Sdds :3
? Nossa... Vocês eram tão bons assim? ? Perguntei olhando-o.
? Éramos não, somos.
Passamos bastante tempo comentando sobre a banda dele e Tsunada estava com seus olhos transbordando orgulho, chegava a ser estranho já que ela tinha gosto em dizer que a banda deles era ótima. Sei lá. Mas também descobri muitas coisas sobre Sasuke. 1° ele estuda nessa escola desde criança, 2° ele escreve músicas, 3° ele toca MUITOS instrumentos, 4° tem uma voz mais do que magnífica, 5° tem fortes laços com a diretora e 6° tem muitos segredos. Notei quando ele contornava alguns assuntos sem querer aprofundá-los, por exemplo sua ligação com a música.
Saímos do teatro e como estávamos com fome resolvemos ir almoçar em algum lugar pela região. Optamos por um restaurante comum, sem nada chique mas que tinha seu lado formal. Fizemos nossos pedidos e ficamos conversando por um tempo.
? Mas então... De onde surgiu seu lado musical? ? Perguntei tentando soar casual.
? É... ? Ele hesitou ? Olha, nossos pedidos chegaram. ? Disse quando viu i garçom se aproximando.
- Dessa você não escapa, Urtiga! - pensei.
Almoçamos em silêncio. Notei que ele tentava ao máximo me ignorar ou fazer qualquer tipo de contato comigo, como se eu não existisse. Caramba, esse assunto é tão delicado assim? Ele deve se sentir muito sufocado. Mas quem sou eu pra obrigar ele a me contar as coisas? Não sei pelo o que ele passa. Só espero que um dia possamos compartilhar tudo, por que de um certo modo eu quero que ele saiba tudo sobre mim, pois sinto que ele pode me reconfortar de uma maneira única, mas é algo que só vamos alcançar daqui a um bom tempo.
? Vamos? ? Perguntei assim que terminei de comer.
? Sim. ? Ele disse erguendo o braço para o garçom, fazendo um sinal pedindo a conta.
Depois de sairmos entramos em seu carro e ele me levou para casa. Eu não queria, mas pra onde eu poderia ir? Pois é... Pra lugar nenhum! Nos despedimos e entrei em casa. Ouvi um som vindo da cozinha, vozes na verdade. Andei até lá e avistei minha mãe e meu pai conversando como se a vida fosse bela.
? Boa tarde. ? Disse seca. Fui em direção a geladeira e peguei uma jarra de suco de maracujá e me servi.
? Olá querida. ? Disse meu padrasto me olhando de cima a baixo. Senti meu estômago embrulhar e perdi totalmente a vontade de tomar o suco. Joguei-o na pia.
? Sakura! Como você enche um copo pra jogá-lo fora? ? Repreendeu-me minha mãe.
Olhei para ela fria ? Tudo bem com você também mãe? ? Cuspi as palavras.
Ela respirou fundo e me ignorou. Entendi que essa conversa não renderia mais e me retirei da cozinha subindo para meu quarto. Em pensar que ela nem se quer perguntou se almocei.
? Quanto amor... ? Disse a mim mesma me jogando na cama.
Fiquei parada pensando um pouco na vida. Sabe, as vezes penso em fugir e em todas as vezes que penso nisso é uma ótima opção. Tenho dinheiro guardado mesmo. Posso sair mochilhando por ai, encontrar um emprego em qualquer restaurante de beira de estrada e ganhar uma grana extra apenas pra gastar com coisas fúteis e hotéis baratos. Seria uma boa pra mim. Acho que quando eu passar par alguma faculdade, vou escolher o mais longe possível daqui só pra eu ter uma vida independente em outro lugar. Apesar de que acho que vou fazer isso antes de terminar esse ano. Quero esperar chegar bem perto do meu aniversário, pois se algo acontecer posso dizer simplesmente que tenho 18 e não precisarei consultar meus pais pra nada.
Sem que eu notasse, tinha deixado um sorriso se formar em meus lábios imaginando o quão bom seria se eu fizesse isso. O que me impede? Sinceramente eu não sei. Eu continuo aqui me deixando ser usada como objeto e sendo tratada com desprezo. Irônico não? Pois é, mas isso nem eu entendo.
? Sakura? ? Ouvi uma voz feminina me chamar. Olhei para a porta e minha mãe estava escorada no portal. Esqueci de fechar a porta... Merda.
? Que foi? ? Perguntei sem interesse me sentando na cama.
? Me responda direito. ? Disse tentando ganhar alguma moral.
? Tanto faz... ? Resmunguei passando minhas mãos em meu rosto.
? Só vim aqui avisar que eu e seu pai ganhamos folga do hospital e resolvemos viajar juntos. Amanhã vamos para Miami e como você está em época escolar, não vai. ? Agradeci mentalmente por isso ? Só voltaremos depois do carnaval. Ou seja, daqui duas semanas e meia. Vou depositar dinheiro no seu cartão, mas só use se precisar! E eu estou saindo agora pra comprar algumas coisas.
? Ele vai com você fazer compras ou vai ficar?
? Ele fica. Disse que está cansado. ? Disse se desencostando do portal ? To indo.
Fiquei sentada pensando no que ela me disse. Tem uma coisa ótima e outra péssima. A ótima é que vou ficar sozinha em casa por duas semanas e meia! E a péssima é que duvido que o real motivo dele ter ficado é cansaço. Ele vai se aproveitar de mim pra saciar ele por duas semanas e meia. Senti meu estômago revirar com a ideia. Levantei-me da minha cama e fui até minha janela que dava para a frente da casa, vendo minha mãe partindo com o carro pela rua. Até que... Eu senti.
? É bebê... Parece que vamos ficar um tempo longe... ? Ouvi sua voz rouca se aproximando de mim. Virei-me assustada e encontrei seu olhar faminto me analisando de cima a baixo ? Temos pouco tempo a sós... Espero que me ajude dessa vez ? Ele avançou em cima de mim me prendendo entre a parede da janela e seu corpo. Lágrimas já desenhavam meu rosto e meu pânico era evidente.
? Me solta.... ? Solucei ? Por favor...
? Ah... Adoro quando me implora, mas eu não costumo obedecer a adolescentes.? Dito isso senti suas mãos descerem pelas minhas costas e apertarem bruscamente minha bunda. Sua boca estava deixando marcas em meu pescoço enquanto eu tentava desesperadamente me afastar, porém ele era bem mais forte que eu.
? Para! ? Tentei gritar, mas minha voz estava fraca por causa do choro.
? Ah... Vamos lá! Coopere comigo. ? Disse segurando um de meus pulsos com força levando minha mão até seu membro que estava duro por de baixo de sua calça. Ele gemeu roucamente.
Sentia-me um lixo. Eu estava cada vez com mais nojo dele e de mim. É algo horrível.
? Vou sentir sua falta ? Ele disse e sua boca caiu sobre a minha, me beijando a força. Quando tentei gritar, ele se aproveitou e adentrou com sua ligua. Eu tentava parar mas ele me beijava com tanta força que chegava a machucar. Sua mão parou em meu pescoço, apertando-o com brusquidão. ? Corresponda! ? Gritou. Com muito ódio e nojo, eu retribui. Senti sua mão que continuava em minha bunda me apertar mais. ? Gostosa ? Gemeu me jogando na cama, ficando de quatro em cima de mim. Pelo canto do olho notei que minha mochila estava ao meu lado no colchão. Em um movimento rápido e impulsivo, ergui meu joelho e acertei suas partes baixas. Ele saiu de cima de mim, caindo do lado oposto ao da mochila na cama grunhindo de dor. Levantei-me depressa e peguei minha mochila saindo correndo pela porta. Desci a escada rapidamente e quando dei por mim já estava correndo na rua. As lágrimas agora corriam mais livremente e eu sentia a adrenalina em meu corpo circular em um ritmo assustador.
Eu estava correndo sem rumo, mas não importa para onde estou indo, desde que seja para longe dessa casa. Após um tempo parei de correr e me escorei em um poste. Não sei onde estou e nem quanto tempo passei correndo, mas não quero saber. Senti-me fraca. Encostei minhas costas no poste e fui escorregando até sentar no chão. Puxei minhas pernas ao encontro do meu peito e apoiei minha cabeça em meus joelhos. Comecei a respirar fundo, procurando regular minhas batidas cardíacas. Sinto uma gota de água cair em meu braço. Depois senti outra e outras... É, estava chovendo. Mas eu não saí do lugar. De que adiantaria? Estou sem rumo mesmo. Não tenho para onde ir e não importa o que eu faça a chuva vai me molhar. E eu fiquei ali, por segundos... Minutos... Horas talvez, pensando naquelas mãos sujas que tanto já me tocaram. Em quantas coisas já passei a suas custas. De quantas vezes minha mãe me chamou de puta por achar que minhas marcas eram feitas por garotos que eu saía da escola. Eu posso não ser um anjo, mas eu merecia isso? Eu juro que eu tento me manter em pé, forte, mas é tão difícil... Toda a minha barreira é demolida quando ele me toca. Me sinto uma boneca, feita para só satisfaze-lo. Não consigo imaginar como deve se sentir uma prostituta. Claro que existem aquelas que gostam do que fazem, que são as prostitutas de corpo e alma, mas também há aquelas que estão ali passando por necessidades. Como elas se sentem? Como elas conseguem conviver com isso? Sabendo que são só meros objetos de aluguel. Não, eu nunca teria psicológico pra isso.
Ouvi um barulho de carro passando. Pensei que ele ia só passar, mas ele freiou e sua porta foi aberta. Levantei meus olhos para ver um carro de sei lá qual marca rosa claro com a porta do motorista aberto. Minha visão estava meio embaçada, mas notei quando uma loira de cabelos longos se aproximou de mim.
? Sakura?