-Bom classe, por hoje é só! Aproveitem o resto do dia! ? Disse a Sr.ª Thompson em alto e bom tom.
Soube que teria o resto da tarde livre, a aula terminará mais cedo, só que... Eu não estava com um bom pressentimento. A sensação de que alguma coisa pularia do meio dos estudantes a qualquer momento só havia aumentado. Eu estava tão alerta que quase sair correndo quando ouvir o barulho de um papel caindo no chão.
Sai andando pelos corredores- os cheios de gente-, cometi um erro ao fazer isso. Dei de cara com a Amy. (ou a Amyranha como Misa chamava)
-Olha só quem estar aqui... - Ela disse na sua voz fria de sempre (de sempre, falar assim da impressão de que a conheço bem... Que nojo.)- Não é a chorona de cabelo branco?
Chorona de cabelo branco? Já tive apelidos piores, não me abalei com o comentário e disse:
- Deve ser difícil pra você decorar meu nome... Tem letras demais pra você?- disse com desprezo.
Ela me fitou com raiva, me arrependi do que disse imediatamente depois de lembrar que ela sabia do Us... Do... Do menino. Ela abriu a boca como se fosse dizer algo, mas, não disse. Pra falar a verdade ninguém disse nada, todos estavam olhando pra enorme janela que ficava a direita do refeitório (eu tinha andado muito antes de encontrar a Amyranha). Eu olhei, e meu coração quase parou.
- Pa....Pa....Pássaro gigante!!- Amy disse correndo.
Não consegui fazer nada. Minhas pernas não se moviam. Eu fitava o animal do lado de fora da janela. Era uma mulher, seu rosto tinha uma expressão furiosa, e ( que medo) ela estava olhando pra mim; Seus cabelos azuis agitavam-se enquanto, parecia tentar quebrar o vidro com seus braços, ok, péssima definição. ?Braços?? não era exatamente a coisa que ela tinha ligada aos ombros. Havia um lindo par de asas azul marinho que se batiam furiosamente contra o vidro que- para o meu desespero- estava começando a rachar. A sua parte de baixo, já era completamente pássaro. CRACK. O vidro acabará de ceder.
Todos ao meu redor estavam gritando desesperados. Minhas pernas cederam, e caí no chão. Perto do lugar onde eu estava, caiam cascos de vidro a todo o momento, e o pássaro vinha na minha direção. Se ele não estivesse prestes a me destroçar/pulverizar/matar/ seria magnífico o modo que ele voava na minha direção, dando grunhidos, que eu jurava que significavam ?comida, comida, comida??.
O animal estava a poucos metros de mim. Tentei cobrir o rosto com as mãos, mas, assim como minhas pernas, elas não, e obedeciam. Eu já podia sentir o hálito quente do monstro, e as garras dele cravadas em meu pescoço, comecei a sentir falta de ar e a perder os sentidos. Os gritos de terror ao meu redor desapareciam junto com a minha consciência.
-Desculpe a demora!
Ouvi uma voz masculina, a voz que andara falando comigo, e consegui murmurar antes de ficar inconsciente:
- Quando quiser...