Boa leitura!
As florestas e os campos ao redor da Vila Oculta da Névoa estavam mais movimentados do que o normal e as pessoas estavam percebendo isso. Os ninjas indo e voltando estavam procurando por algo, a maioria desconfiava. A população só rezava para que não fosse nada que voltasse a prejudicar as nações. Um tipo de medo normal e esperado depois da quarta guerra ninja. A paz mal havia começado a reinar sobre as nações e a movimentação de ninjas por todos os lados, com tanta pressa e parecendo tão aflitos, despertava desconfiava sobre muitas pessoas ainda traumatizadas. Até porque a maioria eram agentes da ANBU, de Konoha, a vila alvo da guerra.
Capitão Yamato corria a frente de uma das duas equipes que estava liderando. Deixou Neji no comando da outra equipe, que estava encarregada de encontrar o verdadeiro Zetsu, e seguiu com a equipe encarregada de encontrar Naruto. Com a ajuda de Paco farejando o cheiro inconfundível de Naruto, a busca estava correndo bem. Segundo ele, estavam chegando perto de encontrá-lo. O cheiro ficava mais forte e Yamato começava a temer que pudesse ter acontecido alguma coisa. Não estava com um bom pressentimento. Ou Naruto tinha sido atacado, ou o cansaço estava o deixando mais lerdo. Contudo, Yamato temia que Naruto tivesse usufruindo demais do chakra da Kyuubi e seu corpo começara a sentir com esse feito. Acreditava que o encontrariam, e começava a pensar nos argumentos para convencê-lo a voltar para Konoha. Tinha plena consciência de que essa era a pior tarefa que enfrentaria, afinal, era raro alguém conseguir fazer Naruto mudar de ideia. O loiro reclamava do gênio forte de Sasuke, mas era exatamente igual ao Uchiha no aspecto colocar uma ideia na cabeça e não tirar mais até cumprir com seu objetivo.
A equipe não parou a busca por um minuto sequer. Continuaram correndo, cada vez mais rápido, para encontrarem Naruto o quanto antes. Estavam a beira de outra catástrofe possível de acontecer, muito pior do que a quarta guerra ninja e tudo dependia deles naquele momento, para prevenirem que o caos assolasse as nações novamente, e a perda de um grande ninja da história de Konoha, também.
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Hinata estava ajoelhada sobre sua cama, com a cabeça baixa e as lágrimas escorrendo pelo rosto. Desde a reunião em que escolheram outro Hyuuga para participar da busca para encontrar Naruto, seu coração tem estado apertado dentro peito. Primeiro, porque ela queria ter ido, mas sua situação não a favorecia. Segundo, que seu pai conversou com ela sobre seu provável casamento com aquele que fora escolhido. E o que ela poderia fazer para impedir esse casamento, afinal de contas? Hiashi ainda continuaria na liderança do clã, mas queria que a filha mais velha se casasse, principalmente com um dos melhores Hyuugas, para quando não pudesse mais liderar, ela e o marido assumissem seu posto. E quando eles não pudessem mais, seus filhos já crescidos poderem assumir. Hinata não discordou do propósito do pai, pois não tinha argumentos fortes a seu favor. O ouviu quieta e segurando as lágrimas. Não se mostraria fraca perante Hiashi, nem de qualquer outra pessoa que viesse lhe falar sobre seu casamento. Tudo já estava muito bem planejado, e ela não tinha armas para ir contra. Afinal, não se tratava apenas um propósito de seu pai. Envolvia tradições de seu próprio clã, assim como respeito e honra. Ela herdaria o posto de Hiashi e ele já queria prepará-la.
Hinata aceitou de contra vontade, e começaria a preparar a si mesma também. Mas tudo no que conseguia pensar naquele momento, era na ideia de Naruto estar correndo perigo e estando tão longe de Konoha. Já havia rezado para Kami várias vezes, e ainda continuava a rezar. Pedia, em todas as vezes, que Naruto aceitasse voltar, para ficar protegido enquanto pensasse em outra maneira de encontrar Sakura. Ah... também rezava por Sakura... Pedia para que Kami a protegesse e a ajudasse a convencer Sasuke a voltar para Konoha. Pedia por Ino, que se sentia culpada pela partida de Sakura e pela responsabilidade de estar no comando do hospital. E pedia pelas nações, para que a paz continuasse a reinar. Por fim, Hinata pedia por si mesma.
“Kami-sama... Onegai, me faça forte... Me faça forte para suportar a dor desse desespero assolado em meu peito. Me faça forte para proteger Konoha... E me faça forte... para suportar a dor de um amor que não me é correspondido, e a de viver ao lado de um homem que não amo...”
***
Assim que Sasuke melhorou consideravelmente, Suigetsu sugeriu que fossem para algum lugar seguro. Todos seguiram caminho em silêncio, nem mesmo Karin encheu Sakura de perguntas novamente. Era óbvio que ela, assim como Jugo e Suigetsu, estavam um tanto surpresos com a presença dela. Principalmente após Sakura ter ajudado Jugo a voltar ao normal assim que ele acordou e avançou para cima dela outra vez. Ela colocou as duas mãos sobre a cabeça do grandalhão e ele começou a se acalmar aos poucos, até que tomou a forma do Jugo doce e adorável que Karin e Suigetsu conheciam. Neste momento os dois ficaram olhando espantados. Apenas Sasuke conseguia controlar Jugo, ninguém mais. Absolutamente ninguém eles tinham certeza, até aquele momento. Ao olhar para Sakura, Jugo ficou confuso e antes que ele começasse com as perguntas, ela apenas afirmou que não faria mal a Sasuke, pedindo por fim para que Jugo o carregasse com cuidado até um lugar seguro. Karin seguia ao lado de Jugo, enquanto Sakura estava do outro lado, e Suigetsu os guiando.
Encontraram um esconderijo ao anoitecer. Desde então, passara um dia e Sasuke ainda continuava desacordado. Estavam em uma gruta pequena, não muito perceptível. Mesmo assim Jugo e Suigetsu trataram de quebrar alguns galhos da árvore que permanecia atrás, para tampar a passagem e deixar ainda menos evidente. Todo cuidado era pouco para os quatro foragidos, e até mesmo para Sakura. Desta forma permitiram a si mesmos se acalmarem mais enquanto Sasuke não acordava.
Suigetsu saiu para buscar gravetos para fazer uma fogueira, se precavendo de pedir para Karin não perturbar Sakura enquanto ela ajudava Sasuke. A ruiva o fuzilou com o olhar, Suigetsu sabia e sentia, mas continuou andando. Logo depois dele Jugo saiu para abastecer as garrafas de água e tentar encontrar algumas frutas. Karin continuou sentada, olhando para Sakura que permanecia ao lado de Sasuke apenas o observando.
– Quem é você?
Sakura virou a cabeça um centímetro para o lado ao ouvir a voz da ruiva.
– Sakura.
– Especifica!
– Sou uma velha companheira de time de Sasuke.
– Por quê estava o procurando?
– Você é parceira dele? – rebateu Sakura.
A pergunta pegou Karin de surpresa, a deixando confusa.
– Eu fiz uma pergunta antes, responda! – retrucou Karin.
– Se você responder a minha e a resposta for sim, então eu responderei a todas as suas perguntas. Caso contrário não lhe devo satisfações.
Karin abriu a boca para responder, mas era óbvio que ficara sem um bom argumento para usar contra Sakura. Se ela realmente não era parceira de Sasuke, então Sakura ainda só devia explicações a ele.
O silêncio que se estendeu novamente ajudou a rosada a se perder em seus pensamentos de novo. Estava começando a ficar preocupada demais com a situação de Sasuke. Precisava de ervas medicinais, que o ajudassem a melhorar, mas como já havia acabado com as que tinha, e pedir para Karin ir procurar algumas parecia não ser uma boa ideia – até porque ela poderia não saber quais procurar, muito menos estar disposta a fazer -, tudo dependia de Sakura usufruir de seu próprio chakra para curá-lo. Estava chegando a seu limite e estava disposta a ultrapassá-lo para ajudar Sasuke. Mas não podia... Se fosse além do que suas forças permitem, acabaria desmaiando e não poderia arriscar ser deixada para trás se Sasuke acordasse. Sabia que ele não exitaria em deixá-la naquela gruta para fugir. Por isso Sakura cuidava dele e de si mesma aos poucos. Queria estar acordada quando Sasuke acordasse. Demorou muito para encontrá-lo e sentia que podia convencê-lo a deixá-la permanecer com eles.
Suigetsu e Julgo voltaram juntos para a gruta. Jugo distribuiu as frutas, deixando algumas a mais com Sakura, pois havia percebido a exaustão em seu rosto. Ela estava ajudando Sasuke mais do que qualquer um deles poderia ajudar, se é que poderiam... então decidiu cooperar com o que podia. Suigetsu ascendeu a fogueira assim que a noite começou a cair, sem deixar de notar um nível maior de nervosismo no rosto de Karin. Teve a certeza de que ela encheu o saco da rosada assim que ele e Jugo saíram e não teve o resultado esperado. Seus lábios se estenderam em um sorriso malicioso e divertido ao pensar que a rosada deve ter calado a boca da ruiva com uma boa resposta. Não era difícil de adivinhar...