Apresento aos apaixonados por Sesshy e Rin, a fic Lótus!
Na literatura clássica de muitas culturas asiáticas, a flor de lótus simboliza elegância, beleza, perfeição, pureza e graça, sendo frequentemente associada aos atributos femininos ideais e aos olhos de um certo lorde existe uma insolente humana que apresenta tais características, assim, decidi nomear minha fic com o nome desta flor que surge tão graciosa e pura de águas tão lodosas, águas que apesar de sua dita "impureza" a acolhem firmemente em seu seio e a permitem existir em todo seu esplendor. Espero que apreciem com todo amor do mundo :)
entre "" - pensamentos
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Lótus
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Suas bases em pedra foram erguidas há séculos, tudo a sangue, força e respeito, suas colunas aprofundavam-se no solo fértil, sustentando as imensas paredes brancas de madeira que compunham o belíssimo castelo, a arquitetura militar era evidente, garantindo a defesa e ataques certeiros aos invasores, diversas torres majestosas eram observáveis dispersas em locais estratégicos pelo local, tudo aspirava a poder, muito poder.
O imponente castelo permanecia altivo sobre uma longa distância nas terras situadas a oeste, este pertencia ao invencível clã Inutaisho, temido, reverenciado por todas as raças existentes. Poucos ousavam enfrentar-los, pois o fracasso era certeiro.
Um extenso povoado se fazia presente ao seu redor, pequenas casas de madeira, mas bem feitas e confortáveis, abrigavam todos seus moradores.
Neste viviam pacificamente humanos, hanyous e youkais.
Já há algumas semanas, o reino encontrava-se em pleno estado de agitação, a movimentação exacerbada se devia à volta do senhor daquelas terras, o príncipe Sesshoumaru Taisho, que após séculos retornava ao seu reino.
No castelo um pequeno ser corria desesperado pelo jardim bem cuidado, saíra escondido e não podia demorar muito, necessitavam de seu trabalho já que o príncipe retornaria em alguns dias. As flores movimentavam-se ao sabor do vento, em uma dança ritmada pela brisa que tomava o lugar, os pés femininos tropeçavam desengonçadamente na grama verde arrancando singelos tufos que lhe cobriam as pontas dos dedos, abaixou-se e limpou-lhe as sandálias em madeira, após o feitio retornou a caminhada, chegaria ao local esperado antes que o que tanto desejava ver ocorresse sem sua fiel expectadora.
O sol já se recolhia preguiçosamente no horizonte, iniciando o espetáculo tão adorado aos olhos da pequena humana. Os raios eram sugados pela grande bola de fogo, um a um com extrema calma. No jardim onde agora se encontrava a garota jazia uma enorme cerejeira totalmente florida, as flores caiam em uma singela valsa, adornando a terra às suas raízes formando um aconchegante tapete aos pés da menina.
Rin adorava o pôr-do-sol, sentia uma calma profunda ao avistar aquele belíssimo espetáculo, o céu sendo coberto por diversos tons, de laranja a vermelho, suspirou, queria ver-lhe mais perfeitamente, então tomou coragem e levantou o simples kimono azul celeste com pequenas flores de sakura em preto até um pouco acima dos joelhos, deu um nó ao lado e começou a escalar a grande árvore avidamente.
– Kaede-san que não me veja. - sorriu travessa, elevou os braços até um galho próximo e puxou o corpo para cima apoiando o peso com os pés no tronco, conseguiu se erguer e sentar em um dos galhos mais fortes da cerejeira, a visão de onde estava era simplesmente magnífica, podia-se ver as majestosas montanhas que encobriam agora grande parte da esfera flamejante. - Incrível...– os olhos brilhavam com tamanha beleza, cada dia de contemplação havia algo de diferente, cada alvorecer se distinguia em sensações do outro, amava sentar-se ali todas as tardes. Após alguns minutos a observar encantada, por fim a noite se impôs, cobrindo todo o céu de um tom negro azulado, começando de mansinho até tomar-lhe por completo.
O brilho da majestosa lua ainda não se fazia presente no céu negro, mas iniciava-se mansamente subjugando a escuridão que perpetuara imperiosa na imensidão do jardim. O doce cricrilar dos grilos e o coaxar dos sapos preenchiam o silêncio tão sólido ali, Rin ouvia atenta a cada som, sorriu, como era prazeroso estar ali. Mas como tudo chegava ao fim, o seu momento se esvaíra tão rápido quanto o alvorecer, já estava tarde e deveria retorna o mais rápido possível ao castelo, principalmente antes que Kaede-san viesse ao seu encontro e a pegasse de surpresa no seu paraíso escondido, um sorriso travesso se fez presente nos lábios delicados, iniciou então a descida em movimentos ágeis e rápidos almejando a terra firme embaixo dos pequenos pés descalços.
Como os olhos humanos não tinham o privilégio de uma visão noturna tão precisa, não notara o ser que descansava silencioso recostado ao tronco da formosa árvore. Os fios prateados, longos e sedosos, cobriam as largas costas e certo pedaço do chão ao redor do corpo, os olhos âmbares estavam fechados e a respiração apresentava-se calma, os braços pendiam ao lado do corpo dando um ar indefeso ao homem, seu olfato e audição aguçada pareceram não serem de grande precisão, pois não notaram nem quando chegara e nem no tempo que permanecia ali, meditando a sua volta a está região, a menina humana sentada em um dos galhos da gigantesca sakura na qual seu corpo agora descansava, só a notara realmente quando esta despencou desengonçada da arvore e preencheu-lhe o colo com seu peso.
As mãos pequenas junto aos pés da menina tentavam mantê-la segura à árvore evitando assim uma futura queda, o que não seria nada agradável à carne macia, respirou fundo ao sentir o pé firmar-se em um novo galho, que ao toque deste demonstrava certa segurança. Jogou então o peso do corpo encima do galho enquanto movia a mão para outro ao lado, mas este simples movimento fora o suficiente para ocorrer o que tanto temia, sentiu a frágil madeira partir-se sob a planta do pé, tentou inutilmente segurar-se mas já era impossível evitar, o desequilíbrio tomou-lhe o corpo levando-o de encontro ao solo. A ultima ação proveniente da menina foi fechar os orbes castanhos claros e rezar para que não houvesse o pior.
"Hun, macia a terra não? Cadê a dor e o desconforto? Será que a morte me alcançou antes do chão frio? Ai, ai, ai não pode ser, ainda tenho que ajudar Kaede-san nos preparativos da recepção do meu senhor!" os olhos ainda permaneciam colados, medrosos de constatarem o que teria acontecido em prol da queda, o ar entrava em altas concentrações pelas narinas devido à respiração acelerada tanto quanto o coração pelo susto.
O youkai ao sentir-se desconfortável pelo ser que jazia em seu colo e por este não retirar-se dali o mais rápido possível, abriu os olhos impaciente, como ousavam perturbar-lhe em suas terras, o que quer que fosse teria a punição merecida por tal atrevimento. Abaixou os orbes dourados irritado em direção ao que estava sobre suas pernas, imóvel e aflito. Sua visão excepcional tanto ao dia quanto à noite, permitia-lhe observar as mais diversas características presentes naquele corpo frágil e tão franzino, seus olhos então foram cobertos pela surpresa ao identificar o que permanecia pacientemente sobre si. "Uma fêmea humana. Uma reles fêmea humana."
Rin sentiu a terra morna e macia mover-se sob si, mas como assim? A terra não move assim não era verdade? Levou os braços em certa direção e notou algo que certamente, onde deveria estar agora, esta não possuía. E muito menos tem braços e mãos, não?. Algo lhe dizia que não era o local onde imaginava, a mulher então resolveu abrir os grandes olhos e qual não fora seu espanto ao observar que não era o solo que se mexia embaixo de seu corpo e sim alguém.
– Levante-se humana. – a voz grave e fria causou-lhe arrepios por todo o corpo. A mulher não conseguia vê-lo por causa da escuridão e seus olhos não distinguiam nada alem de um mero borrão extremamente grande. –Não desejo sujar minhas garras com seu sangue. –o som gutural provocou-lhe certo espanto, mas não medo. Seu instinto humano dizia-lhe para correr, sentir medo, mas não conseguia nem sequer mover-se de cima do que parecia pela forma que a chamara, um youkai e o jeito arrogante deste causara-lhe raiva.
– Perdoe-me, não era minha intenção cair-me sobre si. – a voz irônica, espantou o youkai que esperava algo muito diferente do que esta lhe destinou, e isto o deixou imensamente irritado. Rin encarou-o desafiadora, sabia que este podia ver-lhe claramente. – Desculpe-me o atrevimento, mas não o havia notado aqui e muito menos desejei minha queda principalmente sobre alguém! - uma risada cínica tomou o ambiente-Creio que saiba que não tenho os dons que lhe são possíveis, como disse sou apenas humana, então irei retirar-me de sua presença, pois tenho obrigações para com meu senhor. – terminando de proferir tais palavras fez menção de levantar-se, mas a mão de garras afiadas segurou-lhe fortemente a cintura evitando que saísse de onde ainda se encontrava, a ação inesperada fez com que a jovem o encarasse mesmo sem saber onde estava a olhar, nenhum indicio de medo era observável no mar castanho da humana.
–Com quem pensa que estas a falar ser insignificante? – as palavras saíram entre rosnados nervosos- Não temes a morte tão iminente por tal audácia?- um das garras deslizou pelo Kimono da humana, perfurando o tecido fino e provocando um leve sangramento. O youkai ouviu um gemido de dor vindo da garganta da humana.
– Não. – a dor pelo pequeno corte não a fez perder a coragem adquirida. - O único a quem devo tal respeito e temor é ao meu senhor, e que certamente não o és. - forçou o corpo para sair do domínio daquele ser. Um meio sorriso apossou-se dos lábios de finos traços do youkai, tinha que admitir, a garota era extremamente atrevida e corajosa apesar de sua inferioridade como humana.
– Certamente não, pois se o fosse não estaria viva até este momento. - sentiu-a prender o ar.
– Solte-me youkai, não tenho tempo para gastar aqui contigo.
Em segundos sentiu seu corpo pequeno ser erguido pelo pescoço pela mão do youkai.
– Realmente não tens apego à vida, humana. - circundou mais fortemente os dedos na pele rosada. As mãos graciosas sobrepuseram à do youkai tentando inutilmente arredar-lhe os dedos fortes de sua pele.
O ar antes tão abundante, agora chegava a míninas porções aos pulmões, o youkai estava possesso pelo desafio proveniente de uma fêmea, ouvia o vento frio da madrugada passar intrusamente pelas folhas da grandiosa árvore e a luz emanada pelo astro lunar focou-se sobre si como para mostrar-lhe à humana toda sua imponência.
– Covarde. - sussurrou, a dor aumentava gradativamente. Seus olhos encheram de lágrimas, não de medo da morte que sentia aproximar, mas pela pressão em seu pescoço. – Vamos, termine logo com isso. – a voz saiu fraca, mas destemida.
–Insolente. – trouxe-a para mais próximo de si, queria ver-lhe mais de perto antes que a vida se esvaísse por completo do ser frágil. Mas arrependeu-se amargamente pela ação impensada. A beleza da fêmea humana iluminada pela lua se fez mais evidente, os cabelos castanhos longos e lisos antes escondidos pelo frágil corpo agora dançavam ao ritmo do vento frio, os orbes castanhos determinados até o fim, hipnotizaram por alguns segundos o youkai, a mulher parecia um anjo deixado pelos deuses na terra para fascinar os machos que atravessassem seu caminho.
Rin sentiu o aperto em seu pescoço afrouxar-se lentamente e seu corpo cair por sobre a terra firme. Passou então os dedos no local dolorido sentindo certo alivio pelo ar voltar a entrar normalmente nos pulmões. Estava surpresa pela ação do ser à sua frente, tinha plena certeza de que logo a morte a levaria pelas mãos daquele youkai, mas não fora isso que se sucedeu. A mulher então elevou decidida os olhos para encarar o youkai à sua frente e só então reparou na magnificência beleza deste.
O corpo grande era vestido por um Kimono branco com alguns desenhos em vermelho próximo à gola e nas mangas, este era adornado por uma imponente armadura e sua cintura fina era circundada por uma faixa amarela com as extremidades em tom azul. Duas espadas pendiam do lado esquerdo de seu kimono presas à faixa e seus pés calçavam botas negras. Os cabelos soltos e lisos eram prata e iluminados pela luz lua o deixavam ainda mais belo, observou-o virar o rosto e encará-la com os olhos estreitados e só então pôde perceber o dourado que impregnava-lhe os orbes, sentiu o ar fugir-lhe novamente, sua face em mármore não demonstrava nada, era indiferente, fria, sem expressões evidentes, mas mesmo assim o youkai era inexplicavelmente lindo.
–Tem sorte de ser uma fêmea, humana. – a voz fria inundou o ouvido da mulher. – E de ser extremamente... – as palavras fluíram indiferentes e incompletas, o corpo forte virou-se e começou a caminhar com passos firmes para a densa escuridão afastando-se da humana que a poucos momentos quase lhe roubara a vida.
– Pensei que ainda não o havia percebido, ô grande senhor. - disse debochada acariciando o local pressionado, viu-o parar os movimentos majestosos e virar-se para olhá-la com os olhos perigosamente estreitados, mas toda sua irritação não era observável no semblante impassível.
– Não abuse da sorte que tens humana. - a voz saiu ferina– Não é qualquer um que atravessa meu caminho e sai ileso. - o tom ameaçador fez com que a humana segurasse a língua antes que não tivesse a mesma chance novamente.
Observou-o analisá-la de cima a baixo com certo desprezo.
– Sua vida agora me pertence e não importa o que aconteça humana, és minha e me deve agora total submissão. – levou os longos dedos nos sedosos cabelos ajeitando-o. – Retornarei para exigir meu direito e creio que seu senhor não o recusara. – um sorriso misterioso tomou-lhe os lábios por apenas alguns milésimos de segundos. Os olhos da mulher arregalaram-se espantados com o que acabara de ouvir.
– Não. – a voz saiu raivosa– Não sou e nunca serei sua, sou serva apenas e sempre serei do meu senhor, Sesshoumaru-sama e certamente este não o permitirá. – o corpo tremia de nervoso e a raiva só aumentava ao assimilar o que o youkai havia dito.
– Como tem tantas certezas que este a livrara de mim mulher, já que sei que não o conhece, pois este retorna a estas terras após séculos, e quando este vivia neste local,– indicou o castelo com a cabeça-você nem sequer pensava em habitar este mundo, humana.
O corpo feminino levantou-se exasperado, o perigo era evidente, mas a arrogância deste ser a tirava do sério. As mãos pequenas pousaram na cintura e inclinou o tronco para frente em um movimento infantil.
– Sim, realmente não o conheço. – as palavras saíram firme. – E também não tive a honra de uma existência junto a ele, mas pelo que me disseram do meu senhor, ele é digno, forte e de extrema nobreza, -sorriu docemente por alguns instantes ao mencionar o príncipe daquelas terras o que chamou a atenção do ser que a observava atento a cada movimento realizado – E ele simplesmente acabaria contigo em um estalar de dedos, youkai. - fez o gesto com a mão e um sorriso confiante firmou nos lábios bem desenhados.
O youkai sorriu de lado, desarmando a menina à sua frente, tanto pela instantaneidade deste quanto por seu fascínio.
– Isso é o que veremos mulher. – o tom saiu desafiador. - És bem corajosa por ser apenas uma fêmea humana, mas esta não valera de nada a ti. - olhou-a nos olhos castanhos– Tens minha palavra, serás minha, pois esta é minha vontade. – a voz firme encerrou o diálogo reprimindo qualquer sinal de contestação, não toleraria mais a ousadia da mulher.
A jovem ficou sem palavras diante da afirmação do youkai, este parecia bem certo do que falava, sentiu então um arrepio subir-lhe rapidamente pelo corpo.
O youkai queria impor-lhe medo, queria retirar da mulher a ousadia tão afincada que esta demonstrava a respeito de si, ela simplesmente não o temia e nem à morte que este poderia lhe dar.
Rin permanecia quieta, não acreditava que isto estava acontecendo, ele não tinha o direito de fazer isso, mas seu coração tinha plena certeza de que seu senhor não o permitiria.
Encarou-o e viu este virar-se com uma imponência só tida por youkais nobres e infiltrar-se pela noite sombria que tomava o jardim, de um modo silencioso e violentamente fascinante.
Não o contestou e nem tinha palavras para isso, esqueceria tudo, certamente não o veria mais, respirou aliviada, queira os deuses que não o visse, ou seu coração não suportaria novamente o baque de sua presença tão arrogante, suspirou irritada, mas de repente um relapso de memória a trouxe de volta à realidade, já estava a muito tempo fora, Kaede-san deveria estar a procurando.
Rin pôs-se a correr rapidamente em direção a grande porta dos fundos por onde entrava na cozinha, mas a meio caminho desta, ouviu a porta abrir-se e de lá sair uma senhora de aproximadamente uns 60 anos, as mãos bem postas na coluna indicavam a idade avançada. Ouviu-a chamá-la em tom repreensivo.
–Por onde andava criança?- a senhora interrogou-a preocupada. – Olha a lua menina, Sesshoumau-sama retornou e já se encontra em seus aposentos e tu simplesmente não estavas aqui para recebê-lo junto às outras servas.– repreendeu-a e via a garota apertar nervosamente o kimono por entre os dedos.
–Perdão Kaede-san, fui apenas dar uma volta e perdi a hora. – disse com o olhar baixo. – Prometo-lhe que isso não se repetirá novamente. – olhou-a para garantir suas palavras e observou a expressão da senhora amenizar-se.
– Sim Rin-chan, está certo. Então vamos?.– puxou a menina pela mão para dentro da cozinha. – Tenho serviços para você, menina.
– Sim.– disse enquanto adentrava o recinto junto à senhora.
Kaede-san era como uma mãe para Rin, esta perdera os pais em um ataque á vila que antes vivia devido à guerra, então sozinha no mundo passou a vagar com apenas 6 anos, perdida, então por sorte do destino trombara com Kaede-san que colhia ervas na floresta e ela a acolheu carinhosamente, levando-a consigo para o castelo, onde agora morava e servia.
Após certo tempo, o corpo feminino subia delicadamente as escadas do castelo em direção ao quarto do jovem mestre, levava nas mãos uma fina bandeja de prata onde repousavam graciosamente um pequeno bule, uma xícara da mais rica porcelana e pequenos saches caseiros recheados das mais variadas ervas que seriam submersos pela água quente para servir o príncipe.
Aproximou-se da porta gigantesca de madeira nobre e toda talhada com os mais diversos desenhos de batalhas travadas pelo clã, elevou a mão pequena e bateu docemente nesta avisando seu senhor de sua presença, mesmo que este já a tivesse notado devido aos dons youkais. Ouviu um entre abafado pelas paredes, então abriu a porta lentamente e começou a adentrar o cômodo finamente decorado.
– Com sua licença senhor, trouxe-lhe o chá. – disse enquanto se dirigia onde se encontrava o youkai, aproximou-se de seu senhor fazendo a devida reverencia, não ousando levantar os olhos castanhos para encarar o príncipe, mantendo desde quando entrara a cabeça baixa em sinal de extremo respeito.
Sentiu-o aproximar-se de si calmamente, sua figura imponente se fez majestosa à sua frente, o ar nobre de seu senhor deixou-lhe desnorteada enquanto ainda segurava a bandeja com o chá. Não ousaria encará-lo, pois isto não era permitido ao servo dentro dos aposentos íntimos de seus senhores. Apenas permaneceu em silencio esperando as ordens do jovem mestre.
– Erga-se humana, onde está a ousadia de momentos atrás?- interrogou-a com a voz fria encoberta por certo divertimento enquanto levava uma das mãos ao rosto da mulher e erguia-o pelo queixo fino fazendo-a encará-lo diretamente. Sentiu o corpo da mulher tremular nervoso ao constatar quem era seu senhor.