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— Você deve estar muito entediada depois de ter passado um mês na praia, cercada de um lado pelo mar e do outro pelo deserto! — Laila opinou, enquanto passeava pela sala de estar, onde a sua mãe, Mouna, tomava um chá com Sakura.
— Laila. — a mãe censurou — Isso foi indelicado.
Laila girou os olhos nas órbitas.
— Não há lojas na praia e mulheres inglesas costumam adorar ir às compras.
— Mas nem todas as inglesas são iguais. — Sakura respondeu — Eu gosto da moda, mas também gosto do deserto.
— Noventa e nove por cento das mulheres iriam gostar do deserto se estivessem na companhia de Sasuke. — Laila murmurou baixinho a fim de que a mãe não ouvisse.
Enquanto acomodava Daisuke no colo, Sakura exibiu um sorriso sereno para Laila.
— Você está certa. Ele é um ótimo guia turístico. — brincou Sakura.
— Ouvi dizer que você teve a permissão do rei para inaugurar o novo hotel e o complexo de lazer. — comentou Laila.
Sakura escondeu a própria surpresa ao ouvir as novidades e simplesmente concordou com um gesto de cabeça.
Até Laila aparecer, sem ter sido convidada e parecendo bem encantadora com um vestido branco que aderia às curvas do corpo, Sakura esteve torcendo para que Sasuke voltasse logo.
Então, ciente de que a outra mulher poderia demorar-se a fim de obter vantagem da presença dele, Sakura desejou que Laila estivesse longe.
Dirigindo um olhar discreto para o relógio de pulso, Sakura ficou preocupada por Sasuke estar tão atrasado.
— Talvez esteja prestes a se tomar uma autoridade simbólica para a nossa moderna monarquia. — Laila declarou, sem conseguir esconder a inveja que sentia.
Nesse instante, um homem de meia-idade vestido com um terno executivo entrou na sala. — Sua Alteza. — ele cumprimentou Sakura, que ainda se esforçava para se adaptar ao novo título — O rei quer falar com a senhora.
Totalmente surpresa por aquele aviso, Sakura se ergueu do sofá segurando Daisuke nos braços. Zaid, que estava sempre atento ao que se passava no palácio, já havia chamado a babá de Daisuke e a jovem se apressou em cuidar do pequenino.
Enquanto caminhava na direção da sala onde o rei se encontrava, Sakura se sentia extremamente nervosa, pois não conseguia pensar em nada que o pai de Sasuke pudesse querer discutir com ela. Será que teria a ver com a inauguração do complexo de lazer que Laila mencionara ? Quase inevitavelmente, ela começou a se perguntar se havia feito ou dito alguma coisa errada e o pai dele estaria aproveitando a ausência do filho para censurá-la.
O rei estava sentado em uma poltrona na elegante sala de recepção, onde conduzia a maioria dos encontros. No instante em que Sakura repousou os olhos no rei e notou a seriedade e a palidez estampada no rosto dele, ela sentiu o coração se apertar dentro do peito. Esquecendo-se do regulamento de comportamento que Sasuke havia lhe ensinado, ela falou primeiro:
— O que aconteceu ?
Com uma das mãos, o rei indicou que ela se sentasse na cadeira ao lado da dele. Sentindo as pernas bambas, Sakura sentou-se pesadamente, e fitou o rosto do idoso com preocupação.
— Sasuke teve que fazer um pouso de emergência e os serviços de resgate estão tentando localizá-lo. — o rei informou com nervosismo.
Sakura empalideceu, enquanto imagens terríveis lhe invadiam a mente.
— Será que ele colidiu ? — ela indagou e a voz soou trêmula.
— Não sabemos... apenas fomos informados de que o helicóptero apresentou uma falha. Ele é um piloto habilidoso. — informou o rei — Ele vai saber o que fazer.
— Ele vai ficar bem... ele tem que ficar bem. — Sakura murmurou, completamente abalada.
— Ele não está atendendo o celular. — o rei Fugaku informou.
Sakura sentiu um nó de angústia se formar em sua garganta. Fitando o vazio, ela começou a rezar baixinho, implorando para que nada de ruim tivesse acontecido. Agora que tinha encontrado a felicidade com Sasuke, Sakura não conseguia imaginar a sua vida sem ele. Ouvindo o burburinho de vozes atrás das portas da sala, ela percebeu que a notícia do acidente se espalhava rapidamente pelo palácio; uma multidão de pessoas estava reunida no hall. As vozes ficaram mais altas até ela ouvir o som de passos rápidos contra o piso de mármore. Em seguida, uma das portas foi aberta e dois assessores do rei entraram apressados na sala, antes de iniciarem um diálogo animado. Sakura não tinha idéia do que diziam, mas estava convencida de que os homens não poderiam estar trazendo más notícias com toda aquela animação.
— Sasuke foi localizado. — o rei avisou, alcançando uma das mãos de Sakura — Ele está bem.
— O quanto ele está bem ? — Sakura quis saber.
— Arranhões, machucados, mas está inteiro e logo estará aqui conosco. — o rei falou, ao mesmo tempo em que gesticulava com as mãos, pedindo que os assessores se retirassem da sala.
Sakura fitou o rei com preocupação. Lágrimas de alívio rolavam desenfreadas pelo rosto dele. Ele virou-se para ela com um brilho angustiado no olhar.
— Ele sempre foi bom e louvável e eu o ignorava.
— Nunca é tarde para mudar isso. — ela murmurou emocionada — Nunca é tarde. — repetiu.
Eles permaneceram sentados lado a lado em um silêncio surpreendentemente sociável, enquanto aguardavam o retomo de Sasuke. Sakura começou a pensar em seus próprios arrependimentos em relação à Sasuke. Ele poderia ter morrido sem saber que ela o amava e isso a deixou aflita.
Na entrada do palácio, os guardas descarregaram as armas em longos e ruidosos estouros para anunciar a volta de Sasuke. O rei apressou-se em se dirigir à porta para aguardar a entrada do filho.
Sakura já havia decidido deixá-los a sós para conversarem, mas ela precisava ver Sasuke para conseguir acreditar que ele estava bem e a salvo.
Segundos depois, Sasuke irrompeu na sala, com os cabelos escuros completamente desarranjados e empoeirados, uma das mangas da camisa rasgada e uma bandagem em um dos braços.
— Eu pensei que você não estivesse machucado! — ela exclamou, apavorada.
— É só um arranhão — ele falou, exibindo choque e incredulidade na expressão do rosto, enquanto o pai o abraçava emocionado.
Embora Sakura também estivesse precisando daquele contato físico para desabafar o alívio do medo e da preocupação que havia sentido, retirou-se da sala e o deixou em paz com o pai.
Ela ainda se sentia tonta e fisicamente fraca pelo misericordioso alívio dos seus piores temores. Sasuke havia se tomado tão precioso para ela quanto Daisuke, e Sakura ainda estava em choque pelo medo que sentiu era perdê-lo. Ciente de que as roupas que usava haviam aderido ao suor de sua pele, ela subiu e foi direto ao toalete da suíte a fim de tomar uma ducha rápida.
Sakura vestia apenas o sutiã e a calcinha quando ouviu Sasuke entrar no quarto. Após se cobrir com o roupão, ela apressou-se em saudá-lo.
— Desculpe pela demora. — ele resmungou — Mas o meu pai tinha muitas coisas a me dizer...
— Eu achei que ele tivesse. — Sakura confessou, enquanto alcançava as mãos dele — Seu pai estava muito aborrecido. Por isso eu o deixei a sós com ele.
— Sou casado com um anjo de tato e inteligência — Sasuke falou num tom macio de voz, ao mesmo tempo em que fitava diretamente o verde dos olhos dela e se encantava com o rubor que lhe coloria as faces delicadas.
— O que aconteceu com o seu celular nesta tarde ?
— Eu estava com tanta pressa que acabei esquecendo o meu celular na vila.
— Por que estava com pressa ?
— Eu sabia que lhe devia um milhão de desculpas por tê-la acusado de ter mentido para mim.
Sakura ergueu as sobrancelhas.
— Do que está falando ?
Sasuke retirou a fotografia e a carta que estava no bolso da camisa que vestia. Entregando a foto a ela, ele declarou:
— Acredito que essa mulher possa ser a sua mãe, Mebuki.
Surpresa, Sakura fitou a fotografia, a qual nunca tinha visto antes. A imagem exibia a sua falecida mãe ao lado do príncipe Itachi, ambos usando trajes de gala.
— Sim, é ela. Como conseguiu essa foto ?
— Estava junto com esta carta em meio às páginas de um livro antigo de Itachi. — ele entregou a carta a ela.
Era uma carta escrita pela mãe de Sakura, dizendo à Itachi com palavras gentis que eles deveriam seguir com suas vidas, uma vez que não poderiam ficar juntos, e que se continuassem em contato as coisas só se tomariam mais difíceis.
— É tão triste. — Sakura sussurrou.
— Itachi deve ter amado muito a sua mãe para ter guardado essa foto junto com a carta por tantos anos. Quando eu vi a data, entendi por que o meu irmão não pediu a permissão do meu pai para se casar com a sua mãe. Isso aconteceu no mesmo ano em que a minha mãe abandonou o meu pai e claramente Itachi não teve coragem de pedir a aprovação do rei para se casar com uma estrangeira. Meu pai estava tão amargurado com os seus próprios erros que poderia ter recusado o pedido do meu irmão. Temo que se Itachi disse a sua mãe que estava sendo ameaçado com o cancelamento da herança estava mentindo.
Sakura assentiu com um gesto de cabeça, demonstrando compreensão.
— É terrível como algo que uma pessoa faz possa afetar outras vidas de maneiras diferentes.
— Mas eu a julguei de forma errada e a insultei. — Sasuke a lembrou, sem desviar os olhos dos dela — Acreditei nas suspeitas melodramáticas de Izumi quanto ao seu relacionamento com Itachi, sendo que eu deveria ter acreditado em você!
— Sim, mas você estava com ciúmes... — Sakura observou — Você faz tudo parecer complicado...
— Não, eu não faço. — Sasuke a censurou.
— Bem, você tem feito desde que eu o conheci. Parece que você sempre espera o pior das mulheres...
— Ainda assim, eu recebi o melhor de você. — Sasuke a interrompeu, alcançando suas mãos — Você é tudo o que eu sempre sonhei encontrar em uma mulher. Ainda assim, eu sei que quase a perdi para sempre. Fiquei péssimo só de pensar que talvez eu nunca mais fosse ver você e Daisuke novamente. — ele beijou uma das mãos de Sakura carinhosamente — Eu demorei muito tempo para perceber que a amava. Eu não achava que pudesse me apaixonar, então demorei muito para reconhecer que havia me apaixonado.
Confusa ao ouvir aquela declaração, Sakura o fitou, quase sem acreditar que ele realmente estivesse admitindo que a amava.
— Eu nunca pensei que fosse ouvir você dizer essas palavras.
— Nem eu. — Sasuke confessou, puxando-a gentilmente para mais perto de seu corpo — Mas eu te amo muito e me sinto incrivelmente feliz por estar com você, hayati...
— Eu também te amo. — Sakura declarou emocionada, enquanto contornava o rosto de Sasuke com os dedos, numa doce carícia — Sinceramente, eu pensei que você nunca fosse sentir o mesmo amor que eu.
— Acho que me apaixonei por você a primeira vez que a vi andar a cavalo. — ele confessou com um sorriso — Você parecia uma guerreira selvagem: sexy, forte...
Divertida, Sakura ergueu os olhos e exibiu um grande sorriso para ele.
— Infelizmente, o meu ciúme pelo suposto laço que eu acreditava que você tivesse com Itachi atrapalhou todo o meu raciocínio. — Sasuke admitiu — Eu mal podia esperar para levá-lapara a cama, porque só então você poderia ser realmente minha.
Sakura envolveu o pescoço grande de Sasuke com os braços, adorando o fato de ele ser tão masculino em suas reações.
— Tudo aconteceu muito rápido entre nós e eu demorei a me acostumar. — ela murmurou — Nós mal estávamos juntos como um casal, quando eu descobri que estava grávida e então nos casamos de forma tão rápida...
— Eu deveria ter lhe explicado como eu me sentia por me casar sem a permissão do meu pai. Mas eu também deveria ter olhado para o futuro e ter lhe proporcionado um dia mais feliz. — Sasuke franziu as sobrancelhas — Eu posso entender como a minha atitude deu a impressão de que eu era um marido relutante e isso contribuiu para a sua falta de fé em mim quando você ouviu o desabafo de Izumi.
— Aquilo foi à última gota, mas você não foi o único que cometeu erros. Eu deveria ter lhe confrontado, ao invés de fugir.
Com uma das mãos, Sasuke ergueu o queixo delicado de Sakura para que ela pudesse encará-lo.
— O pior dos seus pecados foi ter deixado de entrar em contato comigo para me dizer que estava bem. Você estava grávida. Eu temia que pudesse decidir interromper a gravidez.
Alarmada, Sakura arregalou os olhos.
— Sasuke, não, eu não faria isso.
— Mas eu não tinha certeza. — ele a lembrou com melancolia.
— Desculpe-me por não ter entrado em contato. Eu estava terrivelmente amargurada. Por um longo tempo, eu pensava que o odi... odiava. — A voz dela falhou. Sakura sentia os olhos arderem com as lágrimas que insistiam em começar. Repousando a cabeça em um dos ombros largos de Sasuke, ela inspirou profundamente. — Mas a verdade é que eu sempre o amei e apenas estava com ódio por você ter me machucado.
— Eu nunca mais vou lhe machucar. — Sasuke prometeu, com seu tom de voz rouco — Nós estamos descobrindo tantas coisas juntos. Eu não suportaria perder isso.
— Eu temia que você pudesse tentar arrancar Daisuke de mim quando me encontrou novamente.— ela confessou.
— Eu cresci sem o apoio de uma mãe e jamais sentenciaria Daisuke a ter essa mesma experiência. Mas eu estava pronto para pressioná-la e fazer muita confusão até que você aceitasse voltar para Quaram comigo. — O brilho dourado dos olhos dele exibiam certo divertimento, enquanto ele fazia aquela franca admissão. Sasuke estava tão magnífico que Sakura sentiu a boca ressecar. — Eu queria vocês dois de volta em minha vida. Durante os dezoito meses em que você estava ausente, eu só pensava em você e outras mulheres não existiam para mim, hayati.
— Eu queria ter tido o conhecimento disso antes. — Sakura lamentou.
— Talvez eu precisasse perdê-la para valorizá-la de verdade.
Inclinando a cabeça, Sasuke capturou os lábios dela, envolvendo-a num beijo sensual e arrebatador até fazer com que ela perdesse completamente o fôlego. Erguendo-a em seus braços, Sasuke a carregou até a cama e a deitou sobre o colchão macio.
Eles se despiram rapidamente, mas o amor que fizeram foi lento, intenso e doce, em uma apreciação mútua.
Mais tarde, ela se aninhou no calor dos braços dele, ouvindo-o sussurrar palavras de amor em seus ouvidos, palavras que ela sabia que jamais se cansaria de escutar.
— Algum dia, eu gostaria de ter outro filho. — Sasuke murmurou, repousando uma das mãos sobre o abdômen dela — Eu ficaria com você desde o início e não sairia do seu lado nem por um segundo, habibti.
Sentindo o cansaço dominar o seu corpo devido ao amor que fizeram, Sakura esboçou um sorriso preguiçoso.
— Algum dia... — ela sussurrou.
Quase três anos depois, Sakura entrou no quarto de crianças em Woodrow Court, trajando um belíssimo vestido de gala verde-escuro e um magnífico conjunto de jóias de diamante e esmeraldas que cintilavam sob as luzes.
Daisuke estava deitado na cama, distraído com um brinquedo. Sua irmã, Sarada, uma bebê de olhos escuros e com o mesmo sorriso doce da mãe, dormia profundamente, e o mais novo membro da família, Tarif, com seus quatro meses de idade, que estava hipnotizado observando os brinquedos pendurados no mobile de seu berço, não demorou a cair no sono.
Ela era mãe de três crianças, Sakura pensou estupefata, ainda surpresa com a rapidez com que a sua vida havia mudado e florescido.
Era o quarto aniversário de casamento deles e Sakura ficava satisfeita por olhar para trás e se lembrar dos três anos maravilhosos que havia passado ao lado de Sasuke.
O rei Fugaku tinha sobrevivido a todas as previsões sombrias e, embora não fosse um homem totalmente saudável, havia recuperado o apetite, ganhado um pouco de peso e certamente estava com aparência melhor. Sasuke e seu pai agora trabalhavam juntos e tinham se tornado bem mais amigos; isso trouxe paz para Sasuke, depois da infância turbulenta e infeliz pela qual passara.
Sakura também levava uma vida muito ocupada. Ela havia sido chamada para inaugurar o novo hotel e o complexo de lazer em Muscar. Logo depois, ela concordara em ajudar na arrecadação de fundos para salvar de bebês prematuros, uma ação de caridade que a levara a inúmeras visitas hospitalares e a outros lugares em que precisavam de apoio.
Sempre que viajava para a Inglaterra, ela se encontrava com Hinata e Tenten e adorava escapar do formalismo de sua vida em Quaram para ser tratada apenas como uma amiga.
Como ela havia lidado com Laila ? Os olhos dela brilhavam com a lembrança. Sakura havia contado com Sasuke para enviar convites a cada homem disponível que conhecia para as festas no palácio, e, um tempo depois, o amor cumpriu sua magia e Laila finalmente se casara e se mudara para Omã com um sheik muito rico e paciente. Sakura se dava muito bem com a mãe de Laila, Mouna, que a tratava como uma filha e adorava as crianças.
Sakura tinha visto muito pouco o seu pai nos últimos anos, mas isso era o que ela esperava. Kizashi Haruno tinha pouco interesse pelos netos, e uma vez que havia satisfeito a sua curiosidade sobre as histórias antigas de Quaram não encontrou mais sentido em fazer muitas visitas à província. Sakura acreditava que já havia recebido mais reconhecimento e encorajamento do pai de Sasuke do que jamais recebera do próprio pai.
Izumi se casara novamente e adotara várias crianças com o seu segundo marido. Ela tinha comparecido à festa de aniversário de Sasuke no ano anterior. Sakura adorou ter visto Zahrah novamente e Izumi tinha sido educada e agradável, uma vez que suas suspeitas haviam desaparecido de uma vez por todas.
— Você está linda. — Sasuke falou com um suspiro, recostado no batente da porta.
Sakura apressou-se na direção dele e o envolveu num abraço.
— Eu pensei que você fosse se atrasar...
— Para o meu jantar de aniversário com a minha bela esposa ? Nunca! — ele brincou, enquanto eles apagavam as luzes e saíam do quarto das crianças — Mas, antes de jantarmos, eu quero que você veja uma coisa. Infelizmente, você está muito bem vestida para o nosso destino.
— Devo trocar as roupas ? — Sakura indagou.
— Não, você está maravilhosa. — E, erguendo-a em seus braços, ele a carregou até o Range Rover estacionado na frente do palácio.
— Para onde você vai me levar ?
Assim que se acomodaram no interior do veículo, Sasuke ligou a ignição e dirigiu até os estábulos.
Após ajudá-la a sair do carro, ele declarou:
— Eu tenho uma surpresa para você.
— Se estiver falando sobre me presentear com uma égua, eu o amarei para sempre... — ela brincou.
— Shh, habibti. — pediu Sasuke — Ela tem sido um pouco negligenciada e está nervosa, então os funcionários ainda não a sujeitaram a um tratamento decente.
— Quem ? — Sakura indagou curiosa, ao mesmo tempo em que acariciava um dos braços dele, pois sempre que Sasuke a chamava de habibti, que significava "amada", ela se derretia.
Uma égua com crinas acinzentadas cutucou angustiadamente a porta do estábulo. O animal idoso não se parecia em nada com os cavalos que ocupavam os outros boxes. Sakura fitou os grandes olhos da égua.
— Starlight ? — ela sussurrou incrédula, com a voz emocionada e se aproximou do animal —Meu Deus, você encontrou a Starlight para mim! E ainda se admira quando eu digo que você é o grande amor da minha vida ?
Sasuke exibiu um largo sorriso e a assistiu enquanto ela acariciava a égua que tanto adorava quando era adolescente e que o pai havia vendido.
Sakura se aproximou de Sasuke e então se atirou nos braços dele, abraçando-o e beijando-o com entusiasmo.
— Você é maravilhoso. — ela declarou, com os olhos brilhando de gratidão.
— Você é a maravilha em minha vida, habibti. Eu tenho você e três lindas crianças, e me sinto como se tivesse ganhado o mundo inteiro. — Sasuke murmurou com a voz rouca, observando-a com uma silenciosa admiração.
Sakura sentia a felicidade transbordar em seu coração.
— Eu te amo. — ela sussurrou.
— E a cada dia que passa eu te amo mais.