Sentimentos Incontroláveis

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    Capítulos:

    Capítulo 8

    Capítulo 8

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Boa leitura, minna!

    O ambiente no hospital continuava um caos. Parecia que todos da vila ficaram doentes logo que Sakura partiu, pensava a Yamanaka enquanto corria para atender outro paciente. Há duas noites não dormia, então se conformava com as olheiras que ganhou.Mas não permitiria que elas continuassem ali, começaria um tratamento facial extremo em breve para aguentar aquelas noites sem dormir continuando linda, pelo menos. Cochilava um minuto ou outro em seu escritório quando conseguia ficar sozinha por alguns instantes. Por outro lado, nada que a compensava o pouco tempo de descanso, afinal, quando não estava correndo nos corredores, para lá e para cá atendendo mais e mais pacientes, sua preocupação com Sakura não a deixava descansar. Apesar disso, para seu alívio, a noite se estendeu tranquila. Nenhum paciente a mais para atender. Mesmo assim, passou nos quartos para dar uma olhada em todas as pessoas que atendeu e em seguida foi direto para seu escritório. Dormiu na maca ao lado de sua mesa, rezando para que tudo continuasse como estava para conseguir descansar por dez minutos, pelo menos.

    Após duas horas, acordou às dez da noite como se tivesse dormido um dia inteiro. Levantando um tanto exasperada até, perguntou a uma enfermeira se estava tudo bem, se não havia chegado algum paciente, e a mesma respondeu que não, estava tudo na mais perfeita ordem. Ino agradeceu a mulher pela informação, e a Kami pelo descanso restaurador em tão pouco tempo. Sentia-se muito melhor, então, dirigiu-se para o banheiro para passar uma água no rosto e fazer sua higiene bucal. Pronta para continuar o trabalho.

    * * *

    A vista para a vila era parcialmente favorável da janela do quarto de Hinata, no hospital. Dava para apreciar bem a calmaria do lugar tanto quanto a lua grande e redonda daquela noite. Entretanto, Naruto observava ela. Hinata. Dormindo serenamente, como se fosse um anjo. Oh! E não era exatamente com um que ela se parecia mesmo? Só lhe faltavam asas.

    Balançou a cabeça, com os olhos fortemente fechados ao flagrar-se de novo a admirando. Realmente não estava entendendo a si mesmo. Em tanto tempo, por quê foi olhá-la de verdade só num momento tão delicado como aquele? Já pensou tanto, tanto em tudo o que estava acontecendo dentro daquele simples quarto de hospital, já tentou tanto encontrar respostas, que começava a se cansar. Cansar de todos os porquês que lhe rondavam a mente e os fatos. Estava confuso! Só sabia que não queria deixar aquele quarto. Não sem ela ao seu lado para irem comer ramén como combinaram quando Sakura passou para vê-los antes de partir em sua missão.

    Sakura... mesmo após aquela conversa com Hinata, sua preocupação continuava a assombrá-lo. Reconhecia que ela se preocupava com todos ao seu redor, porém, justamente por conhecê-la, também sabia do sofrimento inimaginável que a torturava. Não era possível sentir-se tranquilo com ela fora da vila. Via, estampada no rosto dela todos os dias, a dor descomunal que Sakura sentia. Um rosto tão inexpressivo, quase igual ao do próprio Sasuke. Ela não sorria nem ria, não lhe xingava ou lhe dava cascudos com tanta frequência como antes. Quase não mais os fazia. Estava pior do que quando Sasuke partiu pela primeira vez. E como queria ser o remédio que a livraria de todo aquele amor que a machucava.

    Queria... olhou para Hinata novamente. Queria?, se perguntava. E por quê, afinal, fazia essa pergunta a si mesmo? Aquele momento ao lado da Hyuuga estava o afetando tanto assim? A ponto de torná-lo confuso? Em tão pouco tempo? Por quê!?

    Passou as mãos bruscamente nos cabelos, inconformado consigo mesmo. Como odiava todas aquelas perguntas. Se, pelo menos, tivesse respostas... voltou a olhá-la. Aquele rosto... tão delicado! Os olhos que lhe escondiam as pérolas que tanto passou a apreciar... Os cabelos que se destacavam sobre aquela pele alva... Tão branca! Tão macia quanto aparentavam ser aqueles lábios finos, levemente rosados... afastou uma mecha de cabelo sobre o rosto dela, mergulhado em seus pensamentos. “Tão linda...”

    Sem exitar, dando-se a sua vontade naquele instante, Naruto a segurou pela mão outra vez. Cansado de pensar se deveria ou não. Era o que queria naquele momento. Apenas segurar a mão dela, ignorando o porquê já que até então não conseguira encontrar resposta.

    * * *

    Às três da manhã estava a Godaime a desfrutar de um bom saquê em seu escritório. Para ela a noite seria longa... Havia recebido notícias que a tiraram da cama, as quais requeriam de suas ações. Primeira: a ANBU havia encontrado aquele que se passava por Sasuke, mas capturá-lo fora mais difícil do que pensavam, mesmo com Neji na equipe. Segunda: Sakura havia sofrido um ataque no caminho para a Vila Oculta da Névoa, mas passava bem. Estava a cuidar de um agente ferido e continuaria viajem assim que ele estivesse melhor.Por precaução, Tsunade mandaria outro agente para acompanhá-la,junto aos outros dois. E mais uma equipe para ajudar a capturar Zetsu-Sasuke. "Esse moleque traidor pelo menos poderia dar um jeito nesse cretino que está dando trabalho se passando por ele", reclamava a Godaime para si mesma ao xingar o jovem Uchiha mentalmente.

    – Tsunade-sama? – chamou sua assistente ao bater na porta.

    – Entre, Shizune.

    A porta se abriu devagar e por ela passou Shizune, tão sonolenta quanto sua superior.

    – Gomen, sei que está exausta, mas temos mais um problema para resolver.

    – Aaaah... – prosseguiu após um longo e cansado suspiro. – Esta noite será realmente longa. O que aconteceu?

    – Acabamos de receber Sai. Foi ferido por Zetsu gravemente, devemos mandar mais um agente?

    – Iie, eu já mandei uma equipe para ajudá-los. Zetsu não vai escapar desta vez. Devo ir vê-lo?

    – Somente se quiser. Ino está cuidando dele, já fez a maior parte do trabalho, creio que não será preciso a senhora ir.

    – Bom, temos mais problemas?

    – Iie! Isso é tudo até agora. Voltarei ao meu posto.

    Tsunade permitiu-se relaxar em sua cadeira ao dar outro longo suspiro. Mas alguma coisa estava a incomodando e ela sabia bem o que. Apesar dos demais problemas, Sakura lhe preocupava, e muito. Os criminosos que a atacaram não conseguiram lhe fazer um arranhão sequer, ela estava bem, disso tinha certeza. Sua sempre pupila a superou com êxito. Ninguém a derrubava tão fácil. Sakura, sozinha, era mais forte que ela e Shizune juntas. Homens a temeram durante toda a quarta guerra ninja. Mas sentimentalmente... estava precariamente abalada, e Tsunade sabia, tanto quanto Naruto e Ino, porquê. Entretanto, não poderia parar a vida de Sakura, aprisioná-la dentro da vila até mesmo quando precisasse dela fora, só por se sentir segura com ela sob seu olhar.

    Ver o quanto Sakura se machucava com aquele sentimento por Sasuke, lhe dava mais vontade ainda de capturá-lo. O mais rápido possível, porque a entendia completamente. Reconhecia a dor que era não ter aqueles que se ama por perto. Sakura, ao contrário dela, tinha chance de fazer as coisas mudarem. Ela ficaria feliz, melhoraria consideravelmente se Sasuke, pelo menos, voltasse. Mesmo se não fosse para ficar com ela. Mesmo se fosse para ficar com outra mulher, e reconstruir todo seu clã. Sakura só se importava em vê-lo feliz, e sabia que fora de seu próprio lar ele não conseguiria ser. E por amor, Tsunade sabia bem, qualquer um é capaz de fazer qualquer coisa.

    “Amor maldito...”


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