Valery
Ele namora? Ótimo.
- Está tudo bem? - Perguntou Scott, ele parecia ser um bom menino. Coloquei um sorriso no rosto e assenti com a cabeça. Me levantei da cama depois ter tido uma brilhante ideia. Ambos me olharam com uma interrogação na testa sem entender nada, revirei os olhos.
- Levantem, vamos comprar as minhas roupas, meu material. - Os puxei pela camisa para fora do quarto.
[...]
Estávamos na loja de roupa da marca Waldorf's. Estava vazia, então aproveitei. Peguei todo tipo de roupa e fui colocando nas cestas que estava com eles. Me agaixei para pegar uns saltos, tênis e sapatilhas.
- Vem cá... Você vai ter dinheiro para pagar isto tudo? - Perguntou Stiles, continuei vidrada nos saltos, até que peguei tudo e pus na cesta de Scott.
- Tenho uns truques. - Dei uma piscada para ele.
[...]
Tinha comprado a loja inteira, bem dizer. A mulher do caixa se assustou ao ver a quantidade de coisas. Quando terminou de passar tudo:
- Cartão ou dinheiro? - Perguntou mexendo no caixa
- Nenhum dos dois. - Os três me olharam sem entender. Puxei ela pela gola da blusa, fazendo olhar dentro dos meus olhos. - Você vai me deixar passar com tudo isso, sem pagar, quando eu passar daquela porta, vai esquecer disso. - Ela assentiu com a cabeça sem expressão.
Fui para fora acompanhada deles.
- Como você fez aquilo? -Perguntou Scott impressionado.
- Uma das habilidades que vampiro tem, a hipnose. - Os ajudei colocar tudo no porta-mala do táxi e partimos para casa.
[...]
Enquanto colocava minhas roupas no cabide, tinha saltos, tênis, sapatilha, livros, mochila, estojo, etc. Tudo espalhado encima da cama. Me sentei no chão, comecei a colocar os saltos em ordem por cores, quando escuto dois toques na porta e depois sendo aberta. Já sabia quem era.
- Queria te agradecer por hoje de madrugada... - A voz doce e sincera dele ecoou no meu ouvido, dei um sorriso fraco.
- Achei que não lembrasse, mas tudo bem. - Me levantei e o olhei, estava com a cabeça encostada na porta. Até que seu celular tocou, porém não atendeu. Ficou insistindo em tocar, pegou o mesmo e viu no retrovisor oo nome e colocou novamente no bolso de sua calça.
- Não vai atender? - Perguntei franzindo a testa
- É a Malia. - Disse ríspido. - Não quero falar com ela.
- São que horas? - Mudei de assuntoo, pegou seu celular e viu a hora novamente.
- 08:30, se arruma. - Disse seco e indo para seu quarto. Sua mudança de humor me deixou confusa, mas tudo bem.
[...]
Já tinha acabado de me arrumar, estava fazendo uma maquiagem básica, assim que terminei, peguei minha bolsa, coloquei a alça no meu ombro esquerdo. Até que escuto uma gritaria vindo do andar debaixo.
- VOCÊ NÃO RETORNOU MINHAS LIGAÇÕES, STILES! - Gritou uma voz feminina que parecia estar estourada. Logo deduzi que seria a Malia.
- EU NÃO SOU OBRIGADO A TE ATENDER QUANDO BEM QUISER, MALIA! ESTAVA OCUPADO! - Rebateu Stiles alterado. Cheguei perto da escada que dava a visão de lá debaixo da sala, pude ver os dois. Ele estava vermelho de raiva.
- OCUPADO COM QUE? ME DIZ! - Aquela voz irritante já estava me deixando nos nervos.
- Sai daqui... - Disse ele tentando se acalmar.
- Tem alguém aqui, eu posso escutar o coração batendo. - Rugiu entre os dentes, quando olhou para aonde eu estava, só que rapidamente me escondi atrás da parede.
- Não tem ninguém aqui, está ficando maluca. Agora saí daqui! - Disse a empurrando de porta afora e fechando a porta na sua cara.
- VOCÊ ME PAGA, STILINKIS! - Berrou do lado de fora esmurrando a porta, logo após foi embora.
O vi sentado na escada com os dedos enfiados por dentro do cabelo. Desci os degraus com cuidado, me sentei ao lado dele:
- Está tudo bem? - Perguntei baixinho, até que ele levantou o rosto. Estava vermelho, arranhões, cabelo bagunçado. - Stiles, o que foi isso no seu rosto? - Perguntei pegando no seu queixo e virando o mesmo para mim ver os arranhões melhor. - Isso não foi a Malia... Você se machuca a si mesmo? - Perguntei novamente.
- É uma maneira de se livrar da raiva e da dor. - Respondeu ríspido, não tinha expressão no rosto.
- Você está se auto machucando! Não faz mais isso!! - Me alterei, levantando da escada, ficando em pé na sua frente o encarando.
- Foda-se Valery! Foda-se! Ninguém se importa. Aliás... Quem é você para dizer o que devo fazer ou não fazer? Você não tem quase três dias aqui! Para de querer mandar em mim. - Disse firmamente alterado, ficando em pé, cara a cara.
- Você está certo, não tenho três dias aqui e nem irei completar. - Falei ríspida, ergueu uma sobrancelha, sem entender nada.
- Como assim? - Perguntou.
- Relaxa, quando eu chegar da escola, vou embora daqui. - Dei uma piscada para ele e comecei subir uns dois degraus da escada, quando entrou na minha frente.
- Não faz isso, por favor. - Pediu
- Sinceramente, não entendo esse humor seu. Uma hora está explodindo e na outra implorando pra mim não ir embora da sua casa. E eu vou . - Falei decidida, dando as costas e indo para o quarto de hóspedes.
Peguei uma mala que tinha comprado, reserva. Comecei colocar tudo que tinha comprado lá dentro, olhei no relógio já era 08:50. Quando chegar, termino de arrumar. Desci as escadas rapidamente, vi que Stiles já tinha ido, ótimo. Comecei a andar tentando manter a calma, andava pela calçada. As ruas estavam movimentadas, parece que nem tem sobrenatural nessa cidade.
Quando se dei por mim, já estava enfrente a escola de Beacon Hills. Recebia olhares de pessoas estranhas e só de olhar na cara delas, me irritava. Dava vontade de arrancar suas cabeças, podia escutar o batimento cardíaco de cada uma, a pulsação...
- Se controla, Moore. - Uma voz invadiu meus pensamentos. Senti um braço se envolver no meu pescoço... Scott.
- Difícil, McCall. Eu consigo me controlar, mas quando estou com raiva... - Nem completei, porque ele já tinha entendido.
Duas meninas ficaram me olhando de cima a baixo com cara de nojo. Uma japonês, cabelo preto e uma ruiva, branquela. Até que fomos na direção delas:
- Meninas, essa é Valery Moore. - Dei um sorriso falso para as duas. - Essas são: Lydia e Kira. - A japonês deu um sorriso, menos a tal de Lydia que ficou me olhando como se fosse um monstro.
- Lydia, está tudo bem? - Perguntou sem entender.
- Ah... Sim, perdão. Lydia Martin. - Deu um sorriso falso e dei outro falso também.
[...]
Estava na aula de filosofia, quando sinto algo rasgar minha pele. Gemi de dor baixinho, o professor escrevia na lousa e todos copiavam. Por minha sorte estava sentada no fundão. Quando uma menina que sentava ao meu lado, me cutucou. A olhei assustada:
- Seu rosto está sangrando... - Cochicou, engoli seco. Juntei todas as minhas coisas e sai da aula rapidamente.
Fui diretamente para o banheiro feminino, chegando lá, me olhei na frente do espelho. Estava profundo e um pouco aberto, aquilo estava ardendo.
Minha respiração acelerou, meus batimentos cardíacos. Comecei a tremer, estava sozinha no banheiro, não tinha nenhum papel higiênico ali, nada! Minhas pernas começaram estremecer, senti que ia desmaiar, porém, não sabia o motivo.
Me apoiei na pia, respirou fundo, quando vi meu vestido todo manchado de sangue, de branco para vermelho...
- alguém me ajuda... - minha voz falhou e logo após, vi tudo ficar escuro.