Magia

“O livro preciso? Esse é o nome do livro? o que será que significa?” Mike mudou a página.

“Atenção todos os feitiços devem ser feito longe de pessoas não bruxas e curiosos. Toda e qualquer magia deve ficar em segredo. Esse livro é para o uso do bem”. As letras eram caprichadas, meio torta é verdade, mas muito bonitas e bem grandes, apenas essas três frases ocupavam um terço da página.

“Iniciando na magia”. Virou a página

“Alohomora” Apenas um feitiço por página? Não admira, esse livro ser tão grosso”

“Para o primeiro exercício, precisaremos da varinha e de uma pena”

“Uma pena? Onde eu vou encontrar uma pena agora?” Olhou pela janela até cogitou a ideia de caçar algum pássaro la fora, mas ia demorar muito “E agora”? Correu os olhos no livro.

“Ou qualquer objeto leve”

Mike arrancou uma folha do caderno, dividiu em quatro. “isso deve dar”

Tinha uma figura, dava um terço da folha, uma mão segurando uma varinha, fazendo um movimento no ar, como uma letra P.

“Segure sua varinha a cima da pena (ou objeto escolhido), faça um movimento com a mão,(conforme a figura) imagine o objeto flutuando, fale a seguinte frase: Vingardium leviosa.”

“Será que é sério isso mesmo?” Mike olhou para os lados, foi até a porta pra ver se sua mãe não estava perto. “Tá vamos lá”, Segurou a varinha, “será que é assim?” imaginou uma letra “P”,no ar, sacudiu a varinha.

—Vingardium Leviosa—O pedaço de papel nem se mexeu.

—Vingardium Leviosa—tentou de novo, mas nada ainda. Olhou no livro, será que estava fazendo certo? Embaixo tinha uma observação:

“Dê ênfase na letra O”

“Agora vai.”

Imaginou a folha flutuando, fez o movimento e falou alto.

—Vingardium Leviosa—E a folha levitou, até encostar no teto. Mike vibrou com aquilo, era fantástico, “magia de verdade”

Mudou pra outra página, mal podia esperar pra ver todas as coisas que tinha naquele livro.

“abrir portas fechadas”.tinha a figura de uma mulher, mirava a porta com sua varinha. Embaixo escrito: “apenas fechaduras ou cadeados sem nenhum tipo de azaração ou feitiço avançado”

“transformar um objeto em pedra” uma figura mostrava alguém mirando com a varinha numa taça de pedra.

“conjurar fogo(incendio)” esse tinha uma advertência, “cuidado feitiço perigoso”.

Mike foi folhando o livro, lendo os títulos, e observando cada figura explicativa.

“criando uma fonte água(aquamenti)” “criando vento(creans ventus)” “projetar luz da varinha(lumuz)” “apagar luz da varinha (fox) “fazer plantas crescerem mais rápido(Herbivicus)”,“chamando objetos(accio)” “duplicar um objeto(Geminio)”e assim foi, tinha dezenas ou centenas de feitiços.

Parou em um que chamou mais atenção, “deixando um objeto invisível(invisibilum)”. Um bruxo de barba branca, e chapéu pontudo, fazia um caldeirão sumir e depois reaparecer. Tentou fazer com uma latinha de refrigerante, mas era muito mais difícil que fazer flutuar.

—Mike?— era voz da dona Jane, ela sempre ia lá para dar uma olhada nele, a pedidos de sua mãe.

—O que?

—Tudo bem? O que está fazendo?

—Nada

—Oi Mike—era seu irmão, Cai tinha dois anos, tinha a pele mais clara que Mike, mas o cabelo era igualzinho.

—Eae Cai, tá se divertindo na casa da Madrinha?—

—Huhum, vamo la brinca comigo?

—Tenho umas … coisas, pra fazer aqui em casa.

— O que você tem pra fazer—Dona Jane falou erguendo uma sobrancelha.

— Tarefa da escola, é isso.

— No primeiro dia, já deram tarefa?

—Huhum

—Então tá, vamos Cai, qualquer coisa tamo la em casa—falou ela indo embora.

—Ok.

Treinava sempre que podia. Fez sumir o rabo de uma ratazana, que teimava em morar em sua casa. Fez flutuar um copo de água, que derramou “sem querer” no gato do vizinho, fez as alfaces dela crescerem muito mais rápido que o normal, sem sua mãe perceber, nunca mais reclamou por não ter lâmpada em seu quarto, usando o feitiço Lumus para iluminar o local mas sem deixar Cai acordar.

—Accio lápis— o lápis que estava em cima da cômoda flutuou até sua mão, “isto é pode ser muito útil lá na escola”, mas é claro que jamais faria aquilo na escola e nem contaria a ninguém, nem a Tomi, apesar de confiar nele tinha medo do que o garoto ia pensar dele.

Faltava aquele que tinha a advertência de perigo, mas Mike tinha um gostinho por coisas perigosas, uma vez desceu a maior ladeira da cidade, com um carrinho de rolimã, outra vez quebrou o braço andando num skate que Murano ganhou no Natal.

“vou tentar esse” Arrumou uma folha papel num lugar seguro, pegou a varinha firme, sacudiu e falou

—Incendio—uma labareda de fogo saiu da varinha, muito maior do que ele tinha imaginado, acertou bem no rosto de Mike, e depois apagou.

—Caramba— Correu pro banheiro, lavou o rosto. Olhou no espelho tinha chamuscado toda sua sobrancelha.

“parabéns, Michael Benefoi, como você vai pra escolha assim amanhã?”