Sentimentos Incontroláveis

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    Capítulo 4

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria

    Boa noite, pessoal! Primeiramente peço desculpas caso tenham achado o 3º capítulo um tanto ruim (como eu também achei). Eu não estava tão inspirada, mas disse que postaria um capítulo por dia, então, apesar disso, eu voltei a lê-lo e aprimorei mais o final. Espero que tenha ficado melhor. Como dito, aqui está mais um capítulo. Boa leitura!

    A noite estendeu-se com uma melancolia incomum. O chefe do clã Hyuuga, Hizashi, e sua filha mais nova, Hanabi, recebiam cumprimentos com palavras de conforto sobre Hinata. Estavam voltando do hospital para relatarem o estado dela para o clã que estava extremamente revoltado, armando planos para capturar Sasuke e o fazer pagar pelo que fez. No entanto, nada foi permitido que fizessem. Na tarde daquele dia tão angustiante para o clã, Hizashi foi até a Hokage, transtornado, exigindo que ela permitisse que partisse com um grupo de seu clã atrás de Sasuke, mas a Godaime os proibiu de persegui-lo uma vez que a ANBU já estava encarregada desta missão. Tsunade não permitiria que mais pessoas de sua vila se afundassem em sede de vingança e fossem consumidos por ódio, obscurecendo seus corações com rancor. Sasuke já era uma prova ainda viva de que vingança não era o melhor caminho a seguir. Agiria com justiça, nada mais além. Hizashi fora obrigado a aceitar as condições, afinal, Tsunade era a Hokage. Então seguiu diretamente para o hospital junto com Hanabi assim que saiu da sede da Godaime.

    Encontrar Naruto lá era algo que não esperava. E assim que viu Hizashi com a filha mais nova, Naruto ficou sem reações. Sua sorte é que Sakura estava ali para salvá-lo, os mantendo focados no estado de Hinata, explicando como ela estava ao chegar ao hospital e como estava recentemente. Contudo, Naruto sentiu a situação ficar meio delicada quando ela começou a dizer que ele estava ali desde manhã. O olhar sério de Hizashi o amedrontou, mas as palavras que vieram lhe foram doces. Hizashi o agradeceu por fazer companhia a sua filha, dizendo ser uma honra tamanho carinho vindo do herói da vila. Naruto corou, feito tomate, enquanto sorria em uma de suas típicas poses, com uma mão atrás da cabeça.

    Ao chegar na sede do clã, Hizashi informou a todos em uma reunião como Hinata estava, proporcionando alívio ao dizer que ela ficaria bem, sobreviveria. Para outra revolta, ao informar que Tsunade não permitiu que eles partissem atrás de Sasuke, alguns homens do clã ergueram a voz dizendo ser um absurdo. Para eles o clã tinha o direito de capturá-lo e fazer sua própria justiça uma vez que a vítima dele fora Hinata. Contudo, Hizashi tinha entendido a mensagem da Godaime. Vingança não era o caminho certo, e não podiam confundi-la com justiça, então acalmou o clã, lhes dando a última notícia, uma recompensa da Hokage. Neji participaria nas buscas para encontrar Sasuke.

    Silêncio. O clima no hospital de Konoha era de pleno silêncio. E Sakura era grata pelo respeito de todos com os pacientes e as regras do local. Assim ela poderia pensar em paz. Não se conformava em ficar sentada, de mãos atadas a qualquer circunstancia em relação a Sasuke. Nunca se conformaria. Nunca se conformou em servir para nada e ficar sentada esperando a ANBU conseguir trazê-lo de volta... era angustiante. De alguma forma sentia que não conseguiriam. Não eles.

    – Sakura?

    A voz de Ino despertou-lhe a atenção.

    – Não ouviu eu bater? – perguntou, com as mãos no quadril e um tanto brava.

    – Desculpe, Ino. Estava distraída.

    – Percebi mesmo.

    Ino se aproximou a analisando. Sabia muito bem o motivo das distrações da amiga, e cada vez mais odiava Sasuke por ele ter esse efeito sobre ela. Mesmo não sendo culpa do Uchiha Sakura o amar tanto. Apesar disso, era culpado, sim, pela atmosfera depressiva sobre ela. Sentou-se em uma das cadeiras a frente dela, e colocou as mãos sobre a mesa do escritório da Haruno.

    – Escuta, Sakura. De mim você não consegue esconder as coisas. Seus sentimentos, principalmente. Sei muito bem que quer sair pelas portas desse hospital e ir procurar por ele. Mas você não pode. Principalmente com Hinata precisando de um socorro seu a qualquer momento.

    – Eu sei, Ino. Não vou sair daqui.

    Um suspiro longo e pesado abandonou os pulmões da loira de olhos azuis.

    – Yare, Sakura... Também sei o quanto isso é angustiante pra você. Queria poder ajudar de alguma forma, então conte comigo para o que precisar. Testuda.

    Sakura levantou deu um leve riso ao ouvi-la chamar do apelido que apenas Ino pode chamá-la. Normalmente ela levantaria um olhar sério acompanhado de um sorriso malicioso ao chamá-la de “porca”, mas Sakura não usufruía mais das brincadeiras, o que era mais um motivo para Ino se preocupar. A cada dia ela parecia mais triste. Mais depressiva.

    – Obrigada, Ino. Porca.

    Ino levantou uma sobrancelha, num olhar sério e zombeteiro. Sakura repuxou os lábios num sorriso fechado, discreto, mas triunfante.

    – Bom, eu vim até aqui para avisar que a Hinata acordou. Vamos vê-la?

    – Claro. Antes, precisamos informar Tsunade, ela quer todas informações de Hinata para a ANBU.

    – Não podem esperar até amanhã? Ela acabou de acordar.

    – Também gostaria que esperassem, mas foi ordem da Hokage. Vamos vê-la primeiro, pelo menos. Conversar e informá-la que a ANBU vira, depois avisamos Tsunade.

    ***

    – Ahn... como você está, Hinata?

    Ela ficou o olhando, a ponto de ter seus típicos desmaios assim que acordou e o viu ali, ao seu lado, segurando sua mão...

    – Ah! Gomen, gomen, gomen. Eu... eu só... – tentava se explicar ao perceber. Levantou-se e soltou a mão dela sobre a cama, de uma maneira um tanto bruta até, se arrependendo pela agilidade de seus gestos. – Yare, yare... – sentou-se de novo e colocou as mãos sobre a cabeça. Tinha certeza que estava corado! Levantou a cabeça devagar, e ao encontrar o olhar de Hinata abaixou a cabeça de novo. O que diria a ela?

    Alguns segundos de silêncio passaram enquanto ele obrigava a si mesmo a falar alguma coisa, e as palavras começaram a sair no momento em que pensou no tempo em que deixou de falá-las para ela. Por ele, por ela, e por Sakura.

    – Eu fiquei preocupado – começou. Levantou a cabeça e a olhou. Hinata ainda mantinha seus olhos firmes nele. – A Sakura-chan me deixou ficar aqui com você, para lhe fazer companhia e saber como estava. Ela salvou você, Hinata. E... seu pai, ele esteve aqui também. Com a sua irmãzinha.

    Neste momento, ao ouvir sobre o pai, Hinata despertou-se de seu transe.

    – Você está bem? Está vermelha.

    – Ahn!? – virou a cabeça para o outro lado, de tal modo que fez seu tronco mover-se, lhe causando dor. Mordeu o lábio inferior ao sentir uma pontada nas costelas quebradas, reprimindo um grito.

    – Está sentindo dor? Quer que eu chame alguém? – Naruto perguntou ao levantar-se assim que ouvir o grito dela saindo num gemido de dor. – A Sakura-chan... eu vou chamá-la.

    – Não, Naruto-kun!

    Parou ao ouvir a voz macia e delicada dela.

    – Daijoubu. Foi apenas uma leve pontada de dor. Já passou.

    Em frente a cama, os dois sustentaram seus olhares conectados num clima estranho, como de romance, que pairou sobre eles.

    – Ah... yatta... – respondeu, sem perceber que ainda a olhava fixamente.

    Naruto, ainda parado em frente a cama na qual Hinata estava naquele quarto de hospital, como quem para para admirar algo que lhe chamou atenção, algo belo, com olhar bobo, assim estava ele. Enquanto a via dormir tranquilamente, após segurá-la pela mão, Naruto percebeu os traços de Hinata. O quanto ela era bonita. Ali, naquele momento, acordada, com aqueles olhos grandes perolados, os admirando... admirando todo o jeito delicado dela... de se sentir perto dele... Naruto balançou a cabeça ao perceber o quão vermelha estava a fazendo ficar ao vê-la interromper o conexão com seus olhares.

    Estranhou a si mesmo pela reação repentina. Afinal, ele tinha a olhado com outros olhos. Olhos que só usou para olhar Sakura, mas que naquele o momento o pegaram de surpresa. De maneira mais forte, até.


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