- A senhora tem a certeza? – Perguntei.
- Como ousas questionar-me? – Olhou-me friamente e senti um pouco de raiva na sua voz.
- Desculpe-me, minha senhora! – Curvei-me perante ela.
Ela tomou o seu caminho por aquela misteriosa, húmida e gelada caverna, sem nem olhar parar trás.
- O que fará assim que a encontrar, senhora? – Andei atrás dela, de cabeça baixa, sei o quanto ela odeia que a olhem.
- Irei matá-la com as minhas próprias mãos! Assim não irá ferir mais ninguém… - Por breves instantes senti uma voz cheia de mágoa, tristeza. – Estás com medo, William? – A sua voz tremia.
- Não, minha senhora. Estou consigo, então estou bem. – Sorri, de forma a tentar acalmá-la.
- Eu estou. – Ela parou e olhou para mim. – Mas nem isso irá impedir a minha vingança!
- E o que podia parar? – Uma voz ecoou pela caverna.
- Alyara, és tu?
- Por favor, recua imediatamente!
- Nunca! Não até vingar aqueles que matas-te! – Gritou e uma silhueta feminina apareceu das sombras, mas o seu rosto era pouco visível. – Aí estás tu!
- Por favor, Amy, eu não quero ferir mais ninguém! – Falou em tom de desespero.
- A única que irá se ferir, serás tu, Alyara! – Amy começou a correr em direção a Alyara, mas quando ia sacar de sua espada, paralisou.
- Senhora! – Gritei mas quando tentei ir em seu socorro, paralisei.
-Eu disse… - Alyara saiu das sombras, agora podia ver bem o seu corpo. Tinha crescido, os seus cabelos negros estavam mais compridos. O seu corpo colocaria inveja às mais belas donzelas daquele reino. Mas, os seus olhos estavam mortos, completos de terror, desespero, tristeza e medo. Aquele tom azul, que dantes trazia esperança, agora carregava a morte. – Agora é tarde demais. Já não vão conseguir escapar!
O meu corpo contorceu-se e senti os meus órgãos rebentarem por dentro. Queria gritar mas era impossível, a voz não saía, e a cada segundo sentia a minha vida indo embora.
- Perdoem-me! – Gritou Alyara.
O corpo de Amy explodiu, espalhando sangue por todos os lados. Alyara começou a chorar, a gritar e levou as suas mãos à cabeça.