Yorokobi no namida

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    Capítulo 6

    Kuroi kami no teki!

    Acordei tentando me convencer de que a noite anterior havia sido um sonho. Mas, no fundo eu sabia que tinha dito a pessoas que havia de ter acabado de conhecer sobre os meus poderes. Sim, e eu também disse sobre o menino, mas, houve uma coisa que eu não disse. Os sentimentos que tenho sobre ele. Nunca soube se era atração, ele foi o meu primeiro amigo, devia ser só um amor de criança... Lembro-me de ter chorado muito quando ele desapareceu, mas, nunca cheguei a dizer isso a alguém.

    Agora que esses assuntos tinham vindo à tona, demoraria pra esquecê-los novamente. Levantei da cama e fui procurar meu uniforme; os uniformes da escola eram iguais aqueles que você vê nos animes; uma blusa branca de mangas curtas com um laço negro e gola estilo marinheira com listras pretas e brancas, igualmente na manga e no pé da blusa; a saia era negra e com listras brancas nas pontas, havia dois tipos de saia: um que ia um pouco abaixo do joelho ( o da Chiyeko-san) e o que ia um pouco acima do joelho, que no caso era o meu.

    -Já levantou Yukimura...?

    Olhei para trás e vi Chiyeko bocejando enquanto se levantava devagar da cama. Seus cabelos estavam bagunçados, e ainda tinha uma aparência cansada.

    -Já... -disse descontraída enquanto calçava uma meia que ia até minha canela.

    -Espera um pouco... -Ela disse começando a ir em direção ao guarda-roupa e sorriu pra mim. - Vou com você!

    Surpreendi-me quando ela disse aquilo, mas, sorri com sinceridade e comecei a examinar o quarto. Havia sete janelas com cortinas laranja em todas. Havia beliches e camas ali, eu dormia num beliche encostado na parede, onde comecei a pregar uns desenhos; você não podia andar meio metro sem ver um tapete ou pufe; Tinha mesas espalhas pelo local e guarda-roupas;

    -Yukimura! Acabei, vamos!-Chiyeko chamou alegre.

    -Ta... -disse levantando de um pufe perto da janela.

    Quando saímos pela porta vi que também havia meninos saindo do dormitório e indo no mesmo corredor por qual passávamos, onde havia quadros de pessoa e fotos, dos prováveis fundadores da escola. Depois de seguimos reto por mais um tempo chegamos a um salão com varias mesas, onde alguns estudantes já estavam sentados conversando.

    -Vamos sentar ali, olha!- Ela disse apontando para um canto vazio de uma mesa.

    Enquanto ia seguindo-a percebi que estava atraindo alguns olhares curiosos e cochichos agitados. ?Não confie nela. ?? Uma voz assustadoramente conhecida disse murmurando na minha cabeça. Encarei Chiyeko, a voz não podia ter se referido a ela, justo ela, que sorria pra mim sentada ao meu lado, simplesmente não podia.

    Depois do café teríamos tempo, pra ver as matérias que iríamos participar e nos dirigirmos às salas. As alunas novas seriam levadas as salas pelos monitores.

    - Então você é a novata de cabelo branco?!

    Virei-me assustada. Sempre que ouvia frases daquele tipo, conhecia mais pessoas que me odiavam. Parada, com um grupo de meninas atrás, estava uma garota alta de cabelos negros; seus olhos me encaravam com desprezo; ela usava uma versão do uniforme que parecia ainda menor do que o meu; as meninas atrás dela davam risinhos agitados.

    - Sou. - Respondi firme. Por experiência sabia que não podia demonstrar fraqueza na frente de meninas assim. - Por quê?

    -Que medinho... - ela disse friamente arrancando risinhos eufóricos das meninas atrás. - O que uma senhora de idade ta fazendo nessa escola? Se eu fosse você já teria me mudado para um asilo!

    Mantive a calma. No 3º ano já havia recebido o apelido de velha gagá, podia agüentar aquilo facilmente.

    - Se não consegue diferenciar uma colegial de uma senhora, então eu não sou a senhora de idade aqui. - respondi com frieza.

    -Se meteu com a pessoa errada. Acha que vou te elogiar e dar um biscoito por causa de uns poderes imaginários? Patético!

    Senti meu corpo gelado. ?Como ela podia saber?!?? me perguntei mentalmente. ?Eu disse pra não confiar nela?? a voz familiar disse num tom com pena.

    As meninas foram andando e rindo enquanto eu me senti completamente idiota. Por que eu tinha que ter praticado aquilo?! Por que fui me abrir com pessoas que eu havia acabado de conhecer?! Logo ganharia algum apelido sobre feitiços, ou algo mais simples como ?anã de cabelo branco??. Entrei no dormitório de cabeça baixa para pegar minhas coisas, não olhei nos olhos de ninguém, peguei minhas coisas e fui pra aula.


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