Sentimentos Incontroláveis

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Capítulo 1

    Olá, pessoal! Esta é a primeira vez que estou escrevendo uma fanfic, pois normalmente só leio. Eu não abordo um universo alternativo, mantenho o mesmo universo criado pelo autor de Naruto. Me ajudem a saber se estão gostando, críticas são bem-vindas para eu me aperfeiçoar. Boa leitura!

       O sol brilhava tênue no céu majestosamente azul. O vento fresco arrastava consigo a melodia das folhas a dançar com sua presença. Leve, delicado, harmonioso, tranquilo. Este era o dia que se fazia na vila da folha.

        Os comerciantes trabalhavam tranquilamente em suas lojas, ou barracas. As donas de casa cuidavam dos seus lares e ficavam de olho em suas crianças na rua, sorridentes, correndo, brincando, se divertindo, enquanto seus irmãos estavam na academia ninja, estudando e se preparando para serem grandes guerreiros da folha. Alguns agentes eram vistos nas ruas. Alguns com seus subordinados, outros apenas degustando o horário de descanso enquanto uma missão não lhe era solicitada. Quem passava por um campo aberto e verde, via grandes ninjas treinando, lutando entre si, aprimorando a pontaria. Na grande sede da Hokage, a Godaime encontrava-se exausta por ter lido várias pilhas de papéis e ainda haver mais duas sobre sua mesa, ainda sendo solicitada para ajudar no hospital uma vez ou outra, o que lhe degastava muito mais a medida que devia usufruir do poder de seu chakra para atender alguns pacientes. Entretanto, a salvação de Tsunade foi sua pupila, Sakura Haruno, quando tornou-se Jounin e realizou seu sonho de ser uma medica-nin como sua sensei, proporcionando grande alívio ao dar conta de grande parte dos pacientes – com a participação de outros médicos, claro – diminuindo assim a carga de trabalho de Tsunade como respeitada e lendária médica Sennin.

       Sakura já era dona de uma inteligência extraordinária desde de criança. Sempre tirando notas altas, sempre um exemplo a ser seguido dentro da sala de aula. Mas fora dela, percebia que sua inteligência de nada valia se ela não soubesse colocá-la em prática. Nas missões não lutava. Não sabia lutar. Acabava sendo protegida por Kakashi, seu sensei, Naruto e Sasuke, tornando-se assim algo a mais com o que eles devessem se preocupar. A primeira vez que viu Tsunade, deslumbrada com o dom do qual ela usufruia, sendo capaz de ajudar qualquer pessoa, percebeu que era como ela que queria ser. Mas muito mais do que ela se tornou. Superando todas as suas expectativas, Sakura conseguiu fazer seu nome ir além da vila da folha. Todos ouviam falar da tão admiravelmente forte pupila da lendária Sennin Tsunade Hime. A qual superou sua shishou. Para quem se considerava um fardo para seus amigos por não saber lutar tanto, Sakura havia aprendido isso e muito mais. Havia se tornado útil, como tanto queria, não somente para eles, mas para todos que precisassem de sua ajuda. Teoricamente e praticamente.

       Contudo, todo sucesso que obteve não lhe satisfazia tanto quanto deveria, uma vez que não tinha Sasuke. Mas, olhando para a pessoa dona da cabeleira loira que se destacava na multidão tanto quanto o sorriso que sempre estava estampado em seu rosto, a qual proporcionava-lhe alívio por simplesmente existir. O herói da vila, seu melhor amigo, Naruto, era seu alicerce. Capaz de amenizar a dor do vazio que só poderia ser preenchido por Sasuke, com seu jeito escandaloso e hiperativo.

       – YOOO, SAKURA-CHAN!

       A estridente voz de Naruto soou pela rua no qual andava, acenando com o braço totalmente erguido após colocar os olhos nela.

       Ele conseguia irritá-la e tirá-la do sério facilmente, mas viver sem Naruto e sua presença chamativa... Sakura sabia que também não suportaria.

       – Como vai, Naruto? Parece animado – respondeu-o com um simples sorriso fechado.

       – Hai, hai, acabei de receber o pagamento da última missão que realizei – disse sorridente, balançando a rechonchuda carteira de sapo verde.

       – Isso é ótimo, mas não gaste tudo em ramen.

       – Anou, Sakura-chan, quer ir comigo?

       – Bom... por quê não? Já terminei meu turno no hospital e não tenho plantão hoje.

       – YATTA! Ikuze, ikuze.

       – Yare, yare... tenha calma, Naruto, estou cansada.

       – Então você precisa logo de um ramen. Mais rápido, Sakura-chan, você está parecendo uma velha.

       – NANI?

       – Gomen, gomen, Sakura-chan, gomen – protegia a cabeça com as duas mãos enquanto continuava a andar, agora sobre o punho de Sakura que ameaçava dar-lhe um bom cascudo por ter lhe chamado de velha.

       Chegaram logo ao Ichiraku. Naruto comia a segunda tigela de ramen enquanto Sakura ainda comia calmamente a primeira. Era a primeira vez que se encontravam e conversavam depois da última missão que Naruto estava encarregado de realizar na vila da chuva. Ficou duas semanas fora, o que foi uma tortura para Sakura. Seu animo sempre decaia quando Naruto passava tanto tempo longe, até sentia uma preocupação um tanto exagerada. Sabia que Naruto era um ninja muito forte, que nunca seria derrotado tão facilmente, duvidava que ele pudesse ser derrotado conforme via o quão forte ele ficava cada vez mais. Mas imaginar sua vida sem ele... viver sem Sasuke já lhe era uma tortura constante, viver sem Naruto a faria perder o gosto pela vida. Talvez, a força de reencontrar Sasuke e trazê-lo de volta.

       Porém, ali estava ele, ao seu lado devorando a terceira tigela de ramen.

       Logo em que terminou a sua, Sakura remexeu em sua mochila para pegar dinheiro para pagar sua parte, mas Naruto colocou uma mão sobre a sua, e com a outra pagou as duas contas. Agradeceu-o assim que saíram, e estava a ponto de se despedir hora que chegaram em sua casa, porém Naruto continuou andando, como se não tivesse notado.

       – Anou... Naruto. Já chegamos!

       – AH! – riu. – Gomen, eu estava distraido.

       – Percebi, o que houve?

       Não recebeu uma resposta imediata. Era raro Naruto estar tão pensativo, então tinha certeza de que era algo importante, seja lá o que fosse que estivesse o incomodando.

       – É a Hinata.

       Esperou que ele continuasse, mas Naruto permaneceu pensativo.

       – O que tem ela?

       – Bom... você já sabe. Ela se declarou pra mim na luta contra o Pain. Mas desde aquele dia eu não a vi nem falei com ela.

       – NANI? POR QUÊ NÃO, NARUTO?

       – AAAAH, PORQUE EU NÃO SEI O QUE FAZER, SAKURA-CHAN.

       Respondeu retorcendo a cara em uma careta de choro ao colocar as mãos na cabeça.

       – BAKA! Ela deve estar achando que foi rejeitada.

       – Eu sei, eu sei, mas eu não sei o que falar. Eu... não sinto algo por ela. Não por ela.

       Perante tais palavras Sakura se viu quase sem saída. Sabia quem era a pessoa que Naruto dizia amar. Várias vezes se olhava no espelho e perguntava-se como ele podia sentir algo por ela. No início só o rejeitou, foi grosseira, tentava o manter o máximo afastado de si. Ainda quando viraram amigos só tinha olhos para Sasuke. Ainda só tinha olhos para Sasuke. Por isso se perguntava: por quê? Naruto não podia amá-la tanto sabendo que seu coração não é dele.

       – Por isso quero um conselho seu, Sakura-chan. Não quero magoá-la. Ela merece algo melhor.

       – Você também!

       Naruto a olhou.

       – Você também merece alguém muito melhor do que aquela que você acha que ama, Naruto.

       Alguns segundos de silêncio se estenderam sobre os dois. Sakura esperava uma reação de Naruto, enquanto ele sabia exatamente o que dizer, mas demorava por saber o que ouviria mais um vez.


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