Carmesim

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    Capítulos:

    Capítulo 5

    O rival de Jaganshi

    Álcool, Estupro, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Sexo, Violência

    Ningenkai 

    Uma hora depois

    HIEI POV

    Diante da escadaria de concreto encarei o portal de espíritos e reprimi um esgar. A construção simples de madeira emanava uma energia poderosa. Mal havia dado um passo e sentia minha pele queimar.

    Inferno.

    Espiei a garota nos meus braços desmaiada e uma onda de raiva me inundou. Eu devia larga-la aqui. Yusuke não voltou até o momento com o cretino que nos atacou e duvido muito que consiga ao menos se controlar quando pega-lo. Não sirvo de guarda à ninguém, muito menos à essa garota que estremece de medo na simples menção do meu nome.

    Contrariado levantei o rosto novamente para o templo diante de mim. Na luta de há pouco eu consegui entrar na barreira, nem a energia espiritual notei antes que aquele youkai mencionasse, então porque agora simplesmente não sou capaz de invadir aqui?! Não posso ficar o tempo todo carregando essa garota, sem falar que havia algo errado no ar. Esses youkais eram muito fracos, sem preparo de lutas e ainda foi muito fácil mata-los. Isso me perturbava. Tenso, observei discretamente a campina atrás de mim e os prédios da casa distantes à direita. A relva úmida junto à temperatura caindo aumentava ainda mais minha desconfiança.

    Havia mais alguém aqui. Estava escondido nessas árvores em volta e seu youki imperceptível.

    Estreitei o olhar para o vazio. Era forte esse youkai, não sinto sua energia sinistra e ainda havia o problema que não sei de que país pertence. Se for do reino de Yomi era um militar. Kurama poderia cuidar dele, mas estava guardando minha irmã e a fêmea de Yusuke em algum lugar do templo (não conto com Kuwabara para nada). Era o único motivo para não ter aparecido até agora. Mas se for um monstro de outro país... Com que propósito viria até Ningenkai, especialmente esse santuário?

    Todos de Makai sabem que aqui era propriedade dos três demônios mais próximos dos antigos Reis. Nos desafiar é o mesmo que pedir para morrer. Quem é esse maldito? Essa espreita ridícula estava me dando nos nervos.

    Um trovão estourou nos céus acompanhado de chuva de raios. A iluminação em segundos não fez diferença alguma, mas meu corpo ficou mais tenso. A passarela destruída e os vergões de aço cravados na campina eram indícios do que houve aqui, fora os cadáveres dos idiotas que nos atacaram. Contudo, está silencioso demais. O vento soprava mais forte e logo gotas de chuva caíam. Ótimo, era tudo o que precisava. Me encharcar numa tempestade com uma shinigami desmaiada.

    Matte...

    Olhei para baixo, para a garota de cabelos azulados de repente entendendo a única coisa certa nesta confusão.

    “- Parece que estavam mirando em você!”

    Meus olhos arregalaram.

    - Não é possível.

    No mesmo instante, outro trovão estourou e um brilho prateado cortou o ar. Mal tive tempo de me esquivar e uma fisgada atravessou meu ombro. Rangi os dentes saltando para trás. A dor aumentava com o peso da onna e ignorei. Já passei por muito pior. Soltei as pernas da garota, agarrando o punho da espada. O vulto correu até mim, aproveitando e girei jogando a perna dando um golpe. Sangue respingou junto à um berro, quase me deixando surdo. Contudo, vi tarde demais sua cauda. Um movimento no meu lado direito e me dobrei recebendo o impacto. Meu braço explodiu de dor e fui jogado no ar. Direto para o portal da barreira quebrando o encanto. Caí arrastando os pés até me chocar com uma coisa. Não sei, talvez uma pilastra. De qualquer modo aquilo quebrou em pedaços e tratei de sumir dali, ficando do próximo de outro alicerce.

    Caí num joelho sentido todo meu corpo doer. Meu fôlego falhando. Droga. Arranquei irritado o cabo da faca no ombro e a mesma se desfez em pó. Com o movimento a onna escorregou quase deitando nas minhas pernas e isso me irritou ainda mais. Essa maldita... Por causa dela não estou conseguindo lutar direito. Quebrei a ancora da barreira e sem surpresa, passos entraram calmamente no hall do templo. De onde estava puder ver o cretino. As roupas de monge, a cauda chicoteando de um lado para outro. Eu havia cortado bem sua cara, já que pingos de sangue caíam do seu queixo. De repente, ele inspirou profundamente e riu debochado.

    - Que cheiro doce. Agora entendo o preço que me pagaram.

    Estreitei o olhar. Apertando sem perceber a shinigami contra mim. Ele era um mercenário do país de Gandara.

    HIEI POF

    BOTAN POV

    - Você tem cheiro tão bom menina...

    Mãos grossas agarravam meus cabelos, afastando para longe enquanto um bafo quente banhava meu pescoço. Minha perna doía, com certeza tinha um osso quebrado.

    - Me solta! Hiei!!!

    Berrei com toda a força dando um choque de energia. Logo os braços que me seguravam por trás me soltavam. Manquei pra longe, chorando desesperada. Está tão escuro, não enxergo nada aqui.

    - Sua vagabunda!

    Antes que me esquivasse para o lado, garras cravaram no meu ombro e puxaram. A dor quase me cegou e caí no chão. O sangue já empapava meu quimono e depois agarraram meus cabelos outra vez, puxando para cima.

    - Não! HIEI!!!

    - Pare de chamar aquele maldito!

    Outra voz... Eram dois? Não! Eram três! O que agarrava meus cabelos me jogou para longe. Me choquei numa parede e minha cabeça explodiu de dor. Tonta escorreguei no chão. A pancada forte me atordoou, mas nem por isso desmaiei. Tremula um gosto metálico encheu minha boca e cuspi no chão, tentando me levantar. Ele tinha que está aqui. Hiei não podia ter me deixado sozinha!

    Antes que conseguisse ficar de pé, garras fincaram nas minhas costas e rasgaram. Gritei de agonia e eles riram. Estavam rasgando minhas roupas, minha pele e apertando! Eles me viraram segurando meus braços. Acima de mim dois pares de olhos vermelhos se aproximavam. As respirações arfantes e suas risadas chegando mais e mais perto!

    Eles iam mesmo...

    - HIEI!!!

    Berrei em desespero me debatendo mais forte. Esquecendo da minha perna quebrada. Um corpo caiu em cima de mim quase me esmagando e ainda estava vestido. O monstro aproximou o rosto do meu pescoço, sorrindo com meus espasmos de pânico.

    - Grite o quanto quiser... Ele não vai te ouvir.

    - Shssss.

    Arquejei abrindo os olhos. O sibilo e a respiração morna na minha orelha me atordoaram, ainda mais que estava completamente escuro aqui. Levei uns segundos em notar que estava deitada nas pernas de alguém e além disso, essa pessoa me apertava contra si com uma força que seria impossível me soltar. Eu estremecia, tensa e gelada. Ainda por cima ouvia além do fôlego dessa pessoa, o barulho de chuva batendo no telhado. Tão forte que parecia cair uma tempestade.

    Segurava o fôlego, a ponto de gritar

    - Não. Grite.

    Prendi o ar. Essa... Essa voz cínica!

    - Eu sinto o cheiro dela. Entregue a garota Hiei e ninguém vai se machucar.

    Arregalei os olhos e o braço que me segurava me apertou mais. Uma porta pesada bateu na parede num estrondo e o choque ecoou me fazendo pular no colo dele. Pela acústica aqui dentro devia ser enorme. Espere. O templo... Claro! Estávamos no hall de entrada. Mas como esse monstro entrou aqui?! A barreira que a mestra Genkai deixou só permitia quatro youkais e um deles permanecia mudo me segurando, tenso para atacar.

    O silencio estava me deixando mais em pânico. Foi inevitável. O lugar escuro e a sensação de ser caçada eram as mesmas, idêntico ao pesadelo, só que... Agora eu não estava sozinha. Relaxando um pouquinho engoli em seco e tentei ver Hiei. Pela sua respiração calma, próxima demais, seu rosto estava a centímetros do meu. Devagar ele se inclinou para frente e uma perna sua se afastou um pouco de mim.

    Foi apenas nesse instante que notei que estávamos molhados. A chuva...

    - E então? Vai me entregar a vagabunda ou vai morrer por ela?

    O monstro riu sarcástico e estremeci forte. Não sou idiota. Esse youkai está atacando meus amigos e por minha causa. O que será que aconteceu enquanto desmaiei?! O braço que me segurava me soltou, fazendo com que sentasse no chão e entrei em desespero.

    Hiei ia me largar sozi..

    - Kuso. Pare de tremer e fique quieta.

    O silvo me espantou. Satisfeito com meu silencio (acho que estava choramingando sei lá), ouvi um grunhido cínico e então passos correram pra cá. Antes que avisasse Hiei que já estava inclinado se jogou de uma vez para frente e ouvi um choque seco, seguido de um gemido de dor. Um estrondo estremeceu o piso e ouvi o riso sarcástico, cortado por outro baque e zunido de aço. Nesse breu não via nada. Só ouvia os golpes, eles se batendo e de repente um chicoteio cortou o ar. Raios riscaram lá fora junto com o trovão estourando e vi por uns momentos a luta. O youkai esguio estava inclinado para trás dando um chute parado pelo braço de Hiei, bloqueando. Ele jogou a perna do monstro para o lado pegando apoio e jogou os pés no tronco desse. O demonio sufocou e tentou revidar sem sucesso. Puxando o punho livre ao girar o corpo Hiei o explodiu em chamas. Negras e veios esverdeados. Um choque reverberou no ar, estremecendo as paredes quando ficou tudo escuro outra vez.

    Um berro soou e vi um vulto queimando ao ser jogado para a porta. As chamas infernais. Magia de fogo. Eu sei que devia ficar quieta, mas não me segurei. Levantei do chão atrapalhada e corri para a entrada. Lá fora, também estava escuro e chovia sem piedade. O vento soprava nessa direção e senti o cheiro forte de sangue e carne queimada. Meu estomago se embrulhou. A poucos metros da escadaria do templo, um corpo se debatia queimando enquanto outro estava com um pé em cima dele. Pelas chamas vi Hiei curvado pisando no pescoço do monstro. Parecia conversar e vi que seu cabelo havia abaixado pela chuva. Foi estranho. Sempre achei que ficava espetado o tempo todo.

    De todo modo continuou arrepiado, só que menos rebelde e abaixado.

    - Botan.

    Chiei de susto e virei para pessoa. Kurama assistia a cena intrigado e serio. Atrás deles vinham as meninas com o Kuwabara, mas ninguém dizia nada. Exceto, o próprio Kuwabara que ficou ao lado dele. Como eu, estranhando ao ver a mesma cena que nós.

    - O que Hiei ta fazendo com aquele monstro? Batendo um papo?

    - Ele...

    Procurei achar um argumento para defender. Afinal. Ele me salvou. Mas antes que falasse o corpo do monstro convulsionou e vi algo rolando na grama. Arquejei de susto e tremendo.

    - A..a cabeça..

    Ele cortou a cabeça do youkai fora!

    Ao meu lado, Kurama suspirou cansado.

    - Hiei não tem paciência nenhuma.

    Dito isso saiu no deque e desceu os degraus junto com Kuwabara, que gritava o chamando de maluco e entre outras coisas. Yusuke apareceu correndo até eles e logo começaram a discutir. Simplesmente engoli em seco me agarrando no beiral.

    - Ei Botan.

    - Hã?

    Olhei a pessoa e Keiko me observava calma e preocupada. Queria ter minha coragem de volta também. Mas não tinha mais. Ela esfregou a mão no meu braço curvando os lábios gentil.

    - Tá tudo bem agora. Ele protegeu você, não é?

    Pisquei com seu tom, cauteloso e um pouco com malicia. Isso me deu um espasmo diferente, acelerando meu pulso e ao ver, ela sorriu mais.

    - Depois me conta como foi, ta bom? Agora você precisa de um banho.

    Me puxou pela mão até o outro lado do hall com Yukina nos acompanhando.

    BOTAN POF

    Makai

    O demônio tamborilava os dedos na mesa. Ignorando os demais que berravam e bebiam no bar, em comemoração ao dia de folga que Mukuro havia dado. Ela estava mudada, tudo culpa daquele rapaz. Seu punho se fechou de ira, lembrando da cena que viu momentos atrás. O Jaganshi defendendo a garota de Reikai da rede que jogou. Era um teste. Queria ver o quanto ela era importante para ele já que a menina não parou de gritar pelo mesmo naquele dia.

    Suspirou de raiva e luxuria ao lembrar. Foi bom não ter dito seu nome ao mercenário. O filho de Raizen não o havia alcançado na floresta e duvidava muito que o demônio sairia vivo. De qualquer modo, ele teria a shinigami outra vez, só que a aproveitaria sozinho. Tomar uma coisa de seu rival satisfazia seu ódio, já que Hiei havia lhe tirado tudo há três anos.


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