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Mais um dia atarefado na Corporação Cápsula! Apesar de ser sexta-feira e o fim do horário de expediente se aproximar vagarosamente, Bra Briefs corria de um lado para o outro com dezenas de croquis nas mãos. Eram desenhos – muito bem desenhados, por sinal – de motocicletas, carros e até skates. Ok, não era sua praia, mas foi o único modo que conseguiu se aproximar de ser uma designer e seguir com os negócios dos Briefs.

Estava irritada e mal podia esperar para fugir da empresa da família e tomar um banho relaxante na banheira de seu apartamento. Mas seus planos não iriam ocorrer como ela planejava pela insistência de Son Pan, sua melhor amiga, em sair, beber e até dançar.

– Fala sério, Bra – disse a morena que era principal publicitária da Corporação Cápsula – há quanto tempo você não transa com ninguém?

– Isso é pergunta que se faça, senhorita Son? – Bra fez careta cruzando os braços – estou muito ocupada com esses malditos croquis e essa empresa nos consome muito tempo, você mais do que ninguém deve saber disso.

A morena fez uma careta. Sabia de quem estavam falando, porém era inevitável que elas tocassem no assunto "Trunks", seu ex-namorado e irmão de Bra. E claro, seu querido chefe, presidente da Corporação Cápsula.

–Não é de mim que estamos falando! – Pan disse fazendo beicinho – Vamos, Bra! Vai ser uma noite de garotas, pra esquecer os rapazes e o trabalho, sei que está de cuca quente por causa do...

– Nem fale desse indivíduo! Quero aproveitar o pouco tempo que me resta sem ter que dirigir a palavra a ele.

– De qualquer forma... Te vejo hoje a noite no McLaren’s, de preferência bem disposta! – disse saltitando em vitória para fora da sala de Bra.

A designer realmente estava de cabeça quente, não acreditava no papelão que o irmão tinha armado para colocar o seu amigo – ou deveria dizer "parceiro de crime" – na empresa. Ela sabia que ele era bem sucedido, mas era um idiota, machista e mulherengo. Odiava Son Goten, mesmo que fosse melhor amigo de seu irmão e tio de Pan. Uma veia saltava de raiva em sua testa só de lembrar-se da tarde que se passara hoje.

Bulma Briefs era uma mulher de fibra e apesar de ter cedido a direção dos negócios da família ao filho mais velho, estava sempre a par de tudo: bolsa de valores, mercado internacional, tendências de mercado...Tudo!

Era comum que a antiga presidente fizesse visitas regulares à sede da CC, muitas das vezes para ver seus filhinhos amados, mas na maioria para puxar a orelha de Trunks – que era excelente nos negócios, mas um atrativo para tabloides ao sair na noite com os amigos e diversas mulheres.

– Queridos – disse a mãe na sala de reuniões – tudo anda excelente graças ao empenho de vocês, estou muito orgulhosa. Mas...

Bra revirou os olhos. Provavelmente alguma bobagem de Trunks ao conduzir a empresa, ela estava certa. Sempre foi a princesa Bra, a miss perfeição e colocava empenho em tudo o que fazia. Vestia-se no seu melhor modelito de mulher de negócios e por incrível que pareça não deixava de ser sexy aos olhares masculinos mesmo em trajes comportados e isso a irritava.

– O que o Trunks fez dessa vez, mamãe? – perguntou dando um sorriso de lado ao irmão que não ligou muito para as provocações habituais da mais nova, a final era assim que se tratavam e não deixavam de se amar por causa dessas brincadeiras.

– Você deveria deixar de ser tão petulante, irmãzinha – disse provocando-a.

– Crianças – disse Bulma um tanto impaciente, seu olhar não fazia jus a mulher divertida e espontânea que era, o assunto era sério, perceberam – na verdade, tudo está perfeito, porém, recebi algumas reclamações sobre o design da nossa nova linha de motos de nossos clientes norte americanos...

– Eles que desenhem as próprias motos, então! – disse Bra não acreditando que o problema eram seus desenhos.

– Disseram que falta um apelo masculino, já que o público alvo dessa campanha são homens. Talvez, querida, você precise de um pouco mais de inspiração. Terá que redesenhar esses modelos, precisamos para a festa de lançamento que será em menos de um mês!

– Está insinuando que eu não sei do que os homens gostam? Isso é no mínimo machista!

– Ela está insinuando que você precisa de uma opinião masculina – disse Trunks com as mãos atrás do pescoço tranquilo por não estar levando sermões – ou talvez que te falte um, querida irmã.

– Você é um bostinha – a designer de longos cabelos azuis o socou. Um ato libertador, mas que doeu bem mais em suas mãos delicadas do que no braço forte do jovem presidente.

– Mas não se preocupe, Brazinha! Tenho a solução!

– Que seria? – indagou Bulma curiosa.

– Goten voltará hoje para West City – disse animado – ele é engenheiro automotivo, é apaixonado por motos, além de ser bem entendido desse assunto.

– Assunto?

– Ser homem – Bra quase caiu pra trás. Conhecia bem Son Goten, o cara mais galinha e idiota que conhecia. Sabia que era mais uma tentativa de aborrecê-la e ter o velho parceiro por perto do que de ajuda-la, mas ela não daria o braço a torcer.

– E quem disse que eu vou aceitar a ajuda do seu amiguinho? – ela levantou uma sobrancelha.

– Eu – disse Bulma impaciente com os caprichos da filha – chame Goten o quanto antes, talvez a Brazinha aprenda a trabalhar em equipe – disse sorrindo e apertando a bochecha da filha que era sua cópia, devia admitir, aquela garota era tão geniosa quanto ela!

(...)

– Trunks! – acenou um moreno bem vestido ao avistar o amigo de cabelo lilás perto de duas garotas de trajes mínimos – você não mudou nada! – disse referindo-se as garotas que se retiravam aos risinhos para o toalete.

– Aprendi com o melhor! – disse estendendo o antebraço para o amigo realizando um antigo cumprimento de infância. Era incrível como a distância e o tempo não faziam qualquer diferença naquela amizade.

– Você continua o mesmo cafajeste de sempre, hein? – disse Trunks aos risos.

– Tenho que honrar a fama! – disse pedindo uma dose de whisky ao barman – apenas aproveitando o melhor que a vida tem para oferecer... – disse com um sorriso de lado.

– Não tens jeito, cara, haha – o empresário acompanhou o moreno nas bebidas.

Fazia o que? Cinco anos que Goten viajou para trabalhar com Gohan, seu irmão? Mesmo assim, nada havia mudado neles. Talvez só o fato de Trunks ter namorado sua sobrinha, Pan, mas aquilo ele preferia esquecer, não por raiva, mas por necessitar superar a morena que perdera pelos motivos mais idiotas do mundo! Mas agora estava ali, com seu amigo Goten, bebendo umas e logo ao final da noite levariam algumas mulheres para a cama como nos velhos tempos de faculdade.

A conversa fluía e logo chegaram ao assunto "trabalho", o que não era – por incrível que pareça – chato de conversar com Goten. Ele simplesmente falava das secretárias com quem dormia e como isso deixava Gohan louco e por isso decidiu voltar e tocar os negócios do irmão na West City. O presidente da CC decidiu abrir o jogo e convidá-lo para ajudar no desastre de Bra.

– Hum, quer dizer que sua irmãzinha está desenhando motos? – ele disse rindo entre um gole e outro de sua bebida – imagino elas floridas e cor de rosa! Posso ajudar, é claro. E como a pirralha está?

– Baixinha e irritante como sempre – bufou Trunks – ficou uma fera quando eu sugeri te chamar para ajuda-la, ela é muito orgulhosa. Por isso nem pense em dar em cima dela, Goten.

– Sou 100%, não, 200% profissional, cara. Além do que, sou um santo no trabalho, as secretárias que o digam! – eles riram mesmo com o sucinto olhar feio de Trunks para o amigo.

Continuaram a conversa e o tema "mulheres" era infindável quando se tratava de Trunks e Goten. Conversavam sobre as garotas que entravam no bar e davam notas 0-10, porém, poucas passavam da nota 8 para os rapazes. Foi quando os olhos negros do engenheiro bateram em um lindo par de olhos azuis claros.

Ela era pequena, mas possuía um corpo bem esculpido de mulher. Seus longos cabelos azuis turquesa estavam para trás das orelhas ressaltando o rosto de anjo da mulher a sua frente, seu vestido vermelho era colado e terminava meio das coxas e ressaltava os seios fartos e bumbum empinado da moça. Viu o amigo sorrir e logo pensou que não poderia deixar esse número 10... Não 10 não era o suficiente para definir a vontade de Goten de consumir, sim consumir pois era esse o seu jeito de lidar com o sexo feminino, aquela garota.

Quem seria?