Boa leitura!
Os dias se passaram rápidos e desesperançosos. A medida que Naruto procurava por Sakura, seu ânimo por não conseguir encontrá-la se dissipava mais. O mesmo acontecia com Sakura após não conseguir mais pistas sobre Sasuke. Ambos estavam cansados, desesperançosos e sentindo falta de casa e dos amigos. Sakura, apesar de tudo, temia que eles não a considerassem mais uma amiga após o que fez. Ino era sua única certeza de que, quando voltasse para casa – se voltasse – estaria lá para recebê-la de braços abertos.
Ao término do décimo quarto dia, a noite se estendeu majestosamente bela após outras longas noites de céu negro sem estrelas repleto por núvens escuras que sequestravam até o brilho da grandiosa lua. Nesta noite Sakura se considerou com sorte.
Enquanto procurava por mais pistas de Sasuke numa cidadezinha que encontrara ao longo do caminho que percorrera até então, checou sua bolsa de moedas e ela estava quase escassa. Cinco moedas era o que lhe sobrara até o momento. Com a consciência de que deveria economizar e parar de buscar por hospedagem em pensões, ou casas de banho, continuou mais alguns quilômetros, mesmo sob a noite, até ouvir o som da esperança.
Água! Caindo em abundancia e se chocando contra rochas, acabando por fim num belo lago. Uma cachoeira, escondida por espeças e grossas camadas de árvores. Sakura não pensou duas vezes, correu em direção a água. Contudo, parou ao chegar a margem. Olhou para os lados, para o topo da cachoeira e para o lago. Não sentia nenhum chakra, realmente estava sozinha. Por via das dúvidas decidiu checar, e realmente estava sozinha.
Olhou para si e de novo para o lago. Nunca que fora o tipo de garota que tira a roupa em qualquer lugar, mesmo que esteja sozinha. Nem em seu próprio quarto circula pelada. E estava vestindo as únicas peças íntimas que lhe sobraram.
– Bom... vamos aproveitar para lavar suas roupas, dona Sakura – dizia ela enquanto se aproximava da cascata.
Sakura lavou todas as peças de roupas em sua mochila antes de se despir e lavar as que lhe vestia. Teve a brilhante ideia de fazer um “varal” com um cipó para pendurá-las, e se banhou tranquilamente no límpido lago com suas coisas e, principalmente, suas kunais por perto.
A sensação de um banho era renovadora após uma semana sentindo-se uma porquinha. Lembrou-se de Ino ao pensar na palavra que lhe descrevia nos últimos dias, e riu ao constatar que ela lhe socaria se soubesse que a imaginara com quatro patas, gordinha, rosinha, com um focinho de tomada, fedidinha e repleta de lama devido ao apelido.
Seu sorriso desapareceu ao pensar que não se importaria com isso se ela realmente estivesse ali. Ambas estariam fazendo uma guerra de água, ou tentando afogar uma a outra enquanto se xingavam com Ino tentando lhe obrigar a retirar o que pensara a seu respeito.
As lágrimas de Sakura se misturaram com os pingos de água em seu rosto, os arrastando consigo até pingarem de volta a água. Duas semanas já haviam se passado, e sentia tanta falta de tudo e de todos em Konoha como se já estivesse fora a anos.
Balançou a cabeça e se proibiu de chorar. O que está feito, está feito! Deu um mergulho e nadou em direção a cascata. Emergiu abaixo, rompendo a queda perfeita d’água com seu corpo formando um pequeno ângulo entre a cascata. O frescor dissipava o calor daquela noite quente, e a temperatura gelada relaxava os músculos doloridos, também trazendo alívio a tensão sobre os ombros de Sakura. Era como se a água massageasse seu corpo por inteiro. Quase podia senti-la como se realmente fossem mãos habilidosas passeando por suas curvas. Tão relaxante que chegava a ser excitante. Tanto que um suspiro longo abandonou seus lábios entre abertos quase como um gemido.
A sensação de ter duas mãos massageando seu corpo era quase real.
Foi ai que se deu conta. Era real!
Num salto saiu do pequeno lago em direção a sua toalha e a enrolou no corpo. Em seguida parou, e observou a água. Percorreu seus olhos por toda a extensão do lago, e nada parecia anormal. Mas tinha algo anormal! Disso sabia. Sentiu, afinal. Focou os olhos na cascata, no lugar em que estava. Enfim percebeu algo e continuou observando para tentar decifrar.
Conforme tentava visualizar o que havia de anormal ali, parte da água começava a tomar a forma de um corpo. Um corpo magro e masculino, que afundou-se um pouco na água e se aproximou da margem.
Dois braços se apoiaram na grama, e então, aquele que estava lhe assediando tomou sua forma humana, e Sakura o reconheceu.
– Bu!