Uma semana.

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    Capítulo 4

    Terça - feira, o dever me chama...

    Violência

    - Afinal, do que se trata? ? Perguntei assentado numa poltrona, na sala de reuniões do Conselho de Guerra, que ficava na área militar da torre.

    - Bem... Ouve um chamado vindo das Forças de Segurança Mundial, pedindo para que Pixia executasse uma operação de conquista massiva em territórios de um conglomerado terrorista, sedeado numa província da Arábia Saudita e que deseja tomar o governo de nações vizinhas - pronunciou Wallace Dickson, Ministro da Defesa e em casos destacados, porta-voz do conselho.

     - Isso é realmente um trabalho para nós? Quero dizer, Terroristas? Isso devia ser algo fácil de lidar para a Força de Segurança Mundial, considerando que o nosso oficio seria lidar com problemas digamos... Mais ?sérios? a humanidade.

     - A partir do momento que nos disponibilizamos a ir contra toda afronta a paz mundial, qualquer ameaça que a força de segurança julgue ser além das capacidades dela é tecnicamente passada para nossos ombros. ? Falou, exalando cansaço por todos os poros do corpo.

     - Maravilha! ? Exclamei ironicamente ? Então, que equipe vocês irão me mandar?

     - O Atomic Arrow?s é o único Squadron de alto nível em pleno funcionamento após a Campanha do Báltico. Pode ser?

     - Humm... Não seria possível contatar o Elder Armor ? ? Perguntei, desejando ter o apoio de um dos Squadrons mais capazes, treinado por mim e chamado somente em operações de alta periculosidade.

     - Eles foram designados para representar Pixia na Conferência da ADEP e só voltam na próxima semana.

     - Assim sendo, acho que não posso reclamar ? Falei conformado ? Posso ir agora de 14h00min, só tenho que pegar uns equipamentos em casa.

     - Ótimo, então eu vou chamar o Ernak e vocês se reúnem de 13h30min. Assim sendo vou indo, por que eu e o resto do conselho temos que terminar a releitura de um contrato inquisitivo que determina a...

     - Tenho certeza de que é muito importante... O suficiente para eu não querer saber sobre ele ? Falei sorrindo e saindo da sala.

    Voltando para meu quarto na torre, vesti minha Pixian Armor, selecionei as armas adequadas para a operação (no caso dois revólveres, um sabre padrão e meu fuzil tático) e desci pelo elevador até os níveis médios da torre, onde se situavam os estabelecimentos militares e o quartel general central.

    Não havia como negar que dentre todos os edifícios visiveis em Pixia, a Torre era o que tinha a melhor infraestrutura e design interno. Mais de 220 andares divididos em áreas de caráter militar, administrativo, científico, econômico, residencial e tudo isso em uma única e conjunta construção.

    Solicito a chamada do Squadron Atomic Arrow?s, código 1243 para a execução de uma operação militar. ? Reportei a um dos funcionários responsáveis pela comunicação e solicitação de equipes, dentro da sala de monitoramento e comunicação do quartel general.

     - Claro senhor ? Respondeu o homem, selecionando exatamente um dos inúmeros botões no seu painel e aguardando alguns segundos até falar: ? Capitão Ernak, o comandante Guilhard solicita sua presença para executar uma operação a mando do Conselho de Guerra. Certo senhor... Vou informa-lo.  ? Após a chamada o secretário se dirige a mim ? Ele virá a sua presença senhor agora aguarde, por favor, na sala de espera.

    Passados 9 minutos na sala de espera, eu escuto a campainha da porta da sala ser tocada, e com o envio de um sinal positivo em relação à entrada no aposento, um sujeito de capa entra na sala. Tinha aparência de um homem de 30 á 40 anos de idade. Cabelos pretos levantados, barba cerrada e olhos negros. Ele vestia uma armadura pixiana completa com diversas insígnias e medalhas, coberta por uma capa com capuz. A juntar todas as suas características, ele aparentava ser uma criatura mal-humorada.

    Pena que o que contradizia sua aparência, foi o sorriso satisfeito que deu quando me viu ali.

     - Guilhard! Só mesmo um chamado do comandante-supremo para me tirar dessas missões que o conselho me bota! ? Falou Ernak alegre e dando passos largos para apertar minha mão.

    Levantando-me também, eu cumprimento meu amigo de diversas campanhas e o convido a sentar-se.

     - Pois é Ernak, já se foi o tempo em que eu podia escolher as equipes nas minhas missões, e ainda por cima me entregam um ?recrutinha? de meia tigela como você. ? Falo fingindo decepção.

     - Ahh, a criançona perdeu seus soldadinhos brilhantes de plástico e lhe deram um soldadinho velho pra brincar... Coitado. ? Falou com deboche, sem se importar com a brincadeira e devolvendo na mesma moeda.

    Parando de rir, eu assumo uma postura mais séria e trato de resolver meus assuntos com o capitão.

     - Bem Ernak, o negócio é o seguinte, eu vou precisar de vocês para tomar o território de um grupo terrorista próximo à Arábia Saudita.

    Como esperado, o militar reagiu do mesmo modo que eu havia feito horas atrás.

     - Terroristas? Desde quando terroristas são perigosos o suficiente para sermos chamados?

     - Olhe, foi como no atentado a Londres em 2017. Forças policiais e até militares da antiga ONU podiam ir contra aquele Estado Islâmico com tudo, mas o risco seria de outras nações com unidades ativas de extremistas se voltassem a essa decisão e se iniciasse uma guerra entre continentes de proporções enormes, representando morte certa para soldados de ambos os lados. Já Pixia tem o fator de ser a nação protetora da Terra há mais de 5 anos, temos o apoio de 99% dos governos do mundo, somos mais capacitados que qualquer exército deste mundo e podemos lidar com terroristas sem problemas, apesar do trabalho que dá para montar uma campanha como essas.

     - Ok ok, já deu pra entender que a batata quente ficou com a gente... Agora tem um detalhe. ? Falou Ernak hesitante.

     - Reservei uma fragata para nós no hangar, é só ficar pronto pra gente partir... Sim o que foi?

     - Sem problemas, mas é que eu dispensei metade do meu pessoal por causa das festas natalinas, só ficamos eu, Erika e Marcus. ? Falou rindo.

     - Metade dos Atomic Arrow?s já é o suficiente para dar uma lição naqueles arruaceiros com panos na cabeça

    Após mais 15 minutos esperando os dois companheiros de Ernak, nós pegamos novamente o elevador, subindo mais 10 andares onde nós fomos para o hangar de decolagem e pouso das naves de guerra, indo a uma nave selecionada para o evento e entrando nela. Logo após isso entrou o piloto da nave e nós partimos ao nosso destino.

    Dentro da fragata:

     - Então Erika, como está você? Soube que você se casou. ? Perguntei a mulher do grupo.

    Erika trabalhava com Ernak há anos, onde eles se conheciam desde a época em que ambos eram membros da Policia Montada Canadense. Após a execução de uma importante e memorável operação policial realizada na capital canadense Toronto, eles receberam uma proposta para adentrar no corpo militar pixiano e aceitaram. O engraçado era dizer que eles não eram casados, pois Ernak já era casado e Erika namorava há um bom tempo. Ela era alta, magra e esbanjava uma beleza invejável diante de muitas mulheres. Tinha cabelos escuros, olhos de caramelo e usava uma meia armadura que acentuavam suas curvas ?de alta definição?. Ela era uma gama, e por tanto utilizava armas de fogo de todos os gêneros.

     - É verdade. ? Afirmou sorridente. ? Foi no sábado passado, muito linda a cerimônia. Queria ter lhe convidado para a ocasião, mas você estava naquela missão em Neo-Krania.

     - Ahh, gostaria eu de ter ido, mas tendo sobrando um pedaço de bolo para mim acho que está de bom tamanho.

     - Mas e quanto a você meu caro Guilhard, sua atual situação amorosa se encontra como? ? Me perguntou Marcus, Delta da equipe.

    Ele era baixo e um tanto quanto fora de forma, mas sua aparência desleixada ia de encontro com seus atributos, como grande capacidade de gerenciar o andamento de operações e altíssima habilidade com pistolas duplas. Seu cabelo era preto e era espetado em várias direções e olhos azuis que nunca transmitiam mal humor.

     - Ahh, isso vocês todos sabem, eu não tenho tempo para esse tipo de coisa. Se eu fosse um presidente, ou mais, um cidadão normal talvez isso não fosse um problema, mas possuo ocupações além da conta e certamente não suportaria viver com alguém que teria a vida em constante risco por minha culpa. É nessa hora que eu invejo a vida rasa de vocês. ? Falei gargalhando em seguida.

    Apesar de meu exagero (admito, fui deveras dramático) em partes tudo o que eu falei era verdade, e a falta desse tipo de afeto emocional continuava a ser uma das maiores dores da minha vida. Todos os relacionamentos amorosos que tentei ter nunca se concretizaram em função do meu dever, mas nem por isso eu pensei ou pensaria em abdicar da responsabilidade.

     - Ahh... Certo, desculpe por perguntar ? Recomeçou Marcus, arrependido da pergunta anterior e tentando mudar de assunto ? Isso vai demorar muito?

     - Não, estamos próximos de terminar o percurso do atlântico. São só mais algumas horas... - Falei pensativo.

    E pelo resto dessas horas, a travessia até nosso destino se cumpriu, mas eu não participava mais das conversas, pois me encontrava soterrado de ideias.

    Umas boas, outras nem tanto...


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