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Sakura despertou algumas horas antes do amanhecer. Ela não havia dormido bem. A discussão que tivera com Sasuke não saía de sua mente e ela não conseguia ficar em paz. Agora, Sakura sentia a cabeça pesada, o corpo cansado e os olhos inchados. Ela se sentia horrível e mal podia acreditar que esse era o dia do seu segundo casamento.
Franzindo o cenho, ela se sentou na cama, notando o brilho fraco que penetrava pelas cortinas, indicando que o sol ainda não havia surgido totalmente. Estendendo uma das mãos, ela tateou o pequeno móvel ao lado da cama a fim de acender a lâmpada do abajur.
— Permita-me. — A inesperada presença de Sasuke a assustou.
— Hã ? — Sakura assustou-se assim que a lâmpada foi acesa, iluminando a figura alta de Sasuke ao lado da cama. Ela notou que os traços do rosto másculo pareciam estar tensos.
— Desculpe-me por acordá-la, mas eu não conseguia dormir. Não devíamos dormir em quartos separados, especialmente hoje. — ele inspirou profundamente — Eu perdi o controle. Eu fui rude e cruel...
— Sim... — ela mal conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Sasuke alcançou-lhe uma das mãos.
— Quando eu a imagino flertando com Itachi, meu interior é preenchido com tanto ódio que não consigo me controlar. — ele admitiu em um tom baixo de voz.
Ao saber que ele estivera com ciúmes durante todo esse tempo, Sakura o puxou carinhosamente por uma das mãos, induzindo-o a se sentar sobre a cama.
— Mas nunca houve nenhum tipo de flerte com Itachi. — ela assegurou seriamente — Seu irmão falava comigo como se fosse o meu pai. Ele nunca disse nada que não pudesse ser dito na frente da esposa ou de qualquer um. Era apenas gentil comigo.
Sasuke fitou-a diretamente nos olhos e suspirou lentamente.
— Vou tentar aceitar isso. Não que eu queira descrer na sua história sobre a sua mãe...
— Mas foi aquela história que me trouxe para a vida de sua família. — Sakura observou.
Sasuke notou que o brilho dos olhos dela não exibia nenhum tipo de constrangimento, e decidiu que investigaria sobre a história novamente. Pela primeira vez, Sasuke estava se perguntando se teria se equivocado quanto ao relacionamento entre Sakura e Itachi.
— Quando mencionou que Itachi tinha tido diversos casos fora do casamento, eu descobri o motivo de a mulher dele acompanhá-lo em todas as viagens que fazia. — Sakura admitiu, desconfortável — Eu posso estar errada, mas suspeito que a esposa do seu irmão se sentisse insegura e era mais provável que estivesse desconfiada do comportamento do marido em relação às outras mulheres...
— Está dizendo que Izumi viu algo que não existia ? — Sasuke sugeriu.
— Eu me lembro de ela ter me encarado uma vez que eu e Itachi estávamos rindo de algo que Zahrah tinha dito. Ela não falava inglês, o que era complicado. Eu acho que o seu irmão era gentil comigo porque a minha mãe significou muito para ele um dia. Talvez essa gentileza tenha sido mal interpretada, eu não sei. O que sei é que nunca houve nenhum indício de que ele pudesse ter interesse sexual por mim.
— Eu desconfio facilmente das mulheres. — ele confessou, roçando o polegar nos lábios de Sakura — Há três anos, eu estava namorando com uma mulher chamada Karin que pertencia a uma das famílias nobres da província. Pensei em me casar com ela. Eu acreditava que fosse uma mulher de bom caráter e integridade e, então, os tablóides revelaram o que ela realmente era...
— E o que você descobriu ?
— Na verdade, era viciada em drogas e tinha inúmeros casos. Ela também tinha feito uma cirurgia para restaurar a virgindade para o meu benefício. — ele confessou com um sorriso amargo — Ainda assim, isso teve menos importância para mim do que todas as mentiras que ela havia me contado. Ela me fez de tolo.
Sakura ouviu o amargor e o orgulho ferido naquela admissão e reconheceu o quanto ele temia cair na mesma armadilha de novo.
— Mas você não pode acreditar que todas as mulheres sejam iguais. — ela sussurrou.
— Nesse momento, eu não sei em que acredito... ou com o que me importo, aziz.
Sentindo um forte desejo invadir o seu corpo, Sasuke inclinou a cabeça e beijou os lábios dela com voracidade, e explorando com a língua cada canto do interior úmido daquela boca.
Sasuke interrompeu o beijo, com um brilho de frustração no olhar.
— Não posso ficar. — ele falou ofegante — Já está quase amanhecendo e leva horas para se preparar uma noiva para o casamento.
Sakura o observou enquanto ele se erguia da cama e o que a chocava mais era a intensidade do desejo que sentia por ele.
— Ficaremos juntos mais tarde. — Sasuke declarou com um tom de voz rouco — Mas temo que eu precise de alguns minutos antes de poder ser visto em público.
Sakura sentiu a face se aquecer, enquanto ele aguardava próximo à janela para que a visível excitação de seu corpo diminuísse. Sakura se sentia orgulhosa e satisfeita por conseguir provocar essa forte reação em Sasuke. Ele apagou a luz antes de sair do quarto e ela voltou a se recostar sobre os travesseiros macios, ao mesmo tempo em que pensava sobre o dia cheio que teria pela frente.
Sakura foi acordada novamente por uma simpática adolescente. Gamila se apresentou e disse a Sakura que o café da manhã a aguardava.
— Obrigada. — Sakura se levantou e vestiu o robe que havia deixado ao lado da cama.
— O príncipe Sasuke ordenou uma vasta seleção de alimentos para você. — a garota acrescentou.
— Eu gostaria de ver o meu filho primeiro. — Sakura pediu.
— Ainda é muito cedo. O pequeno príncipe está dormindo. — explicou Gamila — Eu fui vê-lo. Um lindo bebê.
Sakura exibiu um sorriso amigável.
— Eu também acho.
Após descer as escadas, ela entrou em uma sala de jantar, onde havia sido preparada uma mesa farta e saudável. Sakura descobriu que estava faminta e apreciou um suco de laranja, cereal e dois muffins com mel. Enquanto se alimentava, ela notou que a casa parecia estar cheia de atividade, com funcionárias subindo e descendo as escadas e conversas de muitas vozes femininas. Não havia nem sinal de Zaid ou de qualquer outro homem.
Após ter apreciado o seu café da manhã, Sakura foi escoltada de volta ao primeiro andar a fim de ter os cabelos lavados. Depois, após ter recebido um tratamento completo com hidratação, Sakura enrolou os cabelos em uma toalha e aguardou enquanto a banheira era preparada para ela.
Sakura assistia a tudo enquanto os sais de banho eram colocados na água e diversas pétalas de rosas eram espalhadas sobre a superfície.
Ao entrar na banheira perfumada e aquecida, ela sentiu os músculos do corpo relaxarem completamente. Um tempo depois, Sakura teve que se esforçar para sair da banheira e enrolar o corpo em uma toalha alva e felpuda.
Uma vez que seus cabelos estavam secos, Gamila sugeriu que ela se vestisse com roupas casuais para ir ao palácio principal.
Assim que alcançaram o segundo andar do palácio, Sakura se surpreendeu ao entrar no enorme salão de beleza.
Sakura deitou-se em uma maca acolchoada e recebeu uma massagem feita com um delicioso óleo corporal. Minutos depois, sentindo-se totalmente relaxada, cuidaram de suas unhas. Sakura se sentou em uma poltrona e observou seus pés e mãos sendo pintados com complicados desenhos em henna. Ela sorriu, perguntando-se se Sasuke iria gostar daquele toque tradicional. Sakura estava aliviada por não ter visto nem sinal de Laila entre o grupo de mulheres que a atendia, porque não tinha certeza de que poderia ter conseguido se manter em paz.
A maquiagem foi feita por último e, então, ela foi conduzida para o outro salão, onde estava guardado o belíssimo vestido de noiva.
Surpresa, pois havia esperado receber um traje tradicional de Quaram, Sakura fitou o vestido de noiva branco, que brilhava como se verdadeiras estrelas tivessem sido costuradas no tecido fino.
Milhares de pequenos cristais cintilavam sob a luz. Assim que o vestiu, ela se maravilhou ao fitar o seu reflexo no espelho: cada sonho que ela teve sobre o dia do seu casamento foi totalmente satisfeito com magnífico vestido. A decoração de henna em suas mãos não combinava perfeitamente com o estilo, mas ela não se importou. Sakura calçou as delicadas sandálias de cristal com salto alto. Em seguida, um véu curto junto a uma grinalda prata de flores foi ajustado em sua cabeça.
No mesmo instante, ela recebeu uma magnífica caixinha de jóias.
— É um presente de seu noivo. — Gamila explicou com um tangível entusiasmo preencheu o salão quando Sakura levantou a tampa e exibiu o fabuloso colar de diamantes e os brincos em formato de gota que literalmente a deixaram sem fôlego.
O colar era o complemento perfeito para o decote do vestido. Com as ajudantes sorrindo e conversando animadas, Sakura foi acompanhada no elevador até o andar térreo. Assim que as portas se abriram, uma garota sorridente entregou um lindo buquê de rosas brancas a ela. Momentos depois, Sakura avistou Sasuke, vestido com um elegante temo cinza que era perfeitamente compatível à sua altura e ao seu corpo musculoso. Ela se deparou com o brilho dourado dos olhos dele e sentiu um frio no abdômen. No instante em que o viu, uma súbita onda de alívio e prazer a inundou.
Você está linda. Ele não disse em voz alta; mas seus lábios formaram as palavras em uma apreciação silenciosa e ela conseguiu captar o que ele dizia com uma imensa felicidade que não conseguiu omitir. Sakura tinha tantas perguntas que gostaria de fazer a ele. Como o magnífico vestido de noiva havia sido entregue com tanta rapidez ? Por que ele havia lhe dado os diamantes ? Por que tanto entusiasmo, quando ela havia esperado uma cerimônia simples ?
Mas, no momento, ela não teria a oportunidade de conversar com Sasuke em particular. Eles foram conduzidos até uma sala cheia de convidados, onde se casaram novamente. Durante a cerimônia, um intérprete ficou ao lado dela e cuidadosamente traduziu cada palavra solene que era dita. E, então, eles trocaram as alianças. Assim que as formalidades terminaram, Sakura posou com uma das mãos levemente repousada sobre um dos braços de Sasuke para diversas fotografias oficiais.
— De onde veio o meu vestido ? — ela sussurrou.
— Itália. Eu descrevi para eles exatamente o que eu queria para você. O vestido foi trazido de avião nessa manhã.
— Eu adorei. E os diamantes ?
— Um presente tradicional do noivo.
Um par de antigas liteiras foi trazido e eles foram ajudados a se acomodar separadamente. Houve muitos risos.
Suspensos no alto, a noiva e o noivo foram carregados até uma sala enfeitada com flores para a festa de casamento. Sasuke auxiliou-a a sair da liteira e as ajudantes apressaram-se em arranjar as dobras do vestido de Sakura. Depois, a noiva e o noivo permaneceram na frente da sala a fim de cumprimentarem os convidados.
Sakura ficou estupefata quando espiou o pai desviar-se da multidão e caminhar em sua direção. Kizashi Haruno era homem alto, com barba, cabelos grisalhos e de óculos. Ele alcançou uma das mãos da filha, cumprimentando-a, e então franziu o cenho.
— Sasuke insistiu para que eu viesse. Sua madrasta não pôde vir. Ela não consegue suportar o clima quente de Quaram. Você fez muito bem a si mesma. — ele observou — Quem diria ? Eu nunca achei que você fosse conseguir alguma coisa na vida.
Já haviam passado dois anos desde que Sakura vira o pai e ele não mudara nem um pouco. Ela estava espantada, pois mesmo com o incentivo de Sasuke, ele havia escolhido voar até Quaram para assistir ao casamento.
— Fiquei contente por ter vindo. — ela declarou amigavelmente — Você vai ficar por muito tempo ?
— Alguns dias. Há diversos terrenos arqueológicos interessantes no norte do país e o seu marido arranjou um guia turístico para mim. — explicou.
Assim que o pai de Sakura se afastou, ela virou-se para Sasuke.
— Eu não esperava ver o meu pai aqui.
— Ele é a única família que você tem, mas eu nunca teria insistido para que o seu pai viesse ao casamento se eu soubesse que ele iria lhe dizer que nunca achava que você fosse conseguir alguma coisa na vida. — Sasuke admitiu, aborrecido — Eu queria que o nosso casamento fosse perfeito desta vez.
Impressionada com aquela declaração, Sakura exibiu um sorriso doce para ele.
Nesse momento, Laila, trajando um sofisticado vestido azul escuro, aproximou-se deles. Exibindo um sorriso descarado, a bonita morena envolveu Sasuke em uma conversa particular. Em alguns momentos, Sakura o observou dar risada. A familiaridade amigável da relação deles era óbvia. Furiosa, Sakura sentia o sangue borbulhar em suas veias.
— Você se dá muito bem com a sua prima. — Sakura comentou quando Laila finalmente se afastou.
— Nós crescemos juntos. — Sasuke informou — Ela espera que você a perdoe pela brincadeira que ela fez quando você chegou ao palácio.
— A brincadeira de compartilhar você com uma segunda esposa foi de extremo mau gosto! — Sakura criticou aflita, indignada com a forma que a outra mulher encontrou para desculpar o seu comportamento.
— Laila sempre adorou provocar as pessoas e vamos dizer a verdade... você parece ter sido um alvo fácil. — Sasuke declarou, exibindo divertimento no brilho dos olhos escuros — Você sempre acredita em tudo o que as pessoas lhe dizem ? Não importa o quão ridículo possa ser ?
Completamente corada, Sakura mordiscou o lábio inferior para se impedir de devolver uma resposta amarga. Ela sabia que tinha sido ingênua e a penitência ainda estava sendo dolorosa.
— Você também levou isso muito a sério na noite passada. — ela o lembrou secamente.
Sasuke inclinou a cabeça em reconhecimento daquele lembrete e os dois se sentaram lado a lado em cadeiras semelhantes a tronos, enquanto o jantar era servido.
— Era verdade que o seu pai queria que você se casasse com Laila ? — Sakura não pôde deixar de perguntar — Você pensou sobre isso ?
— Claro que pensei. Sob vários aspectos, ela poderia ter sido perfeita, mas eu tinha apenas 26 anos na época e, embora ela seja muito atraente, eu não queria me casar com ninguém. — Sasuke confessou.
Perfeita e muito atraente foram as palavras que atormentaram a mente de Sakura. Não, definitivamente ela não poderia se enganar que Sasuke fosse indiferente aos charmes da prima. Era complicado saber que Sasuke a escolhera para ser sua esposa apenas porque ela concebera o seu filho.
Enquanto Sakura remoia esse fato, a celebração prosseguia. Discursos eram feitos, canções eram tocadas e poemas de extensões exageradas sobre grandes batalhas e amores trágicos eram recitados. Músicas árabes eram tocadas, acompanhadas de diversas danças tradicionais.
Ao cair da noite, eles se dirigiram a uma varanda para assistir a um incrível espetáculo de fogos de artifício.
No meio do espetáculo, Sasuke alcançou uma das mãos de Sakura e a guiou até outra sala, que estava vazia.
— Vamos partir agora... — ele declarou e gentilmente afastou-lhe uma mecha de cabelos que caía sobre o rosto — A sua altura é perfeita para mim. — ele murmurou lentamente.
Sakura ergueu os olhos para encará-lo e sentiu o coração disparar dentro do peito. Repousando uma das mãos sobre a base das costas de Sakura, ele a puxou intimamente para mais perto de seu corpo. A paixão feroz com que ele capturou seus lábios deixou-a completamente excitada, enquanto ele movimentava a língua de forma sensual, fazendo-a estremecer. Ela podia sentir o poder do membro rígido por baixo da calça dele. Ela podia sentir o poder do membro rígido por baixo da calça dele. Sasuke pressionou sua virilidade contra o corpo dela, quente e ávido de desejo, e ela podia sentir a região mais íntima de seu corpo pulsar de excitação.
— Você está me tratando de forma tão diferente hoje... por quê ? — ela indagou, quase sem fôlego.
— Eu lhe ofereci um novo começo e não consegui lhe entregar. Aquilo não era justo com você ou com Daisuke. — Sasuke declarou com nervosismo — Desta vez, eu não quero estragar o nosso casamento. Às vezes, eu posso ser o meu pior inimigo.
— E o meu. — ela completou.
— Não mais. — ele a guiou até o elevador, assegurando que as bagagens dela já estava um àbordo do helicóptero que os aguardava.
— Mas e quanto a Daisuke ? — ela indagou, preocupada.
— Ele será levado até nós amanhã de manhã...
— Por que ele não pode ir agora ?
— Meu pai pediu que Daisuke e eu não usássemos o mesmo meio de transporte em caso de haver um acidente. — Sasuke explicou ironicamente — Será inconveniente para nós, mas acho que o meu pai está certo.
Sakura sentiu um arrepio na pele só de pensar em um acidente, embora ela soubesse que acontecem todos os dias. Ela achou compreensível que a inesperada morte de Itachi tivesse feito com que o rei se sentisse mais tenso.
— Você apreciou o dia ? — Sasuke quis saber.
— Muito. — ela respondeu honestamente, exibindo um grande sorriso para ele.
Ao se aproximarem do helicóptero, Sasuke a ergueu em seus braços e a acomodou no interior da aeronave.
— Você nem me disse para onde está me levando! — Sakura exclamou sorridente.
— Uma vila no Golfo Pérsico que costumava pertencer a Itachi. Izumi me pediu que eu cuidasse de todas as propriedades, porque ela vai se mudar novamente para o Japão a fim de ficar próxima da família.
— Como ela e Zahrah estão se adaptando ? — Sakura indagou.
— Melhor do que qualquer um pudesse esperar. Eu fiquei sabendo que Izumi já conseguiu um admirador, um antigo colega de juventude, e Zahrah sempre foi muito ligada aos avós matemos.
— A vida continua. — Sakura comentou, animada com a idéia de Zahrah ter encontrado novamente a felicidade.
— A nossa ainda mal começou, aziz. — Quando o barulho das hélices impediu que eles prosseguissem com a conversa, Sakura encontrou os olhos castanhos dele, semi-encobertos pelos cílios longos e espessos e sentiu o coração acelerar.
Repentinamente, ela ficou irritada com a sua própria reação e virou o rosto para o outro lado, decidida a pensar de maneira lógica. Sasuke tinha voltado a fazer as pazes com ela por um único motivo: ele não queria um divórcio. O rei também decidira aceitar a nora estrangeira pelo mesmo motivo. Daisuke era a grande razão de ela ter sido aceita pela família real e seria tolice ignorar essa realidade. Sasuke ainda poderia suspeitar que ela quisera seduzir Itachi... e que ela havia aceitado aquele valioso anel por ganância... mas, de agora em diante, ele provavelmente guardaria as desconfianças para si mesmo.
Por quê ? Pelo bem do casamento deles e a imagem da monarquia em uma pequena província, onde tais assuntos ainda eram considerados de vital importância.
Então, pensou Sakura, era tempo de ela parar de sonhar e voltar a colocar os pés no chão. O que Sasuke possuía para conseguir fazê-la se comportar de forma tão tola ?
Por que ela tivera aquele ataque insano de insegurança depois da piada que Laila fizera sobre Sasuke ter uma segunda esposa ? Não havia sido o seu intelecto que dirigira a sua reação, mas as turbulentas emoções que ele ainda conseguia despertar em seu interior, Sasuke tinha o poder de deixá-la com ciúmes, aumentar a sua paixão e fazê-la cair nas profundezas do desespero. No dia em que o abandonara, Sakura quase se deixou levar por essa sensação de desespero, até o momento em que decidira focar a atenção em seu bebê e esquecer o seu coração partido. Se ela não quisesse se machucar novamente, precisaria recuperar o controle emocional, porque Sasuke nunca seria capaz de lhe oferecer o amor que ela secretamente desejava, seria ?
Um tempo depois, ao saírem do helicóptero, o chefe de uma numerosa equipe de seguranças se aproximou deles. O palacete era suntuoso, com uma estrutura ultra-moderna, embelezado por um pórtico; havia extensos jardins e todas as extravagâncias possíveis no interior do edifício.
— As paisagens na luz do dia são espetaculares. — Sasuke a informou e, erguendo-a em seus braços fortes, carregou-a até a sala principal.
— Você não precisa fingir para me impressionar ou me fazer feliz. — Sakura confessou, sentindo-se desconfortável — Eu sei e aceito que o nosso casamento seja muito conveniente. Não tenho ilusões.
— Não é fingimento. — Sasuke protestou, enquanto a carregava até o andar superior do palacete através da longa escadaria.
— Eu não quero entrar em outra... hum... diferença de opinião com você. — Sakura selecionou as palavras com cuidado — Mas você nunca me quis de verdade, você não me escolheu. Você só ficou interessado no início porque achava que o seu irmão...
Sasuke repousou levemente o indicador sobre os lábios dela, silenciando-a.
— Não volte para esse estágio de novo, principalmente se for começar a fazer outra série de suposições erradas. — ele sugeriu — Essa é a nossa noite de núpcias.
— Eu sei. — Sakura o lembrou, enquanto eles entravam em um quarto iluminado, adornado com generosos arranjos de flores — Mas fatos são fatos...
— Você é uma mulher muito teimosa. — Sasuke enfatizou, enquanto a colocava de volta ao chão — Mas nós somos duas pessoas diferentes. Os seus fatos não são os meus fatos. Como poderiam ser ?
Sakura ergueu os olhos verdes para encará-lo e notou que ele demonstrava seriedade nos bonitos traços do rosto.
— Como os seus fatos se diferem dos meus ?
— A primeira vez em que eu a vi, ainda que eu estivesse furioso e você tivesse bebido, eu a considerei a mulher mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida. — Sasuke confessou — E, embora eu não gostasse de rosadas, eu realmente amei os seus cabelos.
Em harmonia com aquela inesperada confissão, Sasuke percorreu os dedos de uma das mãos entre os fios sedosos e brilhantes dos cabelos dela.
— Eu amo os seus cabelos. — ele repetiu, ao mesmo tempo em que acariciava uma das faces delicadas de Sakura — Amo o seu rosto, sua boca e o seu corpo inteiro. Eu a quis no primeiro instante em que a vi e com um desejo tão poderoso que ia além da minha compreensão. Aquela reação não teve nada a ver com o que Izumi havia me dito sobre você...
Sakura engoliu a saliva.
— Se isso é verdade, eu...
— Você tem que aceitar que é a verdade.
Nesse instante, Sakura se sentia como se fosse a mulher mais desejada do mundo. Erguendo os braços, ela alcançou os ombros poderosos de Sasuke e começou a ajudá-lo a se livrar do paletó.
Sasuke afrouxou o nó da gravata e, baixando o olhar, sorriu para Sakura, enquanto ela desabotoava a camisa que ele vestia com as mãos trêmulas.
— Você sabe o que você quer. — ele murmurou com a voz rouca.
E ela sabia que o queria; pela primeira vez após ter se passado um ano, ela o queria sem nenhum sentimento de culpa ou embaraço. Agora ela sabia, sem nenhuma sombra de dúvida, que ele genuinamente também a queria. Era uma simples verdade, mas tinha uma importância imensa para a sua paz de espírito. Sakura terminou de desabotoar a camisa dele e deslizou as palmas das mãos sobre o tórax poderoso e bronzeado, deleitando-se com o calor e a masculinidade dele. A respiração de Sasuke se acelerou quando os dedos femininos deslizaram para baixo de sua cintura. Alcançando uma das mãos, ele pressionou-a contra a sua virilidade.
— Essa será uma noite de prazer inesquecível. — Sasuke prometeu. Em seguida, colocou as mãos sobre os ombros arredondados de Sakura e virou-a de costas para ele, antes de começar abaixar lentamente o zíper do belíssimo vestido.
Sakura ficou completamente corada quando ela deu um passo à frente para se livrar do vestido que ficara amontoado sobre o chão.
Ela nunca se sentira mais exposta do que se sentia agora, com o corpo coberto apenas com o delicado sutiã de renda, calcinha e a cinta-liga.
— Você é perfeita. — Sasuke sussurrou, percorrendo com os olhos dourados toda a extensão do corpo feminino com uma profunda admiração.
Quando ele a livrou do sutiã, Sakura sentiu a parte mais íntima do seu corpo pulsar de desejo.
— Seus seios são maravilhosos, aziz.
Sakura cobriu os seios com as palmas das mãos e, em seguida, provocou-lhe os mamilos intumescidos com os polegares, antes de deitá-la sobre o colchão macio. Inclinando a cabeça, ele capturou-lhe um dos mamilos com os lábios, sugando-o com voracidade. A deliciosa sensação de ter os lábios dele contra a sua pele sensível a deixava ainda mais excitada. Ele incitou-lhe os mamilos rígidos até deixá-la completamente enlouquecida, provocando-a, e ela arqueou os quadris contra ele.
Afastando-se dela, Sasuke descartou o restante das roupas que vestia. Enquanto o olhava, Sakura mal conseguia respirar devido à forte excitação que a invadia.
Com um sorriso sexy, Sasuke inclinou a cabeça e tomou os lábios dela entre os seus, beijando-a de forma ardente e sensual. Sakura sentia o coração acelerar, enquanto ele a recostava contra os travesseiros macios.
— Eu quero que você se lembre da nossa noite de núpcias para sempre. — ele sussurrou em um dos ouvidos dela.
Em seguida, Sasuke fez uma trilha de beijos sobre o abdômen dela, e depois voltou a sugar-lhe os mamilos com voracidade.
Movendo uma das mãos, ele acariciou lentamente a região mais íntima do corpo de Sakura, provocando-a e fazendo-a arfar de excitação. Sentindo que não conseguiria mais suportar a ansiedade, ela suplicou:
— Sasuke... por favor!
Erguendo-a pelos quadris, ele começou a penetrá-la lentamente, para então aumentar o ritmo, fazendo com que cada célula do seu corpo vibrar de prazer.
As respirações se misturavam, enquanto ele se movia freneticamente, deixando-a enlouquecida.
Sakura cravou as unhas sobre os ombros másculos e poderosos, e quando sentiu que não iria mais aguentar um gemido alto escapou de seus lábios e seu corpo começou a dar violentos espasmos e estremecer. Atingindo o ápice ao mesmo tempo, ele deu um grunhido de prazer, sentindo-se completamente saciado.
Um tempo depois, Sakura sentia os olhos marejados e uma nova disposição para encarar emoções mais profundas. Ainda era louca por ele, Sakura admitiu em pensamento.
Ela depositou um beijo sobre um ombro bronzeado de Sasuke e ao se inebriar com o aroma familiar da pele dele um sorriso de alegria surgiu em seus lábios.
— Ser casada definitivamente tem as suas recompensas. — ela disse a ele com satisfação.