Yoo minna-san
Primeira fic minha sobre esse casal. Simples amo eles e resolvi escrever minha primeirinha como um drama rsrsrs Mas... tem também ação e romance
Makai
HIEI POV
Para quem gosta de sangue e morte, o Torneio do Mundo das Trevas era uma ótima opção. Demônios de todas as partes de Makai vêm e reúnem-se nesse combate idealizado pelo ex- Renkai Tantei, Yusuke Urameshi. O que na minha opinião não devia esperar outra coisa vindo dele. Hoje eram as semifinais da segunda edição do Torneio. O estádio estava lotado de youkais de todos os tipos sem contar da atmosfera sedenta por sangue.
– E Mukuro novamente rebate o ataque do oponente! Será que nada atinge essa mulher?!
Suspirei enfadado. Essa Neko-youkai tinha uma voz tão irritante quanto sua “amiga”. O telão mostrava o combate da minha superior. Ela corria desviando de todos os ataques consecutivos daquele ogro. O sujeito gritava cada coisa obscena... Isso me embrulhava o estômago e novamente observei Mukuro girar no ar e então desviar de uma rajada de youki. O monstro ficou atordoado, sem vê-la acima dele. Tolo idiota, ela apenas estava brincando. A nuvem de poeira podia encobrir a mulher, mas ainda sim fiquei intrigado. Na verdade, confuso desde que ela apareceu no Torneio nessa forma.
Mukuro jogou a perna direita e inteira contra o pescoço do ogro, o choque na platéia ao ver a cabeça do youkai girar totalmente para trás foi gritante. Pousando no chão, a mulher ruiva se levantou, dando um sorriso cínico enquanto o monstro desabava para trás. O publico gritou eufórico e estreitei o olhar para a figura dela. A calça estava rasgada, o manto em trapos, mas sem uma gota de sangue. Realmente ela é terrível, mas então por que se exibe assim?
– Aê Hiei, sua chefe além de linda é poderosa.
Um tapa acertou meu ombro direito ferido e sibilei de dor, encarando o ex -Tantei risonho ao meu lado. O sorriso fácil dele me irritou. Maldito.
– Acabou com aquele monstro em poucos segundos.
Quase ri cruzando os braços.
– Ao contrario de você, que levou uma surra na luta passada.
Ele arregalou os olhos e fechou o punho. O encarei mais desdenhoso.
– Olha aqui baixinho, por que você..?
– Parem os dois.
Kurama se colocou entre mim e o Tantei, que bufou virando o rosto. Yusuke discutia quem tinha razão e Kurama tentava apaziguar. Perca de tempo. Deixei meus olhos vagarem ao redor nesse pátio gigantesco e lotado até que encontrei uma figura toda insegura e com um pano tosco enrolado no rosto. Levantei a sobrancelha. O que raios Koenma faz aqui?
– Ah, Urameshi esquece isso. Esse moleque marrento nunca vai mudar. Nem depois desses anos ele tira essa cara cínica.
Voltei o olhar para o idiota ruivo. Kuwaraba enrolava o braço no pescoço do Tantei me encarando risonho. Rangi os dentes numa reação automática e ele percebeu. Ficou pálido em instantes virando para o telão.
– Hiei...
– Não me enche Kurama.
Estremeci de raiva e ouvi o risinho baixo. Há cerca de uma semana, antes de realmente começar esse Torneio aquela guia espiritual apareceu na fortaleza de Mukuro me convidando para uma reunião no templo de Genkai e aproveitou para me dar a pior noticia possível. Esse ningen idiota fez de Yukina sua companheira. A baka onna estremecia a cada tremor meu, esperando meu acesso de raiva. Minha vontade era de cortar aquele pescoço branco e depois correr até o Ningenkai e esquartejar esse humano.
Kuwabara mal protege a si mesmo, quanto mais os outros. E esse inútil ficaria responsável por minha irmã? Yusuke e Kurama me seguraram antes que Yukina me visse quase matar o cara amassada atrás do templo. Por isso e somente assim Kuwabara soube que sou o irmão perdido dela e desde esse dia ele oscila entre suas frases idiotas e tremer de medo, esperando que eu cumpra minhas ameaças. Outra pessoa que sequer entendo é a baka onna. Havia notado a energia estranha na fortaleza e espiei quem era pelo Jagan. Não era mistério algum que sempre detestei essa mulher. Era irritante, exagerada em qualquer gesto e sempre berrava quando me via e os outros pelo nome. A bondade e o altruísmo dela era algo que nunca ia entender, a idiota sempre ajuda pessoas que nem ao menos conhece. Índole talvez, mas mesmo assim me enervava de asco. Mukuro sabia disso e deixava a garota desconfortável.
– Hiei, por que ela esta assim?
Pisquei voltando a mim e observei de soslaio Kurama. O traje chinês de batalha estava rasgado e meio ensanguentado. (havia perdido para Yomi) e ele franzia a testa, tão intrigado quanto eu.
– Não sei.
– Você é o guerreiro mais próximo dela.
– Mukuro não me conta nada que não queira, Kurama. Ela faz o que bem entende.
Ele suspirou e voltamos a olhar para a youkai entrando no pátio. Vinha acompanhada de dois dos seus setenta e sete guerreiros. Todos olhavam temerosos e fascinados com a beleza e força dela. Eu simplesmente fiquei mais desconfiado. Mukuro sofria abusos pelo pai asqueroso. O sujeito usava a própria filha como escrava sexual e para se libertar ela jogou ácido no próprio corpo, destruindo parte do seu rosto, seu ombro, seio e pedaços da perna e braço direito praticamente todo. Ligações de metal uniam os pedaços dos membros e eu sei disso porque enquanto me recuperava dos ferimentos de Shigure ela me mostrou seu corpo.
A deformação autoimposta era o símbolo da sua liberdade e ela desde o ultimo Torneio não escondia de ninguém. Então porque finalmente depois de tanto tempo, ela aparece com o corpo totalmente restaurado? Não foi pelo meu presente de aniversario há três anos... o velho nojento ainda continua vivo pelo parasita e com toda a certeza, a satisfação na vingança não seria motivo nessa mudança tão drástica. Yomi e Kurama também acham isso.
– Isso pode ter haver com algo mais sentimental.
Encarei desdenhoso Kurama.
– Sentimental?
Ele ignorou meu tom.
– Dizem que a força dela é baseada na magia e no ódio, certo? Mas não senti nada parecido hoje. Ao contrario, ela parece se divertir com as lutas.
Estreitei o olhar. Ele também percebeu. Ao passar perto de nós discretamente os olhos azuis miraram na minha direção e voltaram para frente.
Me espere no meu escritório, quero tratar algo com você.
Como quiser
A voz mental dela tinha um tom risonho com meu sarcasmo e suspirei enfadado assistindo outra luta no telão. Yusuke e o idiota do meu cunhado (como odeio isso!) berravam torcendo e Kurama continuou quieto nos seus próprios pensamentos. Ele não havia visto a troca de olhares entre mim e Mukuro e talvez se tivesse, teria me alertado sobre o que ela queria.
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A porta pesada se abriu num rangido e virei na direção. A youkai entrava vestida num costume vermelho e diáfano. Isso me incomodou. A pele exposta demais e o contorno das curvas dela diziam que vestia somente aquele pedaço de pano. A tranca estalou pelo cômodo e prendi o fôlego, mais irritado. O que ela queria?
– Vejo que já se recuperou dos ferimentos.
Se aproximou e quase ri me sentando num sofá. Ela me encarou mais risonha se acomodando no móvel diante de mim.
– Isso não foi nada.
– Estou vendo.
O silêncio pairou e estreitei o olhar para as maneiras dela. Ela estava diferente, muito diferente.
– O que queria falar comigo?
Se recostando no sofá, o couro estalou e o tecido aderiu mais aos seios dela, marcando ainda mais. Meu estômago contraiu. Fazia um tempo que não tinha fêmea alguma e ela me provocava. Era claro isso.
– O resultado do Torneio nesse ano me favorece. Yomi estava mais preocupado com aquele filho problemático dele e o filho de Raizen não tinha tanto interesse em ganhar.
Suspirei baixando o olhar dos seios à fenda do vestido. O que Mukuro está pretendendo? Esse pano não encobre nada e meu sangue já agitava nas veias, esquentando e me deixando sem ar.
– Yusuke... apenas queria o prazer de lutar. Ele adora esse tipo de coisa.
– Hum...
Ela se virou, ajeitando-se no sofá como um gato e maldito seja esse vestido, abriu mais. Engoli em seco. Inferno! A pele dela parecia ser macia demais, mesmo com as batalhas o corpo era desenhado e perfeito. A luxúria nadava mais forte por dentro de mim e arfei encarando seus olhos. O azul me observava divertido e deliberadamente ele desceu me analisando e causando um efeito maior por dentro da minha calça. Agradando essa youkai.
– O que está querendo Mukuro?
– Por enquanto nada de especial. A partir desse ano você não será mais um patrulheiro, voltará a ser meu general-guerreiro.
Se levantou do sofá e caminhou lentamente até mim. A encarei mais irritado e respirei forte sentindo o cheiro no ar. Ela estava brincando comigo e o meu corpo obedecia. Enquanto arfava finalmente notei a diferença nesse ar pesado dessa sala. Essa fêmea... estava no cio. Isso me chocou. Não devia, mas mesmo assim arquejei mais surpreso pela atitude dela. Youkais tem instintos muito próximos de animais. O cheiro morno e pungente que desprendia dela atraia qualquer macho que sentisse e ela nos trancou aqui. Soltando o cinto no quadril arredondado, o maldito vestido se abriu me mostrando absolutamente tudo. O impacto disso foi em cheio. O calor se alastrou por meu corpo todo, os músculos tensos como se fosse lutar e fiquei tão duro de excitação que mal via o sorriso discreto e vitorioso dela.
– Hiei...
Ah! Dane-se!
Há poucos passos de mim saltei do sofá e a agarrei pela cintura, a jogando contra parede, as cortinas pesadas e vermelhas amortecendo. Ela riu de mim e rosnei, rasgando aquele pano e atirando em qualquer lugar. Arfando enterrei o rosto nos seus seios e escorreguei as mãos naquelas coxas, abrindo e a erguendo até me enfiar entre suas pernas. Os gritos de prazer dessa youkai inflamaram meu ego. A faria gritar, gemer até desmaiar de exaustão. Mukuro é muito mais forte do que eu, mas dentre tantos guerreiros ela escolheu justo a mim para apagar esse fogo.
Contudo, descobri naquela noite o quanto ela pode ser agressiva no sexo.
HIEI POF
Ningenkai, no dia seguinte
BOTAN POV
–Botan-chan, tá tudo bem?
– Hã? Tá, tá sim. Eu só estava pensando.
Soltei um risinho nervosa e Yukina curvou os lábios, doce e compreensiva. Eu... Não quero falar, não posso falar. Encarando a pilha de louça, observei o sabão escorregar nos dedos e escutei outra vez. Os mesmos gritos, as.. As vozes deles.
– Ei Nakoto! Olha só isso aqui.
Os dois monstros riram enquanto estremecia de dor. Um deles, não conseguia ver, agarrou meus cabelos arrancando umas mechas.
– Então é verdade que shinigamis são puros.
As risadas aumentaram e estremeci mais. Tudo ao meu redor se fechava negro, eles se avultando em cima de mim e depois... Não parei de gritar.
– Botan-chan!
O trincado me acordou e minha mão ardeu queimando.
– Itai...
O prato que lavava se quebrou dentro da pia. Rápido lavei a palma cortada debaixo da torneira.
– Gomen, gomen Yukina. Eu prometo que arrumo tudo. Ai! Que desastrada eu sou.
Puxei o pano de prato e pressionei o corte. Rápido saí da cozinha e corri até meu quarto. Aqui no templo apenas viviam eu, Yukina e Kuwabara. O céu alaranjado do fim de tarde iluminava forte por aqui e as arvores altas, balançando suas folhas ao vento criavam aquele clima agradável. Mesmo que na floresta hajam monstros, ninguém ousaria entrar aqui. Não com youkais tão poderosos freqüentando sempre. Meus passos na madeira eram surdos e apressados. Isso me distraía enquanto pegava a caixinha de primeiros socorros de dentro do armário e sentava na cama. Enquanto limpava o corte, (abri um grande e profundo), pensei nessa sorte. Kurama e Yusuke são Youkais Classe S. O nível mais alto que existe e por isso são conhecidos em Makai como o Ladrão Assassino Kurama Youko e o Filho de Raizen. Nenhum youkai ousaria enfrentar eles e... Por isso Yukina tinha tanta sorte.
Triste, prendi o curativo e encarei minhas mãos. Trêmulas. Com certeza estava pálida. Um sorriso fraco brincou nos meus lábios que logo tremiam e então, meus olhos umedeceram. Com a garganta doendo segurei os soluços, um por um e fui me afastando no colchão, a ponto de me encostar na parede e puxei minhas pernas, abraçando meus joelhos.
Enterrando parte do rosto neles, pensei nos meninos lá em Makai. Devia ser de noite lá... nunca se sabe com aquelas nuvens de raios o tempo inteiro naquele céu escarlate. Eu fui somente duas vezes até lá. A primeira no Torneio há três anos. A segunda, semana passada. O senhor Koenma foi claro comigo, eu devia ter saído logo, mas... Mas eu achei... Que Hiei fosse me acompanhar. Meus olhos inundaram e funguei, tremendo com os soluços reprimidos. Fui tão, tão burra.
Agora não sou mais uma guia espiritual. Aqueles monstros me tiraram algo que nunca vou esquecer e me marcaram para sempre.
BOTAN POF