Sentimentos Incontroláveis

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    Capítulos:

    Capítulo 7

    Capítulo 7

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Boa leitura, pessoal!

    A ausência de Sakura no hospital da vila da folha já havia sido sentida desde o momento em que Tsunade a chamou para lhe informar sobre sua nova missão. Causou correria entre os enfermeiros e os principais médicos, enlouquecendo principalmente uma certa loira de olhos azuis que andava descabelada e com olheiras pelos corredores. Tsunade voltou a ser convocada algumas vezes, porém não tantas quanto antes de Sakura entrar para a corporação do hospital oficialmente como a médica principal. Muitos pacientes precisavam dos socorros da rosada, mas com Ino a substituindo, estava dando tudo de si para todos encontrarem-se bem e confortáveis em seus leitos. Seu trabalho estava era admirado pela Godaime, e pelos demais membros do hospital. Apesar disso, mais do que qualquer outra pessoa lá dentro, ou até mesmo fora, ansiava pela volta de Sakura o mais rápido possível. Até porquê a preocupação que sentia em tê-la fora da vila, com o propósito de ir atrás de Sasuke, a estava deixando desesperada. Primeiro, pelo fato de Sakura ter muitos inimigos fora da vila e esses muitos já deveriam estar sabendo de sua estadia fora. Sakura não era somente conhecida pelo bem que fazia, mas também pelo mal que era capaz de fazer à quem o praticava. Aqueles que a admiravam não conseguiam imaginá-la sendo detestada, entretanto, a medida que era amada, era demasiadamente odiada. Sua inteligência para capturar e sua força bruta para parar criminosos eram as causas dos anseios de vingança de muitos outros, além dos interesses nas habilidades que a médica-nin tão famosa possuía. Por outro lado, não esse perigo que Sakura corria a causa da preocupação de Ino. Era Sasuke. O maior perigo, acima de qualquer outro que rodeava a rosada.

    Sasuke não pensava no próximo, somente em si mesmo. Não existia os quereres, os desejos e os sentimentos dos outros nem de seus amigos. Apenas os dele. Era insano. Impiedoso. Ardilosamente estrategista. Cruel. Para ele, só lhe importava o poder. Era como Sasuke aparentava ser e era realmente descrito por todos. Mas não para e por Sakura. Ele sofria muito, ela sabia. Com a solidão de não ter mais família, ainda mais forte e consequentemente dolorosa  após descobrir a verdade por trás do massacre de seu clã. Sofria com o arrependimento indescritível que sentia doer em seu peito por tê-lo matado, quando acreditava que Itachi havia feito tudo para provar seu poder a si mesmo, ocultando toda vida que era sua missão como membro da ANBU. Sofria com todo o rancor e ódio dos quais não conseguia se desprender. Para ela, Sasuke somente precisava sentir amor de novo. Seria como fazê-lo enxergar luz em toda escuridão em que ele vivia. Até mais, ascenderia essa luz para ele. Por ele. Sem se preocupar com quanto tempo levaria nem se tivesse que sofrer em troca. Sasuke precisava, e ela e Naruto eram sua luz. Se não fossem até ele, Sasuke não os enxergaria. Com Hinata doente, e Naruto cheio de responsabilidades, como Jinchuuriki e herói da vila, cheio de missões, com o propósito de ficar cada vez mais forte para se tornar Hokage, ele ainda estava progredindo para alcançar seu maior sonho, enquanto Sakura já havia alcançado o seu, depois de Sasuke. Por isso não estava agindo só por si mesma, ou só por Sasuke, mas, sim, por Naruto também. Ele devia correr atrás da própria felicidade, não passando o resto da vida perseguindo Sasuke. E ela não permitiria que ele se perdesse em mais escuridão.

    ***

    Hinata havia passado por outro processo de cura. Ino usou todas as energias que podia, toda quantidade de chakra possível para ajudá-la a sair o quanto antes do hospital. Sabia que estava ansiosa para sair com Naruto. A ideia de Sakura a animou tanto quanto a presença do loiro todos os dias ao seu lado. E sabia que Sakura havia a incluído para dar um empurrãozinho caso os dois precisassem. Já havia pensado em tudo, desde a produção da doce Hinata até o momento em que deveria sair de cena. Usar seus deveres no hospital seria uma ótima e a mais convincente desculpa!

    Estava saindo de seu escritório quando encontrou Naruto.

     – Ino! Estava indo falar com você.

     – Pois não, Naruto.

     – Já terminou de cuidar da Hinata? Posso ir vê-la?

     – Claro, já conhece o caminho.

     – Anou, anou, eu trouxe alguns onigiris e doce. Ela pode comer, né? Porque ela ta passando fome com a sopa sem gosto que vocês estão dando. Isso tudo é preguiça de fazer algo melhor?

     – NANI? Aquela é o melhor que podemos e devemos oferecer, baka! É primordial que não tenha muito sal.

     – Por isso vocês não colocam?

     – Arghhhh... Baka! Some da minha frente, eu tenho muito o que fazer.

    Percebendo o quanto havia a deixado estressada, no momento em que Ino levantou o braço para descer-lhe um cascudo, Naruto correu corredor adentro.

     – Não corra nos corredores, Naruto-baka! – resmungou entre dentes, o mais alto que pôde, forçando a si mesma a não elevar a voz para também não descumprir com uma regra do hospital.

    Naruto entrou no quarto de Hinata as pressas. Só ele e Kami sabiam o quanto os cascudos de Ino e Sakura – principalmente os de Sakura – doíam. Dó daqueles que além dele sabiam também.

    A Hyuuga o olhou assustada e confusa. O movimento brusco de seu tronco devido ao susto da porta ter sido aberta tão de repente a causou pouca dor, a fazendo elevar a mão até o local atingido.

     – Yo, Hinata! Desculpe se a assustei. É que Ino anda meio estressada e... você sabe, não é? Ela e a Sakura-chan são assustadoras quando estão nervosas.

    Hinata riu ao entender e constatar o motivo da entrada exasperada do loiro afobado. Naruto tirava qualquer um do sério facilmente. Deduzir que ele e Ino estiveram conversando para ele dizer aquilo, não era difícil. Sabia que a carga de trabalho da loira havia dobrado, triplicado, ou até mais com a falta de Sakura, que o estresse era normal por estar trabalhando por ela e pela rosada, mas duvidava que assustaria Naruto sem que ele tivesse dito alguma coisa.

     – Trouxe comida de verdade para você. Não vai melhorar logo se continuar tomando a sopa sem gosto que lhe dão aqui.

     – Oro? Não precisava, Naruto-kun – disse, surpresa com mais uma atitude dele.

     – Você não ouviu o que eu disse? Lógico que precisava. Isso vai restaurar suas energias.

    O observava tirar um prato de dentro de um embrulho.

     – Os doces são por último. Somente se comer todos os onigiris, será nosso trato. Tem que fazer por merecer.

    Um sorriso delicado formou-se nos pequenos lábios da Hyuuga. A cada dia mais rosados, demonstrando a melhora em seu estado.

     – Arigato, Naruto-kun. 

    Naruto colocou o prato sobre as pernas de Hinata, e ficou ao seu lado, sentado na cadeira que não saiu de perto da cama dela desde o primeiro momento em que esteve ali. Todos os dias. Sem mudá-la de lugar. Hinata havia percebido isso tanto quanto o comportamento carinhoso repentino de Naruto. Lembrava-se de suas palavras para ele na luta contra Pain todos os dias desde que as disse. Ele não havia se distanciado nem começado a ignorá-la, mas também não havia dito nada a respeito. A conclusão de Hinata, era a mais óbvia. Ele não tocava no assunto, pois não a amava e não sabia quais palavras usar para explicá-la sem magoá-la. Acordar no hospital, e vê-lo ao seu lado, segurando sua mão! Nem ela conseguia explicar a felicidade que sentiu, e ainda sentia a cada dia e noite que passavam, e acordava e o via ao seu lado mais uma vez. Reconhecia a preocupação dele, mas queria saber o porquê ele se preocupa tanto. Contudo, não o pressionaria, mesmo que nunca acontecesse de ouvi-lo se explicando, ou ao menos tentando. O conhecia. E saber que era o motivo da preocupação dele no momento, a fazia se preocupar com nada mais além de como agradecê-lo por toda atenção, felicidade e carinho que estava lhe dando.  


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