Penumbra - Trilogia das Fases da Sombra

  • Nina00
  • Capitulos 26
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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Capítulos:

Capítulo 14

Conexão

Álcool, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Sexo, Violência

Senti-me encantada e totalmente apreensiva. As minhas decisões agora englobariam duas vidas, quanto tempo eu estaria presa com aqueles dois estranhos? Que espécie de relacionamento poderíamos ter?

Fechei meus olhos e tentei formatar meus pensamentos. Tínhamos que nos conhecer primeiro para poder haver algum tipo de confiança – e confiança provavelmente seria essencial dali por diante.

-          Muito bem. Acho que primeiro temos que nos conhecer um pouco melhor. – comecei.

Nahuel me olhou parecendo encantado.

-          Como faremos isso? – inquiriu.

“O que era aquilo? Malícia?”, transformei meus olhos em fendas.

-          Seria interessante saber, por exemplo, como você se transformou de alguém melancólico em um...

Ele abriu um sorriso maior.

-          Um? – incitou feliz.

-          Nisso! – fiz, com um gesto exasperado.

Plata cruzou os braços com o começo de um sorriso.

-          Muito facilmente, se quer saber.

“Ele está tirando um sarro da minha cara...”.

-          Será que pode ser mais específico? – soltei entredentes.

-          Mas é claro! Bem, como você sabe há um tempo seus parentes – Alice e Jasper – vieram atrás de mim para ajudá-los a se livrar dos Volturi. Quando vi Jasper devo dizer que fiquei bastante, hum, digamosimpressionado...

Eu sorri involuntariamente.

-          É ele causa esse tipo de efeito quando se observa as cicatrizes de perto. – não pude deixar de comentar. Jasper havia estado em guerras contra vampiros recém-criados e sobrevivido.

Plata riu abertamente.

- Sim, é claro. Qualquer um iria querer parecer menos ameaçador na frente dele – se é que você me entende.

-          Entendo completamente.

“Covarde” pensei.

-          Mas como você fez? – insisti.

Ele piscou fingindo surpresa.

-          Escondi minha personalidade.

Eu continuei encarando e ele soltou um suspiro falso de exasperação.

-          Bem, acho que você deve ter percebido que nós fierbintes temos um cérebro que funciona de maneira diferente...

Eu pisquei não entendendo.

-          Fier... o que?

-          Oh, você não sabe? – ele estava se esbaldando.

-          Como ela ia saber? – cortou Plata, que parecia irritada.

-          Continue! – exigi.

-          Bom, nós mestiços, temos um cérebro diferente que nos possibilita certas coisas como esta. É claro que isso vêm com certo treino...

Ele tinha tido séculos para treinar, entendi.

-          Quando soube que seu pai e Aro poderiam ler minha mente armazenei minha personalidade verdadeira em uma parte e “tranquei”. Podemos dizer que eu não queria que soubessem a extensão de meu conhecimento...

Aquilo era incrível. Se Edward soubesse ficaria louco de raiva!

-          Você também pode fazer isso? – perguntei a Plata.

-          Não tão bem como Nahuel, mas posso esconder algumas informações. – disse com sua voz grave e aveludada

Eu assenti. Aquilo era ótimo.

-          Mas não temos certeza absoluta se funcionaria com relação a Aro... – completou Nahuel.

“Então ele chegou a se arriscar...”, algo em mim argumentou.

-          Além disso, o que mais vocês sabem fazer? – tentei mudar o foco.

Silêncio.

-          Sabe? Poderes? – forcei.

-          Plata pode..., bom, você vai adorar isso – provocou.

-          Nahuel... – chiou ela.

Ele encheu o rosto com uma cômica expressão de divertimento.

-          Se você contar pra ela eu repito palavra por palavra o que você me disse quando nos reencontramos. – ela ameaçou.

O rosto dele decaiu um pouco e eu fiquei aguardando entre curiosa e exasperada.

-          Desmancha prazeres... Ela vai saber de algum jeito.

-          Não agora. – finalizou ela.

“Ah. Droga.”, me decepcionei.

-          E você? – acusei.

Ele então assumiu uma expressão que lembrava o Nahuel que havia conhecido em Forks.

-          Ah. Eu posso saber o que as pessoas querem.

Eu continuei esperando maiores explicações, impaciente.

-          Explique direito! – Plata exigiu por mim.

Ele ergueu os olhos novamente e perdi o ar, era como se ele pudesse me ver completamente.

-          Eu sei o que as pessoas mais desejam com todo o seu corpo e alma, mesmo que elas mesmas não saibam.

Nós continuamos a nos encarar e eu percebi o sangue encher minhas faces antes de abaixar o rosto completamente aterrorizada com o que ele poderia saber sobre mim.

Consegui, no entanto, reunir coragem depois de alguns segundos para voltar a olhar para cima.

-          Isso pode ser bastante útil. – consegui fazer minha voz sair firme e me orgulhei de mim mesma.

Os dois chacoalharam as cabeças concordando.

Eu então pensei em algo que não havia cogitado ainda.

-          Desculpem-me. – eles se voltaram para mim.

-          Vocês perderam Joham por que nos ajudaram, a mim e a minha família...

-          Ah, bem... Não foi uma surpresa tão grande assim. – Nahuel disse displicente, não o conhecia o suficiente para saber se sua indiferença era verdadeira.

Plata, no entanto, concordou com ele em um aceno.

-          Ele vinha fazendo suas experiências por anos, nunca iria parar... – ela confirmou.

-          O jeito covarde com que o mataram, porém... – ela então fechou o cenho, o rosto uma máscara de indignação.

-          Foi muito ruim? – me atrevi a perguntar.

-          Ruim o suficiente. – respondeu Nahuel por ela, acabando com o assunto.

Eu aguardei em silêncio.

-          E vocês conhecem todas as experiências dele? – estava verdadeiramente curiosa.

-          O suficiente para fazer Carlisle ficar sem palavras. – Nahuel adquiriu um ar petulante.

-          Isso seria algo para se ver. – admirei, querendo saber mais.

Então me lembrei do que ele tinha dito antes.

-          O que você estava dizendo sobre fier... Alguma coisa?

Os dois se encararam.

-          Você me ajuda se eu esquecer? – ele pediu a ela.

-          Vamos logo com isso.  – respondeu enfastiada.

Ele riu baixo e então voltou a me olhar.


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