A Melodia do Amor

Tempo estimado de leitura: 4 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 12

    Dúvidas que Correm o Coração

    Ola pessoal! Finalmente consegui terminar mais um capítulo da fanfic.

    Desculpem pela demora, não teve como terminar mais cedo, mas escrevi com todo o carinho pra vocês.

    Espero que gostem e se possível comentem^^

    Seus comentários sempre me animam ainda mais a continuá-la^^

    Vamos conferir um trechinho do capítulo anterior:

    Gaara tocou a mão de Hinata que cobria a sua, dando um leve sorriso. A garota estremeceu com seu toque, desviando seu olhar, envergonhada. 

    Mais uma vez a vontade de beijar a garota tomou o rapaz. E ele moveu sua mão para o rosto de Hinata, voltando-o delicadamente para si. Surpresa a garota fitou o olhar intenso de Gaara, o rapaz começava a aproximar seu rosto do dela, no entanto recordou-se do que pensara no banheiro de que não tentaria nada assim para não assustar a garota e retirou sua mão da face de Hinata. 

    A garota o fitou surpresa, por alguma razão se sentiu triste, apesar de estar envergonhada, em seu íntimo queria que o rapaz continuasse. 

    Novamente levantou-se um momento de constrangimento entre os dois, mas ele durou pouco, pois ouviram as vozes de Naruto e Hiashi se aproximarem. 

    - Ah aí estão vocês. – disse Naruto alegremente enquanto adentrava a sala – Hiashi-sama tem uma grande notícia para todos nós. 

    - Q-Que notícia? - perguntou Hinata sem jeito. 

    - No fim de semana que vem viajarei a negócios, então aproveitarei para levá-los a Amegakure e Sunagakure para tirarem fotografias para seu trabalho. 

    - Sim, disse a Hiashi-sama que o Kakashi-sensei iria valorizar ainda mais nosso trabalho com fotografias do local, vocês sabem como ele é exigente. 

    Gaara congelou com a possibilidade de retornar à sua cidade, um lugar que não pensava em voltar a ver tão cedo. 

    - Assim você poderá reencontrar sua família, Gaara-kun. Gostaria de conversar com Rasa-san na sua presença. – comentou Hiashi parecendo satisfeito. 

    O rapaz apenas assentiu, sem palavras para expressar sua surpresa e total desagrado com essa ideia. Até que tomou coragem para se expressar. 

    - D-Desculpe, Hiashi-san, mas eu trabalho aos sábados, não terei possibilidade de ir e...

    - Não se preocupe, se precisar eu mesmo converso com o Ichikaru, o conheço bem, ele não se negará a te dar um dia de folga especial, afinal os estudos são importantes. - replicou Hiashi seriamente em um tom que impedia protestos. 

    Gaara tentou sorrir, mas apenas conseguiu assentir seriamente. Agora não havia mais volta, teria que retornar a Sunagakure. 

    Hinata percebeu a inquietude de Gaara. Por que ouvir apenas falar de sua cidade o afetava tanto? Por que havia se afastado de sua família e se mudado para Konoha? Era o que a garota gostaria de descobrir, quem sabe assim não poderia ajudar o rapaz a extrair a profunda tristeza que levava em seu olhar.

    Neste capítulo:

    Hinata não conseguiu mais ficar a sós com Gaara naquele domingo. 

    Naruto ficara o tempo todo com os dois enquanto faziam anotações sobre a História de Sunagakure e fez questão de ir embora com o rapaz de cabelos rubros. 

    De alguma maneira ele havia se afeiçoado a Gaara apesar de seu jeito introspectivo, e até mesmo o próprio ruivo parecia ficar à vontade em sua companhia. 

    Se há algumas horas atrás a presença de Naruto incomodava Gaara, neste momento era como um bálsamo, já que ele queria evitar ficar a sós com Hinata e havia dois bons motivos, em sua opinião, para isso: o primeiro evitar possíveis perguntas sobre sua família – Gaara odiaria mentir para Hinata, mas tampouco falaria a verdade - e o segundo evitar sua vontade de beijá-la. 

    Eram seis horas da tarde quando Gaara e Naruto preparavam-se para ir embora. 

    - Valeu mesmo, Hinata. Seu pai pode ser sério, mas é um cara legal. – comentou Naruto sorridente, enquanto descia o degrau de entrada da casa dos Hyuuga. 

    - Q-Que bom que deu tudo certo, Naruto-kun. – respondeu a garota timidamente apoiando sua mão esquerda na porta aberta. 

    - Mal posso esperar pelo fim de semana que vem, a turma vai gostar da novidade. – continuava Naruto animado - Foi legal da parte do seu pai deixar o Chouji ir com a gente, o Neji nem tinha como, afinal é seu primo. E você Gaara está ansioso pela viagem? 

    - Estou curioso sobre Amegakure. – respondeu o garoto seriamente. 

    Realmente estava curioso para conhecer Amegakure, mas totalmente desanimado para retornar à sua cidade natal. Até gostaria de rever seus irmãos, no entanto só de pensar na ideia de encarar seu pai novamente, seu estômago revirava e uma grande amargura invadia seu ser. 

    - Eu também, só vou ter que insistir pro ero-senin me emprestar sua câmera à prova d´água. – comentou Naruto. 

    - Ero-senin? – questionou Gaara que ainda se encontrava do lado de dentro, próximo à Hinata. 

    - É meu padrinho, eu vivo com ele, é como um avô pra mim. – explicou o louro tranquilamente – Ele é escritor, mas tem como hobby tirar fotos, especialmente de mulheres. É um verdadeiro velho tarado. – continuou Naruto dando um sorriso maroto. 

    Apesar de ter corado com o comentário do louro, Hinata não pode deixar de rir pela forma dele falar, até mesmo Gaara dera um sorriso de lado. 

    Era estranho estar conversando normalmente com Naruto, tanto para Hinata quanto Gaara por razões óbvias. No entanto ambos se sentiam bem na presença do louro. 

    Hinata já não sentia mais seu coração pulsar quando o garoto estava por perto e tampouco sentia incômodo, seus sentimentos por ele enfim haviam se acalmado e agora ela tinha certeza de que poderiam ser amigos. 

    Quanto à Gaara, apesar de seu incômodo inicial por causa de Hinata, se sentia tranquilo ao conversar com o louro. O garoto era uma pessoa alegre, descontraída e até o momento não questionara Gaara sobre sua família, o que deixou o ruivo verdadeiramente aliviado. 

    Era a primeira vez que se dava bem com um garoto, fora seu próprio irmão Kankuro. Para Gaara era difícil iniciar uma conversa, as pessoas geralmente se afastavam ao ver seu jeito sério e antissocial, mas isso não havia afastado Naruto e muito menos Hinata. 

    No entanto o rapaz ainda não estava pronto para contar sua história, nem mesmo para a garota gentil de olhos perolados que fazia seu coração pulsar descontroladamente cada vez que seus olhares se cruzavam. 

    - Então... nos vemos amanhã na escola, Hinata? – perguntou Naruto. 

    - C-Claro. – respondeu a garota dando um leve sorriso – N-Nos vemos amanhã também, Gaara-kun? 

    Nesse momento Gaara se viu despertado de seus pensamentos e ao contemplar a face gentil da garota, suas bochechas coraram levemente e ele desviou seu olhar. 

    - Certo. – respondeu seriamente enquanto descia o degrau de entrada e se unia a Naruto. 

    - Tchau, Hinata. Até mais. – despediu-se o louro dando um sorriso e aceno animados. 

    - Até. – respondeu a garota. – Tchau, Gaara-kun. 

    - Tchau. – respondeu o ruivo sem dirigir o olhar a Hinata. 

    A garota permaneceu junto à porta por alguns momentos até que o ruivo desaparecesse de sua vista. Hinata notou que Gaara estava mais frio que o normal e isso a entristeceu muito. 

    No entanto ela sabia que o rapaz carregava um grande sofrimento e que possivelmente estaria relacionado à morte de sua mãe. 

    Ela também estranhou a maneira como Gaara se referiu ao próprio pai. Havia alguma coisa errada. 

    E pensativa sobre essas coisas, a garota de cabelos azulados subiu as escadas rumo ao seu quarto. No entanto assim que parou à porta lembrou-se de Hanabi. 

    “Será que ela está bem?” perguntou-se preocupada. 

    Hinata deu uma leve batida na porta do quarto de sua irmã caçula e ouvindo um “pode entrar” um pouco mais animado do que esperava, adentrou o local. 

    A jovem ficou surpresa ao ver sua irmã tranquila sentada em sua escrivaninha onde digitava rapidamente no teclado de seu notebook. 

    - Está tudo bem com você, nee-chan? – perguntou Hinata fechando a porta atrás de si. 

    - Sim. – respondeu Hanabi calmamente. 

    - Desculpe não ter vindo falar com você antes, eu... – começou a jovem sem jeito. 

    - Tudo bem, one-san, sei que estava ocupada. Pode ficar sossegada estou bem. – interrompeu a menina, falando tranquilamente. 

    - C-Certo. Que bom. Só quero que saiba que o papai, ele...

    - Está triste pela morte da mamãe e não sabe como falar comigo, eu sei, o Gaara-kun me explicou. – interrompeu Hanabi novamente dando um sorriso. 

    - O-O G-Gaara-kun?! – surpreendeu-se a jovem. 

    - Sim, ele conversou comigo, disse que me entende, pois o pai dele também o ignora, até mesmo o proibia de ter contato com seus irmãos. – explicou a irmã caçula. 

    - Proibia? – questionou Hinata atônita. 

    - Sim. Acredito que deve ser pelo mesmo motivo que o papai me ignora. A mãe do Gaara-kun também morreu, sabia?

    - Sim... disso eu sabia. – disse Hinata tristemente agora compreendendo a frieza de Gaara ao mencionar seu pai. 

    - Estou me sentindo melhor, graças ao Gaara-kun, queria ajudá-lo também. – comentou Hanabi tristemente. 

    Hinata deu um leve sorriso, emocionada, e abraçou sua irmãzinha. 

    - Vamos encontrar uma forma. – disse ela e se recordando de algo se separou do abraço e fitou sua irmã com um leve sorriso – No final de semana que vem, vamos todos viajar para Amegakure e Sunagakure, gostaria de ir com a gente?

    Hanabi ficou pasma com a notícia. 

    - Todos quem? E por quê? 

    Hinata explicou como Naruto estranhamente convenceu seu pai a concordar com a viagem e sobre o trabalho de geografia de sua classe, incluindo o nome de todos que seguiriam viagem, até mesmo acrescentando que Sunagakure era a cidade natal de Gaara. 

    - É isso! – disse Hanabi entusiasmada após ouvir a explicação de sua irmã mais velha. 

    - É isso o que? – perguntou Hinata sem entender. 

    - Sei uma forma de ajudarmos o Gaara-kun. – respondeu a menina dando um sorriso travesso. 

    - E qual seria? – questionou a garota de cabelos azulados. 

    - Deixa comigo. – disse Hanabi sorrindo ainda mais. 

    - Não vai fazer nada impensado né? – perguntou Hinata preocupada. 

    - Fica tranquila, quando foi que eu fiz ou disse algo sem pensar? – perguntou a menina com a expressão mais inocente do mundo. 

    Hinata riu com o comentário da irmã caçula. Se havia algo que Hanabi fazia bem até demais era agir sem medir as consequências, mas ao ver a irmã tão feliz, a jovem não quis contrariá-la, apenas pensava consigo mesma que ficaria de olhos bem abertos durante a viagem. 

    ***

    Naruto acompanhou Gaara até o ponto de ônibus e durante o caminho tagarelava sem parar, animado com a viagem que fariam. 

    O rapaz de cabelos ruivos apenas assentia, murmurava e respondia sim e não, mas isso não pareceu desanimar o louro que continuava conversando com seu introspectivo colega. 

    Naruto só parou de falar ao ouvir o toque de seu celular. Assim que o atendeu seus olhos se iluminaram ao ouvir a conhecida voz do outro lado da linha. 

    - Sakura-chan! Tudo bem? – cumprimentou Naruto alegre - Eu to indo pra casa com o Gaara. É, falei com o pai da Hinata e você não sabe da última vamos viajar pra Amegakure e Sunagakure, não é demais? O quê? Você quer que eu passe aí agora? – surpreendeu-se o louro sorrindo ainda mais, se é que era possível - Ok! Em uns 15 minutos eu chego ai. Tá bom. Tchau! 

    - Você gosta muito da sua namorada? – perguntou o ruivo de repente, Naruto ficou tão perplexo com a pergunta repentina que se atrapalhou um pouco para guardar seu celular de volta no bolso. 

    - C-Claro que gosto. – afirmou ele com as bochechas levemente coradas – Mas por que está perguntando isso? 

    Gaara permaneceu em silêncio por um momento, não era de seu feitio se abrir com as pessoas, mas por alguma razão sentia confiança em Naruto. Talvez fosse seu jeito desligado e por não fazer muitas perguntas, a razão para ele se sentir mais à vontade com o louro. 

    - Nunca tive uma namorada e não sei o que é gostar de alguém, gostaria de saber como é. – respondeu o ruivo sinceramente. 

    Naruto deu um leve sorriso. 

    - Bem, não sei se sou a melhor pessoa para perguntar, a Sakura-chan é a minha primeira namorada. – disse ele meio sem jeito coçando levemente a cabeça. 

    - O que sente quando está com ela? – insistiu Gaara. 

    - Humm... – pensou o louro por um momento antes de responder – Fico nervoso, não sei bem como agir, sinto meu coração pulsar demais e... um grande frio na barriga, mas ao mesmo tempo tenho vontade de estar perto dela e tocá-la. – disse Naruto corando novamente. 

    Gaara surpreendeu-se com a resposta. Era exatamente o mesmo que ele sentia por Hinata. 

    - Como você chamaria isso, o que sente por ela? – perguntou o ruivo querendo saber exatamente o que sentia por Hinata. 

    - Acho que amor. – respondeu o louro encabulado. 

    “Amor?” perguntou-se Gaara atônito. Subitamente sua expressão endureceu e ele se manteve calado. 

    – Mas por que está me perguntando tudo isso? – perguntou Naruto curioso – Está gostando de alguém? – quis saber dando um sorriso maroto. 

    Dessa vez foram as bochechas do ruivo que coraram, mas ele permaneceu em silêncio. 

    Entendendo que Gaara não queria responder sua pergunta, Naruto continuou sorrindo, dando uma leve palmada em suas costas. 

    - Se quiser me contar, um dia, estarei pronto para ouvir. – as palavras do louro surpreenderam Gaara que não soube o que dizer – Agora, vou indo, se me atraso a Sakura-chan fica brava e apesar de linda ela fica assustadora quando fica assim. – comentou Naruto em um tom divertido enquanto acenava para Gaara, despedindo-se ao atravessar a rua e seguir na direção contrária, sumindo rapidamente de vista. 

    O ruivo dirigiu-se calmamente ao ponto de ônibus refletindo nas palavras de Naruto. 

    “Se é amor o que sinto por Hinata, não vai ser nada bom. O amor só traz sofrimento.” pensava Gaara amargurado, nesse momento vieram lembranças dolorosas em sua mente, as discussões com Rasa. 

    Seu pai sempre usava a palavra amor para feri-lo. Em tantas discussões que tiveram, Rasa falava que amava a mãe de Gaara e o odiava por tê-la tirado dele, ainda acrescentando que sua própria mãe ao ver que morreria odiara o próprio filho por ter nascido. 

    Gaara era uma criança indesejável que não deveria ter nascido, fruto do amor de seus pais, mas que era odiado pelos mesmos. Era isso o que o rapaz acreditava. 

    E com esses terríveis pensamentos Gaara pegou o ônibus, rumo a seu apartamento. 

    ***

    Depois que conversou com a irmã, Hinata dirigiu-se a seu quarto. 

    A garota tomou banho, colocou seu pijama e desceu para preparar uma sopa para ela, Hanabi e seu pai tomarem à noite. 

    Após o jantar, quando finalmente pode voltar ao seu quarto e ficar sozinha com seus pensamentos, percebeu que todos eles estavam voltados para Gaara. 

    A jovem não sabia se estava feliz por ele quase tê-la beijado ou se estava triste por ele ter hesitado a segunda vez e ter agido tão friamente com ela. 

    Ela estava confusa sobre as atitudes do rapaz, mas não quanto a seus sentimentos.

    Enfim ela descobrira que já se esquecera de Naruto completamente e agora sua mente só conseguia pensar no jovem de cabelos rubros e olhos verde turquesa que a cada vez que a fitavam aqueciam suas bochechas e faziam seu coração bater aceleradamente. 

    Sim, estava apaixonada por Gaara. No entanto apesar de se dar conta de seus sentimentos, Hinata não se sentia feliz, pois não sabia se era correspondida. 

    As atitudes do jovem ruivo eram totalmente contraditórias, ora gentil, ora frio, ora aberto, ora misterioso, o que Gaara sentia por ela na realidade? Isso era o que Hinata ansiava por saber.

    ***

    Ao chegar ao se apartamento, o ruivo tomou um banho, comeu qualquer coisa que havia em seu frigobar e sentou-se em sua cama, acompanhado de sua guitarra. 

    Em sua mente veio a inspiração para mais notas e acordes para continuar sua composição e a letra que expressava seus mais profundos sentimentos.

    No entanto não mais pensava nas sensações que sentia quando estava com Hinata, mas sim em uma forma de esquecê-las e evitar a todo custo que se transformassem em amor, pois sabia que isso só traria sofrimento para ambos e a última coisa que queria é que Hinata sofresse por sua causa.


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