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— O que aconteceu com você?! — Ino exclamou, arregalando os olhos azuis, enquanto observava a aparência moderna de Sakura — Normalmente se veste como uma vovó!
Sakura fez uma careta ao ouvir a crítica. Ela passou a maior parte da vida sendo obrigada a usar roupas antiquadas devido aos ataques venenosos do pai sobre qualquer traje que delineasse suas curvas ou mostrasse seus joelhos. Um professor universitário e um intelectual impenitente e esnobe, Kizashi Haruno havia sido um pai ferozmente crítico para sua única filha. Só agora, vivendo longe de casa, ela foi capaz de se sentir livre e relaxar. No entanto, Sakura era a primeira a admitir que sem a ajuda de uma vendedora astuta e atenciosa nem ousaria provar o vestido, quanto mais comprá-lo.
Sakura voltou o olhar para o próprio reflexo no espelho. O elegante vestido parecia enfatizaras curvas graciosas de seu corpo, mas revelava uma generosa extensão de suas pernas bem torneadas. Sob o olhar de censura da amiga, Sakura levou uma das mãos ao decote do vestido e confessou:
— Eu simplesmente me apaixonei por esse vestido.
Ino girou os olhos nas órbitas e falou secamente:
— Bem, certamente você pode arcar com roupas da moda hoje em dia. Como é a vida da família real de Quaram ? A essa altura, deve estar guardando o dinheiro em uma conta no exterior.
— Você só pode estar brincando. — Sakura apressou-se em declarar — Não é tão fácil quanto você pensa. Eu trabalho muitas horas...
— Bobagem! Você só tem que cuidar de uma criança e ela está no jardim de infância. — Ino protestou, ao mesmo tempo em que repousava um copo em uma das mãos de Sakura — Beba! Você não pode ser uma estraga-prazeres em sua própria festa de aniversário de 21 anos!
Sakura sorveu a enjoativa bebida doce, embora não fosse de seu gosto. Ela não queria teimar com a temperamental Ino, astuta em perceber qualquer forma de abstinência alcoólica como um desafio pessoal.
As duas haviam frequentado o mesmo curso de babás e continuaram amigas depois, mas Sakura estava ciente do clima desconfortável que se formara entre elas. Ino demorou meses para encontrar um emprego decente e havia se ressentido pela sorte que Sakura obteve.
— Como está o trabalho ? — Ino quis saber.
— O príncipe e sua esposa viajam muitas vezes para o exterior ou passam os fins de semana em Londres e eu sou encarregada de cuidar de Zahrah em Woodrow, então alguns dias de folga...Ou a falta disso... têm sido um problema. Aliás, às vezes eu me sinto como se fosse a mãe dela. — Sakura confessou com melancolia — Eu cuido de tudo... Até mesmo compareço aos eventos da escola.
— Tem que haver alguma desvantagem para todo esse dinheiro que está recebendo! — Ino comentou com sarcasmo.
— Nada é perfeito. — Sakura deu de ombros com a tolerância de alguém acostumada a um mundo imperfeito.
— Os outros funcionários são de Quaram e falam a sua própria língua, por isso é uma vida doméstica bastante solitária. — E, dando um suspiro, declarou: — Podemos ir ? O carro está nos aguardando.
Quando o príncipe Itachi havia se dado conta de que era o aniversário de Sakura, ele a presenteara com cupons para um sofisticado clube noturno londrino e insistira para que ela aceitasse viajar até Londres com o chofer da limusine. O mesmo motorista a deixaria em casa no final da noite.
— Um aniversário de 21 anos só acontece uma vez na vida. — o pai de Zahrah havia observado animadamente — Aproveite a sua juventude ao máximo. O tempo passa cruelmente rápido. Em meu aniversário de 21 anos, meu pai me levou até o deserto e me instruiu sobre o que eu nunca deveria me esquecer quando me tomasse rei desse lugar. — uma expressão irônica cruzou o olhar de Itachi — Não havia me ocorrido na mesma hora que trinta anos depois eu ainda estaria nessa espera. Não que eu desejasse de outra maneira, é claro; meu honrado pai é um rei muito sábio e qualquer homem se esforçaria para seguir o seu exemplo.
O Príncipe Itachi era um homem generoso, pensou Sakura. Ela admirava seu forte senso sobre os valores familiares de amor, confiança e lealdade. Após a morte da mãe, quando ela estava com dez anos de idade, a educação de Sakura havia perdido visivelmente tais qualidades e ela ainda sentia a dor dessa perda. Se ao menos o seu próprio pai tivesse tido um pouco da natureza gentil e bondosa do príncipe!
Enquanto Ino gritava de admiração à primeira vista da luxuosa limusine, Sakura estava pensando sobre a falta de interesse que o pai tivera por ela durante a vida inteira. Não importava o quanto ela se esforçasse com os estudos, as notas dos exames nunca eram suficientes para agradá-lo. O pai dizia frequentemente que se sentia envergonhado de Sakura e que ela era uma severa decepção para ele. A decisão que ela tomara em se tomar uma babá o deixara indignado e ele a chamara de "uma esplêndida ama-seca, nada mais do que uma criada!". As sombras escuras daqueles anos infelizes a haviam marcado para sempre e Sakura sentia como se na verdade não tivesse família. Afinal, o pai tinha se casado novamente sem convidá-la para o casamento e parecia preferir agir como se fosse desprovido de filhos.
— Eu estava lendo um artigo sobre o príncipe Itachi em uma revista. — comentou Ino — Havia indícios de que ele fica atento às damas e que já teve alguns casos fora do casamento.Cuidado com esse "garotão"!
Sakura franziu as sobrancelhas.
— Oh, ele definitivamente não é assim comigo... Ele é mais do tipo paternal...
— Não seja tão ingênua. Noventa e nove por cento dos homens de meia-idade são interessados em jovens atraentes. — Ino ridicularizou com um sorriso insolente — E se você o faz lembrar da sua mãe...
— Não acho que isso seja provável. — Sakura interrompeu, um tanto divertida — Minha mãe era miúda, loura e de olhos verdes e eu não me pareço nem um pouco com ela
.— Está bem. — Ino encolheu os ombros — Mas, se você não o fizesse se lembrar da sua mãe, por que "diabos" ele ofereceria... Para uma total estranha... O trabalho de cuidar de sua preciosa filha ?
— Não foi tão fácil como você pensa. — Sakura reagiu, sentindo-se desconfortável — O príncipe indicou o meu nome, mas eu passei pelo mesmo processo de recrutamento que todos passaram. Itachi disse que queria me ajudar porque a minha mãe significou muito para ele. Ele também achou que eu seria jovem o bastante para ser amiga da filha dele no futuro. E não se esqueça de que a esposa dele fala apenas árabe e japonês, então o meu japonês fluente se tomou muito útil. Concordo que o fato de eu ter conseguido o emprego foi uma sorte extraordinária, mas não houve nada de sinistro nisso.
Ino ainda a encarava com frieza
.— Você dormiria com Itachi... se ele lhe pedisse ?
— Não, é claro que não! Por Deus, ele tem quase a idade do meu pai! — Sakura protestou comum tremor de desgosto.
— Se fosse o irmão dele, o príncipe Sasuke, você não estaria tremendo. — provocou Ino — Há uma foto dele no mesmo artigo. Ele é muito sexy: alto, solteiro e lindo como um astro de cinema.
— É mesmo ? Eu não o conheci. — Sakura virou o rosto para a janela a fim de apreciar as ruas bem iluminadas da cidade. A persistência e as insinuações sombrias de Ino a aborreceram. Porque as pessoas sempre preferem pensar o pior ? Sakura nem teria pensado em trabalhar para o príncipe Itachi e sua esposa se houvesse algo duvidoso na atitude do homem em relação a ela. De qualquer maneira, um incidente infeliz durante os meses de sua experiência anterior de trabalho a havia deixado muito cautelosa quanto a flertes de empregadores do sexo masculino.
— É uma pena que o irmão que um dia será o rei seja casado. — Ino comentou com zombaria — Embora muitas mulheres não deixariam que isso lhes atrapalhasse a ambição.
— O fato de ele ser casado seria suficiente para me deter. — Sakura contestou secamente.
— Mas não deixa de ser um casamento instável, com apenas uma pequena garota para testemunhar todos os anos em que ele esteve com a esposa. — insistiu Ino — Estou surpresa por ele não ter se divorciado dela já que não há nenhum herdeiro para a próxima geração...
— Mas há um herdeiro... O irmão mais novo do príncipe. — Sakura observou.
— Então, ele tem que ser o bom partido da família. — um brilho calculista surgiu nos olhos de Ino — Mas já se passaram três meses e você ainda nem o conheceu, apesar de estar morando na casa dele e com os parentes dele, então isso não é muito promissor.
Sakura não queria perder tempo em mencionar que se apaixonar por um príncipe árabe não havia feito nenhum bem à sua falecida mãe, Mebuki. A mãe conhecera Itachi na universidade e os dois se apaixonaram cegamente. Sakura ainda possuía o anel de noivado que Itachi tinha dado à sua mãe. No entanto, a felicidade do jovem casal tinha se mostrado passageira, porque Itachi fora ameaçado de exílio e cancelamento da herança caso ele se unisse a uma estrangeira. Eventualmente, Itachi retornou a Quaram para agir como filho dedicado e fazer o que lhe era dito, enquanto Mebuki havia se casado com Kizashi Haruno. O casamento de duas pessoas incompatíveis tinha se mostrado profundamente infeliz.
— Você também não tirou folga do trabalho para fazer uma viagem ao exterior. — Ino lembrou-a, de mau humor — Ao menos eu estive dez dias em Chipre com a minha família.
— Não me importo muito com viagens. — Sakura mentiu e sua irritação com as observações nocivas e as zombarias de Ino a fazia se perguntar por que ela se preocupava em manter aquela amizade unilateral.
No clube exclusivo, foram servidas com bebidas grátis graças aos cupons proporcionados pelo príncipe Itachi. Caso contrário, elas jamais seriam capazes de arcar com os altíssimos preços dobar. Sakura lembrou-se de que era o seu aniversário e tentou afastar o sentimento de decepção que a havia perseguido durante a semana inteira.
Seu emprego era solitário e ela desejava frequentemente a companhia de um adulto; Sakura sabia que deveria aproveitar essa noite ao máximo. Embora ela tivesse um carro à sua disposição, a propriedade de Woodrow ficava situada na zona rural de Kent e com acesso a poucas atrações fora da pequena cidade.
Os pais de Zahrah viajavam frequentemente e preferiam deixar a filha em casa a fim de não lhe atrapalhar o estudo.
Como resultado, Sakura teve a sua própria liberdade severamente cortada, pois, com os patrões ausentes, esperavam que a babá ficasse na constante companhia da filha.
Sakura teria que voltar mais tarde com a limusine para Woodrow Court, porque deixar a sua tarefa aos cuidados de outros funcionários durante a noite não era uma opção que o príncipe estava disposto a permitir.
No entanto, após ter sido exposta aos comentários amargos de Ino, ela já não se sentia entristecida pelo fato de ter tido a chance de dormir fora nessa noite negada.
— Você já está chamando a atenção de um homem. — Ino suspirou com inveja.
Sakura ficou tensa e se recusou a olhar na mesma direção.
Ela descobriu que o convívio com o sexo oposto era um desafio e muitas vezes uma experiência humilhante. Sakura era excepcionalmente alta; os homens ficavam felizes em conversar com ela enquanto estava sentada, mas sentiam vontade de correr uma vez que ela se erguia e os superava em altura. Ela aprendera em seus embaraçosos anos da adolescência, quando frequentemente tomava "chás de cadeira", que os homens preferiam mulheres pequenas e delicadas a quem pudessem baixar o olhar e se sentirem superiores. Sakura sabia que possuía um rosto atraente e uma boa aparência, mas nenhuma dessas qualidades contava contra a sua desajeitada altura. Apesar de ser notada pelos homens, eles raramente se aproximavam.
Algumas horas depois, ela se despediu de Ino, que já havia se encantado por um admirador. Sakura, por outro lado, vivenciou uma noite especialmente dolorosa quando um jovem se aproximou de sua mesa e pediu que ela se unisse a ele, e então, no instante em que se levantou, ele notou horrorizado que mal conseguia alcançar-lhe os ombros e resmungou "Esqueça!". O jovem e seus colegas a importunaram e abafaram risos de escárnio pelo restante da noite, como se ela fosse uma palhaça de circo.
Como resultado, ela decidiu que deveria beber um pouco a mais a fim de conseguir manter uma expressão indiferente e ocultar a sua tristeza.
Sakura suspirou aliviada enquanto a limusine fazia a última curva da estrada arborizada quedava acesso à propriedade de Woodrow. Eles passaram entre as torres do imponente portão em forma de arco da entrada e seguiram para um pátio coberto de cascalho em frente à magnífica casa real. Sakura ficou surpresa ao ver que havia mais luzes da casa acesas que de costume. Assim que saiu do veículo, ela sentiu o ar frio da noite tocar seu rosto. Sakura inspirou profundamente, tentando aliviar a tontura que sentia devido ao álcool que havia ingerido e esforçou-se para andar em linha reta até a porta principal da casa, já aberta para ela.
Enquanto cruzava o hall, ela sentia seus passos instáveis. Ao ver um homem sair da biblioteca, sua atenção se voltou diretamente para ele. O homem era um estranho tão surpreendentemente belo que apenas um olhar de relance a deixou sem fôlego. De súbito, Sakura parou de caminhar e pousou os olhos nele. Os cabelos negros estavam penteados para trás e a pele bronzeada evidenciava os traços perfeitos do rosto. Ele possuía lindos olhos, escuros, profundos e destemidos. E quando parou embaixo do candelabro de teto o castanho escuro de seus olhos ganhou um brilho dourado, como o ouro puro. Sakura sentiu o coração disparar dentro do peito.
Sasuke não estava em seu melhor humor. Ele não ficou satisfeito quando chegou à casa decampo apenas para descobrir que o seu irmão, sua cunhada e até mesmo a babá estavam ausentes, fazendo com que a sua presença parecesse um tanto supérflua.
— Srta. haruno ?
— Er... Sim? — Sakura estendeu uma das mãos para se abraçar em um pedestal esculpido na base da sólida escadaria de madeira. O homem possuía um rosto magnífico que inexplicavelmente continuava atraindo-lhe a atenção como um poderoso ímã. — Desculpe, você... é ?
— Sou Sasuke, irmão do príncipe Itachi. — ele declarou, estudando-a com frieza, apesar do poderoso interesse que ela havia despertado.
Imediatamente, Sasuke desejou saber se ela contemplava Itachi com essa mesma intensidade.Qualquer homem ficaria lisonjeado por uma mulher contemplá-lo dessa maneira. Pessoalmente,Sakura Haruno era uma mulher muito mais perigosa do que ele jamais imaginara que ela pudesse ser. Em um vestido que se aderia aos seios fartos e sensuais e revelava as pernas incrivelmente longas, ela era absolutamente estonteante. A cor dos cabelos longos, que na fotografia parecia ser berrante, era na realidade uma sutil tonalidade rosada, de uma beleza suprema. Apenas as mais finas esmeraldas poderiam ser comparadas ao incrível verde dos olhos dela. Com aqueles cabelos espetaculares, olhos enormes e lábios rosados e sensuais, ela era literalmente a fantasia de qualquer homem. Foi um desafio para Sasuke, que era conhecido por sua compostura, conseguir se concentrar seus pensamentos novamente.
— Você parece ter bebido. — ele observou friamente, sentindo-se desconfortável pela perturbadora reação de seu próprio corpo, que reagia involuntariamente ao desejo sexual que ela lhe despertava.
A face delicada de Sakura enrubesceu.
— Po... Possivelmente... um pouco. — ela gaguejou com grande embaraço, ao mesmo tempo em que dava um profundo suspiro, seus seios fartos vibrando levemente sob o tecido fino do vestido — Eu não costumo beber muito, mas essa era uma ocasião especial.
Sasuke estava considerando um verdadeiro desafio concentrar a atenção no rosto dela.
— Se trabalhasse para mim, eu não toleraria que se mostrasse nesse estado.
— Afortunadamente, eu não estou trabalhando para você. — Sakura devolveu, sem pensar duas vezes — E também não estou trabalhando no momento. Eu tive permissão para sair essa noite...
— Mesmo assim, enquanto você viver sob esse teto, eu considero tal conduta inaceitável. Sakura percebeu que ele havia se aproximado e teve de erguer o rosto para conseguir encará-lo. Notou que ele era muito alto, consideravelmente mais alto do que o irmão, Itachi. Aliás, não havia nada em Sasuke que a fizesse se lembrar do príncipe Itachi. Sasuke possuía ombros largos, um corpo musculoso e nem um grama de peso extra em seu físico. É claro, os dois homens eram apenas meio-irmãos, ela se lembrou, nascidos de mães diferentes.
— E se Zahrah estivesse acordada e a visse nesse estado ? — Sasuke exigiu, fitando o brilho intenso dos olhos de Sakura e se sentindo incomodado pela reação exagerada de seu corpo à proximidade dela. Se era dessa maneira que ela afetava o seu irmão, ele podia entender perfeitamente o motivo de Itachi ter se sentido tentado. Os lábios cheios e rosados de Sakura já eram um convite sensual.
— A criada que está com Zahrah desde o dia em que ela nasceu dorme no quarto ao lado. Acho que você está sendo irracional. — Sakura declarou firmemente.
Sasuke ficou chocado ao ouvir a réplica desrespeitosa e decidiu que Sakura era totalmente petulante. Ele não deixou de perceber que a babá tinha uma limusine à sua disposição. Isso era um flagrante da extrema generosidade do seu irmão e só acrescentaria peso aos piores medos de Izumi.
— É assim que você fala com o meu irmão ?
— Seu irmão, que é o meu patrão, é muito mais agradável e menos crítico. Eu não trabalho para você e tenho o direito de ter uma vida social. — Sakura declarou, erguendo o queixo em sinal de desafio — Agora, se não se importa, eu gostaria de ir para a cama.
Sasuke descobriu apenas naquele momento de indignação diante da insolência de Sakura que ele queria deitá-la na cama e fazer amor com ela até fazê-la implorar por mais. Enquanto se esforçava para controlar o desejo feroz que ameaçava o seu autocontrole, Sasuke se sentia chocado pela descoberta de uma ameaça tão poderosa. Nenhuma mulher conseguira afetá-lo dessa maneira antes, nem mesmo a jovem com quem ele uma vez planejara se casar.
Contudo, enquanto Sasuke assistia a Sakura Haruno empenhar-se em subir os degraus sem oscilar ou tropeçar devido aos efeitos do álcool que havia consumido, ele soube que não teria paz até que conseguisse levá-la para a cama e fazer com que ela fosse sua.
Um dos pés de Sakura, calçado em uma sandália com uma sola fina e escorregadia, deslizou de um degrau e ela cambaleou, ao mesmo tempo em que se agarrava histericamente à sólida balaustrada em busca de suporte.
— Segurança é outro bom motivo para você não se embriagar dessa maneira. — Sasuke suspirou, enquanto repousava firmemente uma das mãos sobre a base da coluna feminina para prevenir que ela caísse escada abaixo.
— Eu não preciso de sua ajuda! — Sakura protestou furiosamente, enquanto retirava as sandálias para se assegurar de que não houvesse nenhum outro acidente. Em seguida, ela pegou as sandálias com nervosismo — Aposto que você vai dizer "eu lhe avisei"!
O delicioso aroma dos cabelos e da pele dela o inebriaram, deixando-o com ainda mais desejos.
Ele estava convencido de que ela seria uma ardente companheira. O estilo de vestido que ela usava e o seu comportamento já o haviam persuadido de que estaria longe de ser uma inocente. Itachio era muito confiável para ser deixado à mercê de seu próprio desejo e das manipulações de uma jovem sedutora. Tentando manter a calma e o controle de sua libido, Sasuke pediu que ela subisse as escadas.
— Está certo... Ficarei bem agora. — Sakura murmurou assim que alcançou o quarto. Sentindo-se exausta e de mau humor, ela declarou: — Você foi o final perfeito para um aniversário horrível e agora, por favor, eu gostaria de ficar só.
Recostado no batente da porta, Sasuke assentiu com um gesto de cabeça. Ele sentia o desejo pulsar em suas veias. Sasuke a queria e, uma vez que a levasse para a sua cama, Itachi viraria as costas para ela. Levá-la para a cama não seria o menor sacrifício. Imaginá-la com os cabelos soltos e o verde dos olhos brilhando de desejo lhe oferecia o prospecto do prazer mais doce e sensual que ele jamais sonhara que pudesse descobrir em um encontro premeditado.
As necessidades de preservação haviam colocado a emoção da caça fora do alcance de Quaram, e Sasuke sentira falta dessa agitação.
Ele descobriu que mal poderia esperar pela conclusão satisfatória desse jogo sexual que prometia ser muito prazeroso. Não lhe ocorreu que ele pudesse falhar em conseguir levá-la para acama... uma vez que Sasuke nunca havia se deparado com uma recusa...