Um Homem de Sorte.

  • Belly
  • Capitulos 6
  • Gêneros Universo Alternativo

Tempo estimado de leitura: 1 hora

    18
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Conhecendo.

    Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Sexo, Violência

    Mais um para vcs ^-^

    Um Homem de Sorte.

    Sasuke.

    Eu estava no terminal de ônibus, tinha acabado de chegar em Suna. Minha cidade natal, e onde meu irmão morava.

    Eu não estava cem por cento decidido a ficar permanentemente em Suna. Porém, com o fim da guerra no Iraque, eu tinha que dar as caras para que meu irmão visse que eu estava bem. Para que ele não ficasse preocupado ou esperando que meu corpo chegasse no IML (Instituto Médico Legal).

    No fundo, eu ainda me preocupava com Itachi.

    Peguei um táxi indicando a rua onde meu irmão morava. O endereço que eu havia dado, não era muito longe da rodoviária. O que minimizava meu tempo e dinheiro.

    Sai do táxi com uma mochila do lado direito de meu ombro e uma mala na mão. Observei a casa de meu irmão, ela não tinha mudado muito desde a última vez que eu estive ali.

    Mas logo minha atenção foi roubada. Aoda - meu cachorro, um pastor alemão que eu havia ganhado quando comecei a trabalhar para o exército, era um bom cão farejador - vinha correndo em minha direção.

    Larguei minha mala de viagem no chão me agachando e fazendo um carinho em Aoda. Ele estava forte, sempre soube que Itachi gostava de cães, porém Konan a esposa de meu irmão era alérgica a pelos de animais.

    Então Aoda ficava dormindo na garagem durante aquele tempo. Um ano. Um ano que eu tinha ido para a guerra. E esta batalha tinha acabado mais tarde do que eu esperava.

    – E aí garotão! Está forte, hein. Os moleques enchem muito seu saco, não? - falei aquilo só para provocar meus sobrinhos que vinham em minha direção.

    Eles haviam percebido minha presença assim que Aoda correu em minha direção, deixando eles para trás. Takeshi era o primogênito de Itachi, ele tinha cinco anos, e era muito parecido com meu irmão. Já Sanji era muito semelhante a meu falecido pai, ele tinha três anos.

    – Você voltou tio Sasuke! - Sanji disse enquanto se pendurava em meu pescoço em um abraço extremamente apertado.

    Sanji gostava muito de mim, porque ele dizia que quando crescesse iria querer ser um fuzileiro naval, assim como eu. Mas, essa ideia que Itachi nunca gostou muito. Ele já ficava de cabelo branco comigo, imagina com seus filhos?

    – E aí pirralho! Olha só tá grande. - eu disse enquanto bagunçava os cabelos do menor. – E você aí, todo cheio de marra, não quer nem mais dizer um oi para o seu tio preferido! - agora me virava para Takeshi.

    – Meu tio preferido? Eu só tenho você de tio, tio Sasuke. - credo, tinha até me magoado agora.

    Dei um abraço nos dois, enquanto ouvia reclamações pela parte de Takeshi.

    Ele me lembrava eu quando era mais novo. Sempre fugia dos cumprimentos, especialmente se fossem físicos.

    – Onde está seu pai? Ele deixa vocês sozinhos em casa agora, é? - perguntei fingindo uma cara de indignação.

    – Não ele tá lá dentlo com a mamãe! - Sanji me respondeu meio enrolado com as palavras, bem ele só tinha três anos, não era para ele nem falar direito.

    – Bem, acho que vou lá então.

    – Acho melhor não tio Sasuke. - me virei para o meu sobrinho mais velho de novo. – Papai disse que estaria ocupado, estava ensinando algumas coisas para a mamãe.

    Ensinando alguma coisa para Konan? O bom de ser criança é que você não enxerga a malícia até seus dez anos - se não antes - e eu sabia bem com o que tipo de coisa Itachi estava ocupado.

    – Bem, então vamos passear com o Aoda? - perguntei tentando mudar de assunto.

    – Sim! - Sanji respondeu batendo palminhas.

    – Você perdeu minha festa de cinco anos. - ouvi Takeshi falar, e senti uma pontada de ressentimento.

    O que ele queria? Eu estava na guerra.

    Mas também esquecer-me que meu sobrinho tinha feito aniversário a pouco tempo, não me ajudava muito.

    – Desculpe.

    – Poderia ter se lembrado pelo menos.

    Desviei o olhar dele. Até eu chegar ali, eu ainda pensava que Takeshi tinha quatro anos, e agora me lembro que seu aniversário tinha sido a duas semanas atrás. Que mancada da minha parte, nem um parabéns eu tinha dado para ele.

    – Hãm... Vamos? - falei dando um sorriso meio forçado. Takeshi bufou e revirou os olhos. Minha vontade era de ter rido naquele momento, mas me segurei.

    É, os moleques estavam grandes.

    [...]

    – Quando você voltou? - Itachi me perguntava com a expressão séria. Ele estava preocupado.

    – Hoje. Onde mais eu iria? - perguntei sarcástico tentando mostrar que eu estava bem.

    – Ah é! Me esqueci que você está desacampado agora. - nós olhamos sério um para o outro. Mas logo caímos na gargalhada. – Sentimos sua falta maninho.

    – É, é bom estar de volta. - falei enquanto ele me dava um soco fraquinho em meu ombro.

    – Vai fazer o que agora? Voltar para o quartel? - essa não era a minha meta, pelo menos não agora.

    – Não... Tenho assuntos pessoais. - meu irmão me olhou desconfiado, bufei e respondi. – Tenho que fazer algumas coisas, sabe assuntos pendentes.

    – Ah é? E esse assunto envolve alguma mulher? - envolvia, mas não do jeito com malícia que ele pensava.

    – Sim... Mas o que você estava fazendo que não me atendeu quando cheguei? - perguntei na maior cara de pau. Ele virou o rosto corado, era sempre bom tirar onda com a cara de Itachi um pouco.

    – Ele estava ajudando a mamãe eu já disse. - respondeu Sanji. Sabe de nada inocente.

    – Hãm... Quem quer jantar?! - Itachi respondeu com falsa animação. Ele queria era mesmo só desviar do rumo que a conversa estava tomando, ainda mais na frente de seus filhos.

    Nos sentamos na mesa e comemos em silêncio. Alguma hora Konan me pediu como havia sido no Iraque. Me senti meio desconfortável com aquela pergunta, mas respondi mostrando indiferença.

    – Encontrou algo de importante? - Konan me perguntava novamente.

    Eu iria responder que não, mas me lembrei da fotografia. Eu ainda tinha que achar aquela mulher e agradece-la. Eu prometi a mim mesmo, que se sobrevivesse a guerra, eu iria achar a mulher de cabelos róseos.

    – Sim. Hãn... Preciso resolver algumas papeladas do relatório, então se me derem licença. - me levantei dando um aceno para todos que me fitavam confusos.

    Caminhei até o quarto de hospedes pegando meu notebook assim que me sentei na cama. Comecei a procurar alguma coisa que me desse a pista, algum detalhe na foto que me levasse até a mulher de cabelos róseos.

    Vamos ver. Ela estava encostada ao lado de um poste. Sorria mostrando todos os seus dentes perfeitamente brancos e alinhados. Seus olhos eram verdes claros, gostei do brilho que eles tinham. Sua face era muito bela, linda, encantadora, esplêndida, bonita, gostos...

    Cortei meus próprios pensamentos assim que comecei a passar meu olhar para o seu corpo invés dos detalhes que eu precisava encontrar.

    Amaldiçoei-me mentalmente ao perceber que eu estava desejando uma desconhecida. Tsc.

    Praguejei baixinho ao sentir minhas calças apertadas.

    Voltei ao trabalho de localizar pistas.

    Olhei para toda a extensão da fotografia, evitando me distrair com a bela moça estampada na imagem. Vaguei meu olhar até avistar um barco atrás da mulher de cabelos róseos. Observei melhor o barco. Ele era branco com alguns detalhes azuis. Porém, o que chamou minha atenção foi o símbolo da bandeira no mastro. Um redemoinho vermelho com uma folha. Só havia uma cidade com esta bandeira.

    Konoha.

    Então a minha salvadora morava em Konoha. Ok. Uma pista eu já tinha.

    Agora, o único jeito era viajar para lá e tentar acha-la. E depois agradece-la e ir embora.

    Um sentimento estranho passou por mim, era como se eu me sentisse vazio.

    [...]

    – Eu não acredito!

    – Calma Itachi. - Konan colocava a mão no ombro de meu irmão, tentando acalmá-lo.

    Hoje eu tinha anunciado que iria viajar novamente. Só que por interesses pessoais.

    – Sasuke você chegou a dois dias! E já quer sumir de novo?! - Itachi gritava comigo.

    Eu não queria que ele ficasse mal por minha causa. Mas, eu sentia que tinha uma dívida para pagar com aquela mulher.

    – Olha, vai ser por pouco tempo. Prometo ligar sempre. - tentei usar uma desculpa para convence-lo, apesar que eu iria com ele querendo ou não.

    Ele pareceu pensar um pouco. Logo ergueu o rosto me fitando inconformado.

    – Se você ficar uma semana sem me ligar, eu vou atrás de você até no inferno! - de novo Itachi voltava a gritar.

    – Olha o palavrão! - Sanji disse acertando um tapa na nuca de Itachi já que estava em seu colo.

    – Desculpe. - ele me olhou preocupado. Sorri tentando demonstrar que estava tudo bem. – Ok! Vai, vai, vai antes que eu me arrependa de ter concordado com isso!

    Sorri ainda mais.

    – Obrigado. - me agachei em frente a Takeshi, baguncei seus cabelos e disse: – Cuide bem do seu pai, tudo bem?

    – Acho que para isso ele já tem a mamãe. - ui, patada.

    – Hãm... Tudo bem! Tchau para vocês. - me despedi de cada um com um abraço.

    Pensei em ir de ônibus até Konoha. A distância era meio considerável. Longe.

    Anotei em minha mente que assim que voltasse, iria comprar um carro para mim, já estava mais do que na hora.

    Decidi ir caminhando. Agora era sete da manhã. Certamente eu chegaria por volta das quatro da tarde em Konoha.

    Sei que não seria fácil encontrar uma reposta, então eu precisava desse tempo. Para mim.

    [...]

    Aoda andava ao meu lado quieto. Ora latia para alguma coisa na estrada e ora parava para descansar.

    Eu ia caminhando pensativo. Era estranho ter que deixar minha família, ainda mais para ir encontrar alguém que era de total desconhecimento para mim.

    Nós tínhamos parado para almoçar em uma lanchonete no meio da estrada. Comprei alguma coisa para mim e meu parceiro, e voltamos para a nossa viagem.

    Era bom ir caminhando, eu me sentia livre. Diferente de quando eu estava na casa de Itachi. Me sentia sempre vigiado, estava sempre de olhos bem atentos para tudo que poderia acontecer. Talvez fosse o episódio da guerra, talvez eu ainda não me sentisse bem o suficiente para ficar perto de outras pessoas. Porque além disso, eu tinha medo.

    Medo de perder as poucas pessoas que restaram e eram importantes para mim.

    Avistei a bandeira com o símbolo de Konoha. Olhei para o meu relógio de pulso para ver que horas eram. Três e meia. É consegui chegar mais cedo do que pensei.

    Agora o único jeito de encontrar a mulher de cabelos róseos seria mostrar a fotografia e ver se alguém a conhecia.

    Fui para o porto onde tinha os barcos da cidade. Quando cheguei lá, pedi a um senhor de idade se conhecia a mulher. Ele disse que nunca a tinha visto, muito menos o barco ao fundo da imagem. Suspirei cansado, pelo visto não seria fácil encontrá-la.

    Agradeci ao senhor que me ajudou e voltei a andar.

    Enxerguei um barzinho aberto e entrei para pedir informações.

    – Oi, você conhece essa mulher? - pedi ao um homem um pouco mais velho que eu mostrando a fotografia.

    – Sakura Haruno. - ele respondeu observando melhor a imagem. – Ela mora em uma área um pouco mais afastada da cidade. Tem um tipo de hotel para cães.

    – Você a conhece?

    – Claro, uma mulher linda dessas é sempre notada. Ainda mais em cidade pequena. - eu não sabia o motivo, mas ao ouvir aquilo, me incomodou. – O que você quer com ela?

    – Assuntos pessoais. - respondi ríspido, eu ainda estava incomodado com o que ele havia dito.

    Sai do estabelecimento.

    No caminho pedi mais algumas informações para as pessoas que caminhavam na rua. Fui andando até onde elas tinham me indicado, era um pouco longe mas nada muito demorado.

    Depois de uns quinze minutos cheguei ao lugar onde queria.

    Vi a placa onde dizia o tal “Hotel para cachorros” e caminhei em direção até a entrada do lugar.

    Era um local muito bonito. Na frente havia uma grande casa azul e branca, estava bem cuidada. Tinha muitos vasos de flores e um jardim espalhado pelo quintal, além de um grande gramado cercado de cercas.

    Entrei na pequena salinha onde dizia “Entrada”. Chamei por alguém mas não havia se quer uma alma viva dentro do lugar.

    Dei a volta indo até um tipo de celeiro. Na entrada tinha alguns cachorros dentro de uma área cercada para que eles não fugissem. Era um lugar realmente muito bonito. Despertei-me de meus pensamentos ouvindo uma voz doce me chamar.

    – Olá? Posso ajudar?

    Era a mulher da foto. Sakura.

    Como pensei ela era muito linda. Mais do que na fotografia que eu havia encontrado.

    Seus cabelos de cor exótica estavam presos em um coque mal feito, deixando assim alguns fios delinearem seu rosto em forma de coração. Ela usava uma camiseta preta sem mangas com um shorts jeans meio folgado, além de uma bota de cano alto.

    Ela era muito bela.

    Deixei meus pensamentos de lado para responde-la, percebi que estava nervoso.

    – Hãm... - ela me cortou se abaixando para falar com Aoda.

    – Mas olha só! Um pastor alemão, que lindo! Como ele se chama?

    – Aoda. - respondi automaticamente. – Ele é mansinho, bom com as pessoas, melhor do que eu. - pelo menos naquela ocasião, na qual eu não sabia como agir. – Eu o treinei.

    – Sério? - assenti. - Hãham. Sou Sakura, e você? - notei que seu sorriso era ainda mais exuberante do que na fotografia.

    – Sasuke. - fiquei sem saber o que fazer, então decidi contar a ela o motivo para mim estar ali. – Eu... - respirei fundo tentando me acalmar, o que ela tinha que me deixava nervoso? – Eu vim aqui para...

    – Oh, Espere um pouquinho. - ela me cortou tirando o celular do bolso para atender. – Alô? Sim sou eu Sakura... - ela me indicou com a cabeça para segui-la enquanto falava ao telefone.

    Entrei na mesma salinha que antes. Enquanto ela pegava alguns papeis na mesa e anotava alguma coisa, eu caminhei até a janela avistando uma senhora loira treinando alguns cachorros.

    Olhei para Sakura novamente.

    – Desculpa. - ela me disse cochichando. Parecia sem graça por ter tido que interromper nossa conversa. Depois de um tempinho ela guardou o telefone e se virou para mim. – Desculpe mesmo, nós estamos sem pessoal para trabalhar aqui, então fica tudo cheio e sobra para mim.

    – Tudo bem. - ela assentiu.

    –Hãm... Aoda parece bem treinado, então acho que está aqui para hospeda-lo? - não.

    – Não, não conheço nada aqui. Cheguei a cidade hoje ainda.

    – De onde você é?

    – Suna.

    – Lá faz muito calor. - ela falou mais para si mesma do que para mim. – E o que te trouxe aqui?

    Você.

    – Longa história... Quer dizer, não sei nem por onde começar. - respondi meio sem graça. Ela pareceu perceber e negou com as mãos enquanto começava a falar.

    – Desculpe, desculpe mesmo. Isso nem é da minha conta. - vi suas bochechas tomarem um rubor, achei aquilo interessante.

    – Não, tudo bem.

    – Bem! Então no que posso te ajudar Sasuke? - senti que meu coração acelerou quando ela disse meu nome. Afastei tudo o que minha cabeça cogitava. E olhei para ela.

    – Na verdade eu vim aqui para ver você. - falei direto, sem rodeios. Vi a expressão dela se tornar confusa. Então tentei explicar melhor. Procurei a foto dela em minha carteira enquanto falava. – A um tempo atrás eu achei isso daqui, e eu...

    – Ah claro! O anúncio no jornal! Bem, o salário não é aquelas coisas mas dá. É a alimentação e a limpeza dos animais. Seis dias por semana, pode trazer Aoda com você se quiser e é isso. Basicamente só ajudar. - do que ela estava falando? Olhei para o papel que ela havia me entregado. Dizia “Formulário de admissão”.

    Ela estava pensando que eu queria trabalhar? Acho que eu não tinha conseguido explicar as coisas direito. Bem, eu nunca conseguia mesmo. Ser simpático nunca foi o meu forte.

    Olhei para ela com o “Não” na ponta da língua. Mas quando adentrei aqueles olhos verdes jades, parecidos com duas esmeraldas, mudei de ideia. Ela disse que precisava de ajuda, Itachi não iria se importar se soubesse que eu estava trabalhando - mesmo que fosse em outra cidade - e eu não iria para lugar nenhum. Então que mal tinha eu aceitar sua proposta de emprego? Talvez com o tempo, eu conseguisse agradece-la de verdade. E ajuda-la seria um bom começo.

    – Caneta? - tinha que preencher o formulário.

    – Além de Aoda, tem experiência com outros cães? - voltei minha atenção para ela novamente.

    – Sim, trabalhava com cães farejadores especificamente.

    – Ah... Então trabalhava como policial.

    – Não, fuzileiro. Fuzileiro naval. - a expressão dela se tornou pensativa, como se lembrasse de algo triste.

    E aquilo de certo modo, mexeu comigo.

    – Hãm... Não precisa preencher tudo, só o.... Só o nome e contato já está bom. - percebi que ela hesitou para me perguntar algo.

    Mas antes que ela dissesse alguma coisa tentei convence-la.

    – Parece que não teve muita sorte em encontrar alguém, para trabalhar.

    – Me diz! O que leva alguém a sair de Suna, e que foi fuzileiro e agora quer trabalhar com animais? - me perguntou desconfiada e levemente irritada.

    – Não sei... Gosto de sair caminhando por ai. - usei uma desculpa qualquer.

    – Caminhando por ai? Espera... Veio caminhando desde Suna até aqui?

    – Gosto de caminhar.

    – Pode me dar licença um pouco? - perguntou estreitando os olhos, tornando sua face engraçada. Seria engraçada, se eu não me encontrasse tão nervoso.

     Ela era esperta.

    – Sim.

    Ela saiu da sala como um foguete. Olhei pela janela ela conversar algo com a senhora que antes estava treinado um cachorro. Parecia meio desesperada e me perguntei se disse algo que não devia.

    Sua expressão foi de desesperada para indignada e voltou para inconformada.

    E em todas caras e bocas que ela fazia, conseguia ainda assim, ser bonita. Soltei um mínimo sorriso com isso.

    Percebi que a senhora que estava conversando com ela, vir em minha direção.

    – Você é louco? - a mesma senhora loira de antes me perguntou.

    Ela queria saber se eu era louco? Acho que não tinha chegado a isso, nem mesmo na guerra.

    – Não, porque? - perguntei sem entender aquilo.

    – Porque minha neta acha que você pode ser louco. - direta.

    Então a mulher de cabelos róseos era neta daquela senhora. E ela achava que eu poderia ser louco. Me indignei com aquilo, então era isso que ela havia ido conversar com a avó dela.  Bem, que vem andando de uma cidade até a outra? Era melhor eu ter ocultado esta parte.

    – Não, tenho perfeito juízo. - falei em minha defesa.

    – Hum... Parece ser bem inteligente... Como é seu nome?

    – Sasuke.

    – O meu é Tsunade... Então Sasuke, porque quer trabalhar aqui? - perguntou ameaçadoramente.

    – Parece ser um trabalho calmo... Meu último trabalho não foi muito agradável... - respondi me lembrando do caos que era estar em uma guerra.

    – Já trabalhou com o que?

    – Hãm, eu era fuzileiro. - ela pareceu pensar um pouco antes de responder. Acho que não esperava eu dizer que eu era do Exército.

    – Oh... Fuzileiro. - assenti. - Tudo bem! O emprego é seu. Começa amanhã de manhã cedo. Ok?

    – Sim.

    Acenei em quanto saia dali.

    Não iria ser tão mal trabalhar ali.

    E o que poderia dar de errado?

    Acho que no fim, nada.

    [...]

    – Só precisa de algumas melhoria e alguns reparos, nada demais.

    Nada de mais? Aquele lugar precisava era ter que ser demolido e construir outra casa.

    Eu estava vendo onde iria morar agora. Procurei algum lugar perto o suficiente do meu novo trabalho. Não que eu me preocupasse, mas a cidade era meio longe dali, então era melhor eu me prevenir.

    Encontrei uma casa vermelha e bem acabada, porém não ficava nem dez minutos longe do meu trabalho.

    Estava conversando com o homem que era dono da casa, vendo se o lugar estava bom. Mesmo que eu já tivesse constatado que não.

    – Tudo bem, eu fico.

    – Então ok. Se precisar de qualquer coisa é só me chamar, as ferramentas estão na outra varanda.

    Assenti.

    Comecei a arrumar aquele lugar, pelo visto aquilo iria tomar bastante o meu tempo.

    Até a noite eu terminava de arrumar por dentro, e amanhã iria arrumar por fora os telhados e paredes.

    É, ali eu iria recomeçar.

    Sozinho.

    E mesmo assim, eu me sentia bem de algum modo. Eu me sentia confortável com toda aquela situação. Talvez fosse o ar recolhedor das pessoas na cidade. Ou talvez fosse por que eu finalmente tinha encontrado Sakura.

    Continua.


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