acho difícil entrar lá sem sermos percebidos. Como pretende fazer isso, senhor?

    Roney pareceu preocupado, mas Gatts havia observado a gruta, e sua entrada logo adiante. Calculou precariamente a distância da outra passagem de que o garoto havia comentado, e imaginou quanto tempo levaria para dar a volta por cima e chegar a passagem norte, que era a maior entrada da gruta. Não deveria ser tão difícil. Até que as criaturas pudessem se organizar e seguir pela entrada maior após a confusão que Gatts iria criar, seria o tempo exato de chegar ao outro lado e começar o combate que mais tem prazer; ''um homem contra um exército'', como nos velhos tempos de batalhas com o bando do Falcão. De toda forma, o estrategista do grupo sempre foi Griffth. Gatts não tinha que planejar muito, apenas deixar seu corpo fazer o que sabe. E foi assim que fez.


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