Sentimentos Incontroláveis

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    Capítulos:

    Capítulo 19

    Capítulo 19

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Boa leitura!

    Tsunade estava em pé em frente a janela de seu escritório. Com as mãos para trás do corpo, observava sua vila se reerguendo de novo. As casas terminando de serem construídas, o comércio abrindo as portas para sua freguesia, as plantações prosperando... Toda aquela paz que lhe fazia suspirar aliviada a cada dia que se passava, tornara-se mais uma vez alvo de grandes preocupações.

    Como se já não lhe bastasse Sakura ter fugido, e Naruto se recusar a voltar para vila sem ela, contando com o Uchiha que era o motivo de tudo isso estar acontecendo, para completar tinha que se preocupar com um maldito adversário que sobreviveu a guerra e que, pelos seus calcúlos, estava planejando criar outra. O porquê de Zetsu querer encontrar Sasuke e capturar Naruto não lhe era , nem de longe, um plano misterioso. Portando o sharingan do último Uchiha, teria o controle sobre a Kyuubi. Era a única explicação existente, e óbvia, para Zetsu querer a ambos. Se isso acontecesse, a paz que tanto observava de sua janela, pereceria com outra guerra. E Konoha não estava pronta para isso.

    Considerando que havia perdido muitos agentes na última guerra, Tsunade estava em meio a um processo de seleção de ninjas sendo testados para provarem que são capacitados para trabalhar por Konoha e defendê-la. Além disso, o povo também não estava estável emocionalmente para lidar com os acontecimentos e sentimentos ruins que outra guerra traria. Mais perdas... mais sangue... mais destruição...

    As imagens da última guerra incomodaram a Hokage, a fazendo balançar a cabeça para os lados a fim de tentar espantá-las. Não permitiria que outra catástrofe acontecesse com sua vila e seu povo. Tinha fé em capitão Yamato e sua equipe, agora muito mais forte com o reagrupamento de outros agentes.

    Capitão Yamato mandou sua equipe buscar pelos agentes que considerava os melhores para lhes acompanhar nas duas longas missões das quais o futuro de Konoha dependia. Ao todo, sua equipe passou a ser constituída por 24 agentes. Uma vez que todos estavam reunidos, Capitão Yamato explicou quais seriam as duas missões e quais seus objetivos, e dividiu seus agentes em grupos de 4 pessoas baseando-se em força e em inteligencia com o intuito de estabelecer certa harmonia para a defesa e ataque da equipe. Duas, entre as seis equipes, tinha um portador do Byakugan.

    Contando com Neji que já fazia parte da equipe antes de procurarem por mais agentes, Capitão Yamato tinha em mente incluir mais um portador do Byakugan para equilibrar as forças entre as duas missões. Ordenou a Neji que fosse até a sede de seu clã e pedisse ao líder para liberar um de seus membros para ajudar em uma das missões. Hiashi entendeu bem a situação e a pressa de Capitão Yamato, então lhe deu seu melhor portador do Byakugan depois de Neji.

    Hinata estava presente na reunião do clã e seu coração batia forte no peito quando ouviu, assim como todos os outros membros do clã, Neji dizer que a Vila estava em perigo e sua paz dependia deles encontrarem Sasuke e Naruto. Ao assimilar de imediato que Naruto estava correndo grande perigo lá fora, de súbito olhou para seu pai e esperou ansiosa por sua escolha. Desejando, com todas as suas forças, que ele a escolhesse, mesmo sabendo que não era uma das opções.

    Hiashi escolheu aquele que pretendia casar com sua primogênita. Tendo em mente, não somente que ele era o melhor depois de Neji, mas que ao deixá-lo partir em uma daquelas missões por Konoha, estaria provando se era digno de sua filha e forte o bastante para liderar o clã. Porém, mesmo após o término da reunião, Hinata fora conversar com o pai, pedindo permissão para ir na missão também. De longe não foi uma ideia muito boa, sendo que suas condições não eram aptas e seu pai ainda via o quão ferida estava sem nem precisar ativar seus olhos, tão poderosos e idênticos àqueles suplicantes que lhe encaravam.

    Hinata ainda não estava 100% recuperada de sua quase morte. Seu corpo ainda estava trabalhando para isso e consequentemente não tinha toda sua força para sair em uma missão tão longa e de risco tão elevado. Se fosse atacada de novo, qualquer golpe poderia ser fatal. Sua vida estaria por um fio a partir do momento que colocasse os pés para fora da vila. Hiashi a proibiu, e Ino o apoiou por mais que o desespero nos olhos de Hinata a incomodasse... tanto quanto a dor nos olhos de Sakura a incomodou.

    Ino nunca percebeu que o que Hinata sentia por Naruto era tão forte quanto o que Sakura sentia por Sasuke. Enxergava que ela gostava do loiro, mas só passou a ver que era forte assim que a viu tão angustiada. Foi impossível não lembrar de Sakura assim que se deparou com aqueles olhos perolados tão desesperados, e não assemelhá-los aqueles verdes tão cheios de dor... Todos os dias desejava poder ajudar Sakura e vê-la sorrindo e seus olhos brilhando com um mísero misto de alegria que fosse. Da mesma forma desejava poder aliviar um pouco o coração de Hinata, mas tudo o que pôde fazer foi estar ao lado dela por alguns minutos e consolá-la.

    Ino voltou para o hospital caminhando devagar pelas ruas a noite, pedindo a Kami o que passou a pedir todos os dias. Que protegesse e ajudasse Sakura, e agora que curasse e consolasse Hinata, pedindo por fim que, se ela mesma fosse digna, que a aliviasse de toda aquela angústia que a ausência de Sakura lhe causava, seguida da culpa e do medo por tê-la deixado partir.

    ***

    Sakura mal podia suportar as batidas fortes e incessantes de seu coração dentro de seu peito. Sua respiração descompassada e seus lábios entreabertos  denunciavam sua surpresa e seu desespero.

    Sasuke estava bem a sua frente, finalmente. Mas ao contrário do que imaginou, ele não estava de costas e virou-se para encará-la com desdem assim que a percebesse junto a Suigetsu. Ele estava deitado na relva com as roupas rasgadas e cheias de sangue de seu corpo completamente ferido. A ruiva tentava a todo custo acordá-lo enquanto gritava para ele a moder.

    Correu a frente de Suigetsu que também estava tão surpreso quanto ela, mas antes mesmo de chegar perto de Sasuke um monstro grande e musculoso pulou em sua frente e acertou-lhe um golpe no rosto, jogando-a para trás.

    Suigetsu a segurou ainda no ar, e quando iria gritar para que Jugo se acalmasse Sakura já estava correndo em sua frente de novo. Ela finalmente havia encontrado Sasuke e foi na hora certa. Ele precisava muito de sua ajuda e não permitiria que ninguém a atrapalhasse. Esquivou-se de um ataque de Jugo, saltou sobre sua cabeça e conseguiu acertar-lhe um soco, o fazendo cair desacordado.

     – Mas o que significa isso? Quem é você? – disse Karin.

     – Alguém que pode oferecer os devidos cuidados a ele – Sakura respondeu, afastando as mãos de Karin e realizando o jutsu que emanou uma luz azul em cada uma de suas mãos.

      – O quê... Como ousa?

    Sakura nem mais ouvia a voz de Karin, e a mesma parou de reclamar por um segundo assim que viu os ferimentos de Sasuke desaparecendo.

    Com uma mão sobre a testa e colocando a outra sobre o peito ferido e exposto pela camisa de Sasuke, os olhos de Sakura lacrimejavam enquanto ela se perguntava o que poderia ter acontecido para ele estar tão ferido. Mal sentia as batidas de seu coração e sua pele estava gelada. Mordeu os lábios para tentar segurar as lágrimas ao observar seu rosto.

    Suigetsu passou por Jugo sem nem olhá-lo ou prestar alguma ajuda. Estava atento nas mãos da rosada, admirado conforme os ferimentos de Sasuke desapareciam aos poucos.

     – Quem é você? Você por acaso o conhece? – disse Karin.

    Sakura não lhe respondeu, e Suigetsu também não estava se importando com a ruiva. Lembrava da rosada curando a dor de cabeça que havia lhe causado com o mesmo soco que deu em Jugo segundos atrás, mas não havia visto suas mãos e nem havia a considerado poderosa o bastante para fazer muito mais. Porém, Sasuke estava melhorando consideravelmente. Seu peito ergueu-se assim que respirou profundamente, pelo que pareceu ser uma ação inconsciente provocada pelo alivio que Sakura proporcionava ao seu corpo. Soltou o ar em seguida e a feição de dor abandonou seu rosto.   

     – Ei! Eu lhe fiz uma pergunta, me responda!

     – Cala a boca, Karin! Não está vendo que ela está tentando ajudá-lo? Vá fazer alguma coisa que preste ao invés de ficar atrapalhando, Sasuke não precisa de você!

    Karin abriu a boca para retrucar, mas Suigetsu virou as costas e se dispôs a ajudar Jugo. A ruiva olhou para Sakura de novo, mas a viu tão concentrada em Sasuke que parecia não enxergar mais nada ao redor. E Sakura realmente não enxergava. Os ouvia e sabia que estavam ali, mas pouco se importava. Sasuke estava ferido, precisando de toda sua ajuda e ela daria todas as suas forças para curá-lo. Sabia que isso não influenciaria nem um pouco em qualquer tipo de atitude que ele poderia ter com ela assim que acordasse e a visse. Mas de qualquer forma iria com ele para qualquer lugar a partir dali. Principalmente com ele precisando de seus cuidados naquele momento.

    Karin se levantou e começou a caminhar para sabe-se lá aonde. Suigetsu conseguiu levantar Jugo e encostá-lo numa árvore, sentando-se ao seu lado em seguida. Assim que voltou os olhos para os dois ao lado, surpreendeu-se ao ver Sakura abaixando o rosto até o de Sasuke e encostar sua testa na dele. Não conseguia imaginar Sasuke tendo qualquer tipo de contato ou intimidade com alguma mulher, sendo que em todas as vezes o via rejeitando qualquer uma que se aproximasse. Se perguntava o porquê de Sakura querer tanto encontrá-lo, mas a resposta já não era lá um grande mistério. Estava curioso para descobrir o quanto Sasuke havia marcado a vida da rosada para ela tê-lo procurado tanto e parecer tão disposta a tudo por ele, e sentia que a presença dela traria acontecimentos interessantes em seu ponto de vista.


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