O Principado de Órion

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    Capítulos:

    Capítulo 7

    Novo (velho) membro - Parte 1

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Imbecil.

    Babaca. Idiota. Arrogante!

    Era tudo o que dizia em sua mente. Desde que o Mago – Natsu era o seu nome, mas não estava afim de dizer – disse aquilo pra ela, Lucy fulminava de raiva sentada na cadeira. Havia passado cerca de uma hora desde que o soldado da Runa, Brian, deixou os dois ali. Ela não entendia por que demoravam tanto. Afinal de contas, nada explodiu. Ela não estava gritando, nem pedindo socorro. Era obvio que conseguiu acalmar o Dragon Slayer. No entanto, no processo ficou irritada.

    “Acha mesmo que pode fazer igual? Pois eu duvido”

    Apertou os dentes. Ia mostrar pra ele. Ela esfregaria naquela cara convencida e irônica que podia sim ser uma maga estelar. De repente a tranca da porta se mexeu. Girou na cadeira, olhando para ela junto do Mago ainda sentado no chão. Brian acompanhado de um guarda mais alto que ele entraram na sala olhando temerosos ao redor. Quando viu os dois quietos e afastados, o soldado respirou fundo de alivio e se virou para a garota.

    - Está liberada. Pode sair.

    Lucy deu um pulo da cadeira e sibilou um pouco de dor. O tornozelo estava latejando mais que antes.

    - Sério? Que bom.

    Foi andando ou melhor, mancando até a saída. Ao passar pelo Mago sentiu sua pele arder. Lucy engoliu em seco e o espiou de lado. Os olhos dele estavam cravados nela e... que olhar era aquele? Virou o rosto e apressou o passo. Mal prestou atenção quando Brian lhe deu passagem e saiu no corredor. O Dragon Slayer a encarava de um jeito penetrante, sem aquela raiva e sem a dor que sentia antes. Engoliu em seco de novo, sentindo seu estomago dando voltas de nervosismo. Era como se ele observasse uma presa pra caçar.

    ///////////////////////////////////////////////////////////////////

    A loirinha tinha saído praticamente correndo, o que fez despertar mais interesse nele. A seguiu com os olhos de propósito, apenas pra o ver seu jeito e quase riu quando seu rosto ficou pálido. Interessante. Lucy, sua amiga, nunca foi tão tímida desse modo. Talvez porque estavam no meio de uma guerra e os jovens tinham que agir como adultos, mas... – se levantou do chão – Não fazia diferença agora.

    Se virou para os dois soldados. Eles o observavam cautelosos. Principalmente o de armadura prateada. O queixo quadrado e pontudo dele estava travado de desconfiança.

    - Você é mesmo Natsu Dragneel?

    Levantou as sobrancelhas, piscando. Então, curvou os lábios de ironia.

    - Direto você, não?

    O homem apenas apertou os olhos.

    - Apenas responda.

    Natsu bufou e revirou os olhos ao se aproximar dos dois. O surto que quase tomou conta dele desaparecido.

    - Sim, eu sou. E também sou um Dragon Slayer. Era essa sua próxima pergunta?

    Parou diante deles entediado. Brian quase riu de surpresa e o soldado apenas levantou os olhar, mais sereno. Isso o confundiu.

    - Peço perdão pela desconfiança, afinal é muito raro se ouvir de um magos desses.

    Pondo na mão no peito, continuou.

    - Sou Arcadios. Chefe de guarda do príncipe e esse é Brian, meu braço direito.

    Natsu olhou de um para outro.

    - Yo.

    Brian piscou, mais surpreso fazendo-o franzir as sobrancelhas. Qual o problema desse cara? O olhava de um jeito admirado, empolgado.

    - Então... – Olhou pra o tal Arcadios – Quando vão poder me liberar também?

    Os dois se olharam e depois Brian se virou pra ele.

    - Sabe que não está mais na sua época, não sabe garoto?

    Suspirou mais entediado.

    - Sim, eu sei. Quatrocentos anos, não é? – que loucura, mas sacudiu a cabeça – Olha, tá na cara que eu não tive culpa nenhuma do que aconteceu no museu.

    Arcadios levantou a sobrancelha.

    - Não? E o salão com o lacrima de âmbar destruído e chamuscado?

    Natsu pestanejou e ficou nervoso, mas estalou a língua virando a cara.

    - Tá, tudo bem. Eu fiz isso, mas só porque aqueles caras me provocaram.

    Parou pra pensar e os encarou de novo.

    - A loirinha disse que eram Magos das Trevas.

    Arcadios retorceu os lábios, odiando ceder.

    - Tem razão. Eram de God’s Hell.

    - Fazia um tempo desde que os soldados rúnicos queriam pegá-los. Você acabou nos fazendo um favor.

    Brian sorriu e Natsu o encarou de lado, sorridente.

    - De nada.

    Ouviu um pigarro. Arcadios o olhava cansado. Poxa, ele também estava.

    - Devido ao seu serviço pra o príncipe, vamos escoltar você até sua Guilda e falar com o Mestre. Makarov Drejar senão me engano.

    Olhou para cima pensando, então saiu no corredor.

    - Vamos.

    Natsu não disse mais nada. Acompanhou aqueles dois enquanto o levavam para o pátio. Não queria admitir, mas estava nervoso. Quatro séculos! Muita coisa deve ter mudado, a cidade pelo ao menos era a mesma, o que dava um pouco de tranquilidade, mas mesmo assim... Como ia fazer pra se virar nesse mundo novo? E a guilda? Como será que ficou? A única coisa que não o preocupava muito era que não sentia saudade daquela época (Caramba, parecia ontem!). Batalhas e batalhas, medo por todos os lados e os seus colegas, agora todos mortos. Desde que se entendia por gente o mundo estava assim, dominado pelos os dragões num verdadeiro inferno. A Fairy Tail era um lugar não somente para magos se reunirem e pegassem missões. Era um lar. Para jovens fugitivos e perdidos (como ele) em busca de uma vida melhor.

    Saíram no pátio, seguindo direto para uma carruagem. Também tinha outra razão pra não ter se apegado à sua vida de antes. Ele era sozinho. Mesmo com todos os membros da Guilda se divertindo como podiam, era sozinho. Não tinha um amigo e por um bom motivo. Seu pai adotivo era um dragão. E não um qualquer, era Igneel. Rei dos Dragões do Fogo.

    Pensar nele doía. Era só uma criança e viu sua única família ser assassinada pelo irmão gêmeo de Igneel. Karren. Karren tinha uma fúria e vergonha por seu irmão não adotar o levante. Não seguir a “causa” e ainda por cima criar uma criança humana. Era o cúmulo.

    Karren sempre o perseguia quando saía em missões. Vivia assustado e nunca contou pra ninguém. Para esconder seu medo, aperfeiçoou as magias que seu pai lhe ensinou. Igneel tinha dito que era pra se proteger, para lutar e conquistar uma vida melhor que aquele inferno. Por isso, foi pra Eramar. Por isso entrou numa guilda para lutar e vencer a guerra. Os outros magos o aturaram por que ele nunca fez nada de ruim, até surrava alguém que ousasse fazer mal à Fairy Tail, mas se mantinham distante.

    A carruagem já estava diante dele e ainda calado, subiu sentando no banco. Fez um esgar. E antes que a carruagem se mexesse, fechou os olhos por um segundo, baixando o rosto nas mãos cruzadas, onde apoiava os cotovelos nas pernas. Era algo novo. Tinha acabado de aprender (ou não) Ah! Tanto faz. Quando a carruagem se balançou em movimento apertou os olhos, respirando fundo. Uma onda suave da magia o banhou inteiro por dentro e depois se alojou num canto do cérebro. No seu senso de equilíbrio. Abriu os olhos de novo e nada rodava, seu estomago continuava igual. Sorriu um pouco.

    Seu pai tinha uma namorada ou sabe lá como os dragões tratam suas companheiras. Numa das missões que foi com Lucy (era pra fazer reconhecimento de um provável ninho na Floresta Senquioal) Os batedores da 7ª unidade da Infantaria tinham encontrado ou achado que encontrado fazia uns meses e Grandine apareceu os encurralando. Pregando um bruto de um susto. Lucy tinha caído aos berros pra trás, quando uma esfera de luz azul apareceu diante deles e se transformou num dragão prateado. Quebrando todas as arvores por perto com suas asas. O urro tinha sacudido suas roupas e cabelos, levantando vento e folhas do caminho onde estavam.

    Estava pregado de susto no chão e antes que fizesse alguma coisa, o dragão se sentou diante dele e recolheu as asas. Seus olhos arregalados estavam confusos quando a Fera inclinou a cabeça pro lado e dizendo:

    Flashback

    "- Natsu... Como vai meu filho?

    Lucy recuperada um pouco do choque estava atrás dele, agarrada em sua blusa, levantou a cabeça sobre seu ombro, olhando pra o dragão.

    - Filho? Natsu, ela te chamou de filho?

    Engoliu em seco e a dragão a olhou com desdém, estreitando o olhar.

    - Sim, garotinha. O pai dele era meu companheiro.

    Nesse momento, teve um estalo.

    - Grandine?

    A dragão sorriu pra ele.

    - Ah. Agora reconhece sua mãe.

    - Você não é exatamente minha mãe. Igneel nunca apareceu com você onde a gente morava.

    Seu rosto tinha se coberto de vermelho, tamanha vergonha. Lucy já mais calma, o olhou e riu disso. A encarou atravessado, mas só a fez rir mais. Grandine enquanto isso, tinha feito um som de desdém e revirou os olhos.

    - Aquele idiota tinha receio sobre como encararia, menino. Mas você já sabia de mim.

    Bufou, o rubor sumindo agora.

    - Como não saberia? Ia escondida até nossa clareira.

    A dragão riu e o som foi tilintante como sinos. Lucy se encantou e a observando de canto percebeu que ela estava fascinada por Grandine. Quem não estaria? A dragão era como uma dama, uma Dragão do Céu em toda sua essência. Se curvando até estar no nível de seus olhos, as íris azuis reais o miravam preocupadas.

    - Sei por que estão aqui. Estão procurando o ninho.

    Natsu e Lucy pestanejaram de surpresa e Grandine voltou a ficar ereta. Olhando para o lado, continuou.

    - Fica a noroeste a partir daqui. São uns dez quilômetros, mas lhe aviso Natsu. Não vá pra lá.

    Lucy deu passo, antes que a segurasse pelo cotovelo pra ficar quieta.

    - Mas como assim? Precisamos ir. Se a ninhada for muito grande a próxima onda dos filhotes vai dizimar toda a humanidade.

    Grandine suspirou (achou que se ofenderia).

    - Eu sei. Mas é muito perigoso. – voltou a encarar os dois magos – Se querem vencer essa guerra devem primeiro atrair todos os machos para uma emboscada. Natsu, conte isso pra sua Mestra. Ela é uma excelente estrategista, vai entender.

    Piscou surpreso.

    - Conhece Mavis.

    Grandine o olhou risonha.

    - É uma longa historia. Enfim, vim apenas pra lhe dar duas coisas. A primeira já fiz.

    - E quanto a outra?

    Lucy perguntou. Se curvando de novo, Grandine aproximou o rosto dele e abrindo bem devagar a boca soprou um vento brilhante de um límpido azul nele. Natsu piscou tonto e tossiu engasgado. O vento tinha cheiro de uma brisa primaveril e teve um efeito estranho nele. A floresta se curvou torta diante dos seus olhos, as arvores se distorcendo e de repente, seu corpo inteiro amoleceu.

    - O que é isso?

    Tossiu de novo.

    Arquejou, seus pulmões cheios e impregnados do vento de Grandine então revirou os olhos caindo pra trás.

    - Natsu!

    - Calma garota. Quando ele acordar diga para ele que isso se chama Troía.

    - Porque a senhora fez isso com ele?!

    - Humpf. Foi um presente. – pausa, então sentiu a cabeça da dragão acima dele, observando ele arquejar, tonto e sufocado – O efeito colateral foi mais forte do que pensei.

    Se endireitando continuou.

    - Enfim, menina. Como Natsu é um Dragon Slayer do Fogo não pode usar magias do firmamento. Somente Dragon Slayers do Céu podem. Contudo, como fui EU que joguei esse feitiço nele, basta concentrar seu senso de equilíbrio que terá o mesmo efeito.

    - Então ele nunca mais vai enjoar?

    - Bom... Eu não sei. Nunca fiz isso antes.'"

    Flashback off

    Nesse momento, desmaiou de vez e Lucy lhe contou o que sua mãe fez com ele. Tinha pegado fogo de tão irritado, mas agora enquanto o usava pela segunda vez se sentiu agradecido. O problema era que o efeito passava rápido e quando foi levado para o castelo, tinha acabado ao entrarem no pátio. Só não enjoou por pura força de vontade.

    Quase riu e levantou os olhos, flagrando o soldado corpulento. Ele se mexeu no banco desconfortável.

    - Seu nome é Brian, não é?

    O soldado o olhou sério. Assumindo ar militar, pensou com ironia.

    - Sim. Peço desculpas pelo o que meu colega fez.

    Se encostou na parede da carruagem, sorrindo torto debochado.

    - O idiota delicado.

    Brian segurou o riso, torcendo os lábios enquanto que ele não aguentou. Riu lembrando dos gestos do cabelo escorrido na sala de interrogatório.

    - Rose sempre é intragável quando quer.

    - Não me diga – então deixou o deboche de lado – Eu que devia pedir desculpas. Quase matei o cara.

    Pensou franziu a testa pro vazio. Que coisa rara. Nunca pedia desculpas por surrar um babaca, se bem que na verdade queria torrar o cretino por ter lhe tomado as chaves.

    - Mas não matou. Sua amiga o parou a tempo.

    Olhou pra ele e tal Brian sorria. Uma súbita irritação surgiu com o rumo da conversa.

    - Ela não é minha amiga.

    Brian acenou concordando.

    - Claro. A ancestral dela que era.

    Não disse mais nada e então Natsu pensou na garota. “Lucy”. Enquanto ficaram naquela sala, depois de ter debochado dela, passou o tempo observando ela. E tentou friamente analisar a garota. O cheiro era diferente, obvio. E naquela hora de silencio percebeu outras coisas. Era um pouco mais baixa e muito, muito mais delicada. Parece que teve uma vida boa diferente da sua tatataravó. Mas o que atraiu mais sua atenção era sua raiva. A raiva era exatamente igual. Quando o ameaçou com um soco, viu nos seus olhos que iria mesmo fazer isso e senão parasse de rir dela.

    “Lucy”.

    Pelo o que entendeu era uma maga estelar. E falou com muito interesse na Fairy Tail. Se curvando para frente atraiu a atenção do soldado.

    - Me diga uma coisa.

    - Sim?

    - A loirinha que estava comigo... É maga de uma guilda?

    Brian parou pra pensar um pouco.

    - Segundo a amiga que veio busca-la, as duas são aspirantes à magas da Fairy tail.

    Levantou a sobrancelha.

    - Aspirantes?

    Brian o olhou.

    - Claro. Na sua época era diferente. Hoje por decreto todo jovem que quer entrar numa Guilda de Magia deve estudar dois anos e se no exame ficar provada sua aptidão é efetivado como mago.

    Franziu o rosto. Que coisa mais complicada. Quase não entendeu direito.

    - Tá. Mas ela faz parte da Fairy Tail, não faz?

    Brian o olhou meio risonho, entendendo. Mas não se importou.

    - De certo modo sim. Por que quer saber?

    Se encostando de novo na parede, Natsu olhou pra lado.

    - Por nada.

    /////////////////////////////////////////////////////////////////////

    Quando chegaram a Fairy Hills Lucy soube que estava enrascada. Levy pousou o tapete bem em frente à varanda do dormitório e todas as janelas estavam claras, as luzes acesas. Se levantou gemendo de dor, enquanto a baixinha enrolava o tapete colocando em seguida debaixo do braço.

    - Olha, não me culpe. Eu tive que chamar ela.

    A garota a olhou atravessada com pena e Lucy temeu o pior.

    - Lucy!

    Deu pulo com o grito e olhou para a porta da frente. Uma garota de longos cabelos vermelhos escarlates a encarava de olhos apertados. Estava vestida como sempre. Botas negras até os joelhos, saia pregueada azul e uma blusa cinzenta colava no corpo. Só o olhar sério assustava, mas piorava com a armadura que cobria seu torso e ombros.

    - Erza.

    Descendo os degraus da varanda, a garota se aproximou emitindo uma aura fulminante. Tremeu no lugar, esperando de verdade que Erza não lhe batesse.

    - O que tinha na cabeça pra se envolver numa luta? Magos de Yami Guilda (Guilda das Trevas) são terríveis e você nem começou os seus estudos.

    - Eu sei, mas é que...

    Erza apertou os olhos pra ela. Encolheu os ombros.

    - Mas nada. Você foi presa pelos soldados das Runas e levada para o castelo.

    Nesse momento, Levy pestanejou.

    - Hei, Lucy. Você não estava com alguém?

    Erza olhou dela pra Lucy e Levy insistiu.

    - Se sabe. Um cara.

    Lucy suspirou, sentindo um pouco daquela irritação.

    - Não me fale desse babaca.

    - De quem estão falando?

    Observou as duas, logo iriam saber. Botou mais peso na outra perna. Seu tornozelo latejava demais.

    - É um Dragon Slayer, muito irritante e convencido se querem saber.

    Gemeu de dor ignorando o choque das outras. Erza tinha os olhos arregalados e Levy ofegava.

    - Do que você tá falando? Esses magos não existem mais.

    Lembrou dele lutando, seus punhos e pernas, o corpo inteiro pegando fogo. E também o desdém com o “loirinha”.

    - Ah existem sim. – encarou a baixinha – É o cara que estava no lacrima.

    Levy arregalou os olhos ofegando mais forte e Erza reparou na sua expressão de dor, saindo do choque.

    - O que você tem?

    - Meu tornozelo.

    A ruiva olhou para baixo e sibilou. Sem dizer nada, pegou seu braço esquerdo e passou sobre os ombros enquanto enrolava o outro abaixo em sua cintura. A sustentando. Foram mancando devagar, subindo os degraus e Lucy gemeu com mais dor. Ao entrar no hall, Erza a levou direto para sala, onde várias garotas estavam acordadas e esperando. Sentou-a devagar no sofá e rápido Levy se abaixou pegando uma almofada, pegando sua perna direita e colocando com cuidado em cima. Ela repuxou o lábio.

    - Lucy... Isso aqui tá horrível.

    Espiou de canto e ofegou de dor. O tornozelo estava inchado e arroxeava de um jeito, com manchas escuras e vermelhas.

    - Então é verdade mesmo? Você foi presa?

    Erza se virou para garota, Evergreen, que engoliu o desdém ante o olhar penetrante da Titânia.

    - Quieta. Lucy passou por maus bocados e precisa descansar.

    Uma outra garota, de cabelos ondulados castanhos se aproximou com uma mão na cintura.

    - “Descansar”? Não foi você que disse que faria a novata entender o que é uma Maga da Fairy Tail?

    Erza nem se envergonhou.

    - Disse, mas mudei de ideia. Mirajane.

    - Sim?

    Uma jovem albina, linda de olhos azuis se levantou de um sofá. Era a maga mais gentil da guilda, Lucy gostava muito dela, mas não se iludia. A Lady Demônio era mais forte e terrível que muitos magos por aí, só rivalizava com Erza em termos de magia e luta.

    - Pegue um pouco de gelo na cozinha e uns panos. Lucy torceu o tornozelo e inchou mais do que deveria.

    - Claro, já volto.

    Ela saiu correndo enquanto Erza foi até outro comodo. Bem para a pequena enfermaria. Levy enquanto isso a encarou ansiosa.

    - Lucy, o que você disse é verdade?

    Olhou para baixo e ofegou, se sentando mais direito no sofá.

    - Foi.

    - Mas como ele pode tá vivo?!

    - De quem vocês estão falando?

    Cana se sentou ao lado dela e as garotas se calaram esperando. Massageando de leve, a baixinha explicou.

    - Lembram do lacrima que vimos hoje de manhã? Pois é, tinha um cara dentro dele.

    Todas ofegaram e Lucy não pode evitar de sorrir. Evergreen estava meio engasgada de susto e descrente.

    - Vocês estão inventando.

    Levy olhou para massagem que fazia.

    - Não estamos. Uns caras de uma Dark Guild estavam cortando o lacrima em pedaços pra roubar e então quando cortaram mais um pedaço, conseguimos ver que havia uma pessoa dentro dele.

    Olhou sobre o ombro divertida.

    - Pasmem. É um mago da Fairy Tail.

    - Tem certeza?

    Uma perguntou e Levy confirmou com cabeça.

    - Lucy viu a marca no ombro dele.

    Então olhou para ela esperando, junto com todas as garotas. A atenção curiosa delas a incomodou. Mas rolou os olhos continuando a historia.

    - Enfim, enquanto quase me arrancavam os cabelos ele começou a se mexer.

    Cana engoliu em seco.

    - Tipo, se mexer, se mexer mesmo?

    Olhou pra ela, achando graça do seu nervosismo. Mas na hora tinha ficado arrepiada.

    - É. Não sei como, mas parece que estava numa espécie de feitiço de sono. – pôs um dedo nos lábios – A lava do dragão deve ter coberto ele inteiro, mas como é um Dragon Slayer do Fogo ficou preso... Bem, ele acordou e arrebentou o lacrima explodindo.

    As garotas encaravam de queixo caído, de olhos esbugalhados. Levy engoliu em seco.

    - Foi o estrondo que deu pra ouvir lá embaixo na festa?

    Olhou pra ela.

    - Também, mas os magos que tavam roubando o lacrima provocaram ele. – soltou um risinho lembrando – Natsu deu uma surra neles. Precisavam ter visto, era fogo em tudo quanto é golpe. Ele socou, deu uns chutes e depois agarrou dois dos caras que fugiam e os jogou pro alto!

    Lucy tinha se sentado ereta no sofá e dava golpes no ar empolgada, imitando o jeito do Dragon Slayer lutar.

    - O feitiço que ele jogou neles foi demais! Dois chicotes gigantes de labaredas e BOOM! Torrou os caras e... – encolheu os ombros – metade do salão.

    Ficou uns segundos de silencio, depois as garotas começaram falar todas de uma vez, querendo saber mais então Erza entrou na sala as calando, nas suas mãos uns vidrinhos com óleos e comprimidos.

    - Do que estavam falando?

    Cana se virou de olhos ainda arregalados pra ruiva.

    - Do Dragon Slayer. Acredita nisso, Erza? Um Matador de Dragões ainda vivo.

    Bisca se virou pra ela, o cabelo verde preso num rabo de cavalo.

    - Ele é o cara que foi preso com a Lucy. Estava dentro daquele lacrima que vimos na reportagem de manhã.

    A Titânia se virou pra ela, segurando o choque.

    - É verdade?

    - Um hum. Acho que ele vai se apresentar na Guilda por esses dias, eu não sei. De qualquer modo foi Natsu que lutou com os magos das trevas. Não eu. Simplesmente tava no lugar errado, na hora errada.

    A olhou encolhendo os ombros, de repente amuada. Não gostava de irritar e muito menos decepcionar Erza. A garota era como se fosse uma irmã mais velha pra ela.

    - Hein Lucy

    Se virou para Levy e se espantou. As mãos que massageavam seu tornozelo estavam tremendo, o rosto dela pálido.

    - Levy, o que foi?

    A baixinha engoliu em seco, ignorando sua pergunta.

    - Você disse “Natsu”, não foi? É quem eu tou pensando ou...

    Lucy assumiu um ar risonho e sorriu de canto.

    - É isso mesmo.

    Levy ofegou e Evergreen revirou os olhos, irritada.

    - Pelo amor de Deus, de quem vocês estão falando?

    Encarando a maga de óculos. Seus cabelos soltos e castanhos cobrindo-a mais que a micro camisola. Lucy se inclinou pra frente, dizendo com prazer.

    - Do mago que foi preso comigo. É Natsu Dragneel, o Salamander. – Então levantou a sobrancelha ante o choque da garota – Você conhece esse Dragon Slayer do Fogo, não conhece?

    - Ah, minna. Desculpe a demora, mas tive que ferver a água.

    Mirajane parou no meio da sala estranhando os rostos assombrados das garotas, até da Titânia e se virou pra Lucy, que encarava Evergreen convencida.

    - O que foi que eu perdi?


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