De repente, uma voz fria soou atrás do casal fazendo Hinata e Naruto se soltarem com incrível rapidez.
- Creio que seu pai não gostaria de presenciar essa cena!- Disse um Neji meio irritado.
- Ne... ne... ji...- Hinata ainda gaguejava quando se sentia desconfortável com alguma situação, e com certeza ser abordada pelo primo no meio de um beijo tão voraz era algo extremamente embaraçoso para a Hyuuga.
Ele não parecia nada contente, e Hinata sabia que esse acontecimento ia acabar virando sermão, mas de certa maneira se sentia feliz por ter sido flagrada pelo primo. Sabia que ele jamais faria algo para lhe prejudicar. Nesses dois anos ambos acabaram criando uma relação mais fraterna, apesar de Neji não ser do tipo carinhoso.
Naruto meio desconcertado com a situação levou a mão à cabeça bagunçando os cabelos rebeldes e deu um sorriso de conto de boca.
- Gomenassai, Neji, isso não vai acontecer de novo, datebayo!
- Essa já é a vigésima vez que você faz a mesma promessa Uzumaki, espero que não volte a se repetir se não eu vou ter que tomar uma posição como protetor da Hinata. ? O Hyuuga olhou para o lado e completou olhando para a prima que estava de cabeça baixa olhando o chão - Vamos Hinata-sama, o seu pai está lhe aguardando para conversar.
Hinata balançou a cabeça confirmando e seguiu o primo de cabeça baixa. conversar com o pai era mais assustador do que ser flagrada pelo primo em meio a um beijo.
Naruto observou os dois se afastarem e seguiu para o seu apartamento pensando na complicada relação com a família da namorada que era muito tradicional. Lembrou-se da noite em que pediu á Hyuuga Hiashi, líder do clã, permissão para namorar a primogênita dele. Depois de muito tempo de conversa, salpicada de sermões e choro a proposta foi aceita parcialmente, desde que ele seguisse as regras. Se ele soubesse que ele conseguiu levá-la para a cama com certeza poria todo o clã atrás dele para matá-lo por desonrar a filha dele. Um sorriso malicioso se formou em seus lábios ao lembrar dos momentos em que ela esteve em seus braços totalmente entregue. Com certeza valia à pena morrer por isso.
Quando chegou em casa tirou a jaqueta jogando-a em cima do sofá da sala. Passou a mão pela cabeça para desatar o nó do seu hitaiate, quando sentiu um chakra conhecido. Ao chegar ao quarto deu de cara com uma Sakura aos prantos em cima da sua cama com os braços em volta das pernas como um animal acuado, o que fez o seu coração doer. Ele se aproximou dela, e se sentando tocou gentilmente nos seus cabelos.
- Sakura, o que houve? Por que está chorando? - Perguntou com a voz preocupada.
Silêncio.
- Sakura, o que aconteceu?
Silêncio. Naruto já estava ficando preocupado, quando a rosada levantou o rosto para lhe encarar. A visão da garota com os olhos marejados de lágrimas já vermelhos de tanto chorar fez seu coração balançar.
- O que aconteceu, por que está chorando?- Ele perguntou pela terceira vez.
Lentamente com a voz embargada de tristeza, Sakura começou a falar.
- Eu sou uma burra, idiota...- Mais lágrimas começaram a rolar pela face dela - Eu fui conversar com o Sasuke .. e...ele...- A fala foi interrompida pelo choro que voltou com mais intensidade.
- O que aquele TEME fez?? ? Naruto disse bufando de raiva. Sasuke era mestre em magoar os outros com o seu jeito ignorante. E mesmo sendo como um irmão para ele, não iria escapar de uma boa surra por fazer a sua amiga chorar.
Quando ia se levantar sentiu a mão de Sakura apertar a sua.
- Por favor, fique comigo, não me deixe sozinha, você é o único com quem posso contar agora.
- Tudo bem, mas me conte o que aconteceu.
Ela limpou a garganta e deu um suspiro.
FLASHBACK ON
"- Sasuke é verdade que você e a Ino estão saindo?
Sasuke deu de ombros e continuou a arremessar as shurikens contra os alvos.
- SASUKE ME RESPONDE!- (Sakura gritou, já estava se cansando da indiferença do jovem Uchiha.)
O moreno se virou e lhe lançou um olhar frio por cima do ombro.
- Você é muito irritante, se quer saber é verdade sim, porque está tão interessada na minha vida particular?
Sakura sentiu o rosto corar levemente. De repente, sentiu uma coragem única para se declarar e resolveu aproveitar o momento. As mãos começaram a suar, e coração entrou em descompasso, parecia que iria enfartar a qualquer instante.
- Porque...- (Droga tinha que dizer logo antes que a coragem fosse embora) - Porque... Eu amo você.
O Uchiha se virou e caminhou em direção a Haruno que sentiu o corpo se enrijecer com a aproximação do garoto. Parou e mirou seus orbes cor de ônix nos olhos verdes dela.
- Sakura, isso nunca daria certo porque eu não amo você. ? (respondeu friamente com as mãos nos bolsos.)
Sakura sentiu uma cratera se abrir abaixo dos seus pés e antes que pudesse perceber estava correndo alucinadamente."
FLASHBACK OFF
Naruto sentiu pena da amiga, ele sabia muito bem como doía aquele sentimento de rejeição, principalmente partindo da pessoa amada. Quantas vezes ele fora rejeitado pela rosada que tinha ele apenas como irmão.
Ele levou à mão a face de Sakura par limpar as suas lágrimas, e se surpreendeu ao perceber que ela retribuía o gesto com um leve sorriso de canto de boca. Mirou os orbes verdes da rosada, tão belos e brilhantes passíveis de hipnose. Uma incontrolável atração pelos lábios dela, tão famintos do carinho que Sasuke se negava a proporcionar, começou a mexer com a sua consciência. O corpo se mexeu sozinho encurtando o espaço que havia entre os lábios deles até se encontrarem em uma deliciosa sensação de surpresa que foi se transformando aos poucos em um desejo incontrolável fazendo as línguas dançarem alvoroçadas pela união.
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Hinata se deitou com os pensamentos nas nuvens imaginando se o seu coração iria suportar tanta alegria. Sua irmã Hanabi entrou no quarto de supetão, mas mesmo assim não conseguiu tirar a irmã de seus devaneios.
- Aneuê!- Disse com a voz animada.
Hinata continuou fitando a lua que nascia no céu, sem perceber a presença da irmã.
- Aneuê!- Disse um pouco mais alto.
Nenhuma resposta. Apenas um largo sorriso acompanhado de suspiros.
- ANEUÊ!- Hanabi gritou. Mesmo com dez anos apresentava ter uma personalidade igual a do pai, sujeita a intercalos entre a calma e a raiva em questão de segundos.
Hinata se assustou aos ouvir o grito da irmã que a puxou dos seus pensamentos com violência e percebendo o sentimento de nervosismo presente no rosto da irmã a convidou para se sentar ao seu lado.
- Hi! Sente-se aqui perto de mim - Bateu de leve no local que estaria reservado para ela.
Hanabi se sentou e recebeu um leve cafuné na cabeça. Estava com raiva. Como a sua irmã não notara a sua presença. Continuou com o rosto fechado, que foi se desfazendo ao observar o rosto risonho e calmo de Hinata. Realmente ela era única, se fosse outro Hyuuga estaria brigando com ela agora, mas ela era diferente, sempre fora mais carinhosa.
- Agora me conte o que aconteceu. ? Hinata disse com um leve sorriso para a irmã.
Hanabi se lembrou da conquista e voltou a sorrir euforicamente.
- Eu consegui, aneuê! Eu ativei meu Byakugan!- Disse quase aos gritos com os olhos estreitos de tanta alegria.
- Que bom!- Hinata estava animada, sabia que para um Hyuuga realizar tal procedimento era fundamental para ser aceito.
- Olha só!
Hanabi se levantou da cama, e ficou de pé na frente da irmã. Fechou a mão formando os selos necessários e falou o nome da técnica.
- Byakugan!
Mas nada aconteceu.
- BYAKUGAN!
Nada. Hanabi franziu a testa em um misto de raiva, frustração e tristeza. Hinata então levantou e pegou nas mãos da irmã.
- Olha, esse selo não é com o polegar em pé, e sim deitado. - Ajeitou o dedo da menina - Viu!
Hinata fez o selo e liberou seu Byakugan.
- Agora faça você!
Hanabi tentou novamente, sendo ajudada pela irmã que lhe mostrou o erro no selo. Dessa vez conseguiu e abriu um sorriso para a irmã pelo feito. Hinata sorriu de volta e olhou pela janela observando a lua que despontava por detrás das casas da vila. De repente, sentiu um aperto no coração, como se pudesse pressentir que algo estava errado. Sem pensar duas vezes pulou pela janela, estava preocupada com Naruto e precisava vê-lo. Em dez minutos estava em frente ao apartamento do loiro, com cuidado e meio receosa bateu de leve na porta.
Sakura se assustou um pouco com o gesto do amigo. Aos poucos começou a se entregar aquela reconfortante e gostosa sensação que aquecia o seu calejado coração. Em questão de segundos estavam se beijando vorazmente. A noite caia lentamente deixando raios da lua recém nascida adentrar no quarto, iluminando-o precariamente. Os dois estavam tão envolvidos pela sensação recém-descoberta que não percebiam que o cômodo estava escuro. Um queria reconfortar e a outra queria ser reconfortada. O beijo aos poucos foi se tornando mais intenso, os braços se entrelaçavam com força, e trilhavam caminhos como se buscassem obter mais um do outro. De repente, foram surpreendidos por batidas na porta....