Sentimentos Incontroláveis

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 9

    Capítulo 9

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Boa tarde, minna! Como dito, mais uma capítulo para vocês. Só quero ressaltar que, eu posto avisos na minha página quando vou atualizar a fic, pois não posso dar certeza para vocês aqui nas notas do autor, ou nas notas finais, de quando vou postar novamente. Essa semana, então, tem casamento do meu tio e alguns parentes vão ficar hospedados aqui em casa, por isso, talvez, eu não poste mais essa semana e no final de semana. Portanto, se querem saber quando será postado novos capítulos, é só darem uma olhada nos recados que eu deixo na minha página.

    Para quem não sabe o significado das palavras em japonês, podem tirar suas dúvidas no link deixado nas notas finais do capítulo.

    Boa leitura!

    O que Ino poderia dizer? Sai até que era... bonitinho. Magrelo. Meio esquelético. Mas bonitinho. Tinha lá um corpo... definidinho. Parecia ser tão delicadinho. Tudo “inho”! Riu baixinho a loira de belos olhos azuis ao lado do ninja desacordado. Desde que chegara ao hospital – em péssimas condições, aliás – com dois agentes ANBU o ajudando a andar, Sai deitou na maca e apagou sobre as mãos de Ino, durante o processo de cura. Havia tido uma luta árdua, pelo que notou. Uma costela quebrada, quase perfurando seu pulmão esquerdo. Vários hematomas e um corte na cabeça. Ele não era de lutar corpo a corpo, seus desenhos que tinham esse trabalho enquanto ele atacava indiretamente seu adversário. Então, por isso, Ino deduziu que Zetsu estava sendo difícil de capturar. Só rezava a Kami para que, enquanto ele se passasse por Sasuke, Sakura não se enganasse ao encontrá-lo.

    Mas não, tinha certeza que ela não se enganaria. Ela conhecia Sasuke, tanto quanto Ino queria tê-lo conhecido no lugar dela. Mais que isso. A grande ninja, desde criança a mais esperta acima de qualquer outra da vila, ainda mais após tornar-se pupila da lendária Tsunade-Hime, não era facilmente enganada. Custava muito para conseguir fazer seus olhos acreditarem na mentira como se fosse a verdade. E até o momento, ninguém havia conseguido, portanto, não seria uma planta que conseguiria.

    ***

    Mais um dia havia se passado. Três, ao todo, desde que Sakura partiu para sua missão. Ino já havia se acostumado com a correria no hospital. Como o previsto durante a recuperação de Hinata, ela a daria alta em breve. Contudo, durante o dia mal conseguiu se concentrar em seu trabalho. De acordo com as ordens da Godaime, na manhã do dia seguinte Sakura voltaria. Era o que todos, menos Ino, esperavam. A loira não conseguia parar de pensar no que a melhor amiga faria para fugir. Muito além disso, não conseguia parar de pensar no quanto Tsunade e Naruto surtariam. Imaginava Tsunade quebrando sua mesa ao meio com um só soco, e Naruto correndo pelos portões da vila para obrigá-la a voltar. Ele nunca aceitaria que ela se arriscasse tanto, ainda mais sozinha, em busca de Sasuke. Sabe-se lá o que poderia acontecer, o que Sasuke poderia fazer se Sakura simplesmente tentasse se aproximar dele. Com certeza ele não se esqueceu de quando ela tentou matá-lo e falhou por seus sentimentos terem a impedido. Ela estava decidida, mas não confiante. Não queria matá-lo, mas não suportava vê-lo se afundando em trevas, cada vez mais rancoroso e frio. Então, não era atoa que Naruto estava inquieto, consumido por um mal pressentimento. Deixou Hinata dormindo naquela tarde e aproveitou para ir em busca de notícias com a Godaime.

     – O que deseja, Naruto? – perguntou Tsunade, sem interromper sua leitura.

     – Vim saber da Sakura-chan. Já não era para ela ter chegado?

     – Você, por um acaso, sabe onde fica a Vila Oculta da Névoa, não é Naruto?

     – Claro que sei!

     – Então sabe que Sakura só chegará na manhã de amanhã.

     – Ok! Vou me preparar para ir escoltá-la – virou-se, a caminho da porta.

     – Eu já mandei uma equipe ANBU, Naruto.

     – Vou deixá-la em paz agora.

     – NARUTO! – gritou, largando o papel e levantando-se da cadeira. – MATTE! NÃO ME OBRIGUE A IR PARÁ-LO.

     – QUE FOI!? – virou-se para ela de novo, emburrado.

    Ele ainda continuava insolente. Tsunade suspirou, longa e pesadamente. Ele tinha o dom de irritá-la como ninguém. Nem a respeitava como Hokage, não acatava suas ordens e a insultava de velha. Mas, naquele momento, tratando-se de Sakura, era perceptível, quase palpável, a preocupação que emanava dele. Colocou-se de volta na cadeira, tirou os pequenos óculos e apoiou os cotovelos sobre a mesa, cruzando os dedos em frente ao rosto.  

     – Eu entendo toda essa sua preocupação, Naruto.

    Ele desmanchou o bico, se recompondo com o olhar baixo. Não imaginava que seu desespero fosse tão perceptível.

     – Também estou preocupada, desde que a mandei para fora da vila.

     – Então porquê a mandou? – perguntou, ainda de cabeça baixa.

     – Não posso impor limites na vida da Sakura, Naruto. Mas acredite, eu não queria tê-la mandado, não gostaria de fazer enquanto eu não tivesse certeza que ela está bem. Eu fui solicitada pela Mizukage. Ela gostaria que a Sakura treinasse um grupo de médicos para cuidarem do restante dos feridos na guerra, assim não precisaria pedir a ajuda dos médicos de outras vilas. Eu não poderia dizer não só porque não quero que a Sakura saia da vila.

     – Demo... – parou. – Ela é famosa, Tsunade-obaa-chan. Muitos a querem para servi-los. Outros a querem morta.

     – A Sakura é tão forte quanto você e o Sasuke, Naruto. Tem o dobro da força de vocês dois juntos. Eu sei muito bem que ele e o amor dela por ele são os motivos de toda a sua preocupação.

    Mais uma vez, Naruto ficou quieto.

     – Naruto... eu sei que... você não quer que ela vá atrás dele, porque sabe que se ela for... – parou. Seu dever como Hokage lhe pesava, principalmente em seu coração, quando se tratava dessa hipótese. E Naruto a olhava. A observava. Tsunade não precisou continuar para que ele entendesse.

     – Você não teria coragem.

     – Seria o meu dever.

     – IIE! – gritou, com os punhos fechados.

    – NARUTO! – levantou-se da cadeira de novo. – Se... dependendo do que a Sakura for capaz de fazer por Sasuke, pelo amor que sente por ele... Perante as leis deste país, eu terei de agir como Hokage.

     – Vai condená-la? Você teria coragem, Tsunade-obaa-chan? – perguntou ele, com a voz trêmula.

     – Dependendo, Naruto... Perante as leis da vila... Como Hokage... Seria o meu dever.

    Ela o observava. Naruto ficou quieto. Visivelmente abalado. E como ela entendia todo aquele desespero. Sentia uma aperto descomunal no peito só de pensar no que deveria fazer. Se ele se sentia daquela forma sabendo disso, imagina ela que teria de fazer. Condenar sua preciosa pupila. Por isso rezava a Kami para que visse Sakura em sua frente na manhã seguinte.

     – Onegai... Permita que eu pelo menos vá garantir que a teremos de volta.

    Tsunade suspirou, e se deixou cair sobre a cadeira de novo. Havia mandado a mesma equipe ANBU que a escoltou na ida para a Vila da Névoa, para escoltá-la na volta. Mas sabia que nenhum deles, se Sakura planejasse fugir, conseguiria impedi-la. Naruto era o único. Não havia outro em quem Tsunade confiasse mais, também. Compreendia os sentimentos dele, pois Naruto não havia conseguido impedir Sasuke, e temendo que Sakura fosse fazer o mesmo, ele iria atrás dela de qualquer jeito mesmo sem sua permissão.

    Assentiu, e Naruto virou-se as pressas para a porta.

     – Matte! – pediu, o fazendo parar. – Só quero que saiba, que a Sakura sabe o que faz, Naruto.

    Ele pensou nessas palavras em meio a toda sua pressa. Não fora difícil entender que, independente do que Sakura fosse capaz de fazer por Sasuke, ela sabia de todas as consequências resultantes de suas ações. Contudo, não importava o tamanho do amor que ela sentia por Sasuke, não permitiria que Sakura agisse sozinha. Ele já fora capaz de alcançar tudo aquilo que desejou, desde a bandana amarrada em sua cabeça, até ser reconhecido por todos da vila. Tudo até então, menos impedir Sasuke de ir embora e trazê-lo de volta. Não permitiria a si mesmo falhar com Sakura, não aguentaria tamanho peso em sua consciência após ter falhado com o melhor amigo.

    O vendo sair da cede, correndo até os portões da vila como um borrão laranja, tomado pela chakra da Kyuubi, Tsunade não conseguia sentir nada além de orgulho de Naruto. Ele era capaz de fazer qualquer coisa por aquilo e aqueles que ama, e ela sentiria-se mais aliviada após tê-lo permitido ir buscar sua pupila, se também não estivesse com um pressentimento ruim.


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