Interlúdio: “Obrigada Mãe”
Yuuki nunca se sentira tão triste, como nesse dia. O dia em que recebera a pior notícia da sua vida. A sua mãe adoptiva, acabara de falecer e ela estava de novo sozinha. Há pouco tempo comemorava junto com ela os seus dezasseis anos, e essa era a idade perfeita para Yuuki ser apresentada a sociedade.
Agora com essa morte, Yuuki decidira que iria esperar mais tempo, já que não tinha vontade nenhuma de conhecer outros pretendes. Ela não tinha a certeza, se era amor, ou apenas afeição ou carinho, mas a verdade era que o seu coração já pertencerá a outro. Ela sabia que não devia ter esperanças, pois era muita coincidência, se o voltasse a encontrar. Pois mais do que qualquer outro, ele a salvara naquela noite, quando ela mais precisava.
Por causa disso, ela tentara o encontrar, diversas vezes, ao longo dos anos, mas nem mesmo o detetives privados que contractara, o conseguiram achar. Ela apenas queria dizer: “Obrigada”, tal palavra que lhe faltara quando ele a trouxera o que seria o seu lar, durante os próximos cinco anos.
Porque mesmo apesar de ser um orfanato, ela fora feliz, e acima de tudo estava segura. Segura, daquele monstro que tentara- lhe tirar a vida quando ela era apenas uma criança sem memórias. Agora recordava o ato de heroísmo do seu salvador, com a maior idolatração, não sabendo a verdade sobre o que ele realmente era.
“Quanto crescer e ficar uma mulher bonita, venha-me procurar.” Essas foram as últimas palavras que ele lhe dissera antes de partir. Yuuki não sabia se ele significava tanto para ela, como ela significada para ele, mas não tinha ilusões. Ela virá quanto a sua mãe adoptiva sofrerá por causa do seu amado e agora que finalmente enfrentava o desespero e a dor decidira resguardar o seu coração, que novamente poderia ser ferido.
Com isso em mente, ela desceu a carruagem, e entrou na igreja, avistando a cena e vindo-lhe as lágrimas aos olhos.
A sua mãe, Madame Red, estava deitada dentro do caixão no altar, rodeada por flores. Com pesar, a cada passo que dava, recordava com carinho, o tempo que passaram juntas.
Tudo o que sabia, fora ela que lhe ensinara, a felicidade que ela vivera, fora ela que a oferecera. A maneira como ela a tratara fora como uma verdadeira mãe.
“Obrigada mãe.”