Excalibur! Entre a lança e a espada.

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    Capítulo 5

    O mestre das ilusões!

    Mutilação, Violência

    (Flashback) 

    Montes Pirineus, Espanha, Anos antes.  

      Cordilheira íngreme, desnivelada,alta em alguns cumes, tão exuberante que até mesmos as nuvens se desviavam e se perdiam de vista ante sua imponência.  Os montes compreendiam-se ao  sudoeste Europeu, cujo, em sua magnificência de uma pintura à óleo formam uma fronteira natural entre a França e a Espanha. Separam a península Ibérica da França, e estendem-se por aproximadamente 430 km, desde o golfo da Biscaia, no oceano Atlântico, até ao Cabo de Creus (extremo oriental da Espanha continental), no mar Mediterrâneo. Na maior parte, sua crista principal forma a fronteira franco-espanhola, com o principado de Andorra incrustado entre seus dois grandes vizinhos e o Vale de Aran estendido ao norte.  

      Em uma das alterações dos montes, dois jovens garotos, aparentando ter entre 14 ou 15 anos desviavam de continuas avalanches com destrezas, e ao mesmo tempo, destruíam pedregulhos que lhes entreviam no caminho com as mãos.   

      Os garotos, um de cabelos negros e curtos de olhar inexpressivo,roupa larga e bege e suja, e o outro Ruivo, de cabelo que lhe batia nos ombros,de roupas brancas,pararam diante de uma enorme cratera causada por umas dos enormes rochedos que despencaram devido a avalanche. Eles observavam a cratera enquanto tomavam ar, estavam ofegantes. O garoto de cabelos negros de um passo em falso em uma determinada parte do monte no qual estavam em cima, então ouve um ruído e uma grande rachadura sucedeu-se. Toda a parte onde o garoto de cabelos negros estava despencou:  

      - Shura! - Exclamou o menino ruivo que com um ágil movimento , agarrou o braço do outro garoto antes que caísse. Então o alçou para cima novamente.  

      - Obrigado, Honor. Acho que te devo essa. - Disse Shura com tom resignante.  

      -  Por nada! Mas não espere que eu vá pegar leve com você só por causa disso! - Disse Honor com um sorriso no rosto enquanto o amigo acenava negativamente com a cabeça esboçando uma leve risada de canto de boca.  

       Já anoitecera, na região dos Pirineus a noite era gélida.  Os dois jovens estavam sentados ao chão, rente a porta de um pequeno casebre velho de madeira, de fronte, uma fogueira lhes esquentavam e que também servia para assar-lhes os peixes que haviam pescado e prontamente limpado, com os quais se deliciavam. O jovem Shura, olhava as estrelas, elas pareciam lhe despertar um fascínio exacerbado:  

     - Honor, veja as estrelas. Não é impressionante? Algumas delas já morreram há centenas de anos e sua exuberância é tamanha que ainda assim, podemos vê-las brilhar... - O garoto apontou pra cima.  

     - Você está pensativo ultimamente, meu amigo. O motivo disso é o fato de em breve termos que nos enfrentar para conquistar a sagrada armadura de ouro de Capricórnio? - Honor indaga enquanto abocanha o que restara de seu peixe.    

     Shura por um momento abaixou a cabeça, aquilo parecia realmente lhe incomodar. Pensou alguns instantes e olhou para o amigo que estava à sua direita.  

      - Não importa Honor. De qualquer forma, independente de quem conseguir a armadura de ouro,nós dois seremos consagrados cavaleiros para proteger e servir nossa Deusa Atena e o Santuário. 

      - Shura, nobre seu pensamento. Mas eu quero me tornar Cavaleiro de Ouro para me tornar forte. Entende? A ideia de servir e obedecer como um cachorrinho não me agrada nem um pouco se quer. E aliais, não entendo como isso pode lhe agradar. - Honor disse com um sorriso enquanto passava a mão nos próprios cabelos.  

      - Não diga besteira! A função de um cavaleiro é a lealdade acima de tudo! Lealdade à Atena, ao Santuário e ao Grande Mestre! -O garoto de cabelos negros aumenta levemente o tom de voz e uma determinação lhe brilha aos olhos.  

      - Bom. Não vejo por que servir um mestre sendo que nós mesmo podemos ser nossos próprios mestres... Mas cada um é cada um, não é? - Honor se levante e vai para dentro. Shura abaixa a cabeça e se mostra descontente com a afirmação do amigo.  

    Santuário de Atena, Grécia, algumas semanas depois.  

      O sol estava cintilante como nunca. Os  raios de sol batiam na esplendorosa urna dourada que estava em cima de uma pilastra. Os nem os próprios raios do sol brilhavam mais que ela. Ao lado via-se uma figura de manto alvo e de elmo dourado encobrindo seu rosto com uma sombra misteriosa, e dele escorrendo mechas de cabelo loiro esverdeado. Vários soldado rasos em posição de sentido posicionavam-se ao seu redor.  

    Os garotos estavam prostrados ante ao grande mestre e seu enorme cosmo. Sentiram o quão poderoso aquele homem era, e sua aura, parecia suceder séculos.  O momento chegara, os dois amigos se enfrentariam. Shura se mostrava preocupado e Honor emanava confiança no olhar.  

     - Vocês estão aqui para disputar a sagrada armadura de ouro de Capricórnio, que desde os tempos mitológicos tem sido consagrada aos homens mais leais à Atena.  - O grande mestre então aponta para a urna.  

      Os dois garotos, ainda de joelhos, se entreolham e em sequência contemplam a urna da Armadura que reluzia tão brilhante que quase lhes ofuscava a visão.  O grande mestre então, estende os dois braços:  

       - Muralha de Cristal!- uma grande parede de cosmo quase invisível se forma, o grande mestre a modela e a transforma em uma grande caixa que envolve os dois garotos.  

       - O desafio de vocês consiste em, além de se enfrentarem, elevar seus cosmos ao nível de conseguirem romper essa redoma de cristal. O primeiro que conseguir, sairá daqui consagrado cavaleiro de ouro. Boa sorte. - Explica calmamente o mestre.  

      Os dois então se levantam e se encaram, porém, ainda imoveis. Honor, arbitrariamente, parte para em direção ao amigo, disfere um sequência de golpes, os quais, Shura consegue desviar habilmente. O ruivo  novamente ousa mais um sequencia de golpes, que dessa vez, acertam o amigo em cheio e o lança ao chão.   

     Shura no chão, percebera que havia um brilho sinistro no olhar do amigo. Não era mais aquele olhar confiante, porém inocente, que Honor sempre tivera. Agora se mostrava uma arrogância petulante e soturna, algo que em todo esse tempo nunca havia visto no jovem.  

    Mas eu quero me tornar Cavaleiro de Ouro para me tornar forte...  

      Levanta-se do chão, eleva seu cosmo e também golpeia o jovem ruivo com uma série de feixes dourados que partem em direção a ele, atirando-o para a extremidade do campo de terra que se delimitava pela redoma de cristal.  

      O garoto então mostra uma expressão de raiva, assustando Shura, então eleva seu cosmo também, erguendo a mão para o alto e disparando raios com seus golpes que são lançados em gêiseres de poder. Mesmo assustado o jovem moreno também concentra seu cosmo em seu braço direito,lançando uma rajada de poder em direção de Honor. 

     Os dois cosmos concentrados se impactam, culminando em um tremor extraordinário. O sétimo sentido, aprova irrefutável de que ambos estavam aptos a serem cavaleiros de ouro. Ambos se esforçavam ao máximo para manter a pressão do golpe, que se mantinha balanceado.  

      A equidade dos poderes se dissipa, então Shura é golpeado pelo gêiser de Honor, que levanta uma cortina de poeira ao ar e com o impacto, a redoma de cristal é estraçalhada. Todos os presentes se surpreendem.  

      - Honor, você se sobressaiu. Então consagro-te Cavaleiro de Ouro de Capricórnio. - O mestre conclama.  

      Os olhos de Honor  brilham enquanto se aproxima da urna dourada para contempla-la, uma luz emana da urna que se abre, revelando a armadura montada em forma de um bode, emitindo um cosmo incrível. O que acontece em sequencia deixa a todos ainda mais espantados:

     A veste sagrada se desmonta, mas ao invés de seguir em direção do do recém consagrado cavaleiro, vai em direção e veste Shura que a pouco se levantara do chão. Todos ficaram estarrecidos, com exceção do grande mestre:  

      - As armaduras sagradas possuem vida própria. Por mais que determinado guerreiro a ganhe, ela tem liberdade para aceitar ou não quem a vai vestir. Ela tem a liberdade para escolher o guerreiro que realmente é merecedor dela. - Explica calmamente o patriarca. Honor se mostra frustrado, um ódio surge de repentina em seu olhar e se mistura com o principio do que seriam lágrimas de ira. 

     - Isso é impossível! Eu a ganhei! Eu venci! Isso tudo é uma grande mentira! O Santuário, Atena, os Cavaleiros, não passam de uma maldita farsa! - Esbraveja e pragueja Honor, que sai correndo em disparada do local.  

       Shura atônito, vestindo a armadura dourada, pensa em ir atrás do amigo mas se contém com o grande mestre acenando em negativa.  

       -Shura, se a sagrada armadura lhe escolheu ao invés de Honor, então ela não viu maldade em seu coração. A armadura lhe considerou leal e digno o suficiente para ser o cavaleiro guardião da décima casa do zodíaco em nome de Atena... - O recém consagrado cavaleiro de capricórnio então se curva ao mestre e declara sua lealdade.  

    Por que servir um mestre sendo que nós mesmo podemos ser nossos próprios mestres?  

    (Fim do Flashback) 

     O santo de capricórnio seguia para a segunda fortaleza. Ainda não entendera muito bem o propósito da missão e nem porque o mestre lhe escolhera. Mas sabia que deveria continuar pois era o mais leal à Atena e disso se orgulhava.  Viu de longe o desembocar da cachoeira do Urubamba que se encontrava com o rio Vilcanota em algum ponto mais ao oeste e com o vilarejo de Písac na outra extremidade.  E mais ao norte viu a grande fortaleza Sacsayhuaman,era necessário passar por uma barrenta água turva e um pântano, por onde prontamente,Shura seguiu.  

     A aura do lugar era terrível, o ar era pesado. As árvores, embora vivas, pareciam mortas por séculos. Sombras fantasmagóricas dançavam entre o escuro das folhagens envelhecidas. O cavaleiro observava inexpressivo seguido adiante. A imagem que lhe veio em seguida assustaria até mesmo o mais valente dos homens: centenas de corpos putrefatos empalados em lanças prateadas, em fileiras, durante o caminho que levava para o fortaleza, mas ao olhar novamente haviam desaparecido tal qual uma miragem em um oásis.   

      Então surge um caminho rochoso, coberto de musgo malcheiroso. Ao colocar os pés as rochas se transformaram em centenas de milhares de víboras negras, com suas mandíbulas à amostra, que em repentina lhe atacavam os braços e as pernas que mesmo estando protegidos por sua armadura de ouro pareciam estar sendo furados conforme as mordidas das víboras. O santo então lança um ataque cortante que decepa a cabeça de várias das víboras em uma única vez, mas tal qual os  corpos, elas desaparecem em um piscar de olhos .Então o capricorniano percebe algo maligno.  

       Enfim chega a entrada da grande forteza. Lá havia vários totens com figuras monstruosas talhadas em pedras desgastadas.  Surge uma segunda entrada. E uma terceira. Várias em sequência, exatamente iguais. Uma penumbra emerge do nada e  juntamente com ela, os totens se transformam em figuras demoníacas com uma aura violenta que seguem em direção à Shura, formando uma roda perturbadora ao redor do cavaleiro de Capricórnio. 

    O Santo se vê encurralado por aquelas entidades, então, ergue seu braço direito e logo em seguida decapita todos fazendo suas cabeças rolarem pelo musgo. Ao olhar de novo havia arrancado as cabeças dos totens de pedra.   

      - Parabéns! Outra pessoa teria enlouquecido com todas essas minhas ilusões. - Ecoa uma voz duplicada no ar.  

     Shura para e observa uma silhueta surgir conforme a penumbra se dissipava. Era outro guerreiro Supa, o guardião daquela fortaleza. De seus olhos emergia uma luz azul sinistra e sua voz soava duplicada como se houvessem duas pessoas falando ao mesmo tempo.  O dourado se põe em posição de ataque ao perceber aquele cosmo agressivo, porém estranhamente familiar, se aproximando.  

      - Bem vindo Cavaleiro. Essa é a fortaleza Sacsayhuaman e também, será seu sepulcro...- O guerreiro Supa diz em um tom arrogante e incauto.  

     - Então você está causando aquelas ilusões? Precisará de bem mais do que isso para me impressionar...  -Shura constata parecendo não se intimidar.  

      -  Não estou preocupado em te impressionar Shura de Capricórnio, eu só estava me divertindo um pouco com você... Minha intensão é te eliminar de vez. Você já me causou muitos problemas. Usarei minhas gloriosas ilusões para te mandar de uma vez por todas para o mundo dos mortos.  - O Supa então emana um cosmo assombroso.  

    Cavaleiro de Ouro Shura de Capricórnio... Como ele poderia saber... Estranhamente familiar... Você já me causou muitos problemas... Mas como... Cosmo familiar... Maldade em seu coração... Por que servir um mestre sendo que nós mesmo podemos ser nossos próprios mestres? 


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