Palavras não ditas

Tempo estimado de leitura: 22 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Fall

    Linguagem Imprópria, Spoiler, Violência

    Yo! E aí, como vão?

    Eu estou muito feliz, não esperava que essa fic fosse ter tantos leitores acompanhando.

    Bem, trouxeram os lenços? Vão precisar deles nesse capítulo porque nesse não há fluff.

    Boa leitura!

    Zeref suspirou fundo. Ele finalmente havia chegado a aquela parte da história. Relembrar aquelas memórias era extremamente doloroso, mas ele tinha de fazê-lo. Apenas essa última vez, pois seu irmão merecia saber de tudo.

    Para o meu irmãozinho,

    Do Zeref-nii.

    As memórias dos fatos nessa carta certamente não são as minhas favoritas. Na verdade, elas me trazem tanto sofrimento que às vezes eu gostaria de tê-las esquecido. Mas você merece saber tudo, inclusive como as coisas correram mal para nossa família.

    A guerra dos dragões continuava a destruir muitas terras e era comum que vilas e pequenas cidades fossem atacadas por dragões que não se importavam com humanos e apenas os viam como comida. As grandes distâncias faziam com que fosse mais difícil para as pessoas conseguirem ajuda. Se elas ouvissem de um Dragon Slayer que estivesse por perto, elas pediriam para que ele ou ela matasse os dragões que atacavam.

    O local onde nós vivíamos costumava ser território de dragões de fogo. Alguns dragões de baixa hierarquia odiavam humanos, outros os consideravam criaturas suportáveis. O dragão rei das chamas não havia tomado posição e isso acabou por dividir os dragões de fogo.

    Preocupados com fato dos humanos estarem sendo arrastados para a guerra, alguns dos dragões do lado pró-humano escolheram alguns humanos no território dos dragões de fogo para receberem magia de Dragon Slayer, para que assim, eles pudessem proteger os outros. Nosso pai foi um desses.

    Eu ainda me lembro daquele dia. Nosso pai tinha ido ajudar uma vila e nós não tínhamos notícias dele desde que ele havia saído de casa. Nossa mãe estava preocupada, mas ela tentava esconder sua preocupação porque ela não queria que nós tivéssemos pensamentos negativos.

    Eu nunca imaginaria que o dia que nosso pai saiu para ajudar em algum outro lugar seria a última vez que eu o veria vivo. Quando um dos homens da vila atacada deu a nossa mãe a notícia de que nosso pai estava morto, ela desabou.

    Você era muito novo para entender o que estava acontecendo, mas perder nosso pai foi apenas o início de perdas ainda piores. Não demorou muito para que nossa mãe morresse de desgosto após a morte de nosso pai. Os dois se amavam demais para aguentar viver sem a sua outra metade.

    Quando eu penso sobre isso, me pergunto por que nossa mãe não pôde ser mais forte por nós dois? Se ela tivesse siso, talvez, apenas talvez as coisas não teriam chegado ao ponto que chegaram.

    Depois de perdermos nossa mãe, as coisas mudaram. O jeito que as pessoas nos tratavam mudou. Aquele olhar de pena... Os sussurros de “pobres meninos sem pais”... Essas coisas doíam muito mais do que ter perdido nossos pais!

    E no dia que a cidadezinha em que  vivíamos foi atacada por dragões que odiavam humanos, eu perdi a única coisa preciosa que ainda me restava. As pessoas começaram a correr ao primeiro sinal da aproximação de dragões. Eram pessoas demais para que crianças pequenas conseguissem acompanhar o ritmo. Nós tentamos correr, mas ficamos para trás. Os dragões continuaram a nos perseguir, prontos para matar qualquer humano em seu caminho.

    Eu me lembro de te ver caindo e tentando levantar para que nós escapássemos juntos, mas os habitantes da cidade me seguraram e não deixaram que eu me aproximasse de você. Nós estávamos desesperados e um dragão perverso se aproximava cada vez mais. Eu... Eu não me lembro muito bem como os fatos aconteceram, mas eu ainda ouço os gritos e vejo todo o sangue que foi derramado ali.

    Mais tarde um Slayer apareceu e exterminou os dragões, mas para mim já era tarde demais. Eu já havia perdido o meu precioso irmão mais novo.


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