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— Está bem, ele não está lá fora agora. — Tenten admitiu contrariada, enquanto fitava a calçada do outro lado da rua através da janela, procurando encontrar o jovem que tinha visto algumas horas antes — Mas eu juro que ele esteve observando esse apartamento durante a maior parte do dia.
Hinata, uma morena curvilínea, deixou escapar um suspiro de frustração e dirigiu o olhar para Sakura
— Não conseguimos um namorado, mas atraímos um espião ? Acho que não temos muita sorte, não é mesmo?
Sakura não sorriu. Qualquer coisa anormal a deixava tensa. Ela estava sempre alerta.
Dezoito meses haviam se passado desde que começara uma nova vida e preservara sua independência ao quebrar os laços do passado. Ajoelhando-se, ela terminou de vestir o bebê com um pijama estampado. Sakura fechou a mão em tomo de um dos tornozelos do filho para segurá-lo firme.
— Daisuke... fique parado. — ela pediu.
O menino tinha enormes olhos castanhos adornados por cílios longos e escuros. Com dez meses de idade, Daisuke já se mostrava extrovertido e com forte personalidade.
— Está na hora de dormir. — Sakura disse ao pequenino, abraçando-o com carinho.
— Boa noite, Daisuke. — Hinata acariciou os cabelos escuros e encaracolados do bebê, enquanto passava por Sakura e rumava para a cozinha — Quer uma xícara de chá antes de dormir ?
— Eu adoraria. — Sakura admitiu, sentindo-se cansada.
— Boa noite. — Tenten disse a Daisuke com um sorriso. Sakura repousou Daisuke no berço situado ao lado de sua cama e contou uma das histórias preferidas dele até que o pequenino caísse no sono.
— Você deixou o chá esfriar. — Hinata observou, quando Sakura voltou à sala.
— Estou acostumada a tomar chá gelado.
Tenten já havia se retirado para dormir. Franzindo as sobrancelhas, Hinata a encarou.
— Você pareceu muito preocupada quando Tenten mencionou sobre o jovem que estava observando o apartamento. Acha que pode ser o pai de Daisuke ? Ele era violento ?
Sakura congelou e lançou um olhar alarmado para a companheira de apartamento.
— Meu Deus, não, não é nada disso!
— Eu não pude deixar de me preocupar e senti que deveria perguntar, caso alguém viesse procurá-la.
Hinata declarou e a viu empalidecer:
— Então, do que você está com medo ?
Se Sakura não estivesse acostumada a driblar as questões que envolviam o seu passado, ela poderia ter enfraquecido e contado tudo. Hinata e Tenten eram mais do que apenas companheiras de apartamento. Elas eram amigas leais, que a ajudaram durante toda a gravidez.
— Eu não diria violência, mas... Temo perder a custódia de Daisuke. — Ela confessou, finalmente proclamando o seu medo mais profundo.
— Eu não sei por que você está preocupada com isso. Mães solteiras costumam ser mais bem-sucedidas com relação a pais solteiros quando se diz respeito à custódia de filhos.
Sakura encolheu os ombros, relutante em admitir que havia se casado com o pai da criança, embora ela tivesse certeza de que o casamento já havia sido dissolvido. Por qual motivo Sasukje teria mantido aquele vínculo com uma esposa indesejável, que havia desaparecido no dia do casamento ?
Contudo, Sakura estava sempre com medo de que ele ainda a estivesse procurando, porque ela levara o seu filho.
As vezes, sentia-se incrivelmente mal por isso. De qualquer forma, Sakura não conseguia confiar em homem nenhum, pois temia que alguém pudesse lhe fazer o mesmo que Sasuke havia feito. Fora Sasuke quem ensinara o quanto desonesto, frio e cruel alguém poderia ser. Casou-se com ela, mas não se importava e nem mesmo a respeitava; então, como ele poderia ser feliz em compartilhar a educação de Daisuke com ela ? Daisuke era muito precioso para ser colocado em risco.
Na manhã seguinte, Sakura observou Daisuke na creche que ficava em seu local de trabalho, o que fazia seu dia a dia ser muito mais simples. A creche era a razão principal de Sakura ter comemorado quando conseguira um emprego na companhia Havertons.
Tendo realizado um curso de gestão empresarial com sucesso, ela agora estava satisfeita e empregada em uma posição dentro da companhia. Aliás, só havia uma coisa que a preocupava. No início do mês, encontrando dificuldades para negociar as incertezas dos mercados financeiros, a companhia Havertons havia mudado de dono.
Desde então, a tensão nos escritórios havia aumentado. Todos estavam preocupados que seus empregos pudessem ser cortados e Sakura estava igualmente temerosa de que o novo dono pudesse fechar a creche como uma medida de corte de despesas.
Ao se aproximar de sua mesa, Sakura se surpreendeu com o alvoroço no departamento de contas.
— O que está acontecendo? — Ela indagou ao colega de trabalho.
— O presidente da RS Industries irá nos fazer uma visita hoje. Os chefões estão agitados por terem recebido a notícia com apenas algumas horas de antecedência.
Uma hora depois, Sakura foi chamada na sala do gerente.
— Srta. Yoshida. — Daniel Harper a cumprimentou, usando o sobrenome que ela havia assumido após ter deixado Sasuke — Você foi convocada para comparecer imediatamente ao piso superior e se apresentar à Recepção Executiva.
— Posso saber o motivo? — Sakura murmurou insegura.
Daniel suspirou.
— Sinto muito, mas tudo o que sei é que a sua presença foi requisitada. Preocupada que pudesse estar encrencada, pois nunca havia sido chamada para comparecer ao andar executivo antes, Sakura se dirigiu a um dos elevadores.
Quando as portas se abriram, ela rumou para a recepção e sua atenção ficou voltada para um grupo de homens reunidos no local. Ela reconheceu o diretor geral da Havertons, um homem alto,com cabelos escassos, que parecia estar ansioso. Apenas quando se aproximou um pouco mais, ela pôde reconhecer o perfil clássico do homem ainda mais alto ao lado do diretor geral e sentiu os seus passos ficaram inseguros. Uma onda de choque a invadiu e ela empalideceu. Era Sasuke! Contudo, ela lutou contra essa certeza, considerando que tal coincidência seria tão improvável que ela só poderia estar errada.
Mas, quando ele girou a cabeça na direção dela, não restaram mais dúvidas. Sakura sentiu o coração começar a bater descontrolado e a adrenalina jorrar em suas veias enquanto a apreensão ameaçava dominá-la. Vestido com um sofisticado temo azul-marinho, Sasuke estava espetacularmente belo e elegante. Por um segundo, Sakura se deparou com a frieza no brilho dourado dos olhos dele e sentiu a garganta se fechar. Ainda assim, por mais que sentisse medo e apreensão, não conseguia suprimir os sentimentos que a presença dele despertavam em seu interior. Embora Sakura o odiasse, ela não conseguia ser indiferente ao poderoso carisma dele ou ao simples fato de Sasuke ser o homem mais fascinante que ela já conhecera em toda a sua vida.
— Srta. Yoshida ? — o diretor geral a cumprimentou com gentileza, como se eles fossem amigos, ao invés de completos estranhos — Acredito que você tenha um filho em nossa creche. Sua Alteza Real, príncipe Sasuke, o presidente da empresa, solicitou um tour pela creche em sua companhia.
Sakura estava tão determinada a não demonstrar o seu nervosismo que automaticamente estendeu uma das mãos a fim de cumprimentá-lo, mas logo desistiu quando Sasuke lançou um olhar punitivo. Ela percebeu a raiva contida pela feroz autodisciplina de Sasuke e, sentindo-se tão magoada quanto ele, ergueu o queixo em sinal de desafio.
Sasuke sentiu as bochechas se aquecerem ao confrontar o brilho desafiador exibido no verde dos olhos dela. Depois de tudo o que ela havia feito, como ousava desafiá-lo ? Como ela conseguia se esconder sob um nome que não lhe pertencia e se dirigir a ele sem ao menos demonstrar embaraço ? Ela era uma grande atriz! Uma mulher sem um pingo de vergonha sobre a sua conduta, ele pensou amargamente, reprimindo a sua raiva com dificuldade por ela ter fugido com o seu filho e o mantido afastado dele.
— Srta. Yoshida. — ele falou entre dentes, fitando-lhe o rosto por alguns segundos e depois baixando o olhar para os lábios cheios e sensuais dela. A lembrança do gosto dela e do delicioso aroma de sua pele macia o atormentava e ele ficou furioso consigo mesmo por ainda sentir aquela forte atração.
Sakura estava confusa. "Presidente da empresa", o diretor geral havia dito. Sasuke ? Isso significava que ele era a visita que todos haviam aguardado com apreensão ? E que ele era o novo dono da Havertons e também o presidente da RS Industries ?
Se isso fosse verdade, significava que Sasuke havia acidentalmente assumido o comando da empresa que a havia empregado ? Sakura não acreditava em coincidências absurdas.
Após entrarem no elevador, o silêncio reinou no ambiente. Sakura sentia a garganta se fechar. Certamente, Daisuke fora o único motivo que levou Sasuke a manifestar um interesse em conhecer a creche, ela pensou. Ele devia que saber que o seu filho estava lá... ele queria ver Daisuke.
— Eu não esperava que o nosso próximo encontro fosse acontecer em um local público. — Sakura advertiu com cautela, lembrando-se dos dois seguranças robustos que estavam no elevador com eles.
— Seja grata por isso. — Sasuke declarou com severidade.
O ódio nos olhos dele provocou nela um calafrio.
— Não temos nada para dizer um ao outro. — ela observou.
— Ao contrário. — Sasuke devolveu com a voz fria como o gelo — Eu tenho muito a lhe dizer.
Furiosa pelo tom arrogante que ele usava, Sakura inspirou profundamente, aborrecida com a expectativa de um confronto inevitável. Ele era um rato, um rato perigoso, insensível e sem escrúpulos que havia descaradamente se aproveitado de sua ingenuidade e ganhado a sua confiança para conseguir levá-la para a cama.
— Fiquei muito triste ao saber da morte do seu irmão. — ela falou, lembrando-se do quanto havia ficado chocada e perturbada ao ler sobre a súbita morte do príncipe Itachi ao sofrer uma taque cardíaco no ano anterior.
— Estamos todos chocados. Itachi havia feito um check-up meses antes de falecer, mas nada de irregular fora identificado. — Sasuke declarou com amargura.
— Foi uma grande perda.
Sakura ficara triste quando lera sobre a morte de Itachi e depois se sentiu um pouco culpada quando vendeu o anel de noivado de diamante que tinha herdado de sua mãe, Rose. O altíssimo valor do anel a havia surpreendido e ela havia usado o dinheiro para comprar o flat que atualmente dividia com as amigas.
Assim que as portas do elevador se abriram, eles seguiram em direção à creche.
A diretora, Olivia, havia sido avisada e aguardava a chegada deles. Sasuke apressou-se em conversar com ela. Sakura, por sua vez, estava em pânico. Ao avistar Daisuke em uma cadeirinha, entretido com um brinquedo, ela caminhou na direção do filho e, após desafivelar o cinto de segurança, ergueu-o no colo. Daisuke gargalhou de alegria e abriu os bracinhos. Lágrimas de angústia começaram a brotar nos olhos de Sakura.
— Sakura... — chamou Olivia — Você pode ir para o meu escritório se desejar.
Os olhos da mulher de meia-idade brilhavam de curiosidade. Sakura esquivou-se do olhar de Olivia e caminhou na direção de Sasuke com extrema relutância. Mas ele não estava olhando para ela. Sua atenção estava totalmente voltada para o bebê que ela segurava no colo e, assim que Sakura se aproximou, ele estendeu uma das mãos e pediu com uma visível impaciência:
— Deixe-me segurar o meu filho.
Sakura esperou até que eles estivessem no escritório de Olivia para entregar o filho nos braços de Sasuke. Ele segurou Daisuke com cuidado, examinando intensamente os traços do rostinho dele. Sakura notou um brilho de admiração nos olhos de Sasuke que a fez se sentir desconfortável.
— Ele é o único menino que nasceu em minha família em muitos anos. — declarou Sasuke — É um crime termos sido incapazes de celebrar o nascimento dele.
Um... crime ? Bem, certamente isso a alertava para o peso de culpa que ele pretendia colocar nas suas costas. Ressentida, Sakura comprimiu os lábios até formar uma linha fina.
— Se Daisuke não estivesse presente, eu lhe diria exatamente como me sinto sobre você...
Sasuke ergueu uma das sobrancelhas, impressionado pela declaração dela.
— Acha que estou interessado em tal diálogo depois de você ter abandonado o nosso casamento ?
— Casamento ? — ela repetiu secamente. — Que casamento ? Aquilo foi uma farsa, assim como o seu suposto interesse em mim...
— O que quer dizer com isso ? — Sasuke indagou, inclinando a cabeça para um lado quando Daisuke puxou-lhe os cabelos com uma das mãos.
— Daisuke, pare... — Sakura instruiu, dando um passo à frente e gentilmente afastando a mão do filho.
— Ele pode fazer o que quiser comigo. — Sasuke reagiu.
Sakura lançou um olhar de ódio para ele.
— Assim como você faz ? A esposa do seu irmão lhe conta uma história absurda sobre o marido estar sendo desencaminhado pela babá e você não pensa duas vezes em tentar me seduzir ? Você ficou orgulhoso quando conseguiu me levar para a cama ? — ela condenou — Que tipo de homem usa uma mulher dessa maneira ? Como você pôde ser tão baixo ?
Sasuke a olhou com fúria.
— Você ouviu Izumi naquele dia. Ela estava histérica. Eu me perguntei se você teria escutado alguma coisa...
— De qualquer maneira, eu não teria ficado com você...— Sakura declarou veementemente — Não da forma com que você estava me tratando! Eu tenho o meu orgulho, estando grávida ou não, Sua Alteza Real, e a última coisa que eu precisava era um noivo relutante e mentiroso!
— Silêncio! — Sasuke exclamou indignado pela forma desrespeitosa com que ela se dirigia a ele — Eu não vou tolerar ser tratado dessa maneira!
No tenso silêncio que se seguiu, Daisuke subitamente irrompeu em lágrimas e estendeu o sbracinhos para Sakura, em busca de conforto.
— Olha o que você fez! — Sakura censurou Sasuke, enquanto apanhava o filho dos braços dele — Você o assustou.
— Isso é culpa da sua falta de controle e seu mau comportamento.— Sasuke devolveu sem hesitar
— Mau comportamento ? — Sakura arfou — Como pode dizer uma coisa dessas depois do que fez comigo ?
— Já chega. — Sasuke declarou friamente — Vejo você às 19h em minha casa. Eu mandarei um carro vir buscá-la.
— Não se preocupe. Eu não irei.
— Você é minha esposa. — ele falou por entre os dentes.
— Ainda estamos casados ? — ela indagou severamente.
— Claro que ainda estamos casados. — Sasuke declarou — E eu quero a minha esposa e o meu filho de volta.
— Isso está fora de questão.
Conforme o silêncio pairou sobre o ambiente e seus olhares se cruzaram, Sakura sentiu o coração disparar. Imagens da noite em que fizeram amor invadiram-lhe a mente, provocando um calor que subiu pelo seu rosto. O clima estava denso por causa da tensão sexual.
Sasuke sentia o seu interior fervilhar de desejo e se esforçava para resistir ao impulso de tocá-la.
— Acredito que eu também gostaria de ter a noite de núpcias que você me negou. — ele murmurou roucamente.
— Isso não vai acontecer. — ela devolveu.
Sasuke soltou um riso de escárnio.
— Você é minha esposa. — ele repetiu.
— Mas não por muito tempo. — e, dizendo isso, Sakura abandonou a sala e rumou de volta para a creche.
Ao voltar para a sua mesa de trabalho, Sakura sentia os olhos marejarem. Ela estava chocada e tinha poucas esperanças de ganhar o desafio que teria de enfrentar Sasuke era um príncipe herdeiro com amigos e contatos no governo, que apreciava a riqueza ilimitada e o poder. Sasuke poderia facilmente arcar com advogados e travar uma batalha na justiça pela custódia de Daisuke. Gostando ou não, ela teria que compartilhar a educação de Daisuke com ele.
E isso não seria nada fácil. Sakura achava depreciativo ter que reconhecer que se apaixonara tão facilmente por Sasuke. Mas o pior de tudo era que ele havia julgado cruelmente a sua moral quando deu crédito aos medos de Izumi de que o marido pudesse estar envolvido com ela. Isso era tão ridículo, Sakura refletiu amargamente. Com exceção do primeiro e do último encontro que Sakura tivera com o príncipe Itachi no apartamento de Sasuke, ela nunca havia ficado a sós com ele. As poucas conversas que eles tiveram sempre foram na presença da filha dele ou dos criados. Nadado que era dito nesses breves diálogos poderia ser considerado inapropriado.
Seu orgulho e seus princípios se revoltaram contra o fato de Sasuke ter escolhido acreditar que ela fosse capaz de ter qualquer outro tipo de comportamento.
No final do dia, quando Sakura apanhou o filho na creche, ela notou que havia dois seguranças no local. Olivia aproximou-se dela, exibindo desconforto.
— O príncipe insistiu na presença de seguranças enquanto o filho dele estiver sob os nossos cuidados. Ele também me pediu que eu não comentasse sobre isso com ninguém. É claro que eu não direi uma palavra. Preciso manter o meu emprego.
— Tenho certeza de que isso será temporário. — Sakura declarou com mais confiança do que realmente sentia, principalmente quando os mesmos seguranças a acompanharam e um deles avisou que havia um carro aguardando para deixá-la em casa.
Assim que Sakura chegou ao apartamento, Tenten observou:
— Você voltou cedo do trabalho.
Sem conseguir mais conter os sentimentos que a atormentavam, Sakura debulhou-se em lágrimas.
— O que aconteceu ?! — Tenten indagou, preocupada.
Nesse instante, Hinata saiu do quarto e apressou-se em saber o que estava a contecendo.
Sakura resolveu contar a verdade às amigas sobre o casamento secreto que havia partido o seu coração e esmagado a sua auto-estima.
— O pai de Daisuke é seu marido ? E um príncipe ? Isso significa que Daisuke também é um príncipe ? — Tenten indagou, deslumbrada.
— Eu não tenho idéia. — Sakura respondeu entre soluços — A única coisa que sei é que eu não posso fugir com Daisuke... Não seria justo com ele.
— Claro que você não faria algo tão estúpido. — Hinata se interpôs — Você apenas está em pânico.
— Eu quero o divórcio. Acho que Sasuke já deve ter cuidado disso! — Sakura exclamou, ressentida.
— Você pode discutir isso com ele esta noite. — Hinata sugeriu.
Tenten franziu o cenho.
— Será que ao menos você não deveria tentar ficar casada, pelo bem de Daisuke ? Quero dizer, por que vocês se casaram em primeiro lugar ?
Sakura empalideceu ao ouvir a questão.
— Tudo mudou no minuto em que eu ouvi Sasuke conversando com Izumi...
— Basicamente, eu acho que você apenas ouviu Izumi enfurecida e ela só disse besteiras. — comentou Hinata — De qualquer forma, você não acha que a idéia de Sasuke ter deliberadamente planejado seduzi-la seja um pouco... improvável ?
Tenten concordou com um gesto de cabeça ao ouvir o comentário de Hinata.
— Você é uma garota muito bonita, Sakura. É mais provável que Sasuke simplesmente tenha se sentido atraído por você. E ele estava disposto a ficar do seu lado e ajudá-la na criação de Daisuke.
Sakura levou uma das mãos à testa, sentindo-se confusa.
— Eu acho que Sasuke merece mais uma chance. — falou Hinata.
Depois daquela conversa, Sakura tinha muita coisa para pensar. Será que ela tivera uma reação exagerada no dia do seu casamento ? Será que ela deveria ter confrontado Sasuke na época ?
Essas eram as questões que Sakura se impunha enquanto tomava um banho e depois trocava de roupa. Após ter alimentado Daisuke e deixado o filho sob os cuidados de Tenten, o carro chegou para apanhá-la. Casualmente e confortavelmente vestida com calça legging preta e mini-blusa violeta, ela entrou na limusine e deu um profundo suspiro. De um jeito ou de outro, ela poderia resolver toda a situação sem se aborrecer. Afinal, já haviam passado dezoito meses desde o casamento desastroso e era tempo de ela superar as mágoas e o orgulho ferido e seguir em frente, Sakura disse a si mesma com firmeza.